Mesmo sofrendo algumas descaracterizações com o passar dos anos, o
Palácio Coronel Diniz Martins Rangel é um dos poucos prédios
centenários de Taquara, que segue ocupado até os dias de hoje, e se
mantém preservado. Localizado no coração da cidade, e completando 104
anos em 2012, a antiga sede da Intendência é um dos cartões postais
mais elogiados pelos turistas e internautas de todo o Brasil.
A preservação do patrimônio histórico de Taquara já foi tema de
enquete realizada no site de Panorama em 2010, e dividiu opiniões por se
tratar de um assunto polêmico e controverso, como ficou evidenciado no
resultado da pesquisa, em que a maiorias dos votos foi em favor do
potencial turístico dos prédios antigos do município. Alguns dos que
votaram contrário à preservação citaram exemplos de antigas residências
que correm o risco de tombarem a qualquer momento por falta de
manutenção. Entre os exemplos arquitetônicos de prédios antigos e
preservados de Taquara, destaca-se o Palácio Municipal Coronel Diniz
Martins Rangel, de construção no estilo neoclássica. Surgido na Europa
no século XVII, o neoclássico tinha como característica a evocação de
temas notadamente ligados à Grécia antiga. O movimento chegou
tardiamente à América, tendo seu auge no início do século XX, quando foi
largamente adotado em prédios públicos construídos no Brasil durante
este período.
Construído no ano em que Taquara deixava de ser uma vila para se
tornar cidade, o prédio imponente chama a atenção por seu estilo
arquitetônico, idealizado por Ildefonso Fontoura, e tendo sua
construção administrada por João Cattani. De acordo com o professor de
história Paulo Mosmann, a estrutura foi construída para abrigar o
Executivo, o Legislativo e também o Judiciário. Prova disso são as
antigas grades colocadas nas espessas paredes, que faziam parte das
celas prisionais que o prédio abrigava. De acordo com Paulo, a
construção foi projetada inicialmente para ter o dobro do tamanho,
porém, faltaram recursos para sua conclusão. Do relógio que estava
previsto para ser colocado no topo do prédio, ficou somente o buraco.
Segundo o prefeito Délcio Hugentobler, o prédio guarda antigas
lembranças, como, por exemplo, a primeira sessão do Legislativo em que
ele se fez presente. “Lembro que naquela oportunidade os ânimos
estavam tão acirrados, que um cinzeiro de vidro atravessou o plenário
em direção à parede. Por sorte, o objeto não atingiu o alvo
pretendido”, recordou. O mandatário lembrou que o futuro do Palácio,
possivelmente, será de um centro cultural, já que como centro
administrativo o prédio é pouco funcional. Questionado sobre a
primeira vez que subiu a escadaria como chefe do Executivo, o prefeito
relatou o sentimento daquele momento. “Foi emocionante. É uma coisa
que só a política proporciona, pois até então nunca havia pensado na
possibilidade de ser prefeito. Foi inesquecível”.
Crédito da Imagem: Cristiano Casagrande
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