Obras expostas no Memorial do Rio Grande do Sul tiveram seus dados digitalizados por pesquisadores da UFRGS nesta terça-feira
Retiradas das ruas de Porto Alegre após passarem por depredações ou tentativas de furto, e reunidas na exposição Monumentos & Arte: a História da Cidade em Risco, no Memorial do Rio Grande do Sul, quatro obras de arte — uma delas centenária — passaram, nesta semana, por um ritual tecnológico, que deve garantir sua sobrevivência no futuro. Os monumentos ao Prefeito Loureiro da Silva e ao Irmão Weibert, a placa de bronze da Avenida Júlio de Castilhos e o famoso Menino da Cornucópia que costumava embelezar um dos chafarizes da Redenção foram escaneados e devem ter seus dados digitalizados em três dimensões até o fim de setembro. Após esse processo, as obras poderão ser replicadas ou terem suas peças substituídas em caso de avarias.
— A partir de agora, é um pouco mais demorado, porque esses arquivos são muito pesados. Mas até o fim do mês esperamos ter os modelos digitais — conta Fabio Pinto da Silva, pesquisador do Laboratório de Design e Seleção de Materiais da UFRGS.
A atividade realizada na terça-feira (10) e aberta ao público contou com a participação de estudantes de graduação, mestrado e doutorado dos cursos de Design e Engenharia de Materiais da UFRGS. Foi um trabalho a várias mãos. Enquanto Fabio fazia a leitura da peça, com um equipamento que lembra o formato de um ferro de passar roupa e emite um feixe de luz sobre o objeto, um dos alunos segurava o computador ao qual o scanner estava ligado. Na tela, era possível observar a progressão do escaneamento.
A partir de agora, os dados serão processados através de um software que irá criar, a partir dos vértices da peça, uma malha tridimensional que poderá ser utilizada tanto para a criação da versão digital em 3D quanto de uma eventual materialização. Nesse caso, há dois processos possíveis: a impressão em 3D e a chamada usinagem por Comando Numérico Computadorizado (CNC), quando um bloco de material é inserido em um equipamento que "esculpe" a peça a partir de diretrizes — mais usado nos modelos de grande porte.
A versão digital das obras — arquivos mais leves, com tecnologia semelhante à utilizada nos jogos digitais — deve ser disponibilizada para acesso público nos próximos meses. Assim como o Laçador, que passou pelo processo em 2011, e a placa do Monumento a Bento Gonçalves (posteriormente furtada), elas ficarão hospedadas no site do laboratório.
— Temos trabalhado com a digitalização de patrimônio cultural, peças de museu e prédios históricos. Isso vai permitir fazer réplicas, peças em tamanho real, ou até maiores. Poderão voltar para a rua — diz Fabio.
No museu
Todos os 28 bustos, estátuas, placas e painéis da exposição Monumentos & Arte: a História da Cidade em Risco, inaugurada terça-feira no Memorial do Rio Grande do Sul, estão quebrados, decepados, amassados ou foram recuperados depois da investida de ladrões.
As visitações estão abertas no Memorial do Rio Grande do Sul até 29 de setembro: de terças a sábados, das 10h às 18h, e aos domingos e feriados, das 13h às 17h. A entrada é gratuita.
Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/noticia/2019/09/monumentos-de-porto-alegre-sao-escaneados-para-ganhar-versao-digital-em-3d-ck0fohokr01dq01tgjhx8dj1q.html
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