domingo, 31 de março de 2013

XI Jornada de História Cultural

30 a 31 de agosto de 2013, Museu Júlio de Castilhos, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

A partir das novas perspectivas trazidas pelos aportes conceituais e metodológicos da História Cultural, pretendemos nesta Jornada colocar em discussão os múltiplos âmbitos da história do urbano em sua relação com os processos memoriais e de construção de identidades. Tomamos como ponto de partida a assertiva de Sandra Pesavento (1999, p. 24), no livro O imaginário da cidade: visões literárias do urbano – Paris, Rio de Janeiro e Porto Alegre: "Assim, a cidade é objeto de múltiplos discursos e olhares, que não se hierarquizam, mas que se justapõem, compõem ou se contradizem, sem por isso serem uns mais verdadeiros ou importantes que outros". As diversas representações da cidade que constituem o imaginário de hoje e do passado, entrecruzam-se com as novidades midiáticas e, à luz dessa profusão de olhares, perguntamos como fica o indivíduo, enquanto cidadão que deve se relacionar com a urbe a partir de um sentimento de pertencimento, criando uma identidade. Algumas indagações podem nortear um caminho profícuo de reflexão: qual o papel dos indivíduos enquanto cidadãos na formação do imaginário social e simbólico de uma cidade; em que medida a sociedade midiática contemporânea interfere no processo de urbanização e patrimonialização das cidades de hoje; como os seres humanos contemporâneos podem viver em suas identidades e ao mesmo tempo sobreviverem nos espaços públicos que, por vezes, apagam suas individualidades enquanto cidadãos; como pensar historicamente, a partir deste início do século XXI, a problemática da identidade urbana dos indivíduos submetidos a todo tipo de intervenções dos poderes públicos e das mídias; historicamente percebidos, quais processos memoriais de uma sociedade, ou de seus grupos constitutivos, estariam inseridos na formação de identidades culturais urbanas?

Desta forma, pretendemos discutir a cidade e o aspecto espaço-temporal da experiência humana nela inserida. Alguns eixos (ou sub-temáticas) podem balizar as reflexões e as comunicações apresentadas, tais como: diversidade das formas de ocupar e habitar o espaço urbano; cidade, memória e esquecimento; trabalho e lazer na cidade; cidade e cultura; cidade e patrimônio cultural; paisagens urbanas e paisagens culturais, paisagens da memória, paisagens subjetivas; identidades x mídias; grupos sociais e suas transformações identitárias; saberes e fazeres na cidade; imagens da cidade e suas estéticas; relações entre temporalidades coletivas e subjetivas; das relações entre os espaços público e privado na cidade/urbanização; planejamento urbano e sua relação com patrimônio cultural.

Site do Evento, Programação e Cronograma  no link: http://www.ufrgs.br/gthistoriaculturalrs/xijornada.htm


 

 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi, abre as portas em SP com exposição multimídia

Em 2011, o crítico e curador Hans Ulrich Obrist deu início a um trabalho com 34 artistas e arquitetos brasileiros e estrangeiros tendo como tema a Casa de Vidro, espaço projetado por Lina Bo Bardi em 1951 e que foi moradia da arquiteta e de seu marido Pietro Maria Bardi em São Paulo.
Desde então, o time produziu uma série de trabalhos que finalmente será exibida na residência, localizada no Morumbi, e no Sesc Pompeia, também projetada por Lina em 1981 na capital paulista.
Chamada The Insides Are on the Outside / O interior está no exterior, a mostra fica em cartaz de 5 de abril e 30 de maio.

“Esta exposição foi concebida como uma dupla homenagem à casa e à sua criadora, e reiteração da continuada relevância da Casa de Vidro como caixa de ferramentas para a prática da arquitetura e artística no presente”, afirma Obrist.
De acordo com ele, os participantes tiveram total liberdade para explorar e trabalhar quaisquer aspectos da casa, como a própria edificação ou as árvores no jardim, e até o arquivo ou a coleção de arte que pertenceu ao casal Bardi.

“Os trabalhos expostos são narrativas que revelam aspectos da casa e sua história invisíveis a olho nu e que, inseridos no cenário da residência dos Bardi, fazem da casa uma Gesamtkunstwerk [em português: obra de arte total]”, completa o curador.A mostra contou com uma introdução em setembro de 2012, quando foram apresentadas as obras realizadas por Paulo Mendes da Rocha, SANAA (Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa), Alexander Calder, CildoMeireles, Cinthia Marcelle, Douglas Gordon, Gilbert & George, e Waltercio Caldas.

