sábado, 31 de maio de 2014

Novo Depósito Depot / Heinrich Böll Architect

Architects: Heinrich Böll Architect
Location: Leverkusen, Alemanha
Project Year: 2012
Photographs: Thomas Mayer
Engenharia Estrutural: Heinrich Surmann, Marl
Engenharia Mecânica: INCO, Aachen
Prevenção De Incêndio: BSCON, Essen

O histórico depósito em Opladen - uma antiga fábrica de reparação de trens - foi convertido em um novo espaço de vida.
O projeto é composta por 15 lofts entre 43-350 metros quadrados oferecendo uma variedade de apartamentos, salas de exposição e ateliês para artistas, complementados com eficiência energética, alto padrão de acabamentos nos interiores, pé direito com altura de 3,60 metros e um belo terraço.
Dentro do cenário histórico de um edifício que foi um marco do início do século XX, essa revitalização do depósito oferece uma mistura única de vida urbana moderna e espaço de trabalho sob o mesmo teto.

Fonte:"Novo Depósito Depot / Heinrich Böll Architect" [The New Warehouse Depot / Heinrich Böll Architect] 12 Jan 2014. ArchDaily. Accessed 31 Mai 2014http://www.archdaily.com.br/br/01-167548/novo-deposito-depot-heinrich-boll-architect





















© Thomas Mayer

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A primeira periferia do Brasil

Exposição do Museu de Arte do Rio conta a história da zona portuária da capital carioca através de 200 imagens que traçam um panorama da região

27/5/2014

Por meio de fotografias antigas e pinturas, bem como imagens recentes e instalações, o Museu de Arte do Rio (MAR) recebe a exposição “Do Valongo à Favela: imaginário e periferia”. A mostra traz o panorama da região Portuária do Rio de Janeiro, considerada a primeira periferia do Brasil.
A região que já sofreu diversas modificações, e que atualmente passa por obras ligadas ao Porto Maravilha, tem sua história contada através de 200 peças que compõe a mostra. Entre objetos, documentos e obras de arte contemporânea, que ocupam todo o terceiro andar do MAR, o projeto reafirma a sua posição de se comunicar com a história do entorno do museu. As representações incluem o LP de Bezerra da Silva Eu não sou santo, na qual o cantor aparece crucificado e com armas na mão, fazendo uma referência ao papel do traficante nas comunidades abandonadas pelo Estado, um dos principais problemas da região.
“Do Valongo à Favela” é dividia em oito núcleos e traz obras de artistas como Lasar Segall, Ayrsson Heráclito, José dos Reis Carvalho, Djanira, Di Cavalcanti, entre outros. A mostra é a principal exposição do Museu de Arte do Rio para 2014 e fica em cartaz até fevereiro de 2015.
 
Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro, Rio de Janeiro
Mais informações: (21) 3031-2741
Entrada: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/agenda/a-primeira-periferia-do-brasil 




VI Mestres e Conselheiros - Agentes Multiplicadores do Patrimônio

Hoje a municipalização das políticas do patrimônio ganha força no Brasil. É crescente o número de municípios que têm seus próprios conselhos do patrimônio e que vêm desenvolvendo ações para defender e preservar suas edificações, espaços públicos, coleções, acervos, festas e tradições orais, entre outros. Para se discutir essas experiências de municipalização em curso, surgiu em 2008 este Fórum, inicialmente voltado para Minas Gerais e que desde 2009 se estendeu para todo o país. A ideia é congregar num mesmo evento os agentes que formulam e efetivam as políticas a nível municipal e os pesquisadores acadêmicos dos diversos programas de pós-graduação em nosso país, para realizar uma avaliação do processo de municipalização no Brasil, suas premissas, instrumentos utilizados, arranjos institucionais, resultados e possibilidades de financiamento.

