domingo, 20 de dezembro de 2020

Iphan investe R$ 1,4 milhão no restauro do Clube Blondin em Laguna (SC)

O estado de Santa Catarina recebeu na manhã desta terça-feira (15) mais uma obra realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), com recursos do Governo Federal. O Clube Blondin, localizado no Centro Histórico e Paisagístico de Laguna (SC), voltará a ser apreciado por moradores e visitantes. O investimento foi de mais de R$ 1,4 milhão e contemplou a restauração total e requalificação do espaço.

“Além de restaurar um dos principais exemplares da arquitetura neocolonial deste Centro Histórico, a obra devolve à sociedade um espaço que resgata atividades lúdicas e culturais que aconteciam principalmente aos finais de semana no Centro Histórico de Laguna”, declarou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto.

A obra teve início em março de 2019, e incluiu a restauração da estrutura do telhado, com revisão e substituição de madeiramento e telhas; reforma do revestimento externo e parcial do interno com argamassa histórica e posterior pintura à base de cal; restauração das esquadrias de madeira e ferro; substituição de todo o sistema elétrico e novas luminárias; substituição do sistema hidrosanitário; instalação do sistema preventivo de incêndio; restauração de assoalho de madeira e marchetaria e reconstrução de anexo para banheiros e palco.

A restauração do piso de madeira em placas de marchetaria, utilizado como pista de dança do clube, foi o maior destaque e também o maior desafio de toda a obra. A marchetaria é uma técnica de ornamentação artesanal de encaixes de madeira de diversos tons e tamanhos, aplicados sobre uma peça plana de madeira como base, criando desenhos geométricos.

“Este espaço, associado aos demais clubes e locais públicos do Centro Histórico, proporciona a expansão da vida urbana no bairro”, explicou a superintendente do Iphan-SC, Liliane Nizzola. De acordo com ela, a intervenção vai além do uso comercial e residencial, uma vez que destaca valores como a sociabilidade e o sentimento de pertencimento ao lugar.

Participaram da cerimônia de entrega das chaves, representantes do Escritório Técnico de Laguna do Iphan-SC e da diretoria do Casarão Clube Blondin. 

Clube Blondin

O atual prédio do Clube Blondin, construído em frente à Praça da Matriz, no Centro Histórico de Laguna, foi inaugurado em junho de 1943. Durante os séculos XIX e XX, os clubes recreativos tiveram um importante papel social, sendo locais para realização de grandes festividades que representavam os valores culturais da sociedade da época: saraus, domingueiras, gincanas esportivas, bailes de debutante, bailes de Carnaval, jantares dançantes e outros.

O Clube Blondin foi um destes equipamentos urbanos lúdicos de Laguna que ficou famoso pelos seus memoráveis eventos.










Fonte das Imagens: do site Iphan.

domingo, 1 de novembro de 2020

Desprezo pela história do país - Abandono da Cinemateca Brasileira

 Roberto Gervitz

A produção cultural brasileira já enfrentou ataques demolidores por parte de muitos governos — os anos Collor foram exemplares: levaram consigo estúdios, laboratórios, planos e sonhos. Foram anos de terra arrasada, mas nos reerguemos. Os governos terminam, mas a produção cultural segue pulsando — a criação é uma necessidade atávica do ser humano.

Já estamos cruzando o semiárido cultural, mas não iremos desaparecer porque não se mata uma cultura, e o nosso cinema é a prova indiscutível da capacidade de resistir e de seguir criando. Será mesmo possível e desejável apagar nosso passado — o conjunto das imagens que encerram nossos olhares, depositado na Cinemateca Brasileira, nosso museu do olhar, como definiu Cacá Diegues?

Ela abriga esse grande tesouro composto de registros de amadores que vêm desde o início do século XX até hoje, todo o arquivo do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo, o DIP, parte considerável do acervo da TV Tupi, todas as imagens e matérias do Canal 100 e quase toda a produção audiovisual brasileira contemporânea. São 250 mil rolos de filmes e cerca de 1 milhão de documentos.

No início deste ano, a Cinemateca Brasileira entrou num período de total e completo abandono por parte da União. Dado o risco alarmante que corriam seu acervo e instalações, foram organizadas importantes mobilizações da comunidade cinematográfica, com destacado apoio internacional e da sociedade brasileira. A tais manifestações, que contaram com ampla cobertura da imprensa, se somou uma ação contra a União movida pelo Ministério Público Federal.

