segunda-feira, 18 de maio de 2009

Em Defesa do Patrimônio

Em defesa de Patrimônio Cultural e Arquitetônico

O reconhecimento e a necessidade de preservação dos bens culturais de uma sociedade, de uma cidade ou de um país se configura como a herança cultural que recebemos de nossos antepassados, que não é transmitida biologicamente e que está na base da configuração e dos padrões da cultura que produzimos e vivenciamos hoje.
Por trás das formas construídas e fabricadas pelo homem, podem - se distinguir uma série de normas subjacentes, implícitas e geralmente inconscientes na mente coletiva que determinam os valores e as categorias do que é bom ou ruim, do que é correto ou incorreto, do que é belo ou do que é espúrio, na produção dos artefatos ou objetos culturais.
Definido o que significa Patrimônio Cultural; a falta de valorização deste patrimônio causada pela realidade econômica e social, não só de Encruzilhada do Sul, mas de grande parte dos municípios do Vale do Rio Pardo, põe em risco não somente a memória coletiva, mas também o poder de realização e de expressão verdadeiramente cultural da comunidade.
Nosso município tem um grande significado histórico – cultural para o Brasil e para o Rio Grande do Sul.Em sua origem, situada no cruzamento de estradas que levava os tropeiros e os militares portugueses ao sul da Província do Rio Grande de São Pedro, em busca de animais para o centro do País ou na luta contra os espanhóis, marcou profundamente a influência portuguesa e açoriana em nosso município, incluindo a arquitetura.A riqueza de nossa arquitetura está expressa na igreja, nas casas de origem açoriana, nas ruas e nas praças e conta um importante capítulo na história do estado.
Atualmente, os prédios históricos de Encruzilhada do Sul vêm se deteriorando, sem que nada seja feito para preservar essas edificações, exceto por iniciativa própria de alguns proprietários.Cito aqui dois exemplos, um deles é um dos prédios mais antigos do nosso município, em que uma das paredes ameaça cair, prédio este situado na Praça Silvestre Corrêa.Construído em 1887, foi residência de Silvestre Sabino Corrêa da Silveira e além de residência, funcionava junto a esta sua farmácia.Em estilo colonial português, tem as características típicas da arquitetura portuguesa, como as janelas em arco, com as folhas de abrir para dentro, o número ímpar de aberturas na fachada e os cunhais no canto das paredes.Atualmente, está interditado pela prefeitura, pois oferece risco para os transeuntes, com a ameça de desabar uma de suas paredes a qualquer momento, mas a prefeitura nada pode fazer, pois a edificação pertence a particulares que não tem condições de arcar com as despesas de uma restauração.A outra edificação, muito bem conservada, é residência do atual prefeito do município, Artigas da Silveira.Misturando um pouco do estilo colonial português com o neoclássico, esta residência foi construída na década de 20 e demonstra bem a união do estilo colonial com o neoclássico, apresentando do partido clássico platibanda, janelas encimadas por molduras e avarandado sustentado por colunas na fachada, do colonial apresenta a distribuição interna dos ambientes e o número ímpar de aberturas na fachada.Nota –se o bom estado de conservação da edificação, fruto da iniciativa do proprietário.Porém, nem todas os ocupantes de prédios históricos têm recursos para conservar o imóvel com suas características originais.Cabe então aos órgãos públicos tomarem a iniciativa e conservar o patrimônio construído.
Diante deste quadro, surge a pergunta: até quando vamos deixar nosso patrimônio se deteriorar? Dar prioridade à preservação do patrimônio arquitetônico não significa assumir uma postura que seja contrária ao novo, mas antes, uma reflexão crítica que implica em assumir uma responsabilidade social cada vez maior com o que é construído.Cabe não só aos profissionais capacitados encontrar os caminhos capazes de identificar e conciliar as forças do passado para transformá – lo no futuro, mas a toda a sociedade.

