ENCONTRO NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO NO CAMPO DA MEMÓRIA E PATRIMÔNIO
Convenção do Patrimônio Imaterial: 10 anos depois [2003-2013]
O conceito de patrimônio e em particular o de patrimônio
cultural, proposto pela UNESCO, é resultado de processos complexos de
negociações políticas nacionais e internacionais. Os processos de
constituição do patrimônio se fazem acompanhar por representações
normativas e por vezes conflitivas da cultura e diversidade.
O patrimônio cultural, tal como aborda a UNESCO, se apresenta
como um patrimônio nacional, o que leva a questionar os objetivos, a
eficácia e a maneira como o Estado se posiciona diante dele.
Como promotora do patrimônio cultural imaterial, a UNESCO
desempenha um papel essencial no movimento de extensão e universalização
do campo patrimonial. Com a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio
cultural imaterial de 2003, a noção de patrimônio avança para um vasto
conjunto de práticas sociais no qual a diversidade de suportes,
expressões, sentidos, tipologias, se entrecruzam e potencializam outras
tantas expressões patrimoniais.
O discurso oficial da UNESCO busca, ao expandir o patrimônio
para além de suas expressões materiais ou da cultura dita erudita,
amplia-lo para domínios da cultura vernacular, das expressões de
culturas ditas subalternas e de valores que transcendem a afirmação da
Nação.
Do patrimônio mundial ao nacional, passando por patrimônios
locais e reivindicações patrimoniais associadas a grupos e minorias, o
fio condutor é a ideia de herança a preservar, ideia essa já manifesta
em documentos oficiais da UNESCO nos anos 1970, o que fez avançar da
noção de patrimônio em sentido mais restrito para processo de
patrimonialização no qual atores, sujeitos, valores e dispositivos de
reconhecimento e salvaguarda são colocados em interação.
A Convenção de 2003 da UNESCO veio, portanto, trazer o tema
da diversidade associado ao da necessidade de salvaguarda, num contexto
de pós-colonialismo, neocolonialismo e mundialização. A defesa das
culturas "locais" frente aos efeitos corrosivos da "tendência
cosmopolita" está na base dos princípios de valorização de expressões
culturais cada vez mais associadas aos contextos locais.
Nesse 7º SIMP pretende-se propor discussões sobre formas
nacionais e locais de expressão e gestão patrimonial, abordando os
impactos e reflexos da Convenção da UNESCO de 2003 nos diferentes
contextos nacionais. Como principio fundamental adotamos a ideia de
tratar experiências patrimoniais que envolvam tanto o patrimônio
imaterial quanto o material, o intangível e o tangível, entendendo que
certas manifestações, como o caso do patrimônio religioso no México, são
pontos de convergências dessas duas dimensões.
Realizado entre os dias 6 e 8 de novembro de 2013, na cidade de Pelotas
(RS), pelo Programa de Pós-graduação em Memória Social e Patrimônio
Cultural – PPGMP – da Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Este ano a
temática é “Convenção do Patrimônio Imaterial: 10 anos depois
[2003-2013]“.
O evento receberá comunicações nos seguintes eixos temáticos
1) Ciência e preservação: a tecnologia como ferramenta para a conservação do patrimônio.
2) Fotografia, cultura material e patrimônio imaterial
3) Direito, Políticas Públicas e Justiça na tutela de Bens Culturais
4) Arquitetura e Patrimônio
5) Patrimônio Material: histórias e inventários
6) Patrimônio e Museus: interfaces necessárias
7) Lembrar, esquecer, narrar
8) O Patrimônio Cultural Imaterial e suas normativas e instituições patrimoniais na América Latina
9) Paisagem e cultura: patrimônio, turismo e memória
2) Fotografia, cultura material e patrimônio imaterial
3) Direito, Políticas Públicas e Justiça na tutela de Bens Culturais
4) Arquitetura e Patrimônio
5) Patrimônio Material: histórias e inventários
6) Patrimônio e Museus: interfaces necessárias
7) Lembrar, esquecer, narrar
8) O Patrimônio Cultural Imaterial e suas normativas e instituições patrimoniais na América Latina
9) Paisagem e cultura: patrimônio, turismo e memória
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