No início de agosto, em aparente resposta a essas movimentações, o governo federal, por meio do secretário substituto do Audiovisual, inaugurava um momento de diálogo com as entidades da sociedade civil e a comunidade cinematográfica. Chegou-se até mesmo a discutir alternativas para que se garantisse a preservação do acervo e das edificações.

Transcorridos 50 dias, foram garantidos os serviços básicos e emergenciais de água e de luz; foram contratadas uma minibrigada anti-incêndio e uma empresa de vigilância patrimonial e os serviços de limpeza e manutenção da climatização, embora não detenham a expertise necessária.

No entanto, entre as necessidades emergenciais, falta o fundamental trabalho dos funcionários especializados, sem os quais o acervo não estará seguro, mesmo com a retomada dos serviços básicos acima descritos. O secretário solicitou um plano de trabalho à Sociedade Amigos da Cinemateca, a SAC, para que isso fosse possível, mas tal plano não foi aprovado até o momento. E, assim, apesar dos esforços empreendidos pelas partes, segue inalterada a situação de enorme risco.

Para completar, a dotação prevista no projeto da Lei Orçamentária da União para a Cinemateca Brasileira em 2021 é uma regressão jamais vista. Com tais recursos, a Cinemateca Brasileira será reduzida a um mero depósito de filmes, anulando toda a sua importância e excelência como centro de preservação, irradiador de cinema e cultura.

Este texto, ao lado de uma carta da comunidade cinematográfica já publicada e enviada, é um alerta à comunidade audiovisual e à sociedade brasileira, bem como ao atual governo, que hoje é inteiramente responsável por tudo o que vier a ocorrer com uma das maiores cinematecas da América Latina.

As manifestações que conheceram um justo e paciente arrefecimento em função das negociações podem ser retomadas se o importante diálogo que iniciamos não resultar em soluções efetivas. É urgente que se coloque um ponto final na insustentável situação em que se encontra a Cinemateca.

As associações de cineastas, de preservadores audiovisuais, as cinematecas de todo o mundo, os festivais de cinema, a imprensa nacional e internacional, a comunidade artística e os frequentadores e amantes do cinema aguardam uma solução urgente e imediata para a Cinemateca Brasileira. Quem sabe, viabilizada por uma parceria inédita entre o poder público e a sociedade civil? A reabertura imediata da Cinemateca Brasileira é fundamental, não só para o cinema, como também para o conjunto da cultura e da própria história do país.

nota

NE – publicação original do artigo: GERVITZ, Roberto. Desprezo pela história do país. O Globo, Rio de Janeiro, 13 out. 2020.

sobre o autor

Roberto Gervitz é cineasta.

Fonte: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/20.243/7905
















Antigo Matadouro de São Paulo, atual Cinemateca Brasileira
Foto Nelson Kon

Iphan entrega obra de ampliação da Casa Eichendorf em Santa Catarina

 O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entrega, na tarde desta sexta (16), ao município de São Bento do Sul (SC), os serviços de ampliação da “Casa Eichendorf”, edificação que integra o conjunto de casas tombadas pelo Iphan, nos Roteiros Nacionais de Imigração de Santa Catarina, criado em 2007.

Com investimento de R$ 313 mil do Instituto, a obra contemplou a construção de um anexo com copa e lavabos, construção de rampa de acessibilidade, calçadas e estacionamento, além de melhorias na área externa com grama e iluminação da fachada. Internamente, foram feitas as instalações elétricas e de equipamentos para prevenção e combate a incêndio.

O Iphan já realizou outros serviços na Casa Eichendorf em anos anteriores. Em 2008, por exemplo, foi feita obra emergencial de escoramento e colocação de tapumes; em 2012, restauração da edificação; e, em 2014, os recursos foram aplicados no reparo das pinturas murais da Casa.

Casa Eichendorf

O município de São Bento do Sul possui um importante conjunto de edificações singulares, dentre as quais está a Casa Eichendorf, construída nos primeiros anos do século XX às margens da estrada Dona Francisca.

Sua construção mescla duas técnicas tradicionais da arquitetura usada pelos colonos descendentes de alemães em Santa Catarina: a estrutura enxaimel e a alvenaria autoportante.