Agora, na etapa final, a exposição terá uma pré-estreia dia 31 de março, domingo, quando Zé Celso Martinez Correa percorrerá, a bordo de um ônibus, obras projetadas pela arquiteta: o Teatro Oficina, o Palácio das Indústrias, o MASP, o SESC Pompeia e a Casa de Vidro. A performance será gravada, transformada em vídeo e integrada à exposição.Na Casa de Vidro, além dos trabalhos apresentados em 2012, estarão as obras de arquitetos e artistas como Cristina Iglesias, Dominique Gonzalez-Foerster, Jonathas de Andrade, Juan Araújo, Koo Jeong-a, Norman Foster, Olafur Eliasson, Pablo León de la Barra, Paulo Nazareth, Pedro Reyes, Philippe Parreno, Renata Lucas, Rivane Neuenschwander e Sarah Morris.

Já no Sesc Pompeia estarão as instalações de Ernesto Neto e Dan Graham, de Douglas Gordon, de Adrian Villar Rojas, Pedro Barateiro, José Celso Martinez Corrêa, Laercio Redondo, Tamar Guimarães. entre outros.Esta é a primeira exposição de Obrist no Brasil, e dá continuidade a uma série de propostas curatoriais realizadas por ele em casas-museus como nas residências de Luis Barragán no México, e a morada de Federico Garcia Lorca em Granada, Espanha, e na Nietzsche Haus, em Sils Maria, Suíça.

Exposição: The Insides Are on the Outside / O interior está no exterior
Local: Casa de Vidro e Sesc Pompeia, em São Paulo
Data: de 5 de abril a 30 de maio
Endereço: Casa de Vidro (Rua General Almério de Moura, 200, Morumbi, São Paulo) e Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, Pompeia, São Paulo)
Horário: Casa de Vidro (terça a domingo, das 11h às 17h) e Sesc Pompeia (terça a domingo, das 9h às 21h)
Entrada franca





















































Imagens: Portal Arcoweb

quinta-feira, 28 de março de 2013

IPHAN reabre Museu do Trem no Rio de Janeiro

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (IPHAN-RJ) reabrirá o Museu do Trem, na próxima terça-feira, dia 02 de abril. Fechado ao público desde 2007, o Museu teve seu prédio e acervo, uma das maiores referências da memória ferroviária do país, tombados pelo IPHAN em 2011

Com mais de mil itens, o acervo, que passou por criterioso inventário, abrange equipamentos ferroviários, utensílios, mobiliário e até locomotivas como a Baroneza, construída na Inglaterra, movida a vapor e a primeira a trafegar na estrada de ferro de Petrópolis. Outros destaques são um vagão usado pelo ex-presidente Getúlio Vargas e outro onde viajou o Rei Alberto, da Bélgica, quando esteve no Brasil em visita oficial, em 1922.
O prédio abrigou o maior conjunto de oficinas de locomoção da América Latina, que ajudou inclusive na formação bairro do Engenho de Dentro. O Museu e a sua coleção pertenciam à Rede Ferroviária Federal, extinta há seis anos, cujo acervo considerado de valor histórico e cultural foi absorvido pelo IPHAN.

Situado na Rua Arquias Cordeiro, 1046, Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, o Museu do Trem ficará aberto de segunda a sexta-feira, das 10h às 15h, com entrada franca. Informações, inclusive sobre visitas guiadas para escolas, podem ser obtidas pelo telefone 21 2233-7483.

Mais informações para a imprensa:
IPHAN/RJ
Chico Cereto e Yasmim Secron
(21) 2233-6334 – Yasmim Secron.
Fonte: IPHAN-RJ- http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=17291&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia

















Foto: Paulo ITT - http://www.trilhosdorio.com.br/forum/viewtopic.php?f=65&t=96

'Passagens secretas', túneis de Curitiba eram abrigos antinazistas

“É bem provável que exista alguma ligação secreta escondida. Até porque atrás do colégio fica o Círculo Militar, e o exército sempre teve essa estratégia subterrânea em toda a sua história”. É com essa afirmação que o pesquisador Marcos Juliano Ofenbock descreve uma das mais curiosas histórias de Curitiba.
Os túneis espalhados pela região das Mercês e do Centro da cidade até hoje chamam a atenção de aficionados pelo tema. Há quem acredite que seja possível desvendar, através de escavações, os mistérios guardados por diversas gerações nessas passagens subterrâneas da capital paranaense.
Marcos conta que os túneis foram utilizados entre o período da primeira e segunda Guerra Mundial e teriam conexões entre o antigo Clube Concórdia (atual Clube Curitibano), e as igrejas Catedral, da Ordem, Rosário e Ruínas de São Francisco, no Largo da Ordem. Cada um desses túneis teria saídas estratégicas para outros lugares.
O G1 publica até sexta-feira (29), dia em que Curitiba completa 320 anos, uma série de reportagens sobre lendas urbanas. As histórias possuem várias versões e foram relembradas por pequisadores.
“Eu acredito que a conexão da Igreja Matriz [Catedral] foi utilizada pelo exército durante a Segunda Guerra Mundial e que conectava com o depósito de munição do exército que fica na esquina das Ruas Carlos Cavalcanti com a Rua Riachuelo”, diz Ofenbock.

