A sexta edição deste evento, a acontecer em junho de 2014, vai ter como temática central os desafios da educação patrimonial, tema essencial nas discussões da área do patrimônio em nossos dias. Como se sabe, a educação patrimonial constitui um processo permanente e sistemático de trabalho centrado no patrimônio como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. Tomando os bens e os processos culturais mais diversos como ponto de partida para a atividade pedagógica, as atividades de educação patrimonial costumam explorar os seus mais diversos aspectos, procurando desenvolver a autoestima dos indivíduos e comunidade, e a valorização da sua cultura. Como aponta estudo realizado pelo IPHAN, constata-se que, nos últimos anos, multiplicaram-se no país iniciativas educacionais voltadas à preservação patrimonial, compreendendo-se por esse termo uma grande variedade de ações e projetos com concepções, métodos, práticas e objetivos pedagógicos distintos. Ao lado de propostas educativas continuadas, inseridas na dinâmica social das localidades, encontram-se também ações pontuais e esporádicas de promoção e divulgação, que nem sempre têm resultados positivos. 

Cronograma

Atividades/Etapas                                                                                           

Atividades/Etapas Período Submissão de resumos e relatos de experiências (segunda chamada)
Até 30 de abril de 2014

Informe da Seleção de Resumos e Relatos (segunda Chamada)
Até 05 de Maio de 2014

Envio dos Trabalhos Completos para publicação
Até 15 de maio de 2014

Abertura do Evento
04  de junho  2014

Fechamento do Evento
06 de junho  de 2014

Endereço


CAD II - CAMPUS PAMPULHA - UFMG
Avenida Antônio Carlos 6627 - BH
Telefones
T: 31 3409-8820
Contato
institutoeds@ieds.org.br

Site do Evento: http://www.forumpatrimoniomestres.com/ 





 
 


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Após 7 meses, torre é recolocada na matriz de São Gonçalo do Sapucaí

Estrutura havia sido retirada por causa de forte chuva e colmeia de abelhas.
Verba do ICMS cultural foi usada para reconstrução de parte da igreja.

Do G1 Sul de Minas

Depois de sete meses, a torre da Igreja do Rosário de São Gonçalo do Sapucaí (MG), foi colocada de volta. Ela havia sido retirada após ser danificada por uma forte chuva, em outubro do ano passado. Na hora dos reparos, os engenheiros ainda descobriram uma colmeia de abelhas e a estrutura precisou ser totalmente retirada.
A nova torre tem 10 metros e foi feita com as mesmas características da antiga, mas com um material mais resistente. Com duas toneladas, a estrutura também é mais leve do que a anterior e foi colocada com a ajuda de um guindaste. A cruz na ponta da torre ganhou um para-raios.
Construída por escravos no século XIX, a igreja também teve que ser interditada porque algumas pilastras estavam comprometidas. O prédio é tombado pelo patrimônio histórico e, por isso, foi possível usar verba do ICMS cultural para a reconstrução, que foi de R$ 80 mil.

Fonte: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/05/apos-7-meses-torre-e-recolocada-na-matriz-de-sao-goncalo-do-sapucai.html




















Após 7 meses, torre é recolocada na Igreja do Rosário de São Gonçalo do Sapucaí (Foto: Reprodução EPTV)

Missões bem guardadas

Parceria entre universidade e museus no Paraná busca cuidar do passado de jesuítas do século XVII e do legado dos índios guairenhos

