terça-feira, 29 de abril de 2014

PAC Cidades Históricas tem apenas três de 29 ações em obras no Estado

Dos 29 pontos que seriam revitalizados em Porto Alegre, Pelotas, Jaguarão e São Miguel das Missões no PAC Cidades Históricas, só três estão em obras.
Há risco de os responsáveis perderem os mais de R$ 150 milhões de verba federal aplicados no projeto. E de os patrimônios — muitos centenários — seguirem em agonia. Para isso não acontecer, é preciso publicar a licitação de cada obra até julho deste ano. Fora os três prédios históricos já em restauração, só um cumpriu a exigência até agora.
A maioria das informações vem de um relatório sobre o andamento do PAC no Rio Grande do Sul. Nele, consta que há obras apenas no Mercado Público de Porto Alegre. O restante dos projetos ainda estaria na primeira etapa, a "ação preparatória".
— Inicialmente o Mercado Público de Porto Alegre não estava no PAC. Mas quando houve o incêndio, a presidente Dilma (Rousseff) ligou para o Fortunatti (prefeito da Capital) para incluí-lo no programa imediatamente. Por isso, e por já ter um projeto pronto, andou mais rápido do que os demais — explica a coordenadora do PAC Cidades Históricas em Porto Alegre, Briane Bicca.
Como o relatório foi divulgado neste mês, mas as informações são de dezembro, há atualizações em Jaguarão. Lá, a reforma do Teatro Esperança já está quase no fim e em junho o local deve ser reinaugurado. Também está sendo finalizada a restauração da antiga Enfermaria Militar.
Em Pelotas, nenhuma licitação foi publicada. Com 180 anos, o Theatro Sete de Abril permanece fechado por risco de desabamento. Atualmente, o prédio passa por uma reforma no teto, mas os recursos do PAC — que iriam financiar o restauro de todo o resto, como cadeiras e paredes — não estão garantidos até a publicação da licitação. Gerente de memória e patrimônio da cidade, Gisela de Albuquerque Frattini é otimista:
— Se avançarmos um pouquinho mais, tudo vai dar certo. 
A reforma do Cine Regente, que abriu em 1957, e cerrou as portas na década de 1990, é uma das mais esperadas em Jaguarão. O imóvel permanece fechado. O governo aprovou a restauração, mas não está certo se o prédio, que é privado, será contemplado.

O pipoqueiro Sebastião Sarmento Leite é um dos mais ansiosos. Quando o cinema funcionava, era comum vê-lo ocupando uma das 900 cadeiras do Regente.
— Um menino que vendia amendoim cuidava (das pipocas) para mim e eu ia lá ver filmes. — conta Leite, que, aos 15 anos, cuidava da barraca de pipoca do pai.
A restauração foi aprovada, mas não está certo se o prédio, que é privado, será contemplado.
— Estamos regularizando a situação da sociedade para depois ver a questão do restauro — diz o advogado Filipe Ribeiro.
A secretaria adjunta de Cultura e Turismo, Andréa da Gama Lima, sonha com sessões gratuitas, já que a administração seria compartilhada com a prefeitura. Mas admite dificuldades. Para garantir a verba precisa que a licitação seja lançada até julho, e, antes, as pendências jurídicas têm que ser resolvidas.

O guardião do Mercado Municipal de Jaguarão

Lino Melgari, zelador e guardião do Mercado Municipal de Jaguarão, evita arrombamentos noturnos e espalha boatos de que câmeras de seguranças guarnecem um dos patrimônios arquitetônicos da cidade fronteiriça. Tenta proteger como pode o prédio que iluminou a sua infância.
— Era tão bonito, tão bonito. E tinha tanta gente, tanta gente — repete no eco do mercado vazio.
A construção do século 19 foi fechada pelo Corpo de Bombeiros no ano passado. Os poucos vendedores que resistiam à má conservação do prédio tiveram que sair. É uma das apostas do PAC com maior chance de sair do papel: já teve a licitação publicada e, assim, tem garantia de restauro.
Melgari espera rever o mercado movimentado. É provável que as carroças que traziam alimentos do Interior e os meninos que "usavam tamancas" fiquem apenas no passado. Mas, reformado, acredita Melgari, o mercado voltará a receber velhos amigos que tomavam mate e jogavam conversa fora enquanto faziam suas compras.

