Uma parceria entre o Escritório Técnico do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Diamantina (MG) e a
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), para
escavação arqueológica no quintal da Casa da Chica da Silva tem gerado
bons frutos. O projeto iniciado em 2011 com a finalidade apenas de
pesquisa científica arqueológica foi expandido e tem contribuído para a
educação patrimonial de alunos do ensino infantil, fundamental e médio
de escolas públicas e particulares de Diamantina. A iniciativa já levou à
Casa de Chica da Silva, também sede do IPHAN na cidade, cerca de 1,2
mil crianças e jovens que participam de oficinas, escavação e pintura
simuladas. Os alunos também visitam a escavação, têm palestra sobre o
trabalho arqueológico e conferem a exposição de relíquias doadas ou
encontradas pelos profissionais. As atividades não estão restritas à
arqueologia já que são abordados todos os tipos de patrimônio
cultural.
Desse trabalho, realizado uma vez por semana
resultou a cartilha Defensores do Patrimônio. A publicação, parceria
entre IPHAN, UFVJM, Ministério Público Estadual e empresa privada, teve
oito mil impressões na primeira tiragem e outras 12 mil serão
distribuídas no próximo ano nas escolas do Vale do Jequitinhonha. O
arqueólogo e professor da UFVJM responsável pelo projeto, Marcelo
Fagundes, conta que os professores já vêm utilizando a Cartilha como
material didático, já que o livro regular traz poucas informações
arqueológicas e históricas do Vale do Jequitinhonha. A intenção é
expandir as atividades e realizar oficinas também para os professores de
práticas pedagógicas para produção de material didático voltado à
temática.
O projeto também tem atraído alunos graduandos em
arqueologia de outras regiões do país para realizar pesquisas de final
de curso na escavação da Casa de Chica da Silva. Segundo Fagundes, o
espaço tem possibilitado o aprendizado de métodos e técnicas de
escavação de futuros arqueólogos que não possuem em seus estados essa
proximidade com o objeto de estudo.
O arqueológico ressalta ainda
que, mesmo com o baixo recurso financeiro disponível, o projeto tem
conseguido realizar ações importantes para a comunidade, como exemplo da
promoção da memória e da identidade local. Entre os desafios estão o de
atingir escolas mais distantes com recursos para alimentação e
transporte aos alunos carentes.
A exposição arqueológica da casa
da Chica da Silva, sede do IPHAN em Diamantina, é permanente e está
aberta para visitação. Também poderá ser conferida uma exposição
fotográfica que apresenta os trabalhos de quatro anos do Laboratório de
Arqueologia e Estudo da Paisagem (UFVJM).
Confira as fotos [aqui]
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18005&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia
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