Déborah Araujo
1/5/2014

Entre 1610 e 1628, foram construídas 15 missões jesuíticas na antiga Província del Guairá, hoje norte do estado do Paraná, com apoio da Coroa espanhola. O objetivo era apaziguar os conflitos gerados pela resistência guarani à ocupação europeia na região. No entanto, com as invasões de portugueses paulistas para a captura de indígenas guairenhos, as missões – constituídas de aldeamentos com numerosa população que convivia e era catequizada pelos jesuítas – acabaram sendo destruídas ou foram abandonadas até 1631. Uma parceria formada recentemente por pesquisadores e alunos de história da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o Museu Histórico de Londrina e o Museu Paranaense busca resgatar essas construções, que correm o risco de desaparecer. “Foram encontradas peças servindo como vasos domésticos, peças danificadas pelo arado no campo, entre outras situações”, comenta Regina Célia Aleixo, professora da UEL.
Além disso, o projeto também busca preservar o legado dos indígenas guairenhos. Segundo Aleixo, com o avanço da colonização no norte do Paraná, a partir do século XIX, “os indígenas foram alojados em espaços cada vez menores, até serem criados aldeamentos, como São Jerônimo e São Pedro de Alcântara”. “No século XX as terras indígenas sofreram outras subtrações”, ressalta a pesquisadora. Parte do legado pode ser encontrada na exposição itinerante “Povos indígenas no Norte do Paraná”, com registros de pesquisadores e viajantes desde o século XIX e objetos de valor arqueológico, iniciada no Museu Histórico de Londrina, em 2013.
Outros dados sobre a ocupação espanhola no Paraná, reunidos por pesquisadores desde 1910, encontram-se no Museu Paranaense. “Existe um rico acervo documental, inclusive imagético, e de cultura material, como cerâmica, metais, entre outros”, acrescenta Cláudia Parellada, pesquisadora responsável pelo setor de Arquivologia do Museu Paranaense.
Segundo Cláudia, os sítios arqueológicos e históricos das missões são fundamentais para a compreensão do processo de colonização da América do Sul, “e para resgatar provas dos conflitos e das alianças entre os povos indígenas aqui existentes e os conquistadores europeus”. Para a arqueóloga, o encontro desses povos gerou um grande choque de culturas, transformações e intercâmbios, inclusive de alimentos, que hoje estão “registrados na cultura material e nas técnicas construtivas das missões jesuíticas guairenhas do século XVII”. “A proteção e a divulgação delas permite uma reflexão ampla do que aconteceu no passado, e formas diferentes de se planejar um futuro, no qual a diversidade e a tolerância permitam somar experiências e evitar conflitos sangrentos com extermínio de populações”, completa a pesquisadora.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/em-dia/missoes-bem-guardadas 




João Filgueiras Lima – Lelé. A arte e a técnica

Faleceu na quarta-feira, dia 21 de maio, aos 82 anos, o arquiteto João Filgueiras Lima, mais conhecido carinhosamente por Lelé, um dos maiores expoentes mundiais da arquitetura. Como poucos, soube harmonizar a técnica impecável com formas ousadas e de rara beleza estética. Responsável por vasta obra, especialmente nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador e Brasília, reconhecido tanto pelos usuários de seus projetos – especialmente os de arquitetura hospitalar e de mobiliário e equipamentos urbanos – como por arquitetos consagrados como Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
Dentre os edifícios de sua autoria destacam-se pela beleza, tecnologia de ponta e apropriação social, os hospitais e centros de reabilitação da Fundação das Pioneiras Sociais, em várias cidades brasileiras. O IPHAN homenageia a vida e a obra de Lelé, artista e construtor de expressivo patrimônio arquitetônico nacional.

Clique aqui para ler o artigo O Lelé na UnB (ou o Lelé da UnB)

Fonte: IPHAN - http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18451&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia




quarta-feira, 21 de maio de 2014

NY inaugura memorial do 11.09, projeto do Snøhetta

Espaço é marcado por arestas e paredes de vidro

Desenvolvido pelos arquitetos do escritório norueguês Snøhetta, o National September 11 Memorial Museum foi inaugurado no dia 15 de maio, em homenagem aos sobreviventes e vítimas do ataque terrorista ao World Trade Center em 2001.
Concebido como “uma ponte entre dois mundos”, o espaço conta com um volume levemente inclinado, criando um ponto de acesso coberto para as galerias subterrâneas, que levam os visitante à fundação das Torres Gêmeas.
Polêmico, o projeto incorpora duas colunas estruturais resgatadas das torres originais, que podem ser vistas do lado de fora do memorial através da fachada translúcida.
Intimista e monumental, o programa também englobou a criação da Praça Memorial –  comumente chamada de “Marco Zero”. Na fachada, elementos reflexivos, vidros e linhas horizontais foram desenhadas a fim de incentivar as pessoas a tocar no edifício.
“É importante que as pessoas se conectem fisicamente com a estrutura e sintam que isso as ajuda a percorrerem outras áreas do memorial e seus sentimentos sobre a experiência que estão tendo no local”, afirma Craig Dykers, fundador do Snøhetta.
Com sistemas de reuso de águas, iluminação e ventilação natural, a expectativa é que o espaço recebe a certificação ecoeficiente LEED Ouro, concedida pelo Green Building Council.