Mapa mostra algumas das principais ligações dos túneis de Curitiba, segundo o pesquisador
(Foto: Arte / RPC TV)


O pesquisador argumenta que, em 2012, durante o período de reformas da Catedral, foi descoberto um poço sobre o chão do altar. “Ninguém sabe dizer o porquê deste poço. Na minha opinião era o respiradouro do túnel que foi alagado pelo exército”.Segundo Marcos Juliano Ofenbock, essas passagens subterrâneas serviam para esconder tesouros, documentos, restos mortais e até mesmo para que imigrantes pudessem empreender fuga. “Eles precisavam dessa passagem secreta para uma possível invasão nazista, caso os alemães ganhassem a guerra na Europa e viessem para a América do Sul. Acho que a igreja poderia ser um local de reunião de líderes de uma possível resistência e distribuição de suprimentos”.

Empolgado, Marcos também fala da passagem no Colégio Estadual do Paraná (CEP). "Outro ponto da cidade que todos relatam que existe uma saída subterrânea é o CEP. O interessante é que a planta do colégio é a mesma da academia militar das Agulhas Negras (unidade de treinamento do Exército em Resende, no Rio de Janeiro), e o prédio possui um subterrâneo preparado para servir como abrigo antiaéreo”, explica Ofenbock.

Para o pesquisador, há chances de que tenham outras passagens secretas ainda dentro da estrutura do colégio. “Se essa construção foi baseada em um modelo militar, é bem provável que exista alguma ligação secreta escondida. Até porque atrás do colégio fica o Clube Círculo Militar, e o exército sempre teve essa estratégia subterrânea em toda a sua história”.

Sobre o antigo Clube Concórdia ele afirma que o túnel levava a dois lugares. “Uma conexão iria para as galerias do Largo da Ordem, e, a outra, em direção a Fundição Muller, onde atualmente está instalado o Shopping Muller”, explica.

 



















Túnel localizado no fundo do porão o Clube
Curitibano sede Concórdia (Foto: Adriana Justi / G1)
 

Busca sem fim
 
Na busca por outras passagens subterrâneas, Juliano conta que já entrou em vários lugares da cidade. Entre eles estão os porões da Câmara de Vereadores e casarões antigos. Ele explica que o interesse em estudar os possíveis túneis, é apenas para resgatar a história da cidade. “Resgatar a história é uma coisa legal porque a gente resgata para as gerações futuras e para si próprio”. O G1 foi até a sede do antigo Clube Concórdia citado pelo pesquisador e constatou que existe um porão com uma entrada para um túnel quem tem aproximadamente  97 cm x 1,10 m de diâmetro.

Segundo Claudio Mader, um dos associados do clube, há muitas histórias, mas não é correto afirmar nada com convicção. “Não sei até onde é história ou lenda. Desse porão sai um túnel perto do banheiro e termina num alicerce de uma construção feita entre 1956 e 1957. Dali para frente é suposição, mas não tem registro oficial disso em lugar nenhum”, conta.

Para Mader, os associados acreditam que existe muita chance de não existir túnel nenhum, tendo como base o desenvolvimento da cidade de Curitiba. “Se existisse esse túnel com conexão para outros lugares como a igreja Matriz, por exemplo, com todas as galerias de água e esgoto que se tem em Curitiba, já teria sido descoberto esse túnel”, pondera Claudio.

Segundo a assessoria de imprensa do Curitibano, o prédio foi construído muito antes da primeira Guerra (1914-1918). A data de fundação do clube é 1886. Diante disso, o associado não vê a possibilidade do túnel ter servido de abrigo para refugiados. "Essa construção é muito anterior a primeira guerra mundial, não tem nada a ver e a suposição que o túnel teria sido construído para esconder”.

O porão, que é atualmente é ocupado pelo bar do clube, antigamente era o espaço da cozinha. Os mantimentos eram guardados nesse local porque na época não havia geladeira, e o local era o mais bem ventilado entre os demais.

