Passado do MAM Rio é contado em exposição permanente inaugurada no
mês de seu aniversário de 65 anos. Mostra reúne fotografias, vídeo e
documentos antigos, além de contar com passeio pela área externa da
instituição
Janine Justen
O mais novo senhor da cultura carioca comemora seus 65 anos com uma
exposição permanente sobre sua trajetória. “MAM: sua história, seu
patrimônio” ocupa três blocos do Museu de Arte Moderna e traz
fotografias que ilustram o desenvolvimento da instituição, além de um
roteiro de visita que inclui passeio pela área externa.
A curadora da exposição, Elizabeth Varela, explica que “muita gente
vai ao MAM não só pra ver exposição de arte, mas para conhecer o prédio,
a cinemateca, ver o jardim e a paisagem”. Por isso, a iniciativa
pretende valorizar a identidade gráfica do prédio ao integrar o espaço
externo com o conteúdo exposto entre quatro paredes, fazendo com que o
visitante caminhe não só da bilheteria à ala expositiva, mas por todo o
complexo, até chegar ao hall do bloco Escola. “É uma forma de criarmos
um vínculo maior com o público, uma relação de identificação que vai
além das obras aqui apresentadas”, justifica a curadora.
História do MAM
Com projeto arquitetônico de Affonso Eduardo Reidy, um dos pioneiros do
modernismo brasileiro junto a Niemeyer, o prédio é cartão-postal da
cidade e atrai gente do mundo inteiro. “Foi um projeto muito feliz. A
construção está extremamente integrada à paisagem que a circunda, sem
deixar de oferecer um espaço interno adequado para conservação das obras
e circulação de pessoas”, elogia o professor da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro, Roberto Conduru, especialista em história da arte e
da arquitetura no Brasil.
Para ele, o museu ocupa uma localização privilegiada. “De lá, se tem
vista tanto para a cidade, quanto para o Parque do Flamengo, sem falar
do Pão de Açúcar e do mar”. Além do seu valor arquitetônico para
pesquisas de vanguarda, com relação aos elementos estruturais
propriamente ditos (colunas, eixo, material etc.), o professor destaca
ainda a sua pluralidade. “Mais do que um valor só em si, é a capacidade
de permitir que as pessoas façam com ele, a partir dele, o que quiserem.
Passear, brincar, encontrar os amigos, tomar sol, ler um livro ou ir às
galerias. Um mundo de possibilidades”, completa.
Boletins, catálogos e convites são o carro-chefe dessa exposição sem
obras de arte. No hall do bloco Escola, o visitante encontra maquete do
museu, uma linha do tempo e cerca de cem documentos, entre arquivos
originais e digitalizados. Nessa retrospectiva, destacam-se a dobradinha
“Opinião 65”, “Opinião 66” e a “Nova Objetividade Brasileira”, de 1967,
além de folders originais de “Picasso, Anos de Guerra” e salões que
marcaram época – o primeiro neoconcreto, o Salão da Bússula e os
nacionais de artes plásticas e arte moderna.
Por fim, o visitante pode conferir um vídeo com imagens da construção
do complexo em todas as suas etapas, desde a preparação do terreno ao
acabamento. Inaugurado em 1958, no Aterro do Flamengo, o nosso
aniversariante já recebeu visitas notáveis e esteve por diversas vezes
nas paradas de sucesso internacionais.
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/agenda/mam-rio-completa-65-anos Bloco expositivo em construção, 1965. Foto: MAM-Rio.
Nivelamento de terreno, 1954. Foto: MAM-Rio.
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