Veja as obras do PAC Cidades Históricas no RS
Jaguarão
Restauração da antiga Inspetoria Veterinária
Restauração da Igreja Matriz do Divino Espírito Santo
Finalização da restauração do Teatro Esperança
Requalificação da Praça Dr. Alcides Marques e Largo das Bandeiras
Restauração do antigo Fórum — Casa de Cultura
Restauração do Casarão Clube Social 24 de Agosto
Restauração do Casarão da Prefeitura Municipal
Restauração do Casarão do Clube
Restauração do Cine Regente
Restauração do Mercado Público
Universidade Federal
Finalização da restauração da antiga Enfermaria Militar - Centro de Interpretação do Pampa - Unipampa
Sinalização turística
Pelotas
Etapa final da restauração da Casa 2 - Centro Cultural Adail Bento Costa
Implantação do Museu da Cidade de Pelotas (Casa 6)
Requalificação da Pça. Cel. Pedro Osório e travessias acessíveis (Etapa final)
Restauração dos galpões anexos à Estação Férrea - Centro Administrativo Municipal
Restauração Sete de Abril
Etapa final da obra do Antigo Grande Hotel
Sinalização turística
Porto Alegre
Etapa final da restauração do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa
Restauração da antiga sede dos Correios - Memorial do Rio Grande do Sul e o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul
Restauração do Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Restauração do Museu Júlio de Castilhos
Finalização da obra de restauração do Palacete Argentina e anexo - Iphan
Finalização da requalificação da Praça da Alfândega
Finalização da restauração do Casarão da Pinacoteca Rubem Berta
Requalificação da Praça da Matriz e restauração do Monumento à Júlio de Castilhos
Restauração do Mercado Público
Construção do Centro de Convenções
São Miguel das Missões
Implantação do Complexo Cultural do Sítio de São Miguel Arcanjo: Sede do Iphan, anexo do Museu das Missões, Centro de Atendimento ao Turista e Centro de Interpretação das Missões e Centro Cultural
Requalificação urbanística do entorno do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo
Implantação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas nas Ruínas de São Miguel
Sinalização turística

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/04/pac-cidades-historicas-tem-apenas-tres-de-29-acoes-em-obras-no-estado-4485007.html 

















 
Mercado Municipal de Jaguarão é uma das obras que devem sair do papel na cidade, pois já teve a licitação publicada
Foto: Marcel Ávila/Especial

















 
Inaugurado no século 19, construção foi fechada pelos bombeiros da cidade no ano pasado
Foto: Marcel Ávila/Especial


















Lino Melgari é o zelador do Mercado Municipal de Jaguarão, uma das obras que deve sair do papel (Foto: Marcel Ávila, Especial)


















Cine Regente, outra construção de Jaguarão, pode ficar de fora do PAC: ainda não teve a licitação encaminhada
Foto: Marcel Ávila/Especial


















Pipoqueiro Sebastião Sarmento Leite trabalhava com o pai no Cine Regente Foto: Marcel Ávila, Especial)

domingo, 27 de abril de 2014

Salvador (BA) – Fechados há mais de uma década, museus sofrem com abandono

Reportagem do site Defender:
 
Dois museus na Bahia se tornaram ícones do abandono, mas têm promessas de investimentos para restaurar seus prédios e acervos.

