domingo, 24 de janeiro de 2016

De imperador a barões do café, veja fazendas preservadas no interior de SP

Você é daquelas pessoas que, quando escuta falar em fazenda, logo lembra do reality show da TV Record? Então, talvez esteja na hora de atualizar essas definições.
UOL Viagem separou algumas das fazendas históricas no interior de São Paulo preservadas e protegidas pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico) como patrimônio histórico estadual.
Nelas, além de relaxar, também dá para se divertir e fazer uma viagem de volta ao passado, conhecendo um pouco mais da história local e imaginando como seria viver lá, como um verdadeiro peão, ou sinhazinha, caso você seja fã da novela "A Escrava Isaura". Confira:










Reprodução/museumonteirolobato

Sítio do Picapau Amarelo (Chácara do Visconde) – Taubaté
A chácara, que inspirou Monteiro Lobato a escrever as aventuras da turma do "Sítio do Picapau Amarelo", foi tombada pelo Condephaat em 1980. Incluem-se no tombamento a casa, a capela, um cruzeiro, uma velha jaqueira e mais um terreno de 7.000 m². Atualmente, o local abriga um museu em homenagem ao autor, com acervo cheio de objetos pessoais de Lobato, além de uma vasta biblioteca com as primeiras edições de seus livros e também de outros escritores. A área ainda possui uma extensa área verde e espaços para apresentações teatrais com os personagens do Sítio.

Quando: De terça a domingo das 9h às 17h
Onde: Rua Campinas, s/nº - Chácara do Visconde
Mais informações: (12) 3625-5062 e www.museumonteirolobato.com.br













Divulgação/Elizeu Marcos Franco

Fazenda Resgate – Bananal
A casa, um solar assobradado construído em taipa de pilão e pau-a-pique, com planta retangular e telhado em quatro águas, constitui um dos mais ricos e requintados exemplos de moradia rural do período cafeicultor. Pertenceu, no início do século 19, ao comendador Inácio G. Monteiro, que a vendeu o imóvel a José de Aguiar Toledo. No entanto, a fazenda atingiu sua fase áurea com Manoel de Aguiar Vallim, que foi quem construiu a sua sede em, aproximadamente, 1820. Tombada pelo Condephaat em 1982, o local foi um dos maiores produtores de café do Vale do Paraíba. Não possui opção de hospedagem, mas a visitação é permitida para fins turísticos e culturais após agendamento prévio.

Quando: Terças, das 8h às 12h e Quartas, Quintas e Sextas, das 8h às 16h 
Onde: Estrada Nova para Barra Mansa - Km 324
Mais informações: (12) 3116 - 1002 e www.fazendaresgate.com.br













Divulgação/Victor Hugo Mori

Fazenda Vargem Grande – Areias
O local teve sua sede construída em 1837, época do "Ciclo do Café" em São Paulo. Seus proprietários ficaram conhecidos como "Barões do Café", principalmente no eixo entre as cidades de Areias, Bananal, São José do Barreiro, Silveiras e Queluz. A fazenda encontra-se em estudo de tombamento pelo Condephaat e atualmente abriga um hotel fazenda, com jardins projetados por Roberto Burle Marx. O casarão foi inteiramente restaurado e incorpora uma parte nova, construída conforme o padrão original. Todos os ambientes são repletos de detalhes e transformam a visita em uma verdadeira viagem no tempo.

Quando: Segunda a sexta das 10h às 17h
Onde: Estrada dos Tropeiros km 257, Serra da Bocaina
Mais informações: (12)  99759-5351 e www.fazendavargemgrande.com.br













Jefferson Conti/Wikimedia Commons

Fazenda Morro Azul – Iracemápolis/Limeira
Tombada em 1974, é um elegante exemplo de construção do século 19, cujo destaque é seu projeto arquitetônico. Em forma de palacete, exibe azulejos portugueses e ingleses na fachada. A sede foi construída em 1877 e tem como característica principal a sua feição urbana, dada pela presença de azulejos, cantaria, estuque e mármore, dispostos segundo padrões ecléticos. Do lado de fora, existem riachos, uma floresta de jequitibás e as salas de banho, também conhecidas como Ruínas das Termas do Imperador, pois a fazenda hospedou o imperador D. Pedro 2º por duas vezes (1878 e 1886). 

