Durante muitas décadas, a imagem do Brasil foi construída pelo olhar
estrangeiro. Fosse por meio de documentos escritos ou através de
desenhos e pinturas: os hábitos da população indígena, as paisagens
naturais e a fauna tropical chamaram muita atenção dos europeus. Foi
apenas no século XIX que o país começou a escrever sua própria História –
ainda que sob influência do pensamento Ilustrado. Com estreia prevista
para este sábado (28), o segundo episódio da série Brasil no olhar dos viajantes, da TV Senado, busca fazer uma analogia entre a imagem do Brasil hoje e a captada pelos visitantes de outrora.
Entre entrevistas com especialistas e utilização de muito material da
época, a produção foca no século XVII e recupera os caminhos do ouro, o
trabalho árduo dos escravos e o esforço de colonização por parte da
coroa portuguesa, neste lado do Atlântico. “As narrativas produzidas por
esses viajantes e as imagens que traziam apresentavam ao mundo letrado
um lugar desconhecido, distante e exótico”, comenta João Carlos
Fontoura, diretor do projeto. “Boa parte desse acervo servirá como
referência para os nossos intelectuais que, séculos depois, teriam a
missão de construir uma nacionalidade brasileira”, acrescenta.
Fontoura relata que o projeto está em produção há dois anos e conta
apenas com apoio de instituições públicas. Por enquanto, lá se foi
metade dos esforços. O primeiro episódio, que contava um pouco de
histórias do Brasil pré-colonial, estreou no ano passado e está
inclusive disponível para download. Já o terceiro e último oscilará
entre os séculos XVIII e XIX, com lançamento previsto para dezembro. A
produtora do material, Lorena Maria e Silva, conta que, inicialmente, a
equipe da TV Senado pensou em produzir apenas um documentário, mas se
deparou com uma riqueza tão grande de fontes e pluralidade de temas, que
decidiu desmembrar a ideia e prolonga-la numa série.
“O Senado tem uma gráfica e, há um tempo, publicou uma coleção sobre
viajantes. Quando descobrimos isso, vimos que o tema era pouco explorado
pelo audiovisual, apesar de ser bem didático e rico em ilustrações”,
conta ela.
Continua a matéria no link: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/sob-o-olhar-dos-viajantes
Mulher Tupinambá de Albert Eckhout
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