Eder Santos Carvalho - Encruzilhada do Sul - Maio de 2009
Residência Artigas Silveira














Residência Silvestre Corrêa










História de Encruzilhada do Sul

RAFAEL PINTO BANDEIRA - RIO GRANDE - 16 DE NOVEMBRO DE 1740 - RIO GRANDE - 9 DE ABRIL DE 1795

Rafael Pinto Bandeira viveu numa época em que o atual território do Rio Grande do Sul ainda era alvo de acirrada disputa entre portugueses e espanhóis, que travaram sucessivas guerras pela posse do território.Comandou inúmeras batalhas em defesa das possessões portuguesas no Rio Grande do Sul, à época Capitania de São Pedro do Rio Grande.
Todas essas batalhas terminavam em tréguas ou tratados de paz em que se tentavam fixar as fronteiras sul americanas dos impérios espanhol e português, mas nada do estipulado valia na prática. As hostilidades eram constantes pela própria dificuldade de determinar, na falta de marcos confiáveis, onde começavam os domínios de um e outro, bem assim pelo fato de o contrabando ser a principal, senão a única atividade econômica importante no período. Portanto, para comandar os primeiros habitantes das terras gaúchas era necessário um caudilho e Pinto Bandeira preenchia perfeitamente esse perfil. Valente, grande estrategista, era uma lenda para seus comandados, que lhe atribuíam várias qualidades excepcionais, como uma memória prodigiosa que lhe permitia conhecer em detalhe cada palmo do território e um senso de orientação que o fazia capaz de se orientar na noite mais escura apenas pelos cheiros e ruídos da natureza.
Era também simpático a seus comandados pela generosidade com que os recompensava com terras e dinheiro. Alguns deles vieram a se tornar grandes estancieiros.
Campanhas militares
Rafael Pinto Bandeira esteve ininterruptamente envolvido em campanhas militares desde 1754, com 14 anos incompletos, até 1777, quando Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Santo Ildelfonso, que deu certa estabilidade às fronteiras meridionais do Brasil, pois foi seguido de demarcação demorada e detalhada dos limites de cada império. Nessas campanhas, cavalgou e lutou por todo o território gaúcho, da tomada do forte de São Martinho, na região dos Sete Povos das Missões, ao norte do hoje Estado do Rio Grande do Sul, próximo da fronteira argentina (Corrientes), passando por Rio Pardo, na retirada sob constante perseguição inimiga, e culminando no cerco ao forte de Santa Tecla, em Bagé, no extremo sul do Rio Grande, junto à fronteira uruguaia.
Não era, no entanto, homem rude, pois cultivava gostos refinados. Chegou a ter uma orquestra particular, que tocava durante suas refeições. Alimentava, ainda, o sonho de transformar o Rio Grande numa terra realmente civilizada, construindo cidades e trazendo da Europa os requintes da civilização. Este lado utópico de Pinto Bandeira pode ser apreciado por quem lê O Continente, primeira parte da trilogia O Tempo e o Vento de Érico Veríssimo.
Assume a governança militar da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul em 1784. De 1788 a 1790 esteve na Corte em Lisboa, a convite da Rainha Dona Maria I.
Ao retornar ao Rio Grande, reassumiu a governança militar.Mas os anos em Portugal e o cargo público fizeram dele um homem sedentário e prejudicaram sua saúde. Tornou-se obeso, a ponto de somente poder montar a cavalo com a ajuda de outra pessoa. Morreu justamente em um acidente ao cavalgar. Seus restos mortais estão depositados na Catedral de São Pedro, em Rio Grande, numa tosca urna de madeira.
Importância de Pinto Bandeira para Encruzilhada do Sul
Aos 15 anos, Pinto Bandeira assentou praça no Regimento dos Dragões, comandado por seu pai, o coronel Francisco Pinto Bandeira, com quem aprendeu a arte de guerrear.Em pouco tempo assumiu a liderança de um pelotão de aproximadamente 150 homens, formados pelas Guardas de Encruzilhada e de Camaquâ e, também por soldados negros vindos de sua estância.Com estes, nada de canhões nem de pesado aparelhamento das forças regulares.Apenas o cavalo, a lança, a pistola, a faca e o grande líder, com o mapa do Rio Grande no cérebro, o grande estrategista, destemido e bravo.Com sua pequena coluna, Rafael Pinto Bandeira venceu espanhóis, em maior número e mais aparelhados, em 1774, nas proximidades do arroio Santa Bárbara, nas terras de Encruzilhada do Sul.Houve outras batalhas, nesse mesmo ano, e Pinto Bandeira venceu todas.
È dessa época que surge a ordem do vice – rei do Brasil para intensificar o povoamento no sul do país, e então Rafael Pinto Bandeira começa o povoamento de Encruzilhada, deixando por aqui alguns de seus comandados do Regimento dos Dragões.
Eder Santos Carvalho
Encruzilhada do Sul, Maio de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Dia das Mães

