sábado, 7 de março de 2020

Antes e depois: o que restou do RS pintado por um viajante alemão nos anos 1850

GaúchaZH visitou diversas regiões gaúchas para redescobrir as paisagens retratadas pelo aquarelista Herrmann Wendroth

Um soldado alemão, debochado e transgressor, foi o responsável pelo mais vasto registro visual do Rio Grande do Sul no século 19. Herrmann Rudolf Wendroth morreu desconhecido, em data e lugar incertos, e sua obra só se tornou acessível ao público mais de cem anos depois de concebida – e ainda hoje não é popular fora do circuito acadêmico de arte e história do Rio Grande do Sul.

O estrangeiro registrou por meio de suas aquarelas paisagens de Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Lavras do Sul e Rio Pardo. Seus trabalhos mostram cidades em expansão, em desenhos com profusão de detalhes e apuro estético. No ambiente rural, também circulou e ilustrou com minúcia o modo de vida do homem do campo. Além disso, foi um dos raros artistas-viajantes do século 19 que retrataram os escravos com simpatia, expondo maus tratos sofridos e dando dignidade a sua dança.

Pouco se sabe sobre quem era Wendroth antes de vir ao Brasil. O alemão partiu de Hamburgo em 1851, como soldado mercenário para lutar a serviço do governo imperial do Brasil na campanha contra o ditador argentino Juan Manuel de Rosas (1793–1877). Ele fazia parte de um grupo de legionários conhecido pela indisciplina e disposição para a briga, recebendo o apelido de “resmungões” – brummer, em alemão.

O que o governo imperial não previa era que, em vez de importar um soldado, estava recebendo um artista. Não há informações sobre a família ou a respeito da formação do pintor, mas os trabalhos deixados apontam que Wendroth tenha estudado formalmente e com razoável esmero a técnica de aquarela.

– Ele era um aquarelista muito bom. Os trabalhos apontam que teve ao menos uma boa iniciação no estudo da técnica. E o bom artista trabalha muito, depura, aprende também ao praticar – avalia a ilustradora Laura Castilhos.

Além do talento artístico, Wendroth parece ter sido também um jovem idealista. Os raros estudos sobre o artista pressupõem que ele nutria sonhos de viajar pelo mundo e fazer sua arte conhecida, provavelmente impulsionado pelo trabalho de viajantes naturalistas famosos à época. O alemão Alexander von Humboldt (1769–1859) foi um exemplo desse tipo de personalidade, aliando espírito aventureiro e prazer estético com o avanço dos estudos sobre história natural e ciência.

– Naquela época, não havia muitos ídolos em quem se inspirar. Humboldt era um deles – contextualiza o historiador Júlio Bittencourt Francisco.

“Até as estrelas”

Desde o século 18, a taxonomia se popularizou pela Europa, com a publicação do Systema Naturae (1735), de Carl von Linné (1707–1778), impulsionando não apenas cientistas, mas também cidadãos comuns a uma ânsia classificatória da natureza. Em grande parte, os registros de paisagens realizados por viajantes à época atendem a essa curiosidade, com representação diversificada de animais e plantas. As Américas, com vasta flora e fauna desconhecidas, despertavam a curiosidade dos europeus. Wendroth possivelmente veio para o Brasil não com o desejo de lutar contra Rosas, mas com o plano de voltar para seu país com um álbum ilustrado, que poderia ser vendido, inserindo-se em um mercado lucrativo de livros de artistas-viajantes.

Sua viagem sofreu percalços desde o início. O pelotão em que estava inserido desembarcou no Rio de Janeiro em 1851. Da capital imperial, os soldados seguiram para o porto de Rio Grande e, mais tarde, foram divididos em embarcações menores para atravessar a Lagoa do Patos rumo a Porto Alegre. No artigo “A Iconografia de Viagem de Hermann Rudolph Wendroth sobre o Rio Grandedo Sul Oitocentista”, a historiadora Maria Angélica Zubaran observa que um desenho sobre essa travessia é o primeiro da série autobiográfica do álbum de Wendroth.


