Foi aprovado com unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural o tombamento do conjunto arquitetônico do Sesc Pompeia (SP). O pedido da inclusão na relação de bens protegidos foi feito quando o Sesc Pompeia completou 30 anos de atividades. A inscrição foi avaliada na tarde desta quinta-feira, 05 de março, durante a 78ª reunião do Conselho, realizada na Sede do Iphan, em Brasília.
A justificativa é de que o Sesc Pompeia seja integrado ao patrimônio cultural nacional por ser considerado um marco da arquitetura brasileira e por seus valores técnicos e estéticos, em especial pelas intervenções em sua estrutura, desenvolvidas por Lina Bo Bardi.
O complexo da Pompeia se tornou uma referência arquitetônica nacional e internacional e um dos mais importantes centros de convivência e de cultura da cidade de São Paulo.
Sobre o Sesc Pompeia
Em 1976, a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi foi convidada para projetar um centro de lazer em um prédio ocupado por um conjunto de galpões da antiga fábrica de tambores Pompeia. O espaço era usado pela comunidade local, o que norteou o projeto de intervenção.
A obra foi dividida em duas etapas: a primeira foi o centro de lazer nos antigos galpões, iniciada em 1977 e concluída em 1986; a segunda foram os blocos esportivos, inaugurados no mesmo ano.
O projeto conciliou as antigas estruturas industriais e o novo uso do local, o de lazer. Além disso, trabalhou a inserção de novos volumes arquitetônicos de forma harmônica com seu entorno, mantendo a leitura do tecido urbano, de forma a preservar a memória operária e permitindo, ainda, a criação de um espaço aberto à população, garantindo o convívio coletivo já existente no local.
O conjunto é marcado pela brutalidade dos blocos de concreto, quebrada pelos rasgos irregulares do bloco das quadras ou pelos vãos assimétricos do bloco dos vestiários. É composto, ainda, por passarelas que ligam os blocos, formando uma paisagem leve devido ao posicionamento único de cada uma.
Atualmente, o local está em bom estado de conservação e preservação. Ainda que tenha sofrido algumas alterações para adequar o espaço às atividades do Sesc, não houve descaracterização do bem.
Lina sobre a Pompeia
“Assim numa cidade entulhada e ofendida, pode, de repente, surgir uma lasca de luz, um sopro de vento. E aí está, hoje, a Fábrica da Pompeia, com seus milhares de frequentadores. As filas da choperia, o ‘Solarium-Índio’ do deck, o Bloco Esportivo, a alegria da fábrica destelhada que continua”.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho, que avalia os processos de tombamento e registro, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros que representam instituições como o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e mais 13 representantes da sociedade civil, com conhecimento nos campos de atuação do Iphan.
Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Iphan
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
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Gabriela Sobral Feitosa – gabriela.feitosa@iphan.gov.br
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