Quando: A Morro Azul é aberta para visitações agendadas e os passeios são acompanhados por guias ou pessoas ligadas à família proprietária.
Onde: Rodovia Limeira-Iracemápolis
Mais informações: 99607-1188 e e-mail: eventos.fazendamorroazul@hotmail.com













J R Fonseca/Wikipédia

Fazenda Lageado – Botucatu
Sua instalação remonta à segunda metade do século 19, quando ocorreu a grande expansão da economia cafeeira no Oeste Paulista. A estrutura é composta por casa-grande, terreiros de secagem, lavagem de grãos, tulhas e casa de máquinas, bem como instalações que garantiam seu funcionamento, como moinho, serraria, paiol, estábulo, entre outros. A fazenda foi adquirida pelo Departamento Nacional do Café e, a partir de 1934, convertida na Primeira Estação Experimental de Café do país. Na década de 1970, o local foi cedido à Unesp, que instalou ali a Faculdade de Ciências Agronômicas e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus Botucatu.

Onde: Portaria Principal: Rua José Barbosa de Barros, nº 1780 e Portaria II: Rodovia Alcides Soares, Km 3.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Autorizado restauro da Ponte de Pedra e do Monumento aos Açorianos

Ordem foi assinada pelo prefeito de Porto Alegre

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, assinou nesta terça-feira a ordem de início das obras de restauro da Ponte de Pedra e do Monumento aos Açorianos.
Construída em 1848, a ponte apresenta uma série de problemas causados, principalmente, por infiltrações de águas pluviais e pelo elevado nível do lago, que deixava parte dos pilares submersos, provocando danos na alvenaria. Uma segunda etapa de obras prevê a urbanização do entorno, com reestruturação dos espelhos d’água, com instalação de ambientes de estar e novo projeto luminotécnico. 
O Monumento aos Açorianos, localizado na avenida Loureiro da Silva, foi inaugurado em 1974, e homenageia os 60 casais açorianos que deram início ao povoamento de Porto Alegre. Devido à ação do tempo, vandalismo e corrosão por urina de animais e humana, suas bases estão bastante danificadas, pondo em risco a estabilidade da obra. A obra contará também com um novo “cachorródromo”, permitindo que os frequentadores do parque e moradores da vizinhança levem seus cães para passeio em local apropriado.

Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2016/1/577308/Autorizado-restauro-da-Ponte-de-Pedra-e-do-Monumento-aos-Acorianos


















Autorizado restauro da Ponte de Pedra e do Monumento aos Açorianos | Foto: Ney Gastal / PMPA / Divulgação / CP

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Marinha começa obra de restauro do museu em Rio Pardo

Equipe do Comando do 5º Distrito Naval, de Rio Grande, chegou semana passada. Prazo inicial é de concluir ação em 90 dias
Depois de mais de dois anos fechado devido a problemas com buracos e infiltrações, o Museu Municipal Barão de Santo Ângelo, em Rio Pardo, finalmente teve sua restauração iniciada. Uma equipe do Comando do 5º Distrito Naval, de Rio Grande, liderada pelo suboficial Alexsandro da Silva Machado, chegou ao município na última quarta-feira, pronta para trabalhar na recuperação do Solar Almirante Alexandrino de Alencar.
Levantamento inicial da Marinha aponta que a reestruturação do prédio inclui a troca de portas, janelas, assoalho, melhorias no telhado e substituição das vigas. Já a parte elétrica será toda refeita pela equipe. A fachada do prédio também será restaurada pela equipe da Marinha e as cores originais, verde e branco, serão mantidas. “Temos o prazo de 90 dias para concluir os trabalhos, mas devemos passar desse período”, prevê Machado.
Na tarde da última sexta-feira, o prefeito Fernando Schwanke, o secretário de Planejamento, Adolfo Menezes, e o arquiteto da Prefeitura, Felipe Bordin, visitaram o museu e verificaram as condições estruturais do imóvel. “O melhor é fazer toda a estrutura e depois mexer no telhado. E o restauro deve começar pelo assoalho”, sugeriu o arquiteto durante a vistoria.
A parte considerada mais crítica, conforme afirmaram marinheiros e arquiteto, é a parede, que está cedendo. “É um problema grave. É a nossa Torre de Pisa. Lá eles não deixaram ela cair e aqui também não deixaremos”, disse Schwanke. Ele se referiu à  famosa torre localizada em Pisa, na Itália, construída entre 1174 e 1350 e que atrai a curiosidade de grande número de turistas estrangeiros.