A assessoria de imprensa confirmou ainda que existem projetos de restauração da sede, recém-incorporada, mas não afirma que serão feitos investimentos para que se investigue a procedência do túnel. "Trata-se de um patrimônio cultural de Curitiba, e por isso, todo cuidado histórico é tomado para que a composição do prédio seja resguardada". 

















Túnel localizado em uma das sedes do Clube Curitibano tem aproximadamente 97 cm x 1,10 m de diâmetro (Foto: Adriana Justi / G1) 

Pará – Lançamento do livro “Turismo e Gestão do Patrimônio Arqueológico”

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio da Superintendência no Pará, convida para o lançamento do livro “Turismo e Gestão do Patrimônio Arqueológico”, no dia 02 de abril de 2013, às 19h.
A publicação é resultante do projeto de socialização de sítios arqueológicos nos estados do Pará e Amapá, cujos estudos foram fomentados pela Superintendência do Iphan-PA entre os anos de 2009 a 2010. A ação visou a elaboração de projetos para criação de infraestrutura adequada em sítios arqueológicos situados no Parque Estadual de Monte Alegre (PA), em Calçoene e Maracá (AP). Durante o processo, foram necessárias reuniões técnicas, visitas a sítios musealizados no Brasil e no exterior, oficinas e demais atividades, dentre estas, a realização de workshop sobre turismo arqueológico, que culminou na presente publicação.
O workshop Internacional Turismo e Patrimônio Cultural ocorreu na cidade de Belém, no período de 28 a 30 de abril de 2009 e foi promovido pelo Iphan, Naea/Ufpa e MPEG. O presente livro reúne 14 pesquisadores, entre brasileiros e estrangeiros participantes do workshop, além da colaboração do Instituto Cubano de Antropologia/ICAN, cujas contribuições foram cruciais para o desenvolvimento do projeto e podem inspirar o debate sobre modelos de gestão da visitação de sítios arqueológicos em outras partes do país.
Lançamento do livro “Turismo e Gestão do Patrimônio Arqueológico” Data: 02/04/2013 Horário: 19h Local: Anexo Iphan/Pa (Av. Governador José Malcher, nº 474, esquina com a Tv. Benjamin Constant)

Fonte: http://www.defender.org.br/para-lancamento-do-livro-turismo-e-gestao-do-patrimonio-arqueologico/

  

terça-feira, 26 de março de 2013

Tombamento da Estação Ferroviária de Teresina é homologado pelo MinC

Foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (25) a homologação do tombamento do Conjunto Estação Ferroviária de Teresina. A proposta apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi aprovada ainda em março do ano passado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. A homologação foi feita pela ministra da cultura, Marta Suplicy.

“A homologação é a confirmação do que já havia sido estabelecido e aprovado pelo Conselho Consultivo. É uma forma também para redobrar a atenção e proteção a esse espaço importante para a história do estado”, disse a superintendente do Iphan no Piauí, Claudiana Cruz.

Localizado na Avenida Miguel Rosa, no Centro de Teresina, a estação foi inaugurada em 1926 e tem um terreno de sete hectares. Em um dos espaços funciona a Companhia Metropolitana de Transportes do Piauí (CMTP) e outra área esta cedida para o Grupo Harém de Teatro.

Uma parte do terreno foi cedida para a Prefeitura para construção do Parque da Cidadania. O projeto prevê escolas de música, dança, biblioteca, cinema e um anfiteatro para espetáculos teatrais ao ar livre com capacidade para mil pessoas. Além disso, o local terá espaço para a prática de ciclismo, caminhadas, pista de skate e uma academia de ginástica.

“A construção do Parque vai revitalizar aquela área. Nós queremos fortalecer as atividades culturais no local e promover a valorização da Estação Ferroviária. Hoje boa parte do espaço ainda está sem utilidade”, disse Claudiana Cruz.

De acordo com o Iphan, a ferrovia em Teresina significou o acesso ao mar e a inserção de sua produção agrícola e industrial na economia do país e esse é um dos motivos que evidencia a importância do Conjunto da Estação Ferroviária de Teresina para o desenvolvimento social e cultural do Piauí. O conjunto ajuda a compreender como foi estruturada a urbanização da cidade e do território nacional.

Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2013/03/tombamento-da-estacao-ferroviaria-de-teresina-e-homologado-pelo-minc.html 

















Estação Ferroviária de Teresina, inaugurada em 1926, fica localizada na Avenida Miguel Rosa (Foto: Gilcilene Araújo/G1)

Igrejas históricas de São Luís serão reformadas pelo Iphan

Ao todo, cinco igrejas da capital passarão por reparos.
Reformas usarão recursos do Programa de Aceleração do Crescimento.

