Conheça 10 edifícios onde o novo e o velho se unem
A lógica é clara: para se construir um edifício novo onde já existe um outro, é preciso demolir o anterior. Certo? Pense de novo. Pelo menos nos dez edifícios que listamos a seguir, o antigo e o atual convivem juntos sem criar problemas. Lado a lado ou em cima e embaixo – depende da vontade do arquiteto. Arquitetura, aliás, é o que garante harmonia a essas combinações, que, sem critério, poderiam bem ser verdadeiros Frankensteins urbanos. Para nossa sorte, porém, são todos projetos premiados. Confira!
1. Museu de História Militar de Dresden, Alemanha
Autor: Daniel Libeskind
Famosa por sofrer um dos maiores bombardeios da 2ª Guerra Mundial, Dresden abriga o principal museu militar da Alemanha, justamente dentro de um antigo edifício do exército, construído entre 1873 e 1877 no melhor estilo neoclássico.
Com a reunificação do país, as Forças Armadas decidiram renovar a construção, promovendo um concurso de arquitetura cujo resultado foi divulgado em 2001. Dez anos depois, o projeto do polonês naturalizado norte-americano Daniel Libeskind foi construído.
A estrutura que ele criou, de 30 m de altura e 14.500 toneladas, recorta a fachada principal do prédio com impacto, na forma de um volume de aço e concreto que cria novos espaços expositivos, acrescenta um caráter contemporâneo ao edifício original e remonta à memória de destruição e reconstrução da cidade.
2. Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil
Autor: Paulo Mendes da Rocha
Muitos são os títulos que colocam a Pinacoteca do Estado no topo da lista de museus brasileiros. Ali está, por exemplo, a maior coleção de arte do século 19 do país. É também o primeiro museu de arte de São Paulo e possui ainda um dos maiores acervos de pintura do hemisfério sul.
Mas a arquitetura também é motivo de interesse para quem visita o edifício. Projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi, ele abrigou o Liceu de Artes Ofícios paulista entre 1905 e 1911, quando passou a sediar a Pinacoteca.
A tarefa de renovar a construção, no início da década de 1990, ficou a cargo de Paulo Mendes da Rocha (Pritzker em 2006), que atravessou seus andares com passarelas metálicas e iluminou seus espaços com claraboias e novas aberturas, sem alterar as centenárias paredes de tijolos.
3. Museu de Arte de Akron, EUA
Autores: Coop Himmelb(l)au
Próxima a Cleveland, no Estado norte-americano de Ohio, a cidade de Akron ganhou notoriedade em 2004, quando deu início à obra de renovação do museu de arte local, após um concurso de arquitetura vencido pelo estúdio austríaco Coop Himmelb(l)au.
Com quase 6 mil m² de área, o volume suspenso acrescentou ao conjunto, que até então ocupava um edifício de 1899, um espaço expositivo, além de auditório e cafeteria.
A construção se tornou símbolo de Akron não apenas por sua arquitetura, mas também porque o museu – até então, pouco conhecido – tem um dos maiores acervos de arte dos Estados Unidos.
4. Museu Municipal de Rapperswil-Jona, Suíça
Autores: :mlzd
A principal exigência do concurso de arquitetura realizado em 2007 para a expansão do museu de Rapperswil-Jona, na Suíça, foi preservar a fachada norte do edifício. Isso porque seus três volumes originais remontam à Idade Média e formam um conjunto – visível a quilômetros de distância – que é símbolo da pequena cidade de apenas 26 mil habitantes.
Dessa forma, os arquitetos do escritório :mlzd criaram um volume que preza pela discrição e pelo diálogo direto com as construções medievais. Trata-se de um edifício de metal dourado que se amalgama com a pedra das antigas fachadas. Visível somente por quem visita o museu a partir de sua entrada voltada para o sul, a construção tem apenas 170 m² de área.
5. Royal Ontario Museum Crystal, Toronto, Canadá
Autor: Daniel Libeskind
Um dos maiores museus da América do Norte e principal centro canadense dedicado à cultura e à história natural, o Royal Ontario Museum é ponto turístico de Toronto, atraindo milhões de visitantes todos os anos.
Coube a Daniel Libeskind (mais uma vez) projetar a ampliação do edifício construído em 1912. Inaugurado em 2007, o volume de vidro e metal é todo recortado e, por isso, acabou ganhando o apelido de Crystal.