Conforme o texto, o alemão não deixa mais do que breves legendas, mas é possível ter mais detalhes sobre o ocorrido por meio da leitura dos relatos de outros companheiros de viagem, como o capitão Lemmers-Danforth, que descreveu em suas memórias a viagem pela Lagoa dos Patos como uma “péssima travessia”.

Apesar da chegada difícil à capital gaúcha, o desenho de Wendroth também carrega esperança na legenda Per aspera ad astra, que pode ser traduzida do latim como “através das dificuldades até as estrelas”. Além de Porto Alegre, há registros do pelotão em Jaguarão e Rio Pardo, mas, ainda em 1851, no dia 20 de setembro, o alemão registra no álbum que teria deixado o grupo, sem detalhar motivos: “Expulso da pátria e já despojado das insígnias, nada mais me restou...”, escreveu.

Antes de abandonar o grupo, no entanto, pinta mais uma curiosa passagem autobiográfica. Por conta de indisciplina militar, Wendroth e alguns colegas foram presos, confinados em um chalé na cidade de Rio Grande. Além de fazer desenhos da casa que serviu como prisão, também deixou uma aquarela em que um soldado recolhe em um vaso o líquido que jorra de uma das paredes. O líquido, na verdade, é vinho. Na ânsia de escapar do cárcere, um dos soldados soltou uma tábua da parede e descobriu no recinto ao lado uma grande quantidade de pipas. Montou uma espécie de torneira. Com a descoberta, desistiram de fugir e passaram a receber visitas de amigos, que também se refestelavam no cárcere.

Cem anos de ausência

Pelos trabalhos deixados por Wendroth, é possível perceber que o artista, depois de deixar a condição de soldado, perambulou por Lavras do Sul e cruzou localidades próximas aos rios dos Sinos, Taquari e Caí. Neste último, perdeu um cavalo, provavelmente afogado na travessia, como pintou em uma aquarela, na qual é representado em pranto por ter perdido o animal. 

O ano e o local da morte de Wendroth são incertos, mas historiadores estimam que seja por volta de 1860, pois é quando se deixa de falar no artista em cartas e outros documentos. Seu álbum, com quase 160 desenhos espalhados em mais de 40 pranchas, é o mais amplo registro das paisagens do Rio Grande do Sul do século 19.

– Wendroth é um caso único, pelo menos até onde se conhece. Os estudos sobre arte visual no Rio Grande do Sul são muito mais relacionados ao final do século 19 e ao século 20. O contexto anterior de formação e produção artística era muito incipiente – afirma o professor Paulo Gomes.

O Estado não teve paisagens e costumes tão documentados por viajantes no século 19 como outras regiões do Brasil. Jean-Baptiste Debret (1768–1848), por exemplo, deixou uma variada obra sobre o país, mas poucos trabalhos relacionados ao Rio Grande do Sul – ainda restam dúvidas entre historiadores se Debret de fato visitou o Estado. Wendroth, deixou vestígios sobre o povo e a geografia locais no século 19, assim como Debret o fez no Rio e em outras cidades, mas a comparação entre os dois precisa ser delimitada, pois pertencem a momentos distintos e possuem formações diferentes.

– Wendroth vem para cá na década de 1850. Debret, (Johann Moritz) Rugendas e todos aqueles artistas que vieram no final do século 19 e início do 20 para realmente documentar o Brasil, quase como uma missão científica, eram profissionais e faziam esse trabalho de modo sistemático. Não é o caso de Wendroth. Debret e Rugendas não são termos de comparação para ele. Wendroth é um amador, um curioso que faz imagens sem nenhuma destinação a priori – explica Paulo Gomes.

A professora Maria Angélica Zubaran compara os registros da população negra realizados por Wendroth com os de Debret e Rugendas:

– É interessante observar que Wendroth, seguindo a tradição das pinturas Debret e Rugendas, não ignorou a violência presente no cotidiano escravista e representou a aplicação de açoites e outros castigos corporais aplicados aos escravizados no Rio Grande do Sul. Ele também registrou negros e negras numa cena festiva, dançando ao som de atabaques, usando calçados e vestidos com tecidos de cores fortes, parecendo um batuque de negros libertos – avalia a professora Maria Angélica Zubaran.