Para todas as mães que conheço:
Uma tarde, um menino aproximou-se de sua mãe, que preparava o jantar, e entregou-lhe uma folha de papel com algo escrito.Depois que ela secou as mãos e tirou o avental, ela leu:* Cortar a grama do jardim: R$3,00* Por limpar meu quarto esta semana R$1,00* Por ir ao supermercado em seu lugar R$2,00* Por cuidar de meu irmãozinho enquanto você ia às compras R$2,00* Por tirar o lixo toda semana R$1,00* Por ter um boletim com boas notas R$5,00* Por limpar e varrer o quintal R$2,00* TOTAL DA DÍVIDA R$16,00
A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expectativa. Finalmente, ela pegou um lápis e no verso da mesma nota escreveu:
* Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida - NADA* Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti - NADA* Pelos problemas e pelos prantos que me causastes - NADA* Pelo medo e pelas preocupações que me esperam - NADA* Por comidas, roupas e brinquedos - NADA* Por limpar-te o nariz - NADA
* CUSTO TOTAL DE MEU AMOR - NADA
Quando o menino terminou de ler o que sua mãe havia escrito tinha os olhos cheios de lágrimas.
Olhou nos olhos da mãe e disse:"Eu te amo, mamãe!!!"
Logo após, pegou um lápis e escreveu com uma letra enorme:
"TOTALMENTE PAGO"
Assim somos nós adultos, como crianças, querendo recompensa por boas ações que fazemos. É difícil entender que a melhor recompensa é o AMOR que vem de Deus. E para sorte nossa é GRÁTIS. Basta querermos recebê-lo em nossas vidas.
Feliz dia das mães.
Eder Santos Carvalho


Porque dar Flores a uma Mulher

Porque as Mulheres Gostam de Receber Flores

Dar flores a uma mulher é provocar – lhe a alma, é sentir o que de mais profundo existe no coração de uma mulher.
Dar flores a uma mulher é ver através de seus olhos sua beleza interior.
Dar flores a uma mulher é convidá –lá para partilhar seu amor com você.
Dar flores a uma mulher é sentir sua amizade verdadeira.
Dar flores a uma mulher é sentir o perfume que exala de sua alma.
Dar flores a uma mulher é receber um sorriso meigo e carinhoso, que você não esquecerá jamais.
Dar flores a uma mulher é sentir toda a doçura que vem do seu coração.
Homens se querem conquistar uma mulher sem usar palavras, dêem lhe flores, as flores emocionam e conquistam todos os corações.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Contraponto: Uma Crítica à Vila Savoye

Contraponto – Livro A Arquitetura da Felicidade – Alain de Botton
Vila Savoye – 1929 – 31


