Depois de passar por minuciosa restauração, Igreja São José
descortina a sua fachada conforme foi projetada, encantando fiéis que
foram assistir às primeiras missas celebradas.
A profusão de cores da Igreja
São José captura o olhar de quem passa pela Avenida Afonso Pena, no
Centro de Belo Horizonte. O bege saiu de cena e deu lugar ao
vermelho-terracota, ao laranja-mostarda, ao verde-oliva e ao azul
caribe. O colorido ficou ainda mais evidente depois que os tapumes e
telas de proteção foram retirados, na última semana. Na manhã desse
sábado foram celebradas as primeiras missas, quando a beleza passou a
ser contemplada de forma integral. Quem vai à igreja se surpreende com a
fachada e fica ainda mais encantado com o espaço interno. Os afrescos
do teto e as cores realçaram a beleza das naves central e laterais e os
sete altares.
Minuciosa, a restauração revela
os detalhes do projeto arquitetônico original feito por Edgard Nascentes
Coelho, em maio de 1901. Os fiéis, e mesmo quem não frequenta, não se
cansam de elogiar a restauração. A reforma teve impacto positivo em toda
a comunidade, superando a expectativa dos dirigentes da comunidade. “O
Centro de Belo Horizonte é muito cinzento. A igreja está colorindo e,
portanto, dando novo encanto à cidade”, diz o padre Paulo Sérgio
Carrara. Se para quem passa pela avenida, a igreja inspira um dia mais
alegre, para quem assiste às missas e quem celebra, a profusão de cores
também muda o humor. “Com a restauração, o clima fica mais propício para
a celebração. Quem entra fica imerso no mistério de Deus. A sensação é
do céu na Terra”, afirma.
Muita gente para para fotografar e entra para conferir a reforma. É o
caso do operador de máquina Ildebrando Antônio da Silva, de 40 anos,
que não resistiu à pintura. Parou e ficou para a missa das 8h ontem. “A
igreja está muito bonita. A restauração ficou muito boa. Chama muito a
atenção de quem passa e ainda é patrimônio histórico”, disse.
A restauração da área interna e da fachada foram concluídas, mas
ainda é necessário restaurar as laterais do templo. De acordo com o
padre Edgard, a reforma será suspensa temporariamente, até que se
arrecadem recursos suficientes para que seja concluída. Já foram gastos
cerca de R$ 2 milhões para a reforma das naves internas, centrais e dos
sete altares, e R$ 1 milhão para a fachada. “Agora, vamos dar uma parada
para planejar a próxima etapa, que é a restauração das laterais”,
pontuou. O recurso para a reforma é angariado por meio de carnês, com
contribuições mensais no valor de R$ 10. “Toda a restauração está sendo
realizada com a colaboração do povo que frequenta a paróquia. Não tem
nenhum recurso público”, destacou o padre. A primeira etapa, que
envolveu a parte interna, foi de 2010 a 2013. A segunda, da fachada,
teve início em maio de 2014.
Afrescos
Mesmo compenetrada com a oração do terço, a supervisora aposentada
Stela Matutina, de 80, não deixa de apreciar os detalhes da igreja. “Um
padre amigo dizia que a São José dá de 10 a zero na Capela Sistina”,
brinca. Localizada no Vaticano, a capela é famosa pelos afrescos de
Michelangelo, pintados entre 1508 e 1512. A decoração pictórica da São
José foi feita pelo alemão Guilherme Schumacher, entre 1911 e 1912.
Stela lembra que os detalhes das pinturas foram revelados para o público
na atividade que integrou a última Virada Cultural. “É tão cheio de
detalhes que poderia ficar o dia inteiro para conseguir prestar atenção
em tudo”, diz. Durante a virada, ela inclusive passou a reparar os
afrescos que sua visão não alcançava pela posição em que sentava na
igreja. “A gente fica sempre de um lado e acaba perdendo”, comentou.
Mesmo morando no Bairro Havaí, na Região Oeste, a dona de casa Ana
Barbosa, de 75, vai pelo menos duas vezes por semana à Igreja São José.
Agora, além da novena ao santo de devoção, ela tem um motivo a mais. Ana
frequenta a São José há 30 anos, quando descobriu que o templo que
recebe o nome em homenagem ao pai de Jesus também realizava novenas para
São Geraldo. Ela credita ao santo o milagre de ter restabelecido a vida
do filho, que enfrentou problemas assim que veio ao mundo. Na missa de
ontem, ela comemorou a arrecadação dos recursos entre os fiéis, que
possibilitou a reforma. “Isso é um fenômeno. Depois de mais de 100 anos,
estamos fazendo uma restauração. Cada pessoa doa R$ 10 por mês, o que
para quem doa não vale nada, mas, quando se junta a outras doações, vira
um grande montante, faz maravilhas”, disse.
Pinturas bíblicas
A Paróquia de São José foi criada em 27 de janeiro de 1900. A igreja
conta com uma nave central, que recebe ornamentos variados nos espaços
entre as colunas. Cenas bíblicas estão pintadas nas paredes laterais da
nave e na capela-mor. As naves laterais têm um conjunto de pinturas que
representam as 12 constelações, os signos do zodíaco. A igreja tem sete
altares: altar-mor de São José, na capela-mor; altar da Sagrada Família e
altar de São Geraldo, ambos na nave central; altar de Nossa Senhora
Imaculada da Conceição, na nave lateral direita; altar do Sagrado
Coração de Jesus, na nave lateral esquerda; altar de Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro, na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e
altar de Santo Afonso, na Capela de Santo Afonso.
Restauração da Igreja São José chama atenção de fiéis
As manhãs de primavera ficam mais bonitas e coloridas no Centro de
Belo Horizonte com a nova fachada da Igreja São José. Bem cedo, os fiéis
prestigiaram as primeiras missas do templo depois que as telas de
proteção foram retiradas da fachada. A profusão de cores tem como
moldura o céu azul desta época do ano, cena que tem atraído a atenção
dos belo-horizontinos que param para contemplar, mas não deixam de fazer
uma foto do patrimônio da cidade. A restauração retoma a pintura da
igreja que data do início do século 20. A igreja foi inaugurada em 27 de
janeiro de 1900, mas, ao longo dos anos, o colorido foi substituído por
tons mais austeros.
O operador de máquina Ildebrando Antônio da Silva, de 40 anos, não
resistiu à pintura. Parou e ficou para a missa das 8h. “A igreja está
muito bonita. A restauração ficou muito boa. Chama muito atenção de quem
passa e ainda é patrimônio histórico”, disse. A celebração foi
presidida pelo padre Paulo Sérgio Carrara. “Toda a restauração está
sendo realizada com a colaboração do povo que frequenta a paróquia. Não
tem nenhum recurso público”, destacou. Segundo ele, já foram gastos
cerca de R$ 2 milhões para a reforma das naves internas, centrais e dos
sete altares e R$ 1 milhão para a fachada. “Agora, vamos dar uma parada
para planejar a próxima etapa, que é a restauração das laterais”,
pontuou.
Por Márcia Maria Cruz
Fonte original da notícia: em.com.br
Fonte da Pesquisa: http://defender.org.br/noticias/belo-horizonte-mg-restauracao-da-igreja-sao-jose-revela-a-beleza-arquitetonica-em-tons-originais/
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
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