Cinco importantes igrejas históricas de São Luís devem ser reformadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As igrejas são a Igreja da Sé, Igreja de Nossa Senhora do Carmo, Igreja de Santaninha, Igreja de Santo Antônio e a Igreja de São João. Os recursos são do PAC.

As demais igrejas da capital também estão com recursos assegurados para projetos de restauração de obras de arte, móveis e estruturas internas, além de reparos nas fachadas.

Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2013/03/igrejas-historicas-de-sao-luis-serao-reformadas-pelo-iphan.html 
















Igreja do Carmo está entre as igrejas que
serão reformadas (Foto: Biné Morais/O Estado)

A volta do primeiro livro

Reedição de obra do século XIX sobre história da arte revela também como produção artística ficou fora do debate cultura

Ronaldo Pelli

“Excetuando o período modernista e aquele ligado às vanguardas construtivas no país, a produção artística nunca protagonizou o debate cultural.” Essa é a razão, segundo o professor e pesquisador da Escola de Comunicação e Artes da USP Tadeu Chiarelli, de o livro "Belas artes: estudos e apreciações" ter ficado há mais de um século fora do radar de quem se interessa pelo estudo da história da arte no Brasil.

A obra, considerada a primeira do gênero no Brasil, foi publicada pela primeira vez em 1885 pelo jornalista, dramaturgo, editor e crítico de arte Félix Ferreira, e está sendo reeditada agora, por conta do esforço de Chiarelli. O professor da USP localizou um dos únicos exemplares conhecidos na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo (o outro ficava no Setor de Obras Raras da Biblioteca da UFRJ), e, como não podia retirar o volume da seção de obras raras, transcreveu toda a obra à mão. Em seguida, atualizou para o português atual, acrescentando mais informações. Além do próprio texto, a obra contem comentários, um prefácio, glossário com termos específicos da época, bibliografia, uma pequena biografia de Félix Ferreira, e a reprodução de obras mencionadas no texto original.

"Belas artes: estudos e apreciações" é uma coleção de artigos que saíram primeiramente na imprensa carioca da época. Félix Ferreira introduz pela primeira vez no Brasil uma reflexão sobre o “desenvolvimento” da arte através do tempo e do espaço, desde as cavernas e primeiras construções, até a produção europeia do século XIX. Segundo Chiarelli, além desse pioneirismo, o grande mérito de Félix Ferreira é a tentativa de democratizar o conhecimento sobre o assunto.

“Eu acredito que tal situação [o esquecimento] se deu por desconhecimento, desinteresse e preconceito. Para alguém ligado àqueles movimentos do século XX, um autor da segunda metade do século XIX, sem outras publicações, não devia despertar o menor interesse”, argumenta o professor. “Quem se interessar a ler o livro de Ferreira perceberá que ali é possível estabelecer novas possibilidades para entender a situação da arte no Brasil no final do século XIX.”

Chiarelli ressalta como Félix Ferreira se interessava pelos meios de reprodução da imagem, como a xilogravura e a fotografia. “Sua preocupação com a educação da população brasileira como um todo e o papel que a arte e os novos meios de reprodução de imagem dentro dessa questão, para mim são pontos muito atuais ainda.”

Para o professor da USP, a intenção do livro é introduzir o público brasileiro no território da história da arte universal, familiarizando-o com os períodos da história da arte (Origem e Desenvolvimento; Transformação e Florescimento; Grandeza e Decadência; Renascimento e Arte Moderna). Uma outra intenção é situar a produção artística brasileira dentro desse conjunto mais amplo, integrando obras e artistas cariocas à tradição forjada pela história da arte que se consolidava no século XIX. 

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/a-volta-do-primeiro-livro












'Combate Naval do Riachuelo', de Victor Meirelles, que aparece no livro

Saída de emergência

Após desocupação da Aldeia Maracanã, no Rio de Janeiro, ex-moradores visitam locais sugeridos pelo governo para abrigar centro de referência indígena. Mas para Vãngri Kaingang falta “pedaço de mata” nestes espaços

Após meses de muita tensão e expectativa, no final da manhã desta sexta-feira (22), policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiram o prédio do antigo Museu do Índio. Munidos de spray de pimenta e bombas de efeito moral, a intenção da operação “asfixia” era retirar os manifestantes que ainda resistiam à desocupação da Aldeia Maracanã. O prédio histórico não será demolido, mas abrigará o chamado Museu Olímpico do COB.