Por trás de um muro, no cume de uma colina em Poissy, um caminho de cascalho curva –se por entre uma mata densa antes de sair numa clareira, no meio da qual ergue-se um caixa retangular, branca e esguia, com janelas envidraçadas nas laterais, sustentada acima do chão por uma série de colunas incrivelmente delgadas.Uma estrutura no alto da Vila Savoye parece uma caixa d’água ou cilindro de gás, mas a um olhar mais atento ela revela ser um terraço com uma parede de proteção semicircular.A casa parece uma peça de um mecanismo preciso, primorosamente trabalhado.A casa parece uma visitante temporária, esperando receber um sinal para acionar seus motores e iniciar a viagem de volta para um galáxia distante.
A influência da ciência e da aeronáutica continua no interior.A porta da frente, de aço abre para um hall de entrada limpo e claro que mais parece uma sala de cirurgia.Dominando a sala, uma rampa larga leva aos aposentos principais.A cozinha está equipada com todas as conveniências da era moderna.O clima é técnico e austero.Não há nada irrelevante ou decorativo aqui, nenhuma rosácea ou cornija, nenhum floreio ou ornamento.A linguagem visual inspira-se nas fábricas.
“O que o homem moderno precisa é de uma cela de monge, bem iluminada e aquecida, com um canto de onde possa olhar as estrelas”, escreveu Le Corbusier.Quando a obra foi concluída, a família Savoye tinha motivos para se sentir confiante de que na casa projetada para eles, os requisitos exigidos estariam satisfeitos.
Tão forte era o interesse estético dos modernistas, que ele várias vezes prevalecia sobre considerações a respeito da eficiência.A Vila Savoye podia parecer uma máquina com intenções práticas, mas era na realidade uma extravagância com motivações artísticas.
A cobertura da Vila Savoye era desastrosamente desonesta.Segundo Le Corbusier, uma cobertura plana seria preferível a uma pontuda, por ser mais barato e mais fácil de manter.Mas uma semana após a família Savoye se mudar, começaram os problemas.A cobertura em cima do quarto do filho apresentou um vazamento, deixando passar tanta água que o menino contraiu uma pneumonia.Seis anos após o término da obra, Madame Savoye resumiu os sentimentos sobre o desempenho da cobertura plana numa carta: ”Está chovendo no Hall, na rampa, e a parede da garagem está encharcada, continua chovendo no meu banheiro, pois a água passa através da clarabóia”.Le Corbusier prometeu que o problema seria sanado imediatamente, e aproveitou para lembrar os comentários favoráveis da crítica especializada em arquitetura: ”Os senhores deveriam colocar um livro sobre a mesa do hall e pedir a todos os visitantes que registrem seus nomes e endereços. Mas não convenceu os insatisfeitos moradores:” Após inúmeros pedidos de minha parte, o senhor finalmente reconheceu que esta casa é inabitável.A sua responsabilidade está em jogo, torne a habitável imediatamente ou vou recorre à justiça.Só com o começo da Segunda Guerra Mundial e a fuga da família Savoye livraram Le Corbusier de ter de responder no tribunal pelo projeto de sua máquina de morar, quase inabitável, porém belíssima.

Cobertura da Vila Savoye – 1931
Belo, mas não à prova de chuva

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Para Entender o Desconstrutivismo

Para entender o Desconstrutivismo – Silvio Colin – Revista AU nº 181 – pág. 84

Neste artigo, o arquiteto Silvio Colin desvenda as concepções do desconstrutivismo na arquitetura, suas vertentes – estruturalismo e pós – estruturalismo, a relação dos arquitetos desconstrutivistas com os filósofos franceses dos anos 60 e 70, a desconstrução do plano horizontal, do triedo mongeano e do sólido geométrico.
Abaixo, o Link para o artigo:
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/181/artigo131095-1.asp

sábado, 2 de maio de 2009

Vila Savoye - Le Corbusier - Uma Análise da Forma

Abaixo, em anexo, um resumo da análise de Geofrey Baker sobre a Vila Savoye.
http://cid-09f2d1d236bf1936.skydrive.live.com/browse.aspx/.res/9F2D1D236BF1936!237
Ao acessar, abra o arquivo Estudo da Forma.Pode demorar um pouco para abrir, o arquivo é grande.Tem também a versão em Pdf, mais rápido para visualizar
Eder
Encruzilhada do Sul, 05/05/2009