A arquitetura do século passado quase não tem mais espaço nas ruas de Caruaru,
no Agreste pernambucano. Novas edificações têm transformado em poeira
prédios comerciais e casas residenciais que conservavam imagens de um
tempo cada vez mais distante.
O Instituto Histórico de Caruaru (IHC), criado em 2008 para tentar
preservar o pouco que restou das edificações, contabiliza hoje apenas
oito bens tombados no município. Na Rua 15 de Novembro, no Centro da
cidade, é difícil encontrar prédios mantenham a concepção original
intacta.
Para o historiador Walmiré Dimeron, não houve, ao longo das décadas,
uma preocupação do poder público para catalogar e, posteriormente,
tombar as construções de época da cidade. "Infelizmente, não existe uma
consciência de preservação e o setor de cultura é o primo pobre do
orçamento. Quando se trata de patrimônios históricos a situação é pior”,
relata Dimeron. Atualmente, o Armazém Martins Sá e a Casa Museu de
Mestre Vitalino são poucos exemplos de estruturas que ainda não foram
tocadas pelas reformas.
Composto por pesquisadores e profissionais liberais, o IHC tem contado
com doações de colecionadores de antiguidades para armazenar, em uma das
salas da estação ferroviária (desativada desde meados dos anos 1990),
resquícios da memória municipal.
Walmiré Dimeron, que também é integrante da diretoria do IHC, teme que
as poucas construções erguidas em tempos remotos também desapareçam. "É
muito triste ver que as obras que contam a história da nossa cidade
estão sendo engolidas pela modernidade. O IHC se esforça para preservar.
Emitimos ofícios para autoridades, fiscalizamos as obras tombadas,
solicitamos restauros em algumas prédios. Nem sempre nossas solicitações
são atendidas, mesmo assim não desistimos", diz.
Na luta contra o descaso com o passado, o Palácio Episcopal, erguido no
fim do século 19, permanece de pé. O espaço já foi usado como hospital e
sede da prefeitura, até ser transformado na residência do bispo
diocesano. Um dos raros monumentos reaproveitados pelo município é o
antigo Mercado de Farinha, transformado no Memorial de Caruaru. Outros
monumentos tombados da cidade são o Cemitério São Roque, a Estação
Ferroviária e a fachada da Rádio Difusora.
Fonte: http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/2013/08/instituto-luta-para-preservar-predios-historicos-em-caruaru.html
Prédio da Martins Sá sobrevive no Centro de Caruaru (Foto: Antônio Valdevino/TV Asa Branca)
Palácio Episcopal foi tombado (Foto: Ândrica
Virgulino/G1)
Igreja da Conceição permanece de pé no Marco
Zero (Foto: Ândrica Virgulino/G1)
Catedral da Matriz foi reformada e é preservada pelo instituto (Foto: Ândrica Virgulino/G1)
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