Publicada originalmente em ARCOweb em 20 de Maio de 2014

Fonte: http://arcoweb.com.br/noticias/arquitetura/memorial-0911-snohetta-novayork-vidro 



 

 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Cachoeira do Sul (RS) – Paço Municipal começa a ser recuperado

O 3º Batalhão de Engenharia de Combate iniciou ontem o trabalho de escoramento da estrutura e do entrepiso de madeira do antigo prédio do Paço Municipal. Comandada pelo sargento Vanderlei Rauber, uma equipe de sete soldados, um cabo, um sargento e um capitão fará a remoção e recuperação do telhado, o primeiro passo do restauro do prédio histórico da Prefeitura.
Rauber prefere não prever o tempo que levará para o prédio estar totalmente recuperado, pois primeiramente deverá ocorrer a retirada das madeiras mais podres a fim de que possa ser feita uma avaliação do que será necessário para as próximas etapas. Hoje começam a chegar as madeiras e compensados para o escoramento. Um guindaste do Exército fará a remoção das telhas, que serão reaproveitadas na nova estrutura que será feita no telhado.
O trabalho foi acompanhado pelo grupo de cachoeirenses preocupados com a preservação do patrimônio histórico, o Movimento pela Restauração do Paço Municipal, liderado pela arquiteta Elizabeth Thomsen e que conta ainda com a experiência de outros profissionais, entre eles o arquiteto e engenheiro de segurança do trabalho Osni Schroeder. A preocupação de Osni, repassada aos militares, é sobre os cuidados que deverão ser tomados durante a obra. “Estamos tratando de um prédio antigo e a estrutura deve permanecer a original”, alertou.

Pau a Pique - Algumas paredes do Paço Municipal são feitas com um sistema de ripa de coqueiro trançada e barro, forma como eram feitas as estruturas no ano de sua inauguração, em 1864. Segundo Osni, estas estruturas não podem ser danificadas, pois são elas que contam a história do prédio. Também serão recuperadas as janelas e portas, tendo a preocupação de manter o máximo da sua estrutura original.

Uma aventura iniciada em 1864
Em 1864, Cachoeira do Sul já recebia os imigrantes alemães, o serviço de correios estava organizado e o município tinha o foro de cidade. Foi neste ano, em dia e mês que não ficaram registrados na história, que os cachoeirenses se reuniram para festejar a conclusão da obra da Casa de Câmara, Júri e Cadeia. Conhecido atualmente como Paço Municipal, o prédio – que em 2014 completa 150 anos – é um dos 14 imóveis tombados como patrimônio histórico de Cachoeira do Sul. E é neste ano que começa também a obra que deve restaurar o prédio, que está fechado há cerca de sete anos por não ter mais condições de uso.
O prédio, em estilo colonial português e com características neoclássicas, começou a ser erguido em 1861. Apesar da obra ser concluída em 1864, conforme mostra a placa bem no topo do casarão, somente em 5 de agosto de 1865 ele foi entregue oficialmente com o nome de Casa de Câmara, Júri, Cadeia e dependências para o juiz de direito.
Por sugestão do imperador dom Pedro II durante sua passagem pela cidade, o sobrado da Prefeitura serviu inicialmente como hospital militar, conforme consta no relato de guerra do genro de Pedro II, o conde D’Eu. Ele servia para cuidar dos doentes vindos principalmente da Guerra do Paraguai. Segundo ata da Câmara do município, o hospital foi desativado em janeiro de 1866.

Civil e Religioso - Antes mesmo da Casa de Câmara e Cadeia ser construída onde hoje é a Praça Balthazar de Bem, já existia no local a Igreja Nossa Senhora da Conceição, datada de 1779, hoje catedral. Assim, pela tradição portuguesa, ali estava a praça religiosa. A praça civil era onde está a Praça José Bonifácio, pois ali foi construído o pelourinho (uma coluna em praça pública onde eram feitas as cerimônias e punições de crimes). Pela lógica, a Casa de Câmara, Júri e Cadeia deveria ser próxima à praça civil, e não junto à religiosa. Mas não foi isso que aconteceu em Cachoeira.
Na época, o terreno encontrado para comprar e fazer a obra foi justamente junto à praça religiosa e um dos proprietários era Ferminiano Pereira Soares, que foi também os construtor e responsável pela primeira planta da obra. Ferminiano foi o construtor também do primeiro teatro de Cachoeira, erguido em 1830, e dos pilares onde seria a Ponte do Jacuí, na localidade de Jacuí, divisa entre Cachoeira e Restinga Seca.