Ele nasceu 428 anos atrás. Ele viu as sinhazinhas tomando banho de sol no pátio superior. Observou a nobreza se empanturrar com banquetes no salão de jantar. Assistiu a senhores de engenho arrotando poder e autoritarismo. Ao mesmo tempo, acompanhou o sofrimento de homens negros na fábrica de açúcar, ouviu seus gritos de desespero no tronco e flagrou sua fuga rumo aos quilombos.
Ele viu a triste e rica história do Brasil passar sob seus olhos. Hoje, ele mesmo, que nos seus tempos áureos estava de portas abertas para contar toda essa trajetória a quem quisesse ver e ouvir, é açoitado pelo descaso. Ele é o Museu Wanderley de Pinho, na localidade de Caboto, município de Candeias, às margens da Baía de Todos os Santos, fechado à visitação desde o ano 2000.
Às vésperas da Semana Nacional de Museus, em 18 de maio, o Wanderley de Pinho é o maior símbolo da falta de manutenção desse tipo de patrimônio na Bahia. Mas não é o único. Em estado semelhante, o Museu de Ciência e Tecnologia (MCT),  pioneiro na América Latina, está fechado desde o início da década de 1990 e sofre com o desgaste de seu acervo e prédio, localizado na Boca do Rio.
O Wanderley de Pinho é o velho Engenho Freguesia, construído ainda no século XVI, dos mais antigos e importantes patrimônios do país. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ainda em 1944, foi transformado em museu em 1971. Sua degradação chegou a trazer riscos de desabamento da casa-grande e da capela, mas uma reforma emergencial em 2004 manteve o prédio de pé.
Em visita ao local, o CORREIO constatou que o maior prejuízo é arquitetônico. A fachada da casa-grande está com o reboco completamente comprometido e com rachaduras, as paredes internas desgastadas e a capela com os dois andares seguros por escoras. O cheiro é de madeira podre e mofo. Morcegos voam de um lado para o outro dos quartos. Da fábrica de açucar, bem ao lado, restaram apenas ruínas.
O lugar é inóspito e cercado de mata atlântica. “Isso aqui era bonito quando as escolas vinham visitar”, disse um dos dois seguranças que protegem o local. A entrada é proibida, mas através das imensas janelas e portas quebradas dá para ver parte da coleção que ainda é mantida no local, como um antigo carro de boi e engrenagens da moenda. Na área externa, há um antigo canhão completamente enferrujado, Uma velha locomotiva, no mesmo estado de degradação, foi colocada no local quando da abertura do museu.
A Diretoria de Museus (Dimus) do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultutal da Bahia (Ipac), que administra o monumento, garantiu que ao menos o acervo está preservado. Ou pelo menos parte dele, já que um assalto em 1991 fez desaparecer boa parte. “A polícia chegou a recuperar alguns deles”, lembra Fátima dos Santos, museóloga da Dimus e autora de um projeto de revitalização do espaço.
A museóloga garante que o que não foi roubado está bem guardado em dois lugares: no Solar Ferrão, no Pelourinho, e no Palácio da Aclamação, no Campo Grande. São 167 peças, entre obras sacras, pratarias, telas, tecidos e paramentos litúrgicos. “Essas peças passaram por restauro. Hoje não temos problemas com o acervo”, assegura Fátima, que luta há quase 15 anos para salvar o monumento e está animada com a possibilidade de o projeto, no valor de R$ 16 milhões, sair do papel (ver boxe na página ao lado).
“Há dez anos, conseguimos uma verba de R$ 500 mil para fazer o telhado, que estava prestes a cair, o assoalho e as salas de visita e jantar. Mas esse foi um projeto provisório”, admite Fátima, que diante dos riscos decidiu transportar o acervo para Salvador. Apenas peças de tecnologia rural e instrumento de suplício (tronco) continuam lá.
Apogeu  O engenho construído em 1586 foi erguido em terras doadas pelo então governador-geral do Brasil, Mem de Sá. O casarão foi alvo das invasões holandesas, em 1624, e vivenciou momentos de apogeu na produção de açúcar até a segunda metade do século 19. Segundo escritos do próprio Wanderley de Pinho, autor de História de um Engenho do Recôncavo, o Freguesia chegou a ter mais de cem escravos. Com as leis abolicionistas, entrou em decadência e, em 1890, as moendas foram desativadas.
Seu conjunto arquitetônico inclui casa-grande, com 55 cômodos, fábrica e capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Freguesia. “O Wanderley de Pinho é um monumento grandioso, a única casa-grande do país que tem uma capela geminada”. Especialistas divergem se, em caso de ser reaberto, o Wanderley de Pinho deve mesmo receber seu acervo de volta.
A museóloga Silvia Athaíde, diretora do Museu de Arte da Bahia (MAB), vê como única saída a entrega do Wanderley à iniciativa privada. “Deveria ser um museu monumento. O que interessa é o que ele representa arquitetonicamente. Não tem condições climáticas e de localização para ter um bom recheio ali”, acredita Silvia, que se declara apaixonada pelo museu de Caboto.
“Certa vez, mandamos um piano com dois candelabros em prata para lá. O piano voltou um escombro. Sem falar na    segurança. Quer dizer, não tem condições. Aquilo ali daria era uma boa pousada”, aponta Silvia, que guarda uma pasta de recortes de jornais com notícias do assalto.
Fátima dos Santos discorda da colega. “O museu funcionando, com segurança eletrônica e climatização, não vejo problema. E tudo isso o projeto contempla”, argumenta Fátima, contrária à entrega completa do Wanderley a empresas. “Se você coloca uma pousada ou hotel ali, a comunidade baiana e os turistas não teriam acesso a essa rica história”.
ciência  Enquanto o Wanderley de Pinho aguarda investimentos, um impasse envolve o Museu de Ciência e Tecnologia (MCT), na Boca do Rio. Igualmente escravo da falta de atenção do poder público, o MCT vê algumas de suas peças pouco a pouco serem destruídas. A grande locomotiva, o avião, a primeira prensa automática da Bahia e o relógio de sol do artista plástico Jamison Pedra, além de outras peças que ficam na parte externa do museu, estão corroídos pela ferrugem.
Fundado em 1979 pelo governador Roberto Santos, o MCT é pioneiro nesse tema na América Latina. “É a primeira edificação específica para museu de ciência. Um conjunto arquitetônico de ciência e tecnologia de grande importância”, define o professor Nelson Pretto, secretário Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Depois de viver o auge no início da década de 1980, o MCT passou a ser de responsabilidade da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Acontece que a instituição transferiu setores administrativos da pró-reitoria de extensão para as salas do museu. O acervo que restava foi então recolhido no início da década de 1990. De lá para cá, restaram apenas as peças pesadas que ficam na área externa.
Em agosto do ano passado, o museu deixou de ser da Uneb e passou à Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect). Mas a universidade mantém ali sua pró-reitoria de extensão e agora de gestão de pessoal. Estava criado o impasse.
Inicialmente, pensou-se em transferir o acervo para o Parque Tecnológico da Bahia, na Avenida Paralela.  Mas, diante da importância do prédio, a comunidade científica reclamou. “Não somos contra a criação de outro museu de tecnologia na Paralela. Pelo contrário. Mas não faz sentido acabar com o espaço anterior”, diz Nelson Pretto. A Sect então recuou e recentemente disponibilizou R$ 2 milhões para a reconstrução do MCT.
“O objetivo é fazer com que o museu retorne às atividades com suas funções originais”, afirma o diretor de tecnologia da Sect, Ernesto Carvalho.
O problema é que a Uneb reivindica o espaço. “Queremos o prédio, onde investimos inclusive na infraestrutura. Mas estamos em entendimento”, diz o assessor especial da reitoria da Uneb, Antônio Azevedo.
O que ninguém sabe explicar é como o museu chegou a esse ponto de abandono. “Aí é com as gestões anteriores”, finalizou o assessor.
Projeto prevê restaurante e até centro de convenções
Um contrato de R$ 190 milhões assinado na quarta-feira entre o governo do estado e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pode mudar a vida do museu Wanderley de Pinho e outros monumentos na Baía de Todos os Santos. É que, desse montante, R$ 16 milhões seriam destinados para o projeto da museóloga Fátima dos Santos, que luta para revitalizar o museu.
O plano bancado pelo BID visa recuperar estruturas históricas e atracadouros da baía. Tudo com o conceito de turismo sustentável e participação das comunidades. Tanto que o projeto do Wanderley visa não só a recuperação física da casa-grande, capela e fábrica, mas também o desenvolvimento da região.
Um restaurante, um alambique, uma casa de farinha e até um centro de convenções seriam construídos. “Tem que pensar a sustentabilidade do lugar. É preciso fazer parcerias com empresas da comunidade”, diz Fátima. Por Alexandre Lyrio  




