O álbum de Wendroth chegou a ser surrupiado e vendido por um impostor, para passar mais de um século inacessível. Em 1863, as lâminas originais do pintor foram oferecidas por um homem chamado F. A. Buhlmann, de Buenos Aires, para D. Pedro II, sugerindo que os trabalhos eram do remetente e que o imperador poderia comprá-los pelo valor que julgasse mais conveniente. Foi só em 1963 que o secretário de Dom Pedro Gastão de Orleans e Bragança, Guilherme Auler, topou com o material, armazenado no Palácio da Princesa Isabel. Encantado com a descoberta, entrou em contato com o crítico literário gaúcho Augusto Meyer, que resolveu verificar a autoria do material antes de publicá-lo. Como percebeu uma assinatura raspada, encaminhou as lâminas para Instituto de Criminalística do Departamento de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, que conseguiu reconstituir parte do nome assinado, “Herr. Rudolf W”. Com isso, foi possível comparar a assinatura com a lista dos brummer, e o nome de Herrman Rudolf Wendroth foi encontrado.


A publicação do álbum, contudo, teve de aguardar. Foi só em 1982 que a primeira edição foi realizada, e não com todas as lâminas originais. O volume Obras de Hermann Rudolf Wendroth – 1852 foi bancado pela Rio Grande Companhia de Celulose do Sul (Riocell) e oferecido para seus funcionários e colaboradores como presente de final de ano, contendo ainda um texto introdutório do escritor Abeillard Barreto (1908–1983).

Por meio de Abeillard Barreto, o folclorista Barbosa Lessa (1929–2002) também tomou conhecimento do trabalho de Wendroth. Em 1983, quando Lessa era secretário estadual de Cultura, promoveu a primeira exposição com seus trabalhos, celebrando também a edição do conjunto integral dos suas obras, O Rio Grande do Sul em 1852: Aquarelas de Herrmann Rudolf Wendroth.

As lâminas voltaram com pompa para Porto Alegre: foram a atração principal da inauguração de nada menos do que a Casa de Cultura Mario Quintana. Entre os convidados, estavam autoridades como D. Pedro Gastão de Orleans e Bragança, que veio ao Rio Grande do Sul especialmente para o evento. Mas, apesar do brilho de seu retorno à Capital, o artista corre o risco de voltar a ser esquecido mais uma vez – quase quatro décadas depois, não houve reedição de seu trabalho.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2020/03/antes-e-depois-o-que-restou-do-rs-pintado-por-um-viajante-alemao-nos-anos-1850-ck7f2slan01on01oabxnxpnqw.html

O RS do século 19 e de hoje

Dois olhares sobre a Praça da Matriz, no centro da Capital: aquarela de Wendroth mostrando a antiga Igreja Matriz e o Palácio do Governo nos anos 1850; e a Catedral Metropolitana e o Palácio Piratini, construídos nos mesmos locais



domingo, 1 de março de 2020

Minas do Camaquã: as ruínas de um sonho

O cobre criou uma vila pujante e idílica na região central do Estado, mas o fim da mineração tornou o lugar praticamente um deserto.

Enquanto observa o drone da reportagem sobrevoar a degradada praça central de Minas do Camaquã, a cerca de 300 quilômetros de Porto Alegre, Denise Oliveira Quadros, 77 anos, aproxima-se a passos lentos. Para ao lado da equipe e repousa o olhar em um pequeno campo de futebol com goleiras enferrujadas, sem redes, o capim crescendo no meio do concreto. Sua mente voa longe:

— Vocês pensam que sempre teve mato assim? Nada. Era tudo roçadinho. Aqui tinha muita festa. Churrasco com vacas, ovelhas, tudo de graça para os funcionários. Enfeitavam a cruz com luzes... O cinema tinha filme sexta, sábado e domingo. A gente não perdia um. 

Filha, irmã e esposa de mineiros, ela recorda um passado hoje impensável para quem circula pelo 3º distrito de Caçapava do Sul, na região central do Estado. Por mais de um século, entre 1865 e 1996, uma jazida de cobre colocou a pequena vila no centro dos acontecimentos do Rio Grande do Sul. Celebridades, governadores e até um presidente da República visitaram o local, que fez fortunas graças à exploração do metal. 

