Mercado Central de Macapá inaugurado em 1953 com traços no colonialismo (Foto: Abinoan Santiago/G1)
O Centro Histórico de Macapá possui
atualmente ao menos 30 patrimônios. É o que aponta um levantamento
realizado por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Amapá
(Unifap), denominado 'Memórias Urbanas'. No trabalho, professores e
alunos buscam o resgate dos patrimônios da cidade, que completa 256 anos
em 4 de fevereiro e participa de uma série de reportagens de
aniversário no G1.
“Não entendemos o patrimônio apenas
como uma edificação, mas sim como um processo de importância daquele
prédio”, disse a coordenadora do 'Memórias Urbanas', a arquiteta e
professora Eloane Cantuária.
O integrante do grupo de pesquisa,
professor José de Vasconcelos, explicou que o número de patrimônios é
considerado elevado e deve-se ao fato de não incluir apenas edificações
antigas, a exemplo de prédios construídos a partir da criação do
ex-Território Federal do Amapá, em 1943.
Praça Veiga Cabral, no Centro Histórico de Macapá (Foto: Arquivo/Memórias Urbanas)
Paralelo ao número considerado
expressivo, as pesquisas mostraram uma preocupação, segundo o grupo: dos
prédios antigos de Macapá, desde a fundação em 1758, poucos com
características de arquitetura colonial ainda resistem ao tempo, a
exemplo do Mercado Central, que mesmo sendo inaugurado em 13 de setembro
de 1953, ele foi construído com traços do colonialismo, na então gestão
governador Janary Nunes.
“Do levantamento que fizemos para o
Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Cultural] em 2008,
cerca de 40% a 50% [dos prédios] não existem mais”, frisou Vasconcelos.
Colégio Amapaense registrado em 1953 ainda aguarda tombamento (Foto: Arquivo/IBGE)
Para manter os patrimônios antigos, o "Memórias Urbanas" busca levantar informações para subsidiar o tombamento dos prédios. “Fazemos
pesquisas para que elas sirvam de base para o tombamento. Além de
resgatar um olhar histórico e cultural da cidade”, reforçou Eloane.
Atualmente, na capital apenas a
Fortaleza de São José é tombada. Ainda aguardam tombamento demais
prédios tradicionais como o antigo Fórum da capital, Igreja São José de
Macapá, Escola Barão do Rio Branco, Colégio Amapaense e Mercado Central.
A construção dos prédios antigos de Macapá foi caracterizada pela
arquitetura colonial, neocolonial e art déco.
Escola Barão do Rio Branco possui características neocolonial (Foto: Arquivo/Memórias Urbanas)
"O amapaense ainda desconhece o
patrimônio que possui, lembrando apenas dos históricos. Queremos mostrar
um Centro Histórico, sim. Ele não é mais colonial, mas é da época do
Janary Nunes. Queremos barrar a questão de patrimônio ser apenas
histórico, mas também cultural. Além disso, ao longo das pesquisas,
chegamos à conclusão que um dos maiores destruidores dos prédios
antigos, é o próprio poder público, que deveria ser o responsável pela
preservação", finalizou a coordenadora do Memórias Urbanas.
Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2014/01/centro-historico-de-macapa-tem-ao-menos-30-patrimonios-aponta-estudo.html
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