Foto: Angeluci Figueiredo


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Reunião em Brasília vai elaborar Plano de Ação para o Patrimônio Mundial na América Latina

A Unidade para a América Latina e o Caribe do Centro do Patrimônio Mundial estará reunida na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Brasília, entre os dias 23 e 25 de abril, para elaborar um Plano de Ação para o Patrimônio Mundial para a próxima década. O encontro regional também tem o apoio do Centro Lucio Costa e da Representação da UNESCO no Brasil.

Esse Plano de Ação será o resultado do Relatório do Segundo Ciclo Periódico para a América Latina e o Caribe, e responderá a uma decisão adotada na 37ª seção do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Phnom Penh, Camboja, no ano passado. O Centro do Patrimônio Mundial foi solicitado a desenvolver um Plano de Ação Regional, em colaboração com os Estados-partes, os órgãos consultores, os pontos focais nacionais e os Centros de Categoria 2.
O Plano de Ação para América Latina e Caribe para o período 2014-2024, será submetido à aprovação do Comitê do Patrimônio Mundial na 38ª seção, em Doha, Catar, entre os dias 15 e 25 de junho de 2014.
A reunião de trabalho, que será fechada, constitui um passo fundamental para se atingir os objetivos propostos no exercício do Relatório Periódico. O encontro será uma plataforma de discussão para identificar as linhas prioritárias de ação nos âmbitos nacional, regional e sub-regional e também definirá atividades específicas relativas à conservação, à capacitação e à cooperação regional, que reflitam as necessidades e as especificidades da região em termos de Patrimônio Mundial.
Mais informações para a imprensa:Assessoria de Comunicação do IPHAN
comunicacao(at)iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares(at)iphan.gov.br
Isadora Fonseca – isadora.fonseca(at)iphan.gov.br
(61) 2024-5476 / 2024-5479
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Sem conservação, arquivo histórico em estação de Passos se deteriora