Queima-roupa
Arquiteta Elizabeth, afinal, como começou o trabalho deste grupo e qual o motivo?
“Nosso trabalho começou após as chuvas de setembro de 2012, quando o Grupo de Recuperação da Ponte de Pedra, inconformado com o abandono e a degradação progressiva do Paço Municipal, resolveu fazer um abaixo-assinado solicitando a sua restauração. Quando entregamos ao prefeito recém-eleito Neiron Viegas as 1.248 assinaturas de cidadãos cachoeirenses, ele afirmou que esta já era uma prioridade do seu governo e solicitou a nossa ajuda para atingir este objetivo. Desde então, o Movimento pela Restauração do Paço Municipal está trabalhando voluntariamente em busca de soluções efetivamente realizáveis dentro da nossa realidade econômica”.

Saiba mais- Depois de 20 meses de trabalho, tem início a obra de recuperação da Casa de Câmara, Júri e Cadeia, objetivo do Movimento pela Restauração do Paço Municipal. A obra começou ontem.
- O objetivo é restaurar o prédio, preservar suas características arquitetônicas e torná-lo novamente útil à comunidade. Foram 60 reuniões, centenas de registros fotográficos, pesquisas, treinamento para o trabalho em altura patrocinado pela Screw e trabalho de mais de 30 pessoas, entre voluntários do movimento e soldados do 3º Batalhão, que será o responsável pelo escoramento e pela troca do telhado.
- Uma das etapas mais difíceis foi transferir os arquivos do depósito construído sob o telhado da Rua Gabriel Leon. O trabalho feito ainda em 2013 contou com um guindaste da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e o esforço das arquivistas e funcionários das secretarias de Administração, Obras e Meio Ambiente.
- Em tempo recorde, foi elaborado o projeto para buscar financiamento do Badesul. O projeto realizado pelo arquiteto Júlio César de Campos Ramos, com o apoio dos arquitetos, engenheiro, estagiários, historiadores e colaboradores do movimento, que já haviam adiantado as pesquisas, os levantamentos fotográficos e a análise das patologias, foi montado em apenas 45 dias. Por enquanto, o projeto segue em análise. Por Patrícia Miranda



 
Foto panorâmica da Praça Balthazar de Bem com o Paço Municipal, Château d’Eau e Igreja Matriz.

domingo, 18 de maio de 2014

Alemanha – Há cem anos era aberta primeira exposição de arquitetura moderna

A primeira exposição da federação alemã de ofícios Deutscher Werkbund abriu suas portas em 1914. Hoje, ela é considerada um marco da história da arquitetura, pois suas utopias construídas podiam ser visitadas.
















Casa da Áustria, na exposição do Deutscher Werkbund em Colônia.

Com salvas de tiros, milhares de pombos e uma saudação ao imperador, a primeira exposição do Deutscher Werkbund (Federação Alemã de Ofícios) abriu suas portas em 16 de maio de 1914, em Colônia, no oeste da Alemanha.
Arquitetos, artistas, industriais e operários eram membros da federação cujo objetivo não era somente criar edifícios e utensílios de alta qualidade, mas também dar uma nova forma à vida cotidiana. Os preparativos para a exposição duraram dois anos.
A mostra em Colônia foi a primeira exposição conjunta, na qual arquitetos como Walter Gropius, Peter Behrens, Hermann Muthesius e Henry van de Velde quiseram expressar o alvorecer do modernismo. A visão do Werkbund era empregar a “máquina como auxílio para alcançar qualidade”, como formulou o arquiteto belga Van de Velde.
A ideia é que a união entre arte e indústria reformaria todas as esferas da vida. A máquina não deveria mais só produzir mercadorias baratas, mas também produtos de alta qualidade. O design e o artesanato artístico eram os novos recursos para se fazer do “made in Germany” um selo mundial de qualidade.

Fusão entre arte e indústria

























Cartaz da exposição de 1914 desenhado por Peter Behrens.

