terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Herdeiro cogita restaurar palacete histórico da década de 1920 em parceria com construtora

Imóvel funciona como estacionamento, mas chama atenção pelo aspecto de abandono.

Giane Guerra

O avanço de uma discussão na Justiça pode encaminhar o destino de um palacete da década de 1920 que chama a atenção pelo aspecto de abandono na esquina das ruas Duque de Caxias e General João Manoel, no Centro Histórico. Por muitos anos, o imóvel foi moradia de um núcleo Chaves Barcellos. É a única intacta das quatro suntuosas casas da famosa família de Porto Alegre no mesmo eixo — duas deram lugar a prédios, enquanto uma foi demolida para a construção de um estacionamento, que depois virou uma farmácia. Desde 2004, esta é considerada patrimônio histórico do município e não pode ser destruída.

Além dos carros no estacionamento que fica no terreno dos fundos, há uma moradora no imóvel. A zeladora Maria Martins Machado cuida da casa e dos veículos. A conversa com a coluna era interrompida pelos clientes que estacionam no espaço porque trabalham nos arredores, onde ficam Palácio Piratini, Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça.

— Perguntam se não tem fantasma na casa. O fantasma sou eu — brinca Maria, que vive sozinha no térreo do casarão desde a morte do marido, em 2013. — Quando chegamos, no começo dos anos 2000, o pátio tinha árvores, limoeiros. Era lindo — lembra.

Recentemente, foi encerrada uma disputa judicial de 10 anos para definir quem seria o herdeiro. À coluna, o dono do palacete disse ter vontade de restaurar a casa, mas o custo é alto. Construtoras já entraram em contato, com interesse de reformá-lo em troca de usar o terreno dos fundos para erguer um empreendimento.

— É uma obra caríssima e não é simples. Precisa ter um uso que a financie. Por ora, estamos impedindo deterioração maior — diz o herdeiro, que não quer ser identificado.

Ele está disposto a negociar. Porém, ainda há o inventário de um tio que era dono de 40% de um terreno nos fundos conectado ao palacete. A área vai até a Rua Fernando Machado. Uma empresa contratada teria atestado que a estrutura da edificação está sólida.

Colaborou Guilherme Gonçalves

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