Há 10 anos a antiga Estação Ferroviária de Passos (MG) guarda o arquivo histórico da cidade, mas precisa urgente de uma restauração. Com a deterioração do prédio, a história de uma comunidade inteira vai sumindo dia a dia. O Conselho do Patrimônio Cultural do município tenta há mais de dois anos a verba para a reforma, mas enquanto esse dinheiro não sai, o prédio e os documentos que contam passagens importantes dos mais de 100 anos de Passos sofrem com a ação do tempo.
A antiga Estação Ferroviária de Passos fazia parte da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que atravessava os Estados de Minas Gerais e São Paulo.  A linha chegou à cidade em 1921 e foi desativada na década de 1970. Em meados de 1990, o complexo foi integrado ao departamento de cultura e tombado como patrimônio histórico.
Mesmo com todo seu valor, o local está sofrendo com a ação do tempo e pela falta de manutenção. De todo o complexo, apenas um espaço interno é aberto para os moradores. No local funciona o memorial da cidade, onde estão guardados documentos e objetos que contam os 'passos' da cidade.  O espaço foi inaugurado em 1994 e desde então, nenhuma reforma ou manutenção foi feita no prédio.
O aposentado Welfare Joele Pinto usa o espaço para pesquisas e se diz indignado ao perceber as condições do prédio. Rachaduras, umidade nas paredes,  fiações expostas, lâmpadas queimadas e  com mau contato, computadores que não funcionam e o mais preocupante: todo o acervo está se deteriorando. "Tudo que você precisa saber de Passos precisa consultar aqui, mas não tem nada para preservar, fotos, documentos, tudo está sendo consumido por carunchos", afirma.
A bibliotecária Elizângela Rodrigues Silva enumera em documentos a importância do arquivo para a cidade. "Aqui tem inventários de famílias antigas, muitos procuram títulos de eleitores aqui para aposentadoria, temos árvores genealógicas de famílias."
A diretora do Conselho do Patrimônio Histórico de Passos, Adriana Rocha, esteve na estação e visitou o memorial. Ela afirma que um projeto de restauração de todo complexo foi elaborado em 2011, encaminhado ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e aprovado.
Desde então o conselho tenta recursos para colocar o projeto em prática. "Nós elaboramos o projeto há dois anos, inclusive com planilha de custos, que ia ficar R$ 2 milhões. Agora estamos na fase de captação de recursos, mas não conseguimos verba. Estamos pensando em fragmentar o projeto para conseguir arrecadar a verba", explica.
Já o Departamento de Cultura de Passos disse que o projeto elaborado não foi aprovado pelo governo estadual por causa do valor. Ele será desmembrado e com isso, vai ser possível conseguir verbas para, primeiro, fechar o prédio da estação, e só depois tentar levantar um segundo repasse para a restauração do prédio.
O departamento informou ainda que a cidade recebe o repasse do ICMS cultural para investimento e manutenção dos patrimônios históricos no município, e esse valor é distribuído para manutenção dos prédios públicos tombados.
Enquanto isso, o historiador Antonio Teodoro, também conhecido como professor Grillo e um dos idealizadores do projeto lamenta o descaso com a memória do município. "O que está lá dentro é algo que se perder, a cidade nunca mais vai ter, é a memória de uma comunidade inteira. É um descaso com a história municipal."

Fonte: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/04/sem-conservacao-arquivo-historico-em-estacao-de-passos-se-deteriora.html 




















Estação ferroviária de Passos está se deteriorando (Foto: Reprodução EPTV / Luciano Tolentino)

Técnicos do Condephaat avaliam prédio histórico de Itapeva, SP

Na última quarta-feira (16), representantes do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) fizeram uma avaliação do prédio da Casa da Cultura Cícero Marques, em Itapeva (SP). De acordo com a prefeitura, o objetivo da visita é elaborar um parecer sobre obras de revitalização do prédio construído em 1881.
O local foi tombado pelo município como patrimônio e um projeto de revitalização foi elaborado. No entanto, o município enviou pedido ao governo do estado para que a Secretaria de Cultura assuma os trabalhos.
Ainda de acordo com a administração municipal, as informações do Condephaat devem subsidiar a elaboração de um relatório que determinará a necessidade de recursos para a revitalização. O relatório deverá apontar a importância do espaço para a história da cidade. O relatório deverá ser encaminhado ao secretário de Estado da Cultura para avaliação.
O casarão histórico, que fica no Centro de Itapeva, está com a estrutura comprometida. O local foi construído em estilo colonial em taipa de pilão e madeira. Segundo historiadores, a arquitetura do prédio tem influência portuguesa e é considerado parte da história da cidade.
Nos últimos anos, o local abrigou a Casa da Cultura, mas antes disso foi museu, biblioteca, revisteca e foi até cenário para dois casamentos. Atualmente, está fechado.
A Secretaria de Cultura, ao fazer uma vistoria, encontrou sérios problemas na parte interna do prédio. Além disso, a estrutura de madeira que sustenta o telhado está tomada por cupins, várias paredes estão com rachaduras, há infiltrações e o piso também está comprometido.

Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2014/04/tecnicos-do-condephaat-avaliam-predio-historico-de-itapeva-sp.html 




















Antiga Casa da Cultura de Itapeva (SP), sofre risco de desabamento (Foto: Giliardy Freitas / TV Tem)

terça-feira, 22 de abril de 2014

Um forte construído no meio do mar na França

Você tá perdido no mar e encontra um forte no meio do caminho. Miragem? Se você estiver naufragado na França, pode ter topado com o Fort Boyard.
Localizado em La Rochelle, na França, o Fort Boyard foi concebido como uma ilha artificial para proteger a baia de Aix Island e Rochefort. Com 68 metros de altura (um prédio com cerca de 20 andares), a construção foi inaugurada em 1857. O formato oval do exterior é inspirado nas formas de um típico veículo do século XVII.
O forte permaneceu em desuso durante boa parte do século 20, até que em 1988 ganhou nova vida quando uma produtora de TV restaurou o lugar para a gravação da série “Fort Boyard”. Veja belas fotos do lugar abaixo (mais informações na Wikipédia em inglês):

Fonte: http://somentecoisaslegais.com.br/curiosidades/terra-vista-um-forte-construido-meio-mar-na-franca?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super 




















segunda-feira, 21 de abril de 2014

XII Encontro Estadual de História da Anpuh - RS

Tema do evento

História, Verdade e Ética

Em 2014, em sua décima segunda edição, o Encontro Estadual da ANPUH-RS será realizado nas dependências da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), tendo como tema inspirador “História, verdade e ética”.

A pertinência de refletirmos a respeito das relações entre conhecimento histórico, verdade e ética pode ser considerada, na perspectiva que se delineia para esse encontro científico, a partir de duas óticas, ambas particularmente importantes e merecedoras da nossa atenção. Uma mais relacionada a questões do universo político, econômico, social e cultural em que estamos imersos. Outra, mergulha em nossa própria prática, no fazer historiográfico, nos modelos de ciência que herdamos e os que criamos impulsionados pelos desafios dessa contemporaneidade. Ambas perspectivas são caudatárias do nosso presente, deste mundo em profunda mudança.

A sofisticação que os instrumentos da revolução tecnológica colocaram a nosso dispor não parecem fazer nenhuma distinção: engano, erro, acerto, mentira, falsidade ou verdade circulam em alta velocidade. Como enfrentar a rapidez, a velocidade, a fragmentação das informações, a dispersão de interesses, a indigência cultural, tudo a dificultar enormemente a discussão e o consenso, indispensáveis a uma cultura democrática e na admissão da verdade como uma construção? Neste meio, relações com o presente e com o passado são profundamente afetadas. Violações da ética vêm sendo toleradas no mundo da política, comprometendo o horizonte e os ideais de transparência e justiça, princípios consensualmente requeridos e exigência que deveria ser constante em uma sociedade que se pretende plural e democrática. É preciso refletir sobre o que significa a relação aberta com o passado em uma sociedade em que o controle e a censura também ganharam novas facetas e intensidades, como veremos nas discussões promovidas ao longo do Encontro. Indivíduos e instituições estão mais vulneráveis diante do avanço inexorável da técnica a comandar a ciência e a introduzir novas questões acerca da cientificidade e da racionalidade científica. São tempos de desafios e novas experiências, que os historiadores também estão enfrentando em seu cotidiano de pesquisa e em seus diálogos acadêmicos.

Há décadas estamos lidando com o desafio da superação de uma visão cientificista e objetivista da verdade, isto é, do critério de verdade como correspondência e representação do real. Uma concepção que foi largamente difundida entre os historiadores, fazendo-se ainda presente na historiografia mais antiga. O debate a respeito dos princípios epistêmicos da historiografia levou a avanços na perspectiva de um representacionismo crítico, ou mesmo a perspectivas mais radicais. Perspectivas essas que foram sendo visualizadas a partir dos debates envolvendo a natureza narrativa da história. O campo fértil das inovações vem sendo explorado pelos historiadores e muitos são os impactos, sobremodo na prática da pesquisa histórica, revolucionando, entre outros procedimentos, nossa relação com os arquivos e fontes documentais. Tal esforço e seus resultados, no sentido de trabalharmos de modo diferenciado com a informação, ainda é pouco debatido. Tratam-se de mudanças na prática da investigação, incluindo a construção e apresentação dos resultados da pesquisa.

O evento abre espaço para ouvirmos as interpretações e posições dos historiadores, bem como de colegas de áreas afins, sobre temas importantes da história recente que tem impactado a sociedade e, em particular, o meio acadêmico, ao mesmo tempo em que instiga e potencializa o foco na prática, em nossa experiência de pensar, ensinar e pesquisar história.  

Prof.ª Dr.ª Marluza Marques Harres
Presidenta da ANPUH-RS

Apresentação

A Associação Nacional de História – Seção Rio Grande do Sul (ANPUH-RS) tem a satisfação de convidar a comunidade de pesquisadores para o XII Encontro Estadual de História, evento que ocorrerá de 11 a 14 de agosto de 2014 nas dependências da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. O Encontro Estadual de História deste ano versará sobre o tema História, Verdade e Ética e celebrará os 35 anos de atividades da ANPUH-RS.

