quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Projeto do IPHAN destaca a grandeza da obra de Aleijadinho

As celebrações dos 200 anos da morte do gênio do barroco brasileiro, Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, serão literalmente iluminadas. Na próxima segunda-feira, 18 de novembro às 20h, também Dia do Barroco, a cidade mineira de Congonhas do Campo inaugura projeto de iluminação cênica do conjunto de 64 esculturas em tamanho natural esculpidas pelo Mestre, entre 1796 e 1799, pintadas por Xavier Carneiro e Manoel da Costa Athayde.

O projeto, iniciado há sete anos com o Programa Monumenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), teve investimento de cerca de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,1 milhão empregados na restauração arquitetônica do conjunto composto pelo Santuário, Capelas dos Passos e do casario remanescente da antiga romaria no Beco dos Canudos. Também foi realizada a restauração das esculturas em cedro e requalificação urbana do entorno do Santuário. Outros R$ 871 mil foram investidos na restauração das pinturas parietais que compõem as cenas da Paixão de Cristo.

A execução da iluminação cênica das capelas tiveram investimentos da ordem de R$ 395 mil e tem por objetivo destacar as cenas em sua plenitude, permitindo uma leitura singular das expressões das figuras entalhadas em madeira, do movimento e da perfeição dos traços que evocam cenas de drama teatral. A instalação luminotécnica, que funcionará de terça-feira a domingo, até as 20h30, encerra a série de trabalhos de restauração, conservação e valorização do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e Escultórico do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.

O Santuário 

As capelas circundam o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, uma das obras-primas do barroco mundial, inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes pelo IPHAN, em 1939, e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985.
O Mestre Aleijadinho terminou o trabalho das esculturas em 1799, antes da construção das capelas. As três primeiras foram concluídas até 1818. A partir daí houve um intervalo de quase 50 anos sem obras, que foram retomadas em 1864, sendo a última, que guarda a cena da crucificação, concluída em 1875. Desde a sua construção em 1757, o Santuário atrai multidões por ser um lugar de peregrinação religiosa, cujo testemunho é a fabulosa coleção de ex-votos, abrigados na Sala dos Milagres.
O Santuário de Bom Jesus do Matosinho mantém seus valores intrínsecos: a Igreja do Bom Jesus; o adro com as estátuas dos profetas em pedra sabão; os passos e capelas com suas sete estações, ambos concluídos em 1805, e expressivo conjunto escultórico representativo da Paixão de Cristo.
Leia mais sobre o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos clicando aqui.

O Mestre Aleijadinho 
Filho de Manuel Francisco Lisboa, mestre-de-obras português, com uma escrava, Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica (hoje Ouro Preto) no ano de 1738 e faleceu aos 76 anos, em 1814. Iniciou sua vida artística ainda na infância, observando o trabalho de seu pai que também era entalhador. Começou a desenvolver uma doença gravíssima degenerativa que lhe deforma o corpo e os membros e sobretudo as mãos, causando enorme sofrimento, por volta dos 40 anos de idade e, aos poucos, foi perdendo os movimentos dos pés e mãos. Para trabalhar, pedia a um ajudante para amarrar as ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar, demonstrando um esforço fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.
Na fase anterior a doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e serenidade. Entre elas estão a Igreja São Francisco de Assis,  Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões, em Ouro Preto. Já doente, Aleijadinho passou a imprimir tom mais expressionista às suas obra, como se vê no conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. O trabalho artístico esculpido em madeira e pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e representativos do barroco brasileiro.
A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco, apresentando características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizava principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira, e madeira. Ele morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto e foi sepultado junto do altar de Nossa Senhora da Boa Morte da Igreja Nossa Senhora da Conceição. O conjunto de sua obra só foi reconhecido como importante muitos anos depois. Hoje, o Mestre Aleijadinho é considerado o mais importante artista do barroco mineiro.

Principais obras:

Talha
 

- Retábulo da capela-mor da Igreja de São Francisco em São João del-Rei
- Retábulo da Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto
- Retábulo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Ouro Preto


Arquitetura 
- Projetos de fachadas de das igrejas de São Francisco e Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto

Escultura 
- Conjunto de esculturas do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
Conheça o Museu Aleijadinho, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto, clicando aqui.

Confira aqui o convite

Informações para imprensa:
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Fonte: Ascom-IPHAN 

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=18155&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia




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