EDISON VEIGA
06 Maio 2016 | 17:58
Conselho do Iphan tombou o conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer para o parque paulistano
O conjunto de edificações projetadas por Oscar Niemeyer (1907-2012) para o Parque do Ibirapuera, cartão postal paulistano, agora é patrimônio nacionalmente tombado. A decisão foi tomada, por unanimidade, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em reunião nesta sexta (6).
Também passam a ser protegidos pelo órgão o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e a Passarela do Samba, no Rio.
O Parque do Ibirapuera foi inaugurado em 21 de agosto de 1954 em comemoração aos 400 anos da cidade de São Paulo. “A ideia era converter a área alagadiça da região, que havia sido, na época da colonização, uma aldeia indígena, daí originou-se o nome Ibirapuera (ypi-ra-ouêra), que na língua tupi significa árvore apodrecida, em um parque que criasse uma relação entre a natureza e o espaço urbano”, contextualiza o Iphan, em nota. “Coube ao renomado arquiteto Oscar Niemeyer realizar o projeto arquitetônico do parque, e a responsabilidade pelo projeto paisagístico ficou por conta de Burle Marx. O parque, localizado na região central de São Paulo, possui uma área de mais de 1,5 milhão de metros quadrados se transformou nas últimas décadas no mais conhecido espaço livre de lazer, recreação e cultural da cidade.”
O Iphan ressalta que “o tombamento se dá especificamente aos monumentos do parque que foram projetados por Oscar Niemeyer”. “E por sua relevância urbanística e cultural poderão ser inscritos no Livro do Tombo Histórico e no Livro do Tombo das Belas Artes. São eles: a Grande Marquise, o Palácio das Nações (Pavilhão Manoel da Nóbrega, atualmente ocupado pelo Museu Afro Brasil), o Palácio dos Estados (Pavilhão Francisco Matarazzo Sobrinho, atualmente desocupado), o Palácio das Indústrias (Pavilhão Armando de Arruda Pereira, atualmente ocupado pela Fundação Bienal), o Palácio de Exposições ou das Artes (Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, também conhecido como ‘Oca’, atualmente ocupado para grandes exposições), e o Palácio da Agricultura (atualmente ocupado pelo Museu de Arte Contemporânea da USP)”, completa a nota.
Com a resolução desta sexta, cresce a lista de obras de Niemeyer protegidas pelo Iphan. Em 2007, o órgão aprovou o tombamento de 24 projetos do arquiteto. O conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas. No total, são 23 membros.
Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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