Feita de 25% de superfícies envidraçadas e 75% de estruturas de alumínio, a construção mais recente praticamente não toca a antiga sede, criando nichos por onde os pedestres circulam sem efetivamente entrar no museu.
6. Darwin Centre, Museu de História Natural de Londres, Grã-Bretanha
Autores: CF Møller
O Museu de História Natural de Londres figura, ao lado do Museu de Ciência e do Victoria and Albert, como uma das atrações do bairro de South Kensington. Conhecido por sua extensa biblioteca e pela exposição permanente de ossadas completas de dinossauros, ele ocupa uma construção de 1881 semelhante a um templo religioso.
Sua coleção de mais de 70 milhões de espécies de fauna e flora é administrada pelo Darwin Centre, cujo nome é uma homenagem a Charles Darwin, responsável pela coleta de boa parte desse acervo. Em 2008, o centro ganhou uma nova sede – um volume envidraçado, desenhado pelos arquitetos do estúdio dinamarquês CF Møller. Com oito andares, a construção abriga milhões de espécies botânicas e de insetos.
7. Museu Enzo Ferrari, Módena, Itália
Autores: Future Systems
Inteiramente dedicado à vida e ao trabalho do italiano que criou a fábrica de carros mais famosa do mundo, o novo Museu Casa Enzo Ferrari divide-se entre um galpão restaurado – onde o mecânico nasceu e montou os primeiros veículos que levavam seu sobrenome – e uma nova galeria, inteiramente construída com metal e vidro.
Projetado pelo arquiteto inglês Jan Kaplicky, do estúdio Future Systems, o novo edifício reflete fielmente o design dos carros da Ferrari: os dez recortes do telhado (feito do mesmo alumínio usado nos automóveis) imitam as entradas de ar presentes no capô traseiro de diversos modelos da marca; e o tom de amarelo escolhido (a cor oficial de Módena) é exatamente o mesmo que colore a lataria dos veículos, além de ser o pano de fundo do Cavallino Rampante.
8. Hearst Tower, Nova York, EUA
Autor: Norman Foster
Sede da Hearst Corporation, a torre nova-iorquina abriga as equipes de revistas famosas, como a Cosmopolitan e a Esquire. Concluído em 1928, o primeiro volume teve projeto do arquiteto Joseph Urban e abrigou, desde sempre, o conglomerado de comunicação que dá nome ao edifício.
Norman Foster é o autor do projeto da segunda torre, erguida sobre a primeira, e concluída em 2004, sendo um dos primeiros edifícios de Nova York a receber o certificado LEED de sustentabilidade. Com capacidade para 2 mil novos postos de trabalho, a ampliação tem soluções como reaproveitamento de água da chuva e 80% de aço reciclado em suas estruturas.
9. CaixaForum, Madri, Espanha
Autores: Herzog & de Meuron
Próximo ao famoso Paseo del Prado, o CaixaForum Madrid é um centro cultural patrocinado pelo banco catalão La Caixa, que rapidamente se converteu em um dos museus mais visitados da capital espanhola. O acervo, que vai de pinturas medievais à arte contemporânea, certamente atrai muitos visitantes. Mas seu projeto de arquitetura, concebido pelos suíços Herzog & de Meuron, também é um fator de atração.
Três elementos distintos estabelecem o caráter marcante do edifício. A começar pela parede do volume lateral, toda forrada com um jardim vertical projetado pelo paisagista francês Patrick Blanc. Em seguida, pelo corpo que abriga o espaço expositivo – no nível térreo, uma antiga central de eletricidade do século 19 e, sobre ela, a marcante extensão revestida com aço oxidado, cujo tom avermelhado pode ser avistado a longas distâncias.
10. Ontario College of Art & Design, Toronto, Canadá
Autor: Will Alsop
A mais antiga e tradicional escola de arte e design da cidade, o Ontario College of Art & Design é uma entidade pública e ocupa uma série de pequenas edificações dentro do campus, no coração de Toronto.
Desde 2004, o local abriga um dos mais notáveis projetos de arquitetura contemporânea, o Sharp Centre for Design, de autoria do britânico Will Alsop. Com quatro pavimentos, a caixa suspensa mantém-se sobre uma série de finas colunas multicoloridas, cada uma delas voltada para um ângulo diferente. A obra, cujo custo estimado supera os US$ 42 milhões, tornou-se outro dos principais pontos turísticos da cidade.
Fonte da matéria e das imagens: http://casavogue.globo.com/Arquitetura/noticia/2012/07/pode-chama-los-de-frankensteins.html
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