A cerimônia de entrega oficial da obra de restauração e ampliação da Casa é promovida pela Fundação Cultural de São Bento do Sul e conta com presença da Superintendente do Iphan-SC, Liliane Nizzola; do presidente da Câmara de Vereadores de São Bento do Sul, Peter Kneubuhler; da chefe de gabinete, Nilva Holz; da diretora de Turismo da prefeitura de São Bento do Sul, Luiza da Silva, e de representantes da Fundação Cultural.  

Mais informações para a imprensa

Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Juliana Brascher - juliana.brascher@iphan.gov.br
(61) 2024-5528
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGovBr  |  www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/5807/iphan-entrega-obra-de-restauracao-da-casa-eichendorf-em-santa-catarina














Fonte: Site do Iphan

sábado, 12 de setembro de 2020

Prefeitura da Serra inaugura ruínas de Queimado restauradas

Local foi marco de uma das principais revoltas de negros escravizados no Espírito Santo, em 1849

Não foi como se sonhava, mas aconteceu nessa segunda-feira (17) a inauguração da restauração das ruínas da Igreja de São José do Queimado, depois de um processo de 22 anos de luta do movimento negro por meio do Fórum Chico Prego. O local foi palco de uma das mais importantes rebeliões de negros escravizados no Espírito Santo e se encontrava em abandono, com ameaça de desabamento das paredes.

A previsão era de uma grande jornada de inauguração culminando no dia 19 de março, data que vem sendo celebrada nas últimas décadas com uma caminhada noturna de Serra Sede até o local e a realização de um ato inter-religioso e atividades culturais. A programação estava pronta, mas dias antes veio o início do período de isolamento em decorrência da pandemia do coronavírus, levando ao adiamento das atividades.

A nova data escolhida, 17 de agosto, é Dia do Patrimônio Histórico. O processo foi feito de forma simbólica, com a realização da caminhada, que tinha 400 inscritos em março, sendo realizada por um grupo de 15 pessoas. Na inauguração, a sociedade civil foi representada por oito integrantes, de Serra, Vitória, Cariacica e Vila Velha, num total de 25 pessoas presentes no ato, incluindo o prefeito Audifax Barcelos (Rede), mas num evento sem a presença de candidatos em 2020, já que a legislação eleitoral eleitoral veda participação neste tipo de atividade desde o último sábado (15).
Mas qual o sentido de inaugurar o monumento em plena pandemia quando não está recomendado o estímulo a atividades turísticas?

Há certas alegações burocráticas, como a necessidade de finalizar o processo de entrega para liberar a empresa contratada. Certamente pesa, porém, também o fator político, já que o processo de restauração foi levado adiante na gestão de Audifax, que não quis correr o risco de deixar para seu sucessor o crédito de bandeja. Aproveitando o bom diálogo que teve com o atual prefeito e sem saber o que se reserva para a próxima gestão, o Fórum Chico Prego também apoiou a inauguração, que é na verdade um primeiro passo de um processo para uso e ocupação do espaço.

O local ainda não tem outras estruturas além das ruínas restauradas da igreja, que servem com museu a céu aberto, contando com informações históricas que finalmente marcam um certo reconhecimento do Estado sobre a importância do local e sua história e uma sinalização para os visitantes que os contextualize ao chegar lá. Localizado em região isolada, as ruínas não contam ainda sequer com vigilantes, de modo que ficam sujeitas a possíveis ações que possam danificar o patrimônio.

Madalena Maria Teles Correia, atual coordenadora do Fórum Chico Prego, comemorou a entrega de Queimado, embora lamentando que a inauguração simbólica não pôde contar com a participação de muitas pessoas importantes no processo, já que o momento pede mobilizações limitadas. "O resultado superou nossas expectativas. Eram ruínas que literalmente podiam vir abaixo, não podíamos entrar e realizávamos atividades do lado de fora. Agora está tudo limpo e estruturado", aponta.

As obras de restauração duraram mais de um ano e tiveram investimento de R$ 1,3 milhão oriundos da iniciativa privada, sendo as obras supervisionadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), assim como as pesquisas arqueológicas que as antecederam. Além de reforçar os muros para evitar que caíssem, a estrutura interna recebeu uma camada de reboco simulando a que se usava na época da inauguração da igreja. Estruturas de metal ajudam simular parte da estrutura original que desabou e também compõem uma escada que leva a um mezanino, onde se pode ter uma vista do alto da nave da igreja.

