Em outubro de 1775, o Capuchinho Frei Apolônio de Todd se encontrava na Aldeia Indígena de Massacará (hoje situada no Município de Euclides da Cunha) foi convidado pelo Fazendeiro Francisco da Costa Torres, para realizar uma Missão na Fazenda Lagoa da Onça, ali chegando deparou com uma grande Seca e devido à escassez de água no local, não realizou a Missão, decidiu seguir para o logradouro de gado denominado Piquaraçá, onde existia um "Olho d” água em abundância conhecido atualmente como "Fonte da Mangueira", localizado no sopé da serra. Frei Apolônio ao apreciar a serra ficou impressionado com a semelhança com o Monte Calvário de Jerusalém e convidou os fiéis que o acompanhava para transformar o Monte em um “Sacro-Monte”, marcando seu dorso com os passos da Paixão, Mandou tirar madeiras e armar uma capelinha para a Missão, ordenou que fizessem Cruzes para a Procissão rumo ao pico do monte.
A cada parada fincavam as cruzes com espaços regulares na seguinte ordem: A primeira dedicada às almas, as sete seguintes representando as dores de Nossa Senhora e as quatorze restantes lembrando o sofrimento de Jesus em sua caminhada para o Monte calvário em Jerusalém. Contam que quando os fiéis subiam ao monte um forte furacão surgiu e o Frei pediu que invocassem o Senhor Jesus e o furacão cessou, Adiante apareceu um forte Arco-íris que pairava onde estavam as cruzes de madeira, como se quisesse dizer que ali deveriam ser construídas as Capelas e parou onde deveria ser construída a Capela maior, a de Santa Cruz. Isso era 31 de Outubro para 1º de novembro de 1775 e o frei pediu que aquele local não mais fosse chamado de Serra do Piquaraçá, assim chamado devido uma planta nativa, e em abundância "Araçá", mas que passassem a chamá-lo de Monte Santo, e partiu pedindo a todos que construíssem capelas e visitassem sempre as santas cruzes.
E assim os fies construíram as capelas, as menores e a de tamanho médio, a do Senhor dos Passos, a de Nossa Senhora das Dores e, sendo a maior no final do trajeto de aproximadamente 04 km da sede, a capela de Santa Cruz onde ficam as Imagens de Nosso Senhor Morto, Nossa Senhora da Soledade e São João Evangelista. Em 1790, devido à grande romaria e ainda o santuário não estava totalmente construído, o local foi elevado à Categoria de Freguesia por Decreto de Lisboa, recebendo o nome de Santíssimo Coração de Jesus de Nossa Senhora da Conceição de Monte Santo, sendo nomeado o seu primeiro pároco o Padre Antônio Pio de Carvalho.
Em 1794, foi criado o Distrito de Paz de Monte Santo, pertencente ao Termo da Vila de Itapicurú de Cima. Em 21 de março de 1837, por força da Lei provincial nº 51, foi o Povoado elevado à categoria de Vila, que criou também o Município, ocorrendo a inauguração em 15 de agosto do mesmo ano. O Município recebeu o nome de Coração de Jesus de Monte Santo, sendo seu primeiro prefeito o Padre José Vítor Barberino.
Em 28 de junho de 1850, o Distrito de Paz foi elevado à categoria de Comarca, pela Lei provincial nº 395, sendo seu primeiro Juiz de Direito o Bel. Boaventura Augusto Magalhães Taques. Em 25 de julho de 1929, a Vila foi elevada à Cidade, pela Lei Estadual nº 2.192, voltando a receber o nome de Monte Santo.
A fama do Local sagrado percorreu todo o Sertão, todo o Brasil e até no exterior. Peregrinos de toda parte visitam o Santuário para pagarem promessas e pedirem graças. Subir o Monte é indispensável a todos que visitam Monte Santo, ladeira íngreme, construída de pedras, ladeada por balaustres, Ao longo do caminho, de quase 4 km, encontram-se 23 capelas, sendo que suas alvenarias chamam atenção por representar os quadros da Via Sacra de Cristo. A 500 metros acima do nível do mar, A paisagem do alto do monte é belíssima. Dá para avistar toda a cidade, os vales e montanhas que circundam o município. À medida que o visitante vai subindo a serra, o clima vai ficando mais ameno e a brisa no rosto provoca uma sensação de bem-estar e prazer, envoltos pela áurea sagrada da localidade.
Peregrinos de todas as partes sobem a serra para pagar promessas, muitas vezes de joelhos e com pedras na cabeça, numa demonstração de fé e abnegação, São inúmeros os relatos das graças alcançadas pelos Romeiros que tendo sua Grande festa na Semana Santa de cada ano, mas recebe milhares de Romeiros na tradicional Festa de Todos os Santos em 31 de outubro para 1º de novembro, também de cada ano. Monte Santo, o seu município foi criado pela Lei de número 51 de 21 de março de 1837, data que tem seu feriado municipal, e, em 25 de julho de 1929, pela Lei estadual nº 2.192 houve a Emancipação. Deste município já foram desmembrados os municípios de Cansanção, Euclides da Cunha e Uauá; Atualmente possui uma área territorial de 3.285,41Km², Coordenadas geográficas: -39º19"58,80"" Longitude e -10º26"16,80"" Latitude; Localizado na Grande região Geográfica baiana (Nordeste), possuindo o Código no IBGE: 292100; Atualmente possui 56.938 habitantes.
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Monte Santo teve importância estratégica na Guerra de Canudos, servindo como base de operações do Exército contra Canudos, em 1893, sendo escolhida por ser um local privilegiado e por conter uma nascente de água, usada para matar a sede dos soldados. Monte Santo abrigou também por diversas vezes, o bando de cangaceiros de Lampião, que costumava se alojar próximo da Serra do Acaru. Em umas de suas aparições encontrou-se com o padre Francisco César Berenguer, pároco de Monte Santo, o sacerdote, que se encontrou com Lampião em Euclides da Cunha, teve de contar com a ajuda de colegas para escapar da morte. O cangaceiro pediu que o padre lhe cedesse o Ford de sua propriedade para transportar o bando até a vizinha cidade de Tucano. Nas proximidades de Algodões, Berenguer simulou um problema mecânico no carro. Os oito cangaceiros acabaram passando para um caminhão de propriedade do também padre José Eutímio. Dias depois, Lampião ficou sabendo que o padre Berenguer estava se gabando de tê-lo ludibriado. Sem perda de tempo, fez chegar ao sacerdote a seguinte ameaça: “padre Berenguer, no dia em que a gente se encontrar, vou ensinar o senhor a enganar Lampião”. Graças à intervenção do também religioso Zacarias Matogrosso, o sacerdote escapou da vingança terrível do líder cangaceiro.
Na cidade nasceu Gereba, músico que realizou importantes projetos para a música brasileira como instrumentista, compositor, arranjador e produtor cultural. Seu primeiro disco solo é de 1973, "Gereba - Bendegó". Em 1976 lançou junto ao grupo Bendegó, "Onde o olhar não mira". Com o mesmo grupo, lançou mais três discos: "Bendegó", de 1979, "Bendegó 2", de 1981 e "La Nave Vá", de 1986. Em 1985 lançou disco solo "Te Esperei". Vários outros discos vieram, entre eles, "Cantando com a platéia - Tom Zé e Gereba", de 1990; "Gereba convida" com Cássia Eller, Na Ozzetti, Vânia Bastos e outros, de 1993, "Serenata na Umes Gereba convida" coletânea de 6 CDs gravados ao vivo com grandes interpretes de Silvio Caldas a Arrigo Barnabé, de 1997, "Canudos", (homenagem ao centenário de Canudos); de 1997 "Forró da baronesa", de 2000; "Canções que vêm do sol", de 2001 e "Sertão", de 2002 (homenagem ao centenário da obra de Euclydes da Cunha), no qual contou com a participação de Dominguinhos, Orquestra Sinfônica de Natal e Júlio Medaglia, como arranjador.
Monte Santo é famoso também por abrigar o local onde foi encontrado o meteorito mais famoso do Brasil, o Meteorito de Bendegó, hoje em exposição no Museu Nacional do Rio de Janeiro. O referido meteorito foi encontrado em 1874 por Joaquim Bernardino da Mota Botelho, no interior do Estado da Bahia. O ponto de queda está localizado a 48 quilômetros da cidade de Monte Santo e a 180 metros do riacho Bendegó, que daria nome ao meteorito. Tanto o riacho quanto o rio que ele deságua, o Vaza Barris, ficariam conhecidos no futuro. Menos pela queda do meteorito e mais pelos acontecimentos envolvendo Canudos, na resistência montada por Antônio Conselheiro e narrada por Euclides da Cunha no clássico "Os Sertões". O Meteorito Bendegó possui forma irregular, com os seguintes valores aproximados: 2,15 metros de comprimento, 1,5 metros de largura e 58 centímetros de altura. Sua massa foi calculada em 5360 kg, constituída basicamente de ferro (92,70%) e níquel (6,52%), contendo ainda traços menores de outros elementos químicos. Essa composição permite classificá-lo no grupo dos "sideritos", i.e., meteoritos com aproximadamente 90% de ferro e níquel.
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Vista Aérea de Monte Santo
Vista Aérea da Praça Central
Vista da Praça Central
Igreja
Romaria ao Morro da Santa Cruz