quinta-feira, 3 de maio de 2018

Missões Jesuíticas Guaranis - no Brasil, ruínas de São Miguel das Missões (RS)

As Missões Jesuíticas Guaranis, como um sistema de bens culturais transfronteiriços envolvendo o Brasil e a Argentina, compõem-se de um conjunto de cinco sítios arqueológicos remanescentes dos povoados implantados em território originalmente ocupado por indígenas, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da coroa espanhola na América, durante os séculos XVII e XVIII. Inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, em dezembro de 1983, esses remanescentes representam importante testemunho da ocupação do território e das relações culturais que se estabeleceram entre os povos nativos, na maioria do grupo étnico Guarani, e missionários jesuítas europeus. No Brasil, estão localizadas as ruínas do sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo, mais conhecido como ruínas de São Miguel das Missões.
Esses bens também expressam em parte a experiência da Companhia de Jesus no território americano, produzida na chamada Província Jesuítica do Paraguai, que compreendia um sistema de relações espaciais, econômicas, sociais e culturais singulares, conformada à época por 30 povoados, chamados de reduções. Esse complexo incluía ainda estâncias, ervais, redes de caminhos e vias fluviais estendidas pela bacia do Rio Uruguai e de seus afluentes. A experiência, produzida durante os séculos XVII e XVIII, abrangia uma extensa área da América Meridional, correspondente, nos dias atuais, a regiões do Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.
Os elementos integrantes do conjunto declarado não se encontram ameaçados, sendo preservados pela atuação direta da ação governamental principalmente, tanto na Argentina como no Brasil. No caso brasileiro, os vestígios materiais existentes do sítio - corpo principal da igreja, campanário e sacristia, partes das construções conventuais, fundações e bases das habitações indígenas, praça, horto, canalizações pluviais, objetos sacros - permitem expressar este singular modelo de ocupação territorial permeado pela interação e troca cultural entre os povos nativos e os missionários europeus.
No sítio de São Miguel Arcanjo, a legibilidade e o entendimento da configuração espacial do sítio, capaz de expressar o cotidiano da redução, podem ser atestados por documentos que descrevem sua implantação e organização. A sua autenticidade física está mantida pelos materiais e técnicas construtivas originais. As intervenções ocorridas ao longo dos anos datadas desde a época de funcionamento da redução foram executadas para manter a estabilidade estrutural do bem. Tais intervenções estão identificadas e mapeadas.
Em 1938, esses remanescentes foram tombados como patrimônio nacional. Dois anos depois, foi criado o Museu das Missões, destinado ao recolhimento e à guarda da estatuária da Igreja de São Miguel. Em 1983, juntamente com as Missões localizadas em território argentino de San Ignacio Mini, Santa Ana, Nuestra Señora de Loreto e Santa María La Mayor, São Miguel das Missões foi declarada Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. Esses locais são considerados, atualmente, monumentos históricos com finalidade cultural e turística expressiva, e altamente significativos para o desenvolvimento local das comunidades envolvidas. Como exceção, esses sítios são usados para eventos religiosos ou recreativos.

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/39


























































































Crédito das Imagens: do site

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