A restauração das ruínas de Queimado é o marco mais importante de um processo que ainda não terminou. Num segundo momento ainda serão construídos uma guarita, estacionamento, banheiros e um centro pedagógico com salas e auditório. A sinalização das trilhas do entorno e a restauração do espaço do antigo cemitério ainda são processos a serem feitos. A implantação do modelo de governança e projeto pedagógico também ajudarão a sinalizar como vai ser de fato o uso e a se vai haver uma política pública de fato para o local que ficou tanto tempo abandonado e esquecido pelo poder público, pese sua importância histórica.

A instalação de energia elétrica feita pela prefeitura favorece as atividades, já que antes tudo tinha que ser feito levando gerador próprio. Segundo Madalena, a intenção do Fórum Chico Prego é construir um calendário anual de atividades a serem realizadas no local para além da data de 19 de março, quando já acontece tradicionalmente a caminhada e celebração, que podem também ser tombadas como patrimônio imaterial.

A insurreição de Queimado ocorreu em 1849, na ocasião da inauguração da igreja, quando os negros escravizados que trabalharam na construção do templo se rebelarem após saberem que não teriam a alforria que lhes havia sido prometido em troca do trabalho. O movimento foi reprimido e debelado em poucos dias, tendo líderes como Chico Prego e João da Viúva presos e executados. A exceção foi Eliziário Rangel, a única das lideranças que conseguiu fugir e se aquilombar nas matas da região.

Fonte: https://www.seculodiario.com.br/cidades/prefeitura-da-serra-inaugura-ruinas-de-queimado-restauradas















As ruínas estão localizados numa região rural e isolada na Serra. Foto: Vitor Taveira















Vista de cima do mezanino construído dentro da Igreja. Foto: Vitor Taveira

Prefeitura anuncia revitalização da Estação Ferroviária em Divinópolis

A Prefeitura de Divinópolis anunciou nesta sexta-feira (11) a revitalização da Estação Ferroviária do município. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura (Semc), as obras incluem o conserto do telhado, pintura e outras reparações necessárias para a conservação do imóvel.

O G1 solicitou informações à Prefeitura sobre as datas para início e término das obras e o valor que será investido na reforma, no entanto, não obteve retorno até o fechamento da reportagem.

Segundo o Executivo, a revitalização contribuirá para que o município aumente a pontuação no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cultural.

O local abriga a atual sede da Semc onde são desenvolvidos trabalhos de promoção, planejamento e fomento das atividades culturais. Através da política cultural do município, a secretaria realiza no local o atendimento a população, classes artísticas e promove ainda ações de valorização do patrimônio cultural material e imaterial da cidade.

Estação Ferroviária

Segundo a Prefeitura, a Estação foi inaugurada em 1890 e na ocasião foi batizada com o nome de Henrique Galvão, o construtor da ferrovia. Esta primeira estação ficava na antiga Rua do Comércio, próxima ao atual estádio Mendes Mourão.

Na ocasião, Divinópolis existia com o nome de distrito do Espírito Santo do Itapecerica, que pertencia a Vila de São Bento do Tamanduá, atual Itapecerica.

Em Primeiro de Junho de 1912 foi instalado o município de Divinópolis. A estação então teve seu nome alterado para o nome do município. O prédio da estação original foi demolido e um novo foi construído em 1916, na atual Praça Pedro X. Gontijo. O prédio da estação foi tombado pelo município em 1988.

















Estação Ferroviária de Divinópolis — Foto: Prefeitura/Divulgação

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Casa do Barão de Vassouras (RJ) começa a ser restaurada

Com  ar bucólico de cidade pequena, Vassouras - na Região do Médio Vale do Paraíba (RJ) - não perde para nenhuma grande metrópole quando o quesito é a vinculação com a memória nacional. O paisagismo da Praça Barão de Campo Belo, com seu chafariz monumental, as centenárias fazendas do interior, assim como os sobrados que abrigaram gerações de barões e baronesas são elementos que marcam identidade da cidade na história do Brasil. 