Esta é a principal das diversas atividades científicas organizadas pela ANPUH-RS, sendo realizado bianualmente, nos anos pares, contando com um tema central escolhido de acordo com a pertinência historiográfica e social.

Cronograma

1.º/12/2013
Entrada em funcionamento da página web do evento.

18/12/2013 a 10/03/2014
Período para proposição de simpósios temáticos e minicursos via página do evento.

10 a 15/03/2014
Análise a aprovação das propostas pela Comissão Organizadora.

17/03/2014
Divulgação dos simpósios temáticos e minicursos aprovados. Abertura de inscrições para participação nos simpósios, minicursos, pôsteres de iniciação científica e ouvintes.

25/05/2014
Prazo final para inscrição de trabalhos nos simpósios e painéis de iniciação científica via página do evento.

26/05 a 14/06/2014
Avaliação dos resumos pelos coordenadores e organização dos simpósios e envio das cartas de aceite aos proponentes aprovados nos Simpósios e pôsteres de Iniciação Científica.

15/07/2014
Prazo final para a entrega dos textos completos para publicação nos anais eletrônicos. Os Anais serão publicados após o evento e somente com textos apresentados nos Simpósios Temáticos.

15/07/2014
Prazo final para inscrição nos minicursos e para inscrição de ouvintes. A partir desta data, inscrições somente no local, sujeito à disponibilidade de vagas.

11 a 14/08/2014
XII Encontro Estadual de História – História, Verdade e Ética.

30/11/2014
Publicação dos textos completos nos anais eletrônicos.

Mais detalhes no site do Evento: http://www.eeh2014.anpuh-rs.org.br/site/capa




sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sustentabilidade e Habitação de Interesse Social 3° Congresso Internacional Porto Alegre

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul-PUCRS sediará o 3° Congresso Internacional: Sustentabilidade e Habitação de Interesse Social – CHIS 2014, de 28 a 30 de abril de 2014, em Porto Alegre.
Organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Habitação de Interesse Social e Sustentabilidade da PUCRS. O objetivo da terceira edição é aprofundar as discussões que integram a sustentabilidade econômica, social e ambiental no tema da Habitação de Interesse Social, bem como desencadear a  proposição de alternativas viáveis com vistas à produção de conhecimento e ao avanço do trabalho conjunto entre universidade e gestores públicos, e a difusão da produção científica nos cenários   nacional e internacional nessas áreas.
Temáticas abordadas
Políticas Públicas na Área de Interesse Social e Regularização Fundiária
Cidade Informal
Projetos Arquitetônicos, Urbanísticos e Tecnologias
informações
O 3°CHIS 2014 será realizado no período de 28 à 30 de abril de 2014 no Teatro do Prédio 40 da PUCRS, em Porto Alegre.
Para maiores informações, favor acessar o site.





 

Unesco aprova inclusão de novos três bens brasileiros na Lista Indicativa do Patrimônio Mundial

O sítio arqueológico do antigo Cais do Valongo (Rio de Janeiro/RJ), a Vila Ferroviária de Paranapiacaba (Santo André/SP) e o Ver-o-Peso (Belém/PA) foram incluídos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na lista indicativa de bens culturais brasileiros que poderão ser futuramente apresentados ao Comitê do Patrimônio Mundial para serem avaliados e receberem o título de Patrimônio Mundial. A última atualização da Lista Indicativa brasileira ocorreu em 1996. Agora, em 2014, com a inclusão de mais três bens culturais, a lista possui 18 bens naturais e culturais que poderão ser futuramente inscritos como na Lista do Patrimônio Mundial. Acesse aqui a lista indicativa completa no site da UNESCO. 

A lista é composta pela indicação de bens culturais, naturais e mistos, apresentados pelos países que ratificaram a Convenção do Patrimônio Mundial da Unesco.  Essa iniciativa pode ensejar a participação de gestores de sítios, autoridades locais e regionais, comunidades locais, ONGs e outros interessados na preservação do patrimônio cultural e natural do país. Os bens culturais indicados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) contemplam o patrimônio histórico, arqueológico e ferroviário, além de importante área cultural e ponto turístico do norte brasileiro. Esse posicionamento será apresentado ao Comitê do Patrimônio Mundial na sua próxima reunião, que este ano ocorrerá em Doha, no Catar, em junho.


