sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Modernização do Arquivo Central do IPHAN aproxima brasileiros da memória do país

Além de preservar os documentos originais, o projeto vai permitir o acesso, via internet, aos trabalhos para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro
A documentação sobre os trabalhos de preservação do patrimônio cultural brasileiro ficará disponível para a população por meio eletrônico. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) está recebendo do Banco Nacional e Desenvolvimento Social (BNDES) cerca de R$ 5 milhões para investir nessa proposta. Os recursos são referentes à premiação, em primeiro lugar, no edital do Programa de Preservação de Acervos 2010/2011 do BNDES, na Modalidade Âncora em Rede, e serão utilizados para modernizar o Arquivo Central constituindo o sistema de acesso pela internet. A proposta do IPHAN foi desenvolvida por técnicos da Coordenação de Documentação e Pesquisa (COPEDOC), do Departamento de Articulação e Fomento (DAF), em parceria com a Coordenação Geral de Tecnologia da Informação (CGTI), do Departamento de Planejamento e Administração (DPA).
Após a seleção do Projeto as equipes do IPHAN, do BNDES e da Fundação Darcy Ribeiro - FUNDAR desenvolveram trabalhos com a equipe da Biblioteca Digital da Brasiliana da Universidade de São Paulo - USP, resultando em aperfeiçoamentos e em parceria para a construção o sistema informatizado. A expertise acumulada pela USP na disponibilização dos acervos bibliográficos na Internet, tendo como ponto de partida a base de dados de consulta local do Arquivo Central do IPHAN – Seção Rio de Janeiro (ACI-RJ), terá como resultado um sistema integrado para os acervos arquivísticos de toda a rede IPHAN. A duração prevista para o projeto, apoiado pelo BNDES, é de 36 meses.  
Também estão previstos a reorganização, a higienização e o acondicionamento da documentação referente à Série Inventário do ACI-RJ, além da integração em rede da documentação relativa aos Centros Históricos de Belém/PA, da cidade de Goiás/GO, de João Pessoa/PB e da Lapa/PR, como projeto-piloto para implementação da Rede de Arquivos Iphan. Serão digitalizados 66,5 mil fotografias da Série Inventário do ACI-RJ, um acervo que envolve bens culturais de todos os estados brasileiros. A proposta também prevê o gerenciamento do sistema de informação da rede de arquivos nas unidades centrais do IPHAN, em Brasília e no Rio de Janeiro, com equipamentos modernos, além da instalação de maquinário adequado a todas as unidades do Iphan, permitindo a consulta às informações por meio da intranet. Para o futuro, está prevista a inserção de dados dos acervos de todas as superintendências estaduais. 
De acordo com os coordenadores, um dos aspectos mais importantes do projeto é possibilitar o acesso amplo às informações existentes nos arquivos do IPHAN através da internet e o tratamento de conservação preventiva dos documentos para evitar o manuseio indevido das fontes históricas. Preservando adequadamente os originais, garante-se a perenidade das informações e possibilita as futuras digitalizações ou mesmo o uso de novas tecnologias que poderão surgir.
O IPHAN e a preservação da memória cultural brasileira
O projeto irá beneficiar toda a sociedade, disponibilizando o acesso à memória cultural do país visto que o IPHAN atua em todo o território nacional em 63 unidades: uma sede Brasília e uma no Rio de Janeiro, 27 superintendências estaduais, 27 escritórios técnicos, quatro unidades especiais e dois parques históricos. O IPHAN possui um valioso acervo textual, iconográfico, audiovisual e digital que documenta e registra as múltiplas ações que envolvem os bens culturais brasileiros. Esse acervo é fonte de informação para os pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento: história, sociologia, geografia, ciências sócias, arquivologia, arquitetura e urbanismo, engenharia, arqueologia entre outras. Em 2012, foram realizadas 853 consultas presenciais ao ACI-RJ. Já o atendimento à distância, através de correspondência oficial e correio eletrônico, contabilizou 512 ocorrências. Com o sistema que será implementado com o novo projeto, a expectativa é chegar a 100 mil acessos de forma rápida, segura e eficaz.
O acervo do Arquivo Central do IPHAN – Seção Rio de Janeiro foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro - Inepac, em 30 de dezembro de 2002. Está localizado no 8° andar do Palácio Gustavo Capanema, à Rua da Imprensa, n° 16, no Centro, um imóvel tombado pelo IPHAN em 10 de março de 1948. A formação dos acervos arquivísticos do IPHAN remonta ao início do funcionamento da própria instituição, em 1937, com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – SPHAN. Marco na preservação do patrimônio cultural brasileiro, o SPHAN é resultado do projeto de intelectuais de destaque nas primeiras décadas do século XX, tendo à frente o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. A direção do SPHAN foi confiada a Rodrigo Melo Franco de Andrade, que teve como colaboradores intelectuais e artistas vinculados ao movimento modernista, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Prudente de Moraes Neto, Luís Jardim, Afonso Arinos, Lúcio Costa e Carlos Drummond de Andrade. Diversos tombamentos, restaurações e revitalizações foram realizados, desde então, assegurando a permanência da maior parte do acervo arquitetônico e urbanístico brasileiro, assim como do acervo documental e etnográfico das obras de arte integradas e dos bens móveis.
Como a antiga sede se localizava no Rio de Janeiro, grande parte documentação ficou concentrada na então capital federal. Fotografias de bens culturais, relatórios de viagens dos técnicos e Processos de Tombamento são exemplos de registros de como a memória e a história do IPHAN pode ser visitada. Atualmente, além do ACI-RJ, as Superintendências de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Bahia mantêm importantes documentos históricos que atestam as relações de comunicação que se estabeleciam nas primeiras décadas dos trabalhos preservacionistas. No entanto, o ACI-RJ permaneceu como uma das principais referências da instituição já que, além de agregar documentos valiosos, armazena os processos de tombamento abertos anualmente. Desta forma, o ACI-RJ é ponto de confluência para todas as unidades do Iphan.

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Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do;jsessionid=998012971727DB7E4AD447EDECAA4655?id=17726&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia 

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