Para valorizar esses marcos ancestrais nos tempos atuais, as mais variadas intervenções vêm sendo realizadas nas edificações históricas da região. Chegou a vez de um símbolo do Patrimônio Cultural do município receber obras de restauração: a Casa do Barão de Vassouras. Localizada em um ponto privilegiado do Centro, a casa térrea faz parte do Conjunto Paisagístico e Urbanístico da cidade, inscrito em 1958 no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A obra é fruto de termo de compromisso do Iphan com a Prefeitura de Vassouras. O Instituto vai investir aproximadamente R$ 8 milhões em obras que serão executadas pela Prefeitura e estão previstas para durarem cerca de dois anos. Entre as intervenções de restauro estão previstas a recuperação de pisos, paredes, esquadrias, pinturas, forros, telhados e fachadas históricos; a reorganização dos espaços internos; bem como a adaptação dos ambientes às normas de acessibilidade dos dias atuais.

Situada na então entrada da cidade, o solar captava a atenção dos recém-chegados. De baixa altura, posicionava-se à frente do olhar e o seu jardim exuberante se espalhava pelas amplas varandas para dar as boas-vindas aos visitantes. O monumento é um exemplar raro de arquitetura residencial térrea. Mescla elementos do estilo neoclássico, marcantes da primeira metade do século XIX, com aspectos típicos de construções mineiras, como o avarandado na área posterior.

A casa foi construída para ser a residência de Francisco José Teixeira Leite (1804-1884), filho do Barão do Itambé e futuro Barão de Vassouras. Depois, permaneceu na posse dos herdeiros do Barão de Vassouras até o início dos anos de 1990, quando foi vendida a um grupo empresarial. Em 2018, o imóvel foi doado ao município, que se comprometeu a implementar o Projeto Executivo das obras de restauração aprovado pelo Iphan.

Vassouras e outras 14 cidades dos arredores compõem o Vale do Café, região que se transformou na locomotiva da economia nacional do século XIX e que, na época, chegou a produzir 75% do café consumido no mundo. Atualmente, o município se fortalece cada vez mais como um núcleo de turismo alternativo do estado, atraindo visitantes que desejam fugir da agitação urbana. A intensa programação cultural, a variedade de passeios históricos e hospedagens de charme em propriedades rurais são apenas alguns dos principais atrativos.

Investimentos na região

Vassouras vem recebendo uma série de investimentos do Iphan nos últimos anos. Ao todo, R$ 2,8 milhões já foram destinados à elaboração de projetos executivos de restauração. O Museu Casa da Hera e a Biblioteca Maurício de Lacerda foram alguns dos beneficiados. Já os projetos dos Sete Chafarizes do Centro Histórico e do Antigo Pátio da Oficina estão em fase final de elaboração.

Alguns dos projetos foram executados com recursos da iniciativa privada, como as intervenções no Centro Cultural Cazuza, já finalizadas; e a restauração do Antigo Asilo do Barão do Amparo, em execução. Com projeto e obras financiadas pelo Iphan, a Sede da Associação de Paroquianos de Vassouras (Asepava) foi restaurada com investimentos de cerca de R$740 mil.

Além da Casa do Barão de Vassouras, o Iphan firmou uma série de convênios com Prefeituras da região a fim de revitalizar bens tombados. Atualmente há intervenções das mais diversas em execução. Foram designados R$ 300 mil para a restauração da Torre Sineira da Catedral de Santana, em Barra do Piraí; já a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Paty do Alferes, recebeu cerca de R$ 1 milhão. Nos próximos meses, vão ser iniciadas obras na Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Barra Mansa (RJ).

Por fim, completa a lista a restauração da Casa do Barão do Ribeirão, também em Vassouras. Trata-se de obra sob a responsabilidade direta do Iphan. Localizado na Praça Barão de Campo Belo, o antigo casarão apresenta requinte arquitetônico e se destaca das edificações dos arredores pela grandeza das dimensões. Com investimentos da ordem de aproximadamente R$ 6 milhões, a intervenção está prevista para terminar em 2021.

 Mais informações para a imprensa

Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Daniela Reis - daniela.reis@iphan.gov.br
(21) 2233-6334 
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGovBr  |  www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr













Fonte das Imagens: do site Iphan

sexta-feira, 31 de julho de 2020

MISTÉRIO RESOLVIDO: ESPECIALISTAS ACREDITAM TER DESVENDADO AS ORIGENS DE STONEHENGE

Pesquisadores descobriram de onde vieram as pedras usadas na construção do famoso monumento da Inglaterra

De acordo com uma pesquisa publicada na última quarta-feira, 29, na revista cientifica Science Advances, um grupo de cientistas resolveu um dos maiores mistérios da arqueologia: de onde vieram os megalíticos que compõem o monumento conhecido como Stonehenge, localizado em Wiltshire, na Inglaterra.