No auge da mineração, a vila se tornou um microcosmo utópico, administrado por um dos maiores playboys que o mundo já conheceu. Todos os cerca de 5 mil moradores tinham casa, água, luz e transporte gratuitos. Os atendimentos médicos ocorriam em um hospital com bloco cirúrgico e laboratório de exames. A comida era vendida a preço de custo, e o lazer sequer era cobrado. Um cinema com arquitetura estilo saloon exibia os mesmos filmes das salas da capital gaúcha. Além das festas religiosas e de um grande evento anual do Dia do Trabalhador, eram realizados churrascos e campeonatos de futebol patrocinados pela Companhia Brasileira do Cobre (CBC). Nos anos 1970, foi construído um clube com sauna e piscina. 

Daquela época, a única coisa que se manteve foi o isolamento. Distante 25 quilômetros de Caçapava do Sul, Minas do Camaquã ainda tem de ser acessada por estrada de chão. Com o fim da mineração, em 1996, a população debandou. Hoje, pouco mais de 500 pessoas residem no local, onde predominam prédios desocupados ou em ruínas. 

A história definha a céu aberto. A praça ao redor do Cine Rodeio, com a porta vaivém lacrada, as janelas quebradas e o letreiro caindo aos pedaços, tornou-se um campo minado de fezes de gado, cavalos e porcos que hoje circulam soltos pela área. Uma das vilas onde viviam parte dos trabalhadores conta apenas com carcaças de imóveis, tomadas pela vegetação. O hospital foi resumido a um posto de saúde com enfermeira e motorista, que recebe a visita de um médico esporadicamente. Os pequenos comércios passam a maior parte do tempo às moscas. 

Na última década, investidas para reestruturar a economia da região resultaram inócuas. Na esperança da retomada do ciclo de mineração, negócio que entrou na mira da Nexa Resources (ex-Votorantim) e aguarda por licenciamento ambiental, moradores tentaram valer-se do que restou das minas e da exuberante natureza local — onde formações rochosas isoladas conhecidas como guaritas chamam atenção à beira da estrada —como alternativa turística. Mas a empreitada durou pouco. 

Atividades de mergulho em uma das minas terminaram em 2017, após o local ser interditado pela Fepam. No ano seguinte, uma empresa que operava o chamado turismo de aventura, com trilhas, arvorismo e tirolesa, abandonou os equipamentos na mata e encerrou as atividades sem aviso prévio —um outdoor que divulga o serviço segue fixado em frente à praça. 

Houve adversidades climáticas também. Em 2015, um tornado danificou casas e derrubou a cruz metálica instalada no topo de uma pedra, um dos pontos emblemáticos da vila. Sem chuvas desde dezembro, a região perdeu outro atrativo: o Arroio João Dias, utilizado para banho, agora ostenta bancos de areia cercados por água barrenta.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2020/02/minas-do-camaqua-as-ruinas-de-um-sonho-ck6v5li7t0kup01qdsd6mkx9f.html











Vilarejo, que chegou a ter 5 mil moradores, agora conta com cerca de 500 habitantes
Félix Zucco / Agencia RBS
Local ainda tem acesso por estrada de terra
Félix Zucco / Agencia RBS
Comunidade prosperou graças à mineração de cobre
Félix Zucco / Agencia RBS


















Praça no entorno do velho Cine Rodeio está abandonada
Félix Zucco / Agencia RBS


















Cinema exibia os mesmos filmes que passavam em Porto Alegre
Félix Zucco / Agencia RBS

A última cartada de Minas do Camaquã: extraterrestres e misticismo

Moradores relatam que fenômenos atípicos são comuns no céu do vilarejo da região central do Rio Grande do Sul.

Ao lado do Restaurante Bellamina, que funciona na antiga sede administrativa da Companhia Brasileira do Cobre (CBC), uma estátua em concreto de um extraterrestre dá boas-vindas a quem se hospeda na pousada de mesmo nome: 

— Ele representa os seres azuis. Eles estão por aí, pelo pátio — assegura a empresária Guacira Pavão, 60 anos. 

