Em meio à efervescência cultural dos anos 1920, o engenheiro Alberto
Monteiro de Carvalho deu ao Brasil uma contribuição que marcaria a
arquitetura do país. Especializado na área civil e formado pela Escola
Politécnica da USP, ele teve seu primeiro contato com o Modernismo
em Buenos Aires, mas logo viajou à Paris para se inteirar das novas
concepções de construção de prédios e cidades – principalmente as ideias
desenvolvidas pelo arquiteto Le Corbusier. Neste ano, a vida do
brasileiro é revelada em livro organizado pela pesquisadora Claudia
Pinheiro. "Alberto Monteiro de Carvalho, o engenheiro e seu tempo" será
lançado no dia 30 de maio, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de
Janeiro.
Em entrevista à Revista de História, Claudia fala sobre o interesse em
levar o projeto adiante. “O importante era fazer com que ele se torne
conhecido para futuros pesquisadores, já que só é familiar para poucos,
como os acadêmicos que já foram à Fundação Le Corbusier, em Paris”. Ela
explica que o engenheiro ajudou a difundir o modernismo no Brasil, ainda
que não tivesse tido participação direta na vanguarda do movimento.
“Foi o Alberto, por exemplo, o interlocutor do convite ao Le Corbusier
para planejar a construção do Palácio Gustavo Capanema, no Rio de
Janeiro”.
Além disso, por conta de suas diversas viagens à França, o engenheiro
trazia na bagagem obras modernistas que, depois, seriam entregues ao
Instituto de Arquitetos do Brasil. “Ele estava sempre correndo atrás de
novidades”, conta Claudia.
Vida e obra
Alberto de Carvalho (1887-1969) estudou na mesma época em que começou a
ser desenvolvido o concreto armado, material que, anos mais tarde,
seria o favorito dos arquitetos modernistas. O engenheiro se interessou
tanto pela combinação de cimento com aço que decidiu se dedicar aos
estudos do sistema em francês e alemão, principais línguas nas quais
eram publicados originalmente os artigos sobre o assunto.
O livro organizado por Claudia é uma fotobiografia que traz diversos
documentos sobre a vida e a carreira do engenheiro, como diários
escritos por ele após a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). A obra será
distribuída gratuitamente para bibliotecas públicas e universidades do
Brasil.
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