Homologado pelo Ministério da Cultura o tombamento da ponte ferroviária
Eurico Gaspar Dutra, que fica na região de Porto Esperança, em Corumbá
(MS). A portaria número 28, que oficializa o tombamento, foi assinada
semana passada pelo ministro interino da Cultura Sergio Braune Solon de
Pontes e publicada na edição de ontem (07) do Diário Oficial da União
(DOU).
A proposta havia sido aprovada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio
Cultural durante reunião no dia 29 de novembro de 2012, no Rio de
Janeiro. Agora, a ponte é um bem protegido pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) com a classificação de Patrimônio
Cultural do Brasil.
De acordo com o a Superintendência do Iphan em Mato Grosso do Sul, a
ponte foi inscrita em três dos quatro livros de tombo existentes: Livro
do Tombo Histórico; Livro do Tombo Arqueológico, Paisagístico e
Etnográfico e no Livro do Tombo de Belas Artes.
A ponte
Também conhecida como ‘"Quase Internacional", a ponte Eurico Gaspar
Dutra começou a ser construída em 1º de outubro de 1938 e só ficou
pronta nove anos depois. A inauguração foi em 21 de setembro 1947,
quando a grande estrutura recebeu o nome do então presidente,
recentemente empossado após o fim do Estado Novo, Eurico Gaspar Dutra.
A construção da ponte em Corumbá marcou a Arquitetura Moderna
brasileira, foi idealizada no início do século XX, como parte da Estrada
de Ferro Noroeste do Brasil do Brasil (FENOB) que, em 1912, tinha seu
ponto final em Porto Esperança e precisava chegar à outra margem do rio
Paraguai, para garantir a ligação com a cidade de Corumbá e,
consequentemente, com a Bolívia.
Assim como toda a história da construção da ponte Eurico Gaspar Dutra,
os números relacionados a ela também são impressionantes para uma obra
do início do século XX, executada em uma região de difícil acesso. São 2
mil metros de comprimento, 112 metros de altura no vão central, até 10
metros de largura e 2,1 mil operários que, em quase 10 anos de trabalho,
manipularam 25,1 mil metros cúbicos de concreto armado, com 2,6
toneladas de aço e cerca de 27 quilômetros de estacas variadas. Além do
arco central, a superestrutura possui outros quatro com 90 metros de
altura, um viaduto na margem esquerda, em Porto Esperança, com 971,5
metros de extensão, formado por 25 arcos menores. Na outra margem, outro
viaduto de 53,2 metros é formado por mais dois arcos com 26 metros de
vão. Ao todo, são 46 pilares sendo que seis deles foram firmados no
leito do rio Paraguai, a uma profundidade de sete metros.
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