quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Cidade conquistada por Alexandre, o Grande, é descoberta no Iraque

Matheus Gonçalves
Uma cidade perdida que foi invadida por Alexandre, o Grande, em sua conquista à Pérsia, finalmente foi descoberta no Iraque, décadas depois de ter sido vista pela primeira vez em imagens de satélite.
O local, chamado Qalatga Darband, estava na rota que Alexandre o Grande tomou ao perseguir o governante persa Dario III, em 331 AC, antes da batalha épica em Gaugamela. O sítio tem sinais de influência greco-romana, incluindo prensas de vinho e estátuas esmagadas que podem ter retratado os deuses Perséfone e Adônis.
“Estamos nos primeiros dias, mas pensamos que teria sido uma cidade movimentada em uma estrada do Iraque para o Irã. Pode-se imaginar pessoas que fornecem vinho para soldados que passam”, disse o historiador John MacGinnis, do British Museum.
Dados de espionagem surpreendentes
Na década de 1960, as imagens de satélites espiões estadunidenses revelaram a existência de um sítio antigo, perto da passagem rochosa Darband-i Rania, no Iraque. Quando os dados finalmente foram publicados, arqueólogos do British Museum os examinaram. Mais tarde, imagens de drones na área revelaram vários blocos de pedra calcária, bem como a sugestão de grandes edifícios enterrados sob o solo. No entanto, quando os arqueólogos conheceram a existência do local, a instabilidade política dificultou o estudo da região, disseram eles.
Somente nos últimos anos, a área tornou-se segura o suficiente para que os arqueólogos britânicos observassem de perto. Quando o fizeram, encontraram uma enorme quantidade de artefatos antigos. A cerâmica encontrada sugere que pelo menos uma área de Qalatga Darband foi fundada durante os séculos II AC e II pelos selêucidas, povo helenístico que governou depois de Alexandre o Grande, de acordo com um comunicado. Mais tarde, os selêucidas foram derrubados e seguidos pelos partos, que podem ter construído muros de fortificação extra para proteger contra os romanos que estavam em expansão nesse período.
O sítio contém um grande forte, bem como várias estruturas que provavelmente são prensas de vinho. Além disso, dois edifícios utilizam telhas de terracota, que são características da arquitetura greco-romana da época.
No extremo sul do local, os arqueólogos encontraram uma grande quantidade de pedras, sob as quais havia uma gigantesca estrutura semelhante a um templo. O prédio continha estátuas esmagadas que pareciam deuses gregos. Um, de um homem nu, provavelmente seria Adônis, enquanto outra figura feminina sentada provavelmente era a deusa Perséfone, de acordo com o comunicado.
Nas proximidades de Darband-I Rania, os arqueólogos também descobriram evidências de um assentamento ainda mais antigo. Essa fortaleza provavelmente data do período assírio, aproximadamente no século VII AC. O forte tinha paredes de 6 metros de espessura e era provavelmente uma maneira para os assírios controlar o fluxo de pessoas através da passagem. No mesmo local, os arqueólogos descobriram um túmulo com uma moeda que data do período dos partos, disseram os pesquisadores.
O túmulo traz a inscrição “Rei dos reis, benéfico, o justo, o manifesto, amigo dos gregos, este é o rei que lutou contra o exército romano liderado por Crasso em 54/53 AC”.
Essa inscrição sugere que a sepultura pertence ao rei Orodes II, que governou entre 57 AC e 38 AC, e pode ter se referido a um período em que os romanos tentaram conquistar os partos. Os partos desviaram esse ataque com arqueiros a cavalo que, de acordo com a declaração.
Traduzido e adaptado de Live Science.







A cidade perdida foi encontrada perto do monte rochoso Darband-i Rania nas Montanhas Zagros, no Iraque.
Crédito: The British Museum

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