A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, é a instituição cultural mais antiga do país e a biblioteca mais completa do mundo. Criada em 1800 pelo então presidente John Adams, possui actualmente cerca de cento e quarenta milhões de obras em pelo menos quatrocentos e setenta idiomas, muitas das quais verdadeiros tesouros - por exemplo, os diários manuscritos de George Washington ou um exemplar da bíblia de Gutenberg. Com o advento das novas tecnologias, parte do seu património já está a ser digitalizado e, portanto, tornar-se-á acessível a qualquer leitor
Considerada a maior e mais completa biblioteca do mundo, já resistiu a dois incêndios e à consequente perda de milhares de livros. No entanto, a sua colecção – que foi sendo reposta ao longo dos tempos - distribui-se actualmente por mil quilómetros de estantes e está a ser digitalizada com o objectivo de se tornar acessível a todos.
A Biblioteca foi criada a 24 de Abril de 1800 através de um decreto oficial assinado pelo então presidente John Adams. O “Acto do Congresso” transferia, assim, a sede do governo de Filadélfia para Washington. Na nova capital, o governo destinou cinco mil dólares para a compra de livros necessários ao funcionamento do Congresso, e a um espaço que fosse capaz de armazená-los.
Inicialmente a biblioteca fica instalada no Capitólio. Porém, quando as tropas inglesas invadem o território em 1814, um primeiro incêndio destrói não só o edifício como também os três mil exemplares que este continha até à data. Num golpe de sorte, em menos de um ano a sua colecção ganha 6.487 livros: o ex-presidente Thomas Jefferson, com várias dívidas para pagar, vende a sua biblioteca pessoal. Passara mais de cinquenta anos a coleccionar obras sobre os Estados Unidos e referentes a todos os temas científicos.
Em Dezembro de 1851, um segundo incêndio põe fim a trinta e cinco mil livros e raridades como os retratos dos cinco primeiros presidentes norte-americanos pintados por Gilbert Stuart, um retrato original de Cristóvão Colombo e estátuas de George Washington, Thomas Jefferson e Marquês de la Fayette.
Actualmente, a biblioteca é gerida por quatro mil bibliotecários que, para além da organização e preservação do seu património, se dedicam a manter a filosofia iniciada por Thomas Jefferson: o carácter universal do conhecimento só é possível se acreditarmos na importância de todos os temas. Foi nessa base que Rand Spofford, bibliotecário entre 1864 e 1897, a transformou numa instituição nacional, estabelecendo a lei dos direitos autorais pela qual todos os que publicassem teriam de enviar à biblioteca dois exemplares do seu trabalho. Por conseguinte, houve uma entrega massiva de livros, mapas, folhetos, fotografias e músicas e, claro, uma escassez de estantes para os guardar.
Em 1873, o Congresso autoriza então um concurso para novas propostas a fim de alargar a biblioteca. Em 1886, o projecto de Washington John e J. Paul Pelz é posto em prática e constrói-se um impressionante edifício baseado na arquitectura renascentista. O seu interior começa a ser decorado com esculturas e pinturas de vários artistas norte-americanos. A 1 de Novembro de 1897, a Biblioteca do Congresso abre oficialmente as suas portas ao público.
Embora só integrantes do Congresso e membros de órgãos do Estado possam aceder detalhadamente às obras, qualquer leitor pode visitá-la. Para isso basta ter mais de 16 anos e o cartão de identificação de leitor. Nas salas de leitura há mais de quarenta milhões de exemplares para consultar, traduzidos em quatrocentos e setenta idiomas. E nas zonas de colecção, verdadeiros tesouros para apreciar. A biblioteca tem uma cópia da bíblia de Gutenberg, os diários manuscritos de George Washington e os primeiros desenhos sobre a Lua de Galileu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário