O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), autorizou a realização de grafites ao longo das paredes dos Arcos do Jânio, estrutura de tijolos aparentes tombada como patrimônio histórico e situada sob o viaduto da rua Jandaia, região central da cidade.
Protegida pela esfera municipal desde 2002, a construção deve ser “integralmente preservada”, segundo o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp).
Apesar da definição, o próprio órgão autorizou a inclusão da arte urbana. “Não fizemos uma análise estrutural nas paredes, mas o conselho permitiu a intervenção no local”, afirmou Nadia Somekh, presidente do Conpresp em reportagem à Folha de S. Paulo.
Embora tenham sido construídos na década de 1920, os arcos ficaram encobertos pelos cortiços erguidos nos arredores por mais de 60 anos. Foi apenas nos anos 1980, quando o então prefeito Jânio Quadros demoliu os edifícios irregulares para revitalizar a área, que o monumento foi devolvido à paisagem urbana da capital paulista.
Para o especialista em história da urbanização, Nestor Goulart, “a gratifagem é esteticamente interessante, mas a parede precisa ventilar. Certas tintas de grafite impedem a saída da umidade e podem causar danos à estrutura”, pondera.
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