Na época, o Império Alemão padecia com a sensação de não ter importância no mundo, por não possuir colônias como as demais potências europeias. O novo design e a Nova Construção vinham para compensar esse déficit.
Qualidade era um princípio orientador central do Werkbund. Para os membros do movimento, os autocomplacentes floreados da Art Nouveau eram um horror, por não ter função e não servir para nada, sendo meramente decorativos. Mas também não faltaram críticas do Werkbund aos produtos inferiores e mal executados da indústria da época.
A exposição em Colônia ofereceu à federação a oportunidade de, pela primeira vez, mostrar as inovações ao público. Um apoiador importante era Konrad Adenauer, que de 1949 a 1963 seria chanceler federal da Alemanha Ocidental.

Da almofada ao urbanismo

























Pavilhão de vidro de Bruno Taut mostrou que vidro é estável.

Em Colônia, na margem direita do Rio Reno, ergueram-se por volta de 80 edifícios. Como formulou certa vez Hermann Muthesius, um dos principais iniciadores do movimento: da almofada ao urbanismo, todas as formas do novo design deveriam se apresentar com um brilho novo. No bairro de Deutz construiu-se um salão de festas projetado pelo arquiteto Peter Behrens, além de restaurantes e cafés.
Para a exposição, o futuro diretor da Bauhaus Walter Gropius construiu uma fábrica-modelo, com fachada em panos de vidro leve e transparente. No entanto, nada se produzia lá: a fábrica era apenas um modelo do uso inovador de vidro e ferro, e da separação entre a área de escritórios e o pavilhão de máquinas – entre o trabalho mental e o manual.
Carl Rehorst, responsável pelo setor de obras públicas de Colônia em 1914, mostrou-se entusiasmado com o projeto de Gropius: os visitantes deviam ver “como a máquina influencia o resultado formal, como condiciona a forma e cada vez encontra mais espaço na menor das oficinas, para poupar a onerosa mão de obra humana”.

Nova Construção, novo estilo
Três edifícios permanecem até hoje particularmente na memória, além da fábrica-modelo de Gropius. Um deles é o pavilhão de vidro de Bruno Taut, uma construção arredondada que lembrava uma pinha de cristal. A novidade estava no uso do vidro como material portante. O arquiteto, que trabalhava em estreita colaboração com a indústria vidreira, queria provar que o vidro também é estável.
A terceira das construções mais importantes do movimento arquitetônico foi o teatro do belga Henry van de Velde. Já antes da exposição, o projeto foi motivo de discórdia: ele não agradava a Muthesius, o presidente da federação de ofícios, que teria preferido um cinema.
Van de Velde recebeu apoio não somente de Gropius e Taut, mas também do industrial Karl-Ernst Osthaus, da cidade de Hagen, um patrono entusiástico do Werkbund. Ele e os demais reconheceram quão visionário era o projeto de Van de Velde, que previa a separação entre a plateia e a caixa de palco.

Briga lendária na Werbund
















Construída em 1911 por Walter Gropius, Fábrica Fagus em Alfeld serviu de modelo para prédio na exposição em Colônia.

Na reunião por ocasião da abertura da mostra do Werkbund, houve um debate histórico entre Muthesius e Van de Velde. O tema foi fabricação em série versus produção individual. O arquiteto belga temia que, devido à produção em série, os artistas perdessem sua liberdade individual e que subordinassem excessivamente à máquina as suas aptidões criativas.
A briga durou vários dias, sem que jamais se chegasse a uma solução: a Primeira Guerra Mundial pôs um fim abrupto à exposição da federação. Nada restou da mostra, todos os vestígios foram apagados da paisagem urbana de Colônia.
Agora, cem anos depois, o Deutscher Werkbund do estado da Renânia do Norte-Vestfália lançou uma reedição do catálogo da exposição de 1914 – para que os méritos daqueles visionários não caiam no esquecimento. Autoria: Sabine Oelze (ca) – Edição: Augusto Valente 

Fonte: DW.DE

Fonte da Pesquisa: http://defender.org.br/noticias/internacional/alemanha-ha-cem-anos-era-aberta-primeira-exposicao-de-arquitetura-moderna/