Novos bens culturais brasileiros inscritos na Lista Indicativa do Patrimônio Mundial

 
O Cais do Valongo foi redescoberto, em 2011, durante as obras de revitalização da zona portuária, na Avenida Barão de Tefé (área central da cidade do Rio de Janeiro).  O cais foi construído em 1811 para desembarque e comércio dos africanos escravizados. Em 1843, passou por grande remodelação e recebeu o nome de Cais da Imperatriz e, no início do século, o local foi aterrado para construção da Praça do Commercio. Possui cerca de 350 metros de comprimento e cerca de 2.000 m2, estendendo-se da Rua Coelho e Castro até a Sacadura.  Na área, foram encontrados objetos que revelam a vida cotidiana das classes dominantes do império e dos negros escravizados. As peças estão armazenadas no Museu Nacional e vão compor um memorial com os achados mais significativos. É um testemunho de grande valor histórico, um símbolo da violência da escravidão e da diáspora africana, que trouxe para o Brasil mais de quatro milhões de escravos.


A Vila Ferroviária de Paranapiacaba está localizada no município de Santo André (SP) e foi tombada pelo IPHAN em 2008. A área central e seu entorno estão em região de grande importância histórica e ambiental, que registra uma época da influência da cultura e tecnologia inglesas. O município possui 55% de seu território em área de mananciais, que compõe o cinturão verde da capital paulista com vegetação de Mata Atlântica. A ocupação desse local está associada à construção da Ferrovia Santos-Jundiaí, pela companhia inglesa de trens São Paulo Railway Co., que ocorreu a partir de 1860. Em 1946, a concessão chegou ao fim e a União incorporou o patrimônio da empresa. Saiba mais clicando aqui.    

A região do Ver-o-Peso, na cidade de Belém do Pará, que tem o seu mercado tombado pelo IPHAN em 1977, alberga a maior feira livre da América Latina. O conjunto arquitetônico e paisagístico dessa região, abrange ainda a Praça Pedro II e Boulevard Castilhos França, além dos mercados de Carne e de Peixe, compreendendo uma área de 25.000 m2, com inúmeras construções históricas, na Cidade Velha, às margens da baía do Guarajá.  O Mercado do Ver-o-Peso começou a ser construído em 1899 e, atualmente, é um dos principais pontos turísticos de Belém (PA). Saiba mais clicando aqui

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Fonte: ARIN - Ascom/IPHAN - Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro 

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18416&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia 








Regras de construção ampliam proteção ao Convento da Penha em Vila Velha (ES)

Para preservar a paisagem do Convento da Penha, em Vila Velha (ES) e garantir que o monumento se mantenha visível dentro do chamado cone de visão, algumas áreas de regiões do entorno, como Ilha do Boi, Enseada do Suá e Prainha, deverão respeitar padrões de altura máxima para as construções. As regras foram definidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) e vão de acordo com a localização do terreno e publicadas no Diário Oficial da União, na última quinta-feira, dia 10 de abril. Clique aqui para acessar a portaria.
Os estudos tiveram início em 2005, envolvendo a análise de empreendimentos na vizinhança do Convento. A escolha dos locais de proteção teve como critérios espaços públicos significativos de concentração de pessoas, como os acessos de entrada da cidade, áreas públicas de permanência e contemplação apropriadas pela população e a paisagem a partir do próprio Convento.
A medida foi tomada para evitar a descaracterização irreversivelmente da paisagem urbana do entorno do monumento. Segundo a superintendente do IPHAN-ES, Diva Figueiredo, a estratégia foi compartilhada pelo poder público e pela comunidade de Vitória e Vila Velha. Com a publicação da nova portaria, todos os projetos para construções ou alteração de altura em imóveis já existentes e dentro da área do entorno deverão ser submetidos ao IPHAN-ES para análise e manifestação.
Uma história de fé, devoção e coragem
Localizado no alto de um penhasco, a 154 metros de altitude e a 500 metros do mar, no município de Vila Velha, o Convento da Penha é um dos mais antigos monumentos arquitetônicos brasileiros. Em 1558, quando chegou ao Brasil trazendo Painel de Nossa Senhora das Alegrias, Frei Pedro Palácios iniciou a construção de uma capela dedicada a São Francisco de Assis. Em 1568, foi edificada, no cume do penhasco, a Capela que recebeu a imagem de Nossa Senhora da Penha, vinda de Portugal em 1569. A edificação sofreu diversas ampliações que deram origem ao Convento da Penha, construído em várias etapas.
O santuário é testemunha, dos primórdios do povoamento capixaba, a trajetória histórica da Ordem dos Frades Menores da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e, também, a devoção a Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado do Espírito Santo. Atualmente, milhares de romeiros e devotos chegam ao templo para visita-lo, render graças e apresentar suas homenagens e pedidos. O Santuário da Penha abrange uma área de 632 m2. E abriga séculos e séculos de história, de fé e esperança, de devoção e coragem.
Conheça toda a história do Santuário de Nossa Senhora da Penha clicando aqui.

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18415&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia