Reproduzo aqui, um excelente texto do blog Die Zeit sobre preservação de prédios antigos!
Neste momento de rápida expansão dos centros urbanos e acelerado crescimento econômico e comercial, a imagem de grande parte das nossas cidades é de pujança e desenvolvimento. Prédios cada vez mais altos são erguidos, e aquelas casas centenárias, que às vezes parecem que sempre estiveram por ali, desaparecem.
Com elas, desaparece também um pouco da identidade de um povo. Muitos, ao visualizar a demolição de um casarão, espantam-se. Alguns chegam até a sentir-se pessoalmente agredidos! No geral o cidadão, mesmo o mais simples, sente que há algo errado. É um pouco da própria cidade que desaparece.
Mas por fim, muitos conformam-se. "É o progresso!", defendem alguns incautos, esquecidos de que tal tipo de ufanismo remonta à décadas e já demonstrou suas tristes consequências. Então, tudo isso "é triste, mas o que fazer?" conclui a sociedade, conformada. Esta passividade alinha-se perfeitamente a toda "deseducação" que sempre recebeu, contínua e ininterruptamente, e que leva a apenas buscar o mercado de consumo, e não a cidadania e uma vida plena.
E afinal, o que se pode fazer? Na verdade, pode-se fazer MUITO. Pode-se, através de inventário assessorado por um órgão competente, definir e levantar as edificações importantes para a cidade. Mais do que isso: a sociedade pode e deve participar deste processo, tanto provocando seu acontecimento, quanto opinando a respeito dos bens em que se enxerga e se identifica.
Mas e depois? "Quem vai pagar pra restaurar essas casas caindo aos pedaços"? Uma vez definidas as edificações importantes através dos estudos, a regulamentação local se faz imediatamente necessária. É esta regulamentação que irá gerir, caso a caso, como os problemas serão resolvidos. Fundos municipais, programas de restauração, financiamentos e projetos culturais são algumas das possibilidades, que devem ser buscadas de acordo com o problema.
Por onde começar? Por tudo! Não existe um roteiro definido. Patrimônio cultural é um conceito social, coletivo e principalmente, PLURAL. Todas as iniciativas precisam levar essa diversidade em conta.
Projetos de educação patrimonial envolvendo todos os tipos de artes, debates e conversas, fóruns de discussão, rodas de memória, são apenas algumas possibilidades de atuação da própria sociedade civil. Junto a isso, a implementação da política local de patrimônio, a intensa fiscalização por parte da comunidade aliada ao Ministério Público e embasada em toda legislação existente, a valorização acadêmica através de pesquisas, a valorização do acervo da cidade através de restaurações e projetos de novos usos...
As possibilidades, enfim, são muitas. Quem ganha é a cidade, em qualidade de vida e manutenção da sua identidade. Basta que todos saiam do comodismo, da conformação com a situação atual e falta de perspectivas, em busca de respostas para a pergunta: por onde posso começar?
Jorge Luis Stocker JR.
Neste momento de rápida expansão dos centros urbanos e acelerado crescimento econômico e comercial, a imagem de grande parte das nossas cidades é de pujança e desenvolvimento. Prédios cada vez mais altos são erguidos, e aquelas casas centenárias, que às vezes parecem que sempre estiveram por ali, desaparecem.
Com elas, desaparece também um pouco da identidade de um povo. Muitos, ao visualizar a demolição de um casarão, espantam-se. Alguns chegam até a sentir-se pessoalmente agredidos! No geral o cidadão, mesmo o mais simples, sente que há algo errado. É um pouco da própria cidade que desaparece.
Mas por fim, muitos conformam-se. "É o progresso!", defendem alguns incautos, esquecidos de que tal tipo de ufanismo remonta à décadas e já demonstrou suas tristes consequências. Então, tudo isso "é triste, mas o que fazer?" conclui a sociedade, conformada. Esta passividade alinha-se perfeitamente a toda "deseducação" que sempre recebeu, contínua e ininterruptamente, e que leva a apenas buscar o mercado de consumo, e não a cidadania e uma vida plena.
E afinal, o que se pode fazer? Na verdade, pode-se fazer MUITO. Pode-se, através de inventário assessorado por um órgão competente, definir e levantar as edificações importantes para a cidade. Mais do que isso: a sociedade pode e deve participar deste processo, tanto provocando seu acontecimento, quanto opinando a respeito dos bens em que se enxerga e se identifica.
Mas e depois? "Quem vai pagar pra restaurar essas casas caindo aos pedaços"? Uma vez definidas as edificações importantes através dos estudos, a regulamentação local se faz imediatamente necessária. É esta regulamentação que irá gerir, caso a caso, como os problemas serão resolvidos. Fundos municipais, programas de restauração, financiamentos e projetos culturais são algumas das possibilidades, que devem ser buscadas de acordo com o problema.
Por onde começar? Por tudo! Não existe um roteiro definido. Patrimônio cultural é um conceito social, coletivo e principalmente, PLURAL. Todas as iniciativas precisam levar essa diversidade em conta.
Projetos de educação patrimonial envolvendo todos os tipos de artes, debates e conversas, fóruns de discussão, rodas de memória, são apenas algumas possibilidades de atuação da própria sociedade civil. Junto a isso, a implementação da política local de patrimônio, a intensa fiscalização por parte da comunidade aliada ao Ministério Público e embasada em toda legislação existente, a valorização acadêmica através de pesquisas, a valorização do acervo da cidade através de restaurações e projetos de novos usos...
As possibilidades, enfim, são muitas. Quem ganha é a cidade, em qualidade de vida e manutenção da sua identidade. Basta que todos saiam do comodismo, da conformação com a situação atual e falta de perspectivas, em busca de respostas para a pergunta: por onde posso começar?
Jorge Luis Stocker JR.
Fonte: http://dzeit.blogspot.com/2012/03/predio-velho-para-que-para-quem.html
Prédio de 1887 em Encruzilhada do Sul!Quase em ruínas!Testemunha da memória local!
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