Segundo a agora ex-moradora da aldeia, Vãngri Kaingang, o próximo passo é escolher um novo abrigo. O governo do Estado se comprometeu em construir, até o final de 2014, um centro de referência indígena, mas os novos locais propostos não agradaram. Uma das reclamações é a falta de um “pedaço de mata”: “Estamos visitando os espaços sugeridos pelo governador Sérgio Cabral [em Jacarepaguá, Bonsucesso e na Quinta da Boa Vista], mas a situação é complicada, pois nenhum deles está fechando muito com os interesses dos índios.”
A polêmica ocupação, que teve início em novembro de 2012, ganhou mais um episódio controverso esta semana, quando o secretário de Esportes e Lazer do Estado do Rio de Janeiro, André Lazaroni, se manifestou sobre o caso. Em entrevista, o político disse que “índio mesmo mora na floresta”, o que foi considerado como " um monte de besteira", pelo antropólogo Mércio Pereira Gomes, ex-presidente da Funai.

Entenda o caso:
A reforma urbano-paisagística no entorno do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, gerou transtorno e, claro, queixas. Em novembro do ano passado, por exemplo, foram cassadas pelo TRF da 2ª Região duas liminares que impediam a demolição do prédio onde funcionou o Museu do Índio, entre 1910 e 1978; assim como a remoção dos cerca de 20 indígenas que vivem no terreno apelidado de Aldeia Maracanã. A situação ali era crítica. Parte do muro da propriedade já havia sido derrubada para dar espaço ao maquinário prestes a funcionar de olho nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.  No entanto, após o envolvimento de ativistas, políticos e artistas, a decisão de colocar o prédio abaixo foi revogada.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/nota/Saida-de-emergencia 




 

 

 

 

domingo, 24 de março de 2013

386 anos do Ver-o-Peso é celebrado com passeio turístico em Belém

Para comemorar o aniversário de 386 anos de um dos principais cartões postais da capital paraense, o Mercado do Ver-o-Peso, a Universidade Federal do Pará (UFPA) programou para este domingo (24) um passeio geoturístico gratuito oferecido à população. O objetivo é trazer a tona um pouco mais da história do ponto turístico.
A programação do passeio "Do Complexo do Ver-o-Peso ao Porto: Percorrendo e revelando paisagens no centro histórico de Belém" é organizada pelo Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo da UFPA (GGeotur/UFPA). A Praça do Pescador, Igreja e Largo das Mercês, Boulevard Castilho França e Prédio da CDP são algumas das rotas do passeio, que deve terminar ao meio dia no Forte São Pedro Nolasco.
Segundo a coordenadora do projeto, professora Maria Goretti, será uma ótima maneira de celebrar o aniversário desse importante centro histórico e ainda valorizar o patrimônio material e imaterial da cidade.
"O roteiro percorrerá importantes construções da época colonial e da Belle Époque, mas também passaremos por lugares como o Mercado de Carne e pelas erveiras, para mostrar um pouco do saber cultural da nossa região, que assim como as edificações, são de extrema importância para a história de Belém", afirma a professora.
Recomendações:
A organização do evento orienta aos participantes irem de tênis e boné, a utilização de protetor solar e roupas leves.
Serviço:
Passeio geoturístico "Do Complexo do Ver-o-Peso ao Porto: Percorrendo e revelando paisagens no centro histórico de Belém", neste domingo (24), com concentração no Terminal Turístico da Estação das Docas, a partir das 8h30.

Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/03/386-anos-do-ver-o-peso-e-celebrado-com-passeio-turistico-em-belem.html

 















Mercado do Ver-o-Peso, em Belém (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)

Museu de arte latino-americana é inaugurado neste sábado no Rio

Um museu de arte latino-americana abre as portas neste sábado (23), no Rio. A Casa Daros, em Botafogo, Zona Sul do Rio,  será sediada em um casarão do século 19, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico. A construção de 11 mil metros quadrados será inaugurado depois de um processo cuidadoso de recuperação.
O espaço demorou cinco anos para ser restaurado. A revitalização foi complexa e exigiu troca de janelas, portas, pisos e também a instalação de tecnologia. O investimento foi feito para abrigar grandes exposições do circuito cultural carioca.
A casa Daros quer mostrar para o mundo a arte contemporânea da América Latina.  A exposição “Cantos Cuentos Colombianos” trouxe para o Brasil 75 peças do país latino e retrata questões como a guerrilha, o narcotráfico e a censura. Todas as peças fazem parte de um acervo de 1.200 obras da colecionadora Ruth Schmidheiny, que mora na Suíça. Peças de artistas consagrados como Dóris Salssedo também fazem parte da mostra.
Segundo Isabella Rosado Nunes, diretora-geral da Casa Daros, o espaço "para saber escutar" conta com trabalhos feitos durante o processo de restauração da casa.

Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/03/museu-de-arte-latino-americana-e-inaugurado-neste-sabado-no-rio.html 

















Público aguarda para visitar a Casa Daros na manhã deste sábado (23) Marina Morena Costa

sábado, 23 de março de 2013

Maceió (AL) em preto e branco: a história da cidade revelada em fotografias

Uma viagem à Maceió do passado. Reviver no presente uma época que não volta mais é possível ao abrir uma saudosa caixa de fotografias antigas. O tesouro resgata paisagens e recantos da capital alagoana que fizeram história.
O acervo começou com uma curiosidade de menino. Aos dez anos, o moleque esperto Zé Bilú, morador do bairro da Pajuçara, gostava de conversar com os mais velhos e admirar as construções da cidade. Foi a partir daí que no garoto despertou o interesse de contar em fotografias a história da capital alagoana. O cenário das primeiras descobertas? A Praça do Rex, localizada no bairro onde morava.
Ele conta que alguns cartões postais de Maceió, doados por seu Horácio, um vizinho de cerca de 80 anos, inauguraram a coleção. Hoje, Zé Bilu, com 58 anos, se perde dentre as inúmeras imagens que compõem seu acervo. Ele sequer arrisca precisar a quantidade de fotografias antigas que possui, mas tem certeza de que passa de mil.
Zé Bilú guarda histórias e curiosidades do lugar. O colecionador explica que o Gogó da Ema, famoso coqueiro em forma de pescoço de ema que existia na praia da Ponta Verde, foi plantado por dona Constança Araújo na década de 1930. A muda veio de seu sítio e o coqueiro tornou-se um dos primeiros cartões postais de Maceió, mas saiu do cenário urbano derrubado pelo avanço do mar na década de 1960.
O colecionador relembra também o trajeto percorrido pela réplica da estátua da liberdade – que foi doada à cidade pelo governo da França – até ser colocada em definitivo na Praça 18 do Forte de Copacabana, por trás do Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa). “A estátua da liberdade esteve em várias praças. Logo quando foi trazida ficou na Praça 18 do Forte de Copacabana, depois foi para a do Centenário, no bairro do Farol, em seguida foi colocada na Manuel Duarte, na Pajuçara, e só então voltou para a 18 do Forte”, detalha.

















Gogó da Ema foi o primeiro cartão postal de Maceió, mas acabou derrubado pelo mar. (Foto: Arquivo pessoal)

 















Praça Dois Leões guarda curiosidades sobre a origem do seu nome. (Foto: Arquivo pessoal)

Outro fato curioso é sobre a praça mais conhecida do bairro do Jaraguá, a Dois Leões, oficialmente Praça Wanderley Duarte. “A praça é conhecida assim por causa das esculturas dos animais que tem lá. Só que poucas pessoas sabem que não são dois leões, mas sim um leão e um tigre”, revela.
O prazer de divulgar os cenários da Maceió do passado está presente nas palavras do colecionador. Ele comenta que o acervo já subsidiou diversos trabalhos. “Minhas fotos já serviram para faculdades, livros e até para pessoas que precisavam de orientação sobre arquitetura de praças”, diz ele.
O colecionador revela que as fotografias têm origens diversas. “Muitas foram doações, outras são fotografias pessoais e também tem algumas herdadas do meu avô, que foi da Marinha e gostava de tirar muitas fotografias. Então eu fui juntando”, esclarece.

Memória viva
















Colecionador Zé Bilú reúne fotografias antigas desde os dez anos de idade. (Foto: G1 Alagoas)

Zé Bilú relembra que a Praça Visconde de Sinimbu, localizada no Centro da cidade, era conhecida como Praça do Menino Mijão, porque havia uma estátua de um menino fazendo xixi. “A praça só começou a ser chamada de Sinimbu depois que a estátua foi derrubada”, afirma.
Ele conta ainda que no local onde foi construído o famoso farol da cidade havia uma biruta, objeto que indica a direção do vento. Ela deu lugar a um catavento, até ser construída a torre de luz. O farol acabou dando nome ao bairro – originalmente Planalto do Jacutinga -, que já foi o preferido da burguesia alagoana que ali construía suas mansões.
Muitos sabem que a cidade de Maceió surgiu em dezembro de 1815, a partir do povoado que integrava o Engenho Massayó. Ouviram falar também que o nome tem origem na palavra indígena “Maçayó” ou “Maçaio-k”, que quer dizer “o que tapa o alagadiço”. Mas o fato curioso quem traz na lembrança é Zé Bilú. “O que pouca gente sabe é que o engenho ficava onde hoje é a Assembleia Legislativa, a casa grande, ao lado, onde atualmente é a Biblioteca Pública, e a capela de São Gonçalo do Amarante, no meio do morro do Jacutinga, atrás da atual Catedral”, relata.

‘Bons tempos aqueles…’

















Praça Dom Pedro II, onde hoje funciona a Assembleia Legislativa de Alagoas. (Foto: Arquivo pessoal)

Não é difícil encontrar contemporâneos da Maceió que, hoje, só existe na memória. Os que viveram aquela época não escondem o saudosismo e sempre relembram algum fato marcante.
A aposentada Sílvia Buarque, 70, não esquece de como era o bairro da Levada e o quão era bom ir ao Cine Ideal, da Rua 16 de Setembro, muito frequentado por crianças e adolescentes nos anos 50 e 60. “Uma época maravilhosa! A gente admirava os moços bonitos e eles a gente, né?”, diverte-se a aposentada.
















Mercado de imóveis no bairro da Levada já foi bastante valorizado. (Foto: Arquivo pessoal)

Na Levada, bairro onde havia o único aeroporto da cidade, as ruas estreitas eram povoadas por moradores com suas cadeiras nas calçadas a conversar com os vizinhos. Lá, as pessoas de classe média construíam seus casarões, com sobrados e sacadas, por ser vizinho ao centro da cidade.
“Quase não dá para acreditar, mas a Levada já foi um dos grandes bairros valorizados no pequeno mercado de imóveis da época”, pontua, entusiasmado, Zé Bilú.
O Jornalista Vladimir Calheiros, 76, lembra que, naquela época, existia uma quantidade enorme de carrocinhas de burros, principalmente na área de Jaraguá, e poucos automóveis. “Como havia pouquíssimos carros, você identificava os automóveis pelos proprietários. Todos eram importados porque o Brasil ainda não fabricava automóveis”, salienta.
“O trem tinha um papel importantíssimo para a sociedade. Viajar de avião era uma raridade. O navio também era importante porque as pessoas iam muito de navio para o exterior e para outras capitais”, completa Calheiros.
Naquele tempo, a diversão tinha lugar marcado. “O foco da sociedade era o comércio, com seus restaurantes, bares e sorveterias, e o clube da Fênix. A praia da Avenida era a grande praia da cidade e era a atração dos fins de semana e férias”, destaca.
O Jornalista Vladimir ainda se lembra de como era a sociedade daquele século. “Nessa época, a família era muito importante. A primeira coisa que se perguntava quando se conhecia um jovem era ‘Você é filho de quem?’ Os homens usavam muito chapéu, mulheres não usavam calça comprida. Em biquíni nem se falava, era maiô fechado”, brinca.
“É difícil traçar um paralelo entre a Maceió antiga e a atual, porque é outro mundo. Eram bons tempos aqueles. O ideal seria se nós pudéssemos viajar e passar o fim de semana no passado”, revela saudoso.

Um caçador de relíquias caminhando com tristeza

















Calçadão da Praia da Avenida imitava o de Copacabana, no Rio de Janeiro. (Foto: Arquivo pessoal)

Zé Bilú não esconde a mágoa que sente pela falta de incentivo ao trabalho que desenvolve. “A única tristeza que eu sinto é por não ter apoio. A família às vezes até reclama por isso. Tem muita gente que se beneficia do meu acervo e meu interesse é justamente divulgar a história da cidade, mas não há um reconhecimento por parte dos gestores públicos. Às vezes sinto muita decepção e penso em me desfazer de tudo isso”, desabafa.
“Eu resgatei a memória de Maceió e isso foi muito importante pra mim porque eu fiz muitas pessoas felizes com essas fotografias. Eu deixei um legado e daqui a cem anos eu serei lembrado”, pondera ele.
Mas essa história também tem um lado romântico. “Tem gente que, quando vê as fotografias,  lembra que ali foi o local onde conheceu a esposa e se emociona”, afirma o colecionador.
“Esse acervo tem uma importância grande para a cidade, para o turista, para o povo. Eu sou apenas um caçador de relíquias. O que eu consegui foi preservar muitas coisas, evitar que fossem destruídas”, finaliza. Por Rivângela Gomes

Fonte: http://www.defender.org.br/maceio-al-em-preto-e-branco-a-historia-da-cidade-revelada-em-fotografias/