Proprietária dos dois negócios, que administra em parceria com o marido, Luiz Pavão, ela defende que a área é um portal para um dos únicos nichos que seguem levando gente a Minas do Camaquã: o turismo ufológico. Estudiosa da doutrina espírita, diz que os alienígenas que circulam por lá são arcturianos, espécie de E.T. "do bem", muito antigos e evoluídos espiritualmente. Eles teriam sido avistados por crianças que participam das atividades de um centro espírita no local. A estátua foi construída no ano passado, como uma homenagem.

Os contatos de Guacira com o que acredita serem aliens são mais antigos. O primeiro ocorreu no final dos anos 1980, quando, em uma noite de verão, suas filhas avistaram no céu elementos brilhantes que lembravam lâmpadas fluorescentes. Os objetos, segundo ela, movimentavam-se em diferentes direções, até desaparecerem no horizonte. Quase uma década depois, ao viajar de carro em direção a Santa Maria, percebeu uma luz branca vindo na direção contrária do sol, atrás do veículo. O objeto que a emanava, segundo recorda, tinha grandes proporções e uma base metálica. 

— Quando se aproximava, o carro trepidava. Mas eu já não tinha medo, porque no espiritismo sabemos que há outras espécies, mais evoluídas, que vivem em outros planetas. É natural — diz a mulher, que participou, em 2019, de uma série documental do canal History sobre o assunto.

Relatos de fenômenos atípicos no céu de Minas do Camaquã são comuns entre moradores, e despertam, há anos, o interesse de ufólogos. Quase duas décadas atrás, a fama atraiu integrantes do Projeto Portal (hoje Dakila Pesquisas), fundado por Urandir Fernandes de Oliveira, "pai" do ET Bilu (suposto alienígena que, em um vídeo, manda a humanidade "buscar conhecimento"). À época da liquidação de imóveis, o grupo adquiriu os pavilhões que funcionavam como alojamento. 

— Sabíamos de antemão que essa região é considerada um hotspot, um ponto quente para fenômenos, não só no céu, mas na mata, na natureza em geral. A gente já se comunica com muitas dessas energias de forma verbal, telepática e codificada. Às vezes, até com as pedras: se uma pedra cai, é sim. Sem pedra, é não — diz o ufólogo Marcus Rigo.

Segundo Rigo, que mora na Capital, a concentração de minerais da área seria a responsável pelo "magnetismo energético" que possibilita a ocorrência desse tipo de contato. Apesar disso, seu grupo praticamente extinguiu as visitas ao local desde que fundaram Zigurats, um condomínio no interior do Mato Grosso do Sul. 

Mais recentemente, a região tem atraído grupos xamânicos, umbandistas e outros interessados na aura mística. A movimentação intriga a comerciante Luciana dos Santos:

— Extraterrestre eu nunca vi. As naves que eu vejo são as deles, passando. É carro do ano, carro importado. É um público culto, com ensino superior — sorri. 

Para o doutor em astrofísica e professor da UFRGS Rogério Riffel, é pouco provável que os objetos avistados em Minas do Camaquã tenham relação com aliens. Ele explica que, de fato, a vila está situada em uma área onde há anomalias no campo magnético que, ao interagir com partículas elétricas, podem interferir no funcionamento de equipamentos como satélites e redes elétricas. Mas isso, conforme o pesquisador, não tem influência sobre o que se vê no céu. 

— Astrônomos são pessoas que observam o céu e não relatam ufos, porque sabem o que estão olhando. Muitos (fenômenos) têm origens naturais, explicáveis.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2020/02/a-ultima-cartada-de-minas-do-camaqua-extraterrestres-e-misticismo-ck6v75jn40kvi01qd1qoqavyg.html












Extraterrestres "do bem", os arcturianos que circulariam pela região receberam uma estátua como homenagem - Félix Zucco / Agencia RBS
Minas do Camaquã é considerada um ponto para avistar fenômenos não só no céu, mas na natureza em geral - Félix Zucco / Agencia RBS