Museu instalado na casa onde viveu o ex-presidente em sua cidade natal será restaurado e ampliado
Gabriela Nogueira Cunha
Construído em 1910 e repassado ao
município em 1982, o casarão que pertenceu a Getulio Vargas(1882-1954),
localizado em São Borja, no Rio Grande do Sul, cidade onde nasceu o
ex-presidente, há anos vem apresentando problemas em sua estrutura, como
infiltrações, cupins e rachaduras em algumas paredes. A boa notícia é
que dentro de pouco mais de um mês serão iniciadas as obras de
restauração e ampliação do que hoje é conhecido como Museu Getulio
Vargas. Sua reinauguração está prevista para dezembro de 2014.
Além das obras estruturais no prédio, que é tombado pelo Patrimônio
Histórico estadual, o projeto abrange a implantação de um novo circuito
de exposições e de um plano de sustentabilidade para o espaço – ações
que buscam qualificar a casa de forma que o equipamento cultural possa
espelhar, em sua proporção, a dimensão do presidente Getulio Vargas na
história brasileira. “Em geral, todo o acervo precisa de reparação e
manutenção, destacando-se as fotografias, os livros, os jornais e as
peças que compõem o museu”, explica a arquivista Glaucia Konrad, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), responsável pelo diagnóstico
deste acervo.
Além do restauro da casa original, construída por ocasião do casamento
de Getulio com Darcy Vargas, será instalado no local um anexo com salas
para reserva técnica, restauro, pesquisa e biblioteca. “Isto depois da
prospecção arqueológica no local, haja vista que o terreno se encontra
na região central de São Borja, onde existiu a redução jesuítica e
missioneira do primeiro dos Sete Povos das Missões”, conta a
pesquisadora.
Após a renovação, o Museu Getulio Vargas de São Borja irá compor, junto
com o Memorial João Goulart, o corredor histórico-cultural do
município. Mas enquanto a instituição permanecer fechada, todo o seu
acervo documental, praticamente inédito no país, ficará disponível para
visitação no 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado, na capela da unidade
militar.
Dentre as relíquias que compõem o acervo, está todo o material original
do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criado por Vargas no
período do Estado Novo (1939), além de álbuns com fotografias da Agência
Nacional e do Departamento Nacional de Propaganda (DNP), todas
inéditas.
Para o historiador Diorge Alceno, também da UFSM, este acervo tem uma
importância imensurável: “Ahistoriografia brasileira sobre a Era Vargas
poderá ampliar suas considerações e conclusões sobre a trajetória
política de Vargas, bem como contextualizá-lo melhor em torno das
complexas contradições do trabalho sindical, do trabalhismo e dos
direitos sociais brasileiros, e também sobre a vida pessoal de Getulio”.
Fachada do casarão que pertenceu a Getúlio Vargas
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