Ativistas temem que inexperiência da companhia em
projetos do gênero possa estar causando danos irreversíveis à pirâmide de
Djoser, que tem mais de 600 anos
22/01/2015 - 09H01/
ATUALIZADO 09H0101 / POR ANDRÉ JORGE DE OLIVEIRA
A
primeira grande construção de pedra erguida pela humanidade pode estar ameaçada
no Egito. Ao menos é o que defendem ativistas do movimento local Non-Stop
Robberies: eles afirmam que a empresa Shurbagy, contratada pelo Ministério das
Antiguidades egípcio para restaurar a pirâmide de Djoser (a mais antiga da
história), não tem qualquer experiência neste tipo de projeto. E dizem mais –
segundo o grupo, ao invés de fazer a reconstrução que prometeu, a companhia tem
deteriorado ainda mais a estrutura que data do século 27 a.C. com técnicas
controversas que contradizem todos os parâmetros internacionais de restauração.
“Tecnicamente, a empresa e os oficiais do Supremo
Conselho de Antiguidades cometeram um verdadeiro crime”, disse o líder do
movimento Amir Gamal ao Egypt Independent. “Novas paredes foram
construídas na parte externa da pirâmide como se ela fosse uma estrutura
moderna, o que se opõe aos padrões internacionais de restauração, que previnem
contra a adição de mais de 5% de construção às antiguidades”, acrescentou. O
ativista alerta que as novas obras estão acrescentando uma grande pressão às
pedras calcárias já deterioradas, e que isso pode provocar uma catástrofe.
A pirâmide de Djoser, de 62 metros de altura, é
formada por seis desníveis, ou “degraus”, e fica no complexo funerário de
Saqqara, trinta quilômetros ao sul de Cairo. O túmulo do faraó de mesmo nome
foi projetado por Imhotep, primeiro engenheiro da história. Além de sofrer com
a ação do tempo, ela ainda foi severamente comprometida por um terremoto em
1992. De acordo com o Non-Stop Robberies, desde que a Shurbagy
assumiu o processo de restauração em 2006, nenhum avanço foi registrado.
PIRÂMIDE
DE DJOSER, A MAIS ANTIGA DO EGITO (FOTO: WIKIMEDIA COMMONS)
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