Madeiras doadas pelo Ibama serão utilizadas para a restauração do Solar Almirante de Alencar

sábado, 16 de janeiro de 2016

Belém do Pará comemora 400 anos

"Em Belém o calorão dilata os esqueletos e meu corpo ficou exatamente do tamanho da minha alma”, registrou o escritor Mário de Andrade, em sua obra O Turista Aprendiz, de quando esteve na capital paraense em maio de 1927. Batizada em 12 de janeiro de 1616, Belém completa 400 anos sendo carinhosamente chamada pelos seus de ‘Cidade Morena’ e popularmente conhecida pelo calor do início de tarde seguido pelas chuvas vespertinas.  
Para comemorar o quarto centenário da cidade, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), publicará vários títulos alusivos à cidade e ao estado do Pará, como Azulejaria de Belém, de Dora Alcântara, Stella Brito e Thais Sanjad; Cerâmicas da Amazônia, de autores diversos e feito em parceria com o Museu Emílio Goeldi, além do Dossiê Carimbó, material que agrega extensa pesquisa sobre esse Patrimônio Cultural Brasileiro Registrado em 2014. 
O Turista Aprendiz, livro de Mário de Andrade, também será relançado durante a programação que contará com mesas redondas sobre o patrimônio cultural da cidade. O Iphan no Estado apoia ainda outras iniciativas da sociedade civil relacionadas à data comemorativa por meio da Rede Casa do Patrimônio do Pará, a exemplo do Roteiro Geoturístico; do Projeto Circular Campina – Cidade Velha; e do Projeto Conhecer o Patrimônio da Associação de Agentes de Patrimônio da Amazônia (Asapam).