Após inúmeras pesquisas, os especialistas conseguiram obter uma resposta através da análise de blocos de arenito, conhecidos como sarsens. Os cientistas concluíram que 50 dos 52 megalíticos de Stonehenge, são procedentes da região de West Woods. De acordo com os especialistas, o local fica a cerca de 25 quilômetros do monumento. 

Uma amostra do núcleo sarsen foi essencial para a descoberta, o elemento foi extraído durante uma expedição no local na década de 1950 e permaneceu nos Estados Unidos por muitos anos, até ser devolvido para a Inglaterra. Além disso, a nova descoberta concluiu que as origens das pedras menores de tom azulado, não são das colinas de Preseli do País de Gales, como era dito anteriormente.

"Espero que o que descobrimos permita que as pessoas entendam mais sobre o enorme esforço envolvido na construção do Stonehenge”, afirmou o líder da pesquisa, David Nash.

Para os especialistas, os sarsens de Stonehenge foram construídos por volta do ano 2.500 a.C, entretanto, como os enormes blocos de pedra foram parar em Wiltshire ainda é um mistério que os arqueólogos pretendem resolver.

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/misterio-resolvido-especialistas-acreditam-ter-desvendado-origens-de-stonehenge.phtml?fbclid=IwAR37ND19y1pORgpYodyZUBj5cd5hjo1ISNIc0dRsYYCCOsv0GmfU5m-xoqg



















O monumento de pedras Stonehenge, no Reino Unido - Getty Images

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Parque Histórico Nacional das Missões (RS) recebe obras de conservação

Os povoados missioneiros criados pelos jesuítas e índios Guarani nos séculos XVII e XVIII, em território que hoje engloba parte do Brasil, Argentina e Paraguai, deixaram estruturas remanescentes que são uma singular marca no tempo de parte da história brasileira. Para preservar essas ruínas e sua memória, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo, realiza continuamente um trabalho de conservação nos sítios históricos e arqueológicos que compõem o Parque Histórico Nacional das Missões, no Rio Grande do Sul.
Nesta última semana de junho, recomeça mais uma etapa desse trabalho com as obras de conservação e recuperação da frontaria e das arcadas das ruínas da antiga igreja de São Miguel Arcanjo, no sítio histórico de São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões (RS). A obra também inclui as estruturas em ruínas dos sítios de São João Batista e São Lourenço Mártir, localizados nos municípios de Entre-Ijuís e São Luiz Gonzaga, respectivamente. Ao todo, o conjunto de ações conta com investimentos de mais de R$ 656 mil. 
Os trabalhos de consolidação nos sítios chegaram a ser iniciados em março, com a execução de serviços preliminares relativos a instalações provisórias, mas foram interrompidos em seguida devido às medidas de segurança e saúde recomendadas durante a pandemia do novo coronavírus. Agora, as obras serão retomadas, começando pelo sítio de São João Batista, com uma previsão de 12 meses de execução. 
Os serviços previstos visam estabilizar estruturas desagregadas, sanar pontos de infiltração e realizar tratamentos para evitar o ingresso de novos pontos de umidade, problemas que decorrem do desgaste natural das edificações ao longo do tempo e de eventuais intempéries. As metodologias que serão aplicadas, levando em conta as especificidades de cada sítio, foram discutidas em encontro técnico realizado em março, envolvendo técnicos de diversas áreas do Iphan e a empresa contratada para realizar a obra, repassando conhecimentos e discutindo as melhores estratégias para a intervenção. 
A conservação das estruturas em ruínas do Parque Histórico Nacional das Missões faz parte de um trabalho permanente do Iphan, que contempla ações básicas de manutenção, realizadas pela equipe de artífices, e projetos específicos, como a nova intervenção. O parque foi criado em 2009 como uma unidade da Instituição, vinculada à Superintendência do Iphan-RS, e reúne os sítios arqueológicos de São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São Nicolau e São João Batista. Ao longo desses anos, o Iphan vem realizando diversos trabalhos no sentido da continuada preservação dos bens, buscando consolidar e recuperar as estruturas desgastadas e manter a integridade e autenticidade das edificações.
 
Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan

comunicacao@iphan.gov.br
Déborah Gouthier – deborah.gouthier@iphan.gov.br
(61) 2024-5516 - 2024-5533 
www.iphan.gov.br
www.instagram.com/IphanGovBr | www.facebook.com/IphanGovBr
www.twitter.com/IphanGovBr | www.youtube.com/IphanGovBr









Fonte da Imagem: do site Iphan

Catedral Imperial, em Petrópolis (RJ), vai passar pela maior restauração de sua história

Quem passeia pelo Centro Histórico de Petrópolis (RJ), logo tem a atenção captada pela Catedral de São Pedro de Alcântara. Um dos principais símbolos da cidade, este monumento vai passar pela maior restauração de sua história. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o projeto de intervenções, proposto pela Mitra Diocesana de Petrópolis. A execução conta com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, por meio do BNDES Fundo Cultural, vai investir R$ 13,1 milhões para revitalizar a fachada e os ambientes internos do edifício, além de implementar uma galeria de exposições.
Também conhecido como Catedral Imperial, o monumento foi tombado pelo Iphan em 1980. O tombamento da igreja é uma extensão da proteção conferida, desde 1964, à Avenida Köeler, inscrita no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.
A edificação estampa inúmeros cartões-postais da cidade, famosa pela pluralidade de atrações históricas e arquitetônicas. As intervenções vão permitir a reabertura do mausoléu no qual se encontram os restos mortais da família imperial. Atualmente, todas as áreas superiores da catedral - órgão, coro, torres e telhado -, assim como o mausoléu, encontram-se fechados para visitação.
 
As obras estão previstas para começar em agosto. Empresas e trabalhadores locais vão executar a empreitada de modo a incrementar a economia da cidade. A restauração vai ser dividida em três ações. A parte externa abrange a recuperação da cobertura, do madeiramento estrutural, dos elementos de ornamentação e das calhas; bem como a recolocação das rosáceas. Além disso, as intervenções incluem a modernização da parte elétrica da igreja e a instalação do sistema de combate a incêndio. Também serão realizados o restauro e a requalificação interna, com recuperação de elementos artísticos.
Destaca-se no projeto a implantação de uma galeria expositiva nos dois primeiros pavimentos da torre que antecedem o sino. Nas cúpulas e agulhas neogóticas, serão instaladas uma passarela e telas de projeção, tanto para contar a história da construção do templo quanto para exibir documentos históricos da fundação da cidade. Esta nova área vai viabilizar o acesso do público à torre: no alto dos 70 metros de altura, exibe de forma panorâmica uma das vistas mais impressionantes da cidade.

O Acervo da Avenida Köeler e a Catedral Imperial – A Avenida Köeler é um dos principais logradouros do plano urbanístico de Petrópolis. De autoria do Major Júlio Frederico Köeler, a via conserva com fidelidade aspectos paisagísticos e urbanísticos originais. Tendo no eixo central o leito do Rio Quitandinha, afluente do Piabanha, a avenida se inicia na antiga Praça de São Pedro de Alcântara - onde se localiza a Catedral - e termina na Praça de Rui Barbosa.
Construídos na segunda metade do século XIX ou na passagem deste para o século XX, o acervo apresenta variedade de estilos: algumas edificações se ligam ao neoclássico final; outras se filiam à fase romântica dos chalés e há ainda os exemplares ecléticos.
O atual edifício da igreja começou a ser construído em 1884. Inspirado nas antigas catedrais do norte da França, o engenheiro e arquiteto baiano Francisco Caminhoá planejou o projeto arquitetônico em estilo neogótico, muito em voga na época. Em 1925, foi inaugurada a matriz, após 37 anos de trabalhos. As obras da fachada, contudo, só começaram em 1929, e a torre só foi erguida entre 1960 e 1969. O templo ostenta um carrilhão de cinco sinos de bronze fundidos em Passau (Alemanha), que pesa nove toneladas.

Essa matéria foi escrita com informações do BNDES
 
Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Daniela Reis - daniela.reis@iphan.gov.br
(21) 2233-6334 - (21) 96962-4945
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGovBr  |  www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr











Fonte da Imagem: do site Iphan