Belém e seu patrimônio
O primeiro tombamento feito pelo Iphan no Pará foi das Coleções Arqueológicas e Etnográficas do Museu Paraense Emílio Goeldi no ano de 1940, contemplando também a ocupação pré-colonial dessa parte da Amazônia e do Brasil.
Em 1941, a partir de uma proposta modernista de construção de uma identidade nacional que na época elegeu o período colonial e o barroco brasileiro como representação maior de uma autentica arte e arquitetura brasileiros, foram protegidos federalmente a Igreja da Sé, a Igreja do Carmo, a Igreja de Santo Alexandre e o antigo colégio, a Igreja e convento dos Mercedários e a igreja de São João Batista. 
Os tombamentos das décadas de 1970 e 1980 irão contemplar alguns conjuntos representativos do século XIX e primeiras décadas do XX, como o Palacete Pinho; o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Ver-o-peso, incluídos os mercados; os conjuntos das avenidas Governador José Malcher e Nazaré com seus sobrados ecléticos azulejados, exemplares representativos de uma forma de morar mais modesta. 
A partir de 2000, a atuação do Iphan no Pará vai identificar, documentar e reconhecer, por meio do registro algumas das principais manifestações culturais do Pará como patrimônio cultural brasileiro:Círio de Nazaré, também reconhecido pela UNESCO como patrimônio da humanidade; Carimbó, Festividades de São Sebastião no Marajó e cuias do Baixo Amazonas. Embora algumas se concentrem em outros municípios, todas, sem exceção, mantêm estreita relação com a cidade de Belém decorrente da circulação pelo território paraense de produtos e detentores. Cabe mencionar ainda os inventários preliminares de referências culturais realizados e em andamento no Pará: Marajó; Ver-o-peso, Povo Tembé, Pássaros Juninos, Sairé, comunidades quilombolas de Oriximiná.
Já no ano de 2012, a proteção dos conjuntos dos bairros Campina e Cidade Velha vai reconhecer a importância e a dimensão do conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade de Belém com toda a sua trajetória e transformações ao longo dos séculos XVII ao XXI. 
No Programa PAC Cidades Históricas lançado em 2014, Belém foi contemplada com 15 projetos, na ordem de R$ 47 milhões, destes o Iphan concluiu a obra do Mercado de Peixe. São parceiros no programa a Prefeitura de Belém, Universidade Federal do Pará e a Secretaria de Estado da Cultura. Destaca-se ainda neste ano a inclusão do conjunto Ver-o-peso na lista de candidatura a patrimônio mundial, tendo Iphan e prefeitura trabalhando desde então para que no final de 2016 o dossiê Ver-o-peso seja enviado para a UNESCO na tentativa de que sua indicação seja votada em 2017.
Essa trajetória de Belém, pode-se dizer, está hoje representada nacionalmente pelos monumentos tombados pelo Iphan, na cidade de Belém, e nos bens registrados nos últimos 12 anos, que extrapolam os marcos edificados e monumentais espalhados pela cidade e estão impressos nos saberes e fazeres da população.
A história 
No entorno das primeiras instalações do Forte do Presépio, da Capela do Santo Cristo e depois da igreja de Nossa Senhora das Graças (Sé), desenvolveu-se a ocupação denominada Feliz Luzitânia. Dalí irradiaram os caminhos em direção a novos templos católicos nas versões em taipa de pilão e pau-a-pique – como o da Nossa Senhora do Carmo e São João Batista -, consolidando a estrutura local, hoje o bairro Cidade Velha. 
A chegada dos Franciscanos do Minho à Belém e a instalação de seu Convento vai dar início à ocupação do que viria a ser a freguesia da Campina e, consequentemente, a criação de sua paróquia com a construção das igrejas de Santana, Mercês, Rosário dos Pretos. Ao longo desses caminhos instalaram-se habitações e comércios. O aterramento e drenagem do Piry, vai induzir a maior interiorização e a expansão urbana com implantação de novos bairros. 
Com a vinda da Comissão Demarcadora de Limites para a Amazônia, em meados do século XVIII, chega à Belém o arquiteto italiano Antônio Landi que irá, com o apoio do governo Pombalino, realizar muitas intervenções na cidade, conferindo-lhe novas feições. Praticamente todas as primeiras igrejas serão reformadas por Landi, ganhando monumentalidade e refinamento nos acabamentos, passando a destacar-se na paisagem. Também é de autoria do arquiteto o Palácio dos Governadores, além de muitas outras contribuições que extrapolam a arquitetura. 
A influência europeia é uma marca notória nas edificações distribuídas especialmente na área designada como centro histórico de Belém, bem como no projeto urbanístico do final do XIX que definiu o atual desenho do boulevard Castilho França, estendendo-se pela praça do Relógio, doca do Ver-o-peso e praça Dom Pedro.
Para além dos portugueses, as presenças negras e indígenas são marcantes na configuração social e na formação histórica da cidade, e tiveram suas participações impressas nas paredes das igrejas e em imagens sacras, demonstrando claramente que o processo de constituição da cidade teve (e tem) a participação de diversos atores e agentes em situações muitas vezes díspares, mas resistentes. São os filhos e filhas da terra reivindicando seus lugares na história nas linhas da vivência do presente.
Entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, Belém vai passar por grandes transformações que serão financiadas pelos recursos provenientes da exploração e exportação da borracha. Um grande processo de urbanização e ‘embelezamento’ da cidade que vai ganhar melhor infraestrutura, ruas pavimentadas e arborizadas com mangueiras (daí o título de Cidade das mangueiras), muitos palacetes, construções e elementos urbanos pré-fabricados em ferro decorado ao gosto art noveau. A decoração eclética, com forte influência art noveau vai marcar as decorações de interior das residências, mas também de alguns edifícios coloniais, como o Palácio dos Governadores, o Palácio Antônio Lemos, o paço municipal e o Teatro da Paz.
Vale destacar que a realização de todas estas intervenções arquitetônicas, estéticas e estilísticas na capital do estado só foram possíveis graças à ação de mãos trabalhadoras brancas, negras e indígenas, no primeiro momento. Não demorou muito Belém tornou-se um celeiro de imigrantes (judeus-marroquinos, sírios, libaneses, barbadianos, portugueses, espanhóis, franceses, e tantos outros), um lugar de encontro de diferentes povos, resultado de uma nova política colonizadora e civilizatória para a região. As drogas do sertão e o látex esperançavam pessoas que chegavam de diversas partes do mundo e do Brasil, especialmente do nordeste. 

Lindo é o pôr-do-sol no meu Guajará...
Santa-Maria do Grão-Pará, minha querida Belém
(Xaxá, compositor)

Simples como a beleza de uma rosa, 

Mundana, que não pertence a ninguém 
(Alcyr Guimarães, compositor)

Belém, Belém acordou a feira

Que é bem na beira do Guajará
Belém, Belém, menina morena
Vem ver-o-peso do meu cantar
Belém, Belém és minha bandeira
És a flor que cheira do Grão Pará
(Chico Senna, compositor)

Saiba mais

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Obras do arquiteto Severiano Mário Porto serão tombadas no Amazonas

O projeto aguarda a sanção do governador do Estado, José Melo de Oliveira


Os prédios do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), também uma pousada turística do município de Silves, da sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e do Fórum Henoch Reis, serão patrimônio histórico do Amazonas. O tombamento será possível graças ao Projeto de Lei (PL) 124/2015, que reconhece o interesse arquitetônico, histórico e cultural das edificações de autoria do arquiteto e urbanista Severiano Mário Porto. A proposta foi aprovada em dezembro pela Assembleia Legislativa do Amazonas. A matéria aguarda a sanção do governador do Estado, José Melo de Oliveira.

“As obras do Severiano são marcantes não só para a cidade de Manaus, mas para o Estado do Amazonas. A reunião da floresta com o urbano, característica das obras deste grande arquiteto, não pode ser destruída e precisa ser preservada. Com a aprovação do Projeto de Lei o legado de Severiano passa a ser imortal”, disse o deputado Bosco Saraiva, presidente da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Amazonas, autor da proposta. O parlamentar ressalta que o tombamento das obras de Severiano contribuirá na preservação do “legado de um grande arquiteto que trabalhou para o desenvolvimento da nossa cidade, sem esquecer da questão ambiental”.

Com o projeto aprovado, todas as obras do arquiteto Severiano Mário Porto, tanto na capital quanto no interior, passam a ser preservadas em sua construção original. Em virtude do tombamento, fica proibida a demolição ou descaracterização arquitetônica das edificações. Em caso de necessidade de intervenções físicas no imóvel tombado será obrigatória a aprovação do órgão competente do município.

Atualmente, aos 85 anos, Severiano mora no Rio de Janeiro. Conhecido como “arquiteto da Amazônia”, onde morou e trabalhou por 36 anos, ele foi responsável por grandes projetos nas décadas de 1960 e 1970. Desde aquela época, Severiano já empregava conceitos de arquitetura sustentável mesmo antes desta concepção ganhar popularidade, considerando as necessidades e circunstâncias da região.

Publicado em 05/01. Fonte: FNA


















Fonte da imagem: do site

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Museu de Rio Pardo será restaurado para reabrir portas

Um dos principais pontos turísticos da cidade está fechado desde 2013
As obras no prédio do Museu Municipal Barão de Santo Ângelo, de Rio Pardo, devem começar nos próximos dias. O município recebeu em dezembro a doação de 90 metros cúbicos de madeira do Ibama-RS para a restauração. 

Considerado um dos principais pontos turísticos da cidade, o museu funciona no Solar Almirante Alexandrino e está fechado desde novembro de 2013. Os problemas no prédio com mais de 200 anos vão desde infiltrações até buracos e infestação de cupins.
Ao todo, o prédio tem 11 salas, mais a senzala, que também apresenta infiltração. A ideia de solicitar madeira ao Ibama surgiu após a negativa da Caixa Econômica Federal para o projeto de recuperação, orçado em R$ 800 mil. 
A proposta, encaminhada no início de 2014 ao banco, não foi selecionada e a prefeitura precisou encontrar outra solução. O secretário municipal do Planejamento, Indústria e Comércio, Adolfo Menezes, afirma que a madeira não serão usada apenas no Solar, mas também da antiga prefeitura, nas duas estações férreas e no depósito da Praça da Ponte, além da escadaria interna e do assoalho da Igreja Matriz.
A Marinha do Brasil vai auxiliar na reforma dos prédios e o Comando do 5º Distrito Naval, de Rio Grande, deve enviar equipe ao município nesta semana. 

Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2016/01/576018/Museu-de-Rio-Pardo-sera-restaurado-para-reabrir-portas


















Um dos principais pontos turísticos da cidade está fechado desde 2013 | Foto: Lula Helfer / Gazeta do Sul / CP

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Pode chamá-los de ‘Frankensteins’

Conheça 10 edifícios onde o novo e o velho se unem

26/07/2012 | POR FABIO DE PAULA

A lógica é clara: para se construir um edifício novo onde já existe um outro, é preciso demolir o anterior. Certo? Pense de novo. Pelo menos nos dez edifícios que listamos a seguir, o antigo e o atual convivem juntos sem criar problemas. Lado a lado ou em cima e embaixo – depende da vontade do arquiteto. Arquitetura, aliás, é o que garante harmonia a essas combinações, que, sem critério, poderiam bem ser verdadeiros Frankensteins urbanos. Para nossa sorte, porém, são todos projetos premiados. Confira!


1. Museu de História Militar de Dresden, Alemanha

Famosa por sofrer um dos maiores bombardeios da 2ª Guerra Mundial, Dresden abriga o principal museu militar da Alemanha, justamente dentro de um antigo edifício do exército, construído entre 1873 e 1877 no melhor estilo neoclássico.
Com a reunificação do país, as Forças Armadas decidiram renovar a construção, promovendo um concurso de arquitetura cujo resultado foi divulgado em 2001. Dez anos depois, o projeto do polonês naturalizado norte-americano Daniel Libeskind foi construído.
A estrutura que ele criou, de 30 m de altura e 14.500 toneladas, recorta a fachada principal do prédio com impacto, na forma de um volume de aço e concreto que cria novos espaços expositivos, acrescenta um caráter contemporâneo ao edifício original e remonta à memória de destruição e reconstrução da cidade.

































2. Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil
Autor: Paulo Mendes da Rocha

Muitos são os títulos que colocam a Pinacoteca do Estado no topo da lista de museus brasileiros. Ali está, por exemplo, a maior coleção de arte do século 19 do país. É também o primeiro museu de arte de São Paulo e possui ainda um dos maiores acervos de pintura do hemisfério sul.
Mas a arquitetura também é motivo de interesse para quem visita o edifício. Projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi, ele abrigou o Liceu de Artes Ofícios paulista entre 1905 e 1911, quando passou a sediar a Pinacoteca.
A tarefa de renovar a construção, no início da década de 1990, ficou a cargo de Paulo Mendes da Rocha (Pritzker em 2006), que atravessou seus andares com passarelas metálicas e iluminou seus espaços com claraboias e novas aberturas, sem alterar as centenárias paredes de tijolos.






















3. Museu de Arte de Akron, EUA

Próxima a Cleveland, no Estado norte-americano de Ohio, a cidade de Akron ganhou notoriedade em 2004, quando deu início à obra de renovação do museu de arte local, após um concurso de arquitetura vencido pelo estúdio austríaco Coop Himmelb(l)au.
Com quase 6 mil m² de área, o volume suspenso acrescentou ao conjunto, que até então ocupava um edifício de 1899, um espaço expositivo, além de auditório e cafeteria.
A construção se tornou símbolo de Akron não apenas por sua arquitetura, mas também porque o museu – até então, pouco conhecido – tem um dos maiores acervos de arte dos Estados Unidos.

























4. Museu Municipal de Rapperswil-Jona, Suíça
Autores: :mlzd

A principal exigência do concurso de arquitetura realizado em 2007 para a expansão do museu de Rapperswil-Jona, na Suíça, foi preservar a fachada norte do edifício. Isso porque seus três volumes originais remontam à Idade Média e formam um conjunto – visível a quilômetros de distância – que é símbolo da pequena cidade de apenas 26 mil habitantes.
Dessa forma, os arquitetos do escritório :mlzd criaram um volume que preza pela discrição e pelo diálogo direto com as construções medievais. Trata-se de um edifício de metal dourado que se amalgama com a pedra das antigas fachadas. Visível somente por quem visita o museu a partir de sua entrada voltada para o sul, a construção tem apenas 170 m² de área.






























5. Royal Ontario Museum Crystal, Toronto, Canadá

Um dos maiores museus da América do Norte e principal centro canadense dedicado à cultura e à história natural, o Royal Ontario Museum é ponto turístico de Toronto, atraindo milhões de visitantes todos os anos.
Coube a Daniel Libeskind (mais uma vez) projetar a ampliação do edifício construído em 1912. Inaugurado em 2007, o volume de vidro e metal é todo recortado e, por isso, acabou ganhando o apelido de Crystal.
Feita de 25% de superfícies envidraçadas e 75% de estruturas de alumínio, a construção mais recente praticamente não toca a antiga sede, criando nichos por onde os pedestres circulam sem efetivamente entrar no museu.






















6. Darwin Centre, Museu de História Natural de Londres, Grã-Bretanha
Autores: CF Møller

O Museu de História Natural de Londres figura, ao lado do Museu de Ciência e do Victoria and Albert, como uma das atrações do bairro de South Kensington. Conhecido por sua extensa biblioteca e pela exposição permanente de ossadas completas de dinossauros, ele ocupa uma construção de 1881 semelhante a um templo religioso.
Sua coleção de mais de 70 milhões de espécies de fauna e flora é administrada pelo Darwin Centre, cujo nome é uma homenagem a Charles Darwin, responsável pela coleta de boa parte desse acervo. Em 2008, o centro ganhou uma nova sede – um volume envidraçado, desenhado pelos arquitetos do estúdio dinamarquês CF Møller. Com oito andares, a construção abriga milhões de espécies botânicas e de insetos.
























7. Museu Enzo Ferrari, Módena, Itália
Autores: Future Systems

Inteiramente dedicado à vida e ao trabalho do italiano que criou a fábrica de carros mais famosa do mundo, o novo Museu Casa Enzo Ferrari divide-se entre um galpão restaurado – onde o mecânico nasceu e montou os primeiros veículos que levavam seu sobrenome – e uma nova galeria, inteiramente construída com metal e vidro.
Projetado pelo arquiteto inglês Jan Kaplicky, do estúdio Future Systems, o novo edifício reflete fielmente o design dos carros da Ferrari: os dez recortes do telhado (feito do mesmo alumínio usado nos automóveis) imitam as entradas de ar presentes no capô traseiro de diversos modelos da marca; e o tom de amarelo escolhido (a cor oficial de Módena) é exatamente o mesmo que colore a lataria dos veículos, além de ser o pano de fundo do Cavallino Rampante.























8. Hearst Tower, Nova York, EUA
Autor: Norman Foster

Sede da Hearst Corporation, a torre nova-iorquina abriga as equipes de revistas famosas, como a Cosmopolitan e a Esquire. Concluído em 1928, o primeiro volume teve projeto do arquiteto Joseph Urban e abrigou, desde sempre, o conglomerado de comunicação que dá nome ao edifício.
Norman Foster é o autor do projeto da segunda torre, erguida sobre a primeira, e concluída em 2004, sendo um dos primeiros edifícios de Nova York a receber o certificado LEED de sustentabilidade. Com capacidade para 2 mil novos postos de trabalho, a ampliação tem soluções como reaproveitamento de água da chuva e 80% de aço reciclado em suas estruturas.
































9. CaixaForum, Madri, Espanha

Próximo ao famoso Paseo del Prado, o CaixaForum Madrid é um centro cultural patrocinado pelo banco catalão La Caixa, que rapidamente se converteu em um dos museus mais visitados da capital espanhola. O acervo, que vai de pinturas medievais à arte contemporânea, certamente atrai muitos visitantes. Mas seu projeto de arquitetura, concebido pelos suíços Herzog & de Meuron, também é um fator de atração.
Três elementos distintos estabelecem o caráter marcante do edifício. A começar pela parede do volume lateral, toda forrada com um jardim vertical projetado pelo paisagista francês Patrick Blanc. Em seguida, pelo corpo que abriga o espaço expositivo – no nível térreo, uma antiga central de eletricidade do século 19 e, sobre ela, a marcante extensão revestida com aço oxidado, cujo tom avermelhado pode ser avistado a longas distâncias.




























10. Ontario College of Art & Design, Toronto, Canadá
Autor: Will Alsop

A mais antiga e tradicional escola de arte e design da cidade, o Ontario College of Art & Design é uma entidade pública e ocupa uma série de pequenas edificações dentro do campus, no coração de Toronto.
Desde 2004, o local abriga um dos mais notáveis projetos de arquitetura contemporânea, o Sharp Centre for Design, de autoria do britânico Will Alsop. Com quatro pavimentos, a caixa suspensa mantém-se sobre uma série de finas colunas multicoloridas, cada uma delas voltada para um ângulo diferente. A obra, cujo custo estimado supera os US$ 42 milhões, tornou-se outro dos principais pontos turísticos da cidade.