“É bem provável que exista alguma ligação secreta escondida. Até porque
atrás do colégio fica o Círculo Militar, e o exército sempre teve essa
estratégia subterrânea em toda a sua história”. É com essa afirmação que
o pesquisador Marcos Juliano Ofenbock descreve uma das mais curiosas
histórias de Curitiba.
Os túneis espalhados pela região das Mercês e do Centro da cidade até
hoje chamam a atenção de aficionados pelo tema. Há quem acredite que
seja possível desvendar, através de escavações, os mistérios guardados
por diversas gerações nessas passagens subterrâneas da capital
paranaense.
Marcos conta que os túneis foram utilizados entre o período da primeira
e segunda Guerra Mundial e teriam conexões entre o antigo Clube
Concórdia (atual Clube Curitibano), e as igrejas Catedral, da Ordem,
Rosário e Ruínas de São Francisco, no Largo da Ordem. Cada um desses
túneis teria saídas estratégicas para outros lugares.
O G1 publica até sexta-feira (29), dia em que
Curitiba completa 320 anos, uma série de reportagens sobre lendas
urbanas. As histórias possuem várias versões e foram relembradas por
pequisadores.
“Eu acredito que a conexão da Igreja Matriz [Catedral] foi utilizada
pelo exército durante a Segunda Guerra Mundial e que conectava com o
depósito de munição do exército que fica na esquina das Ruas Carlos
Cavalcanti com a Rua Riachuelo”, diz Ofenbock.
Mapa mostra algumas das principais ligações dos túneis de Curitiba, segundo o pesquisador
(Foto: Arte / RPC TV)
O pesquisador argumenta que, em 2012, durante o período de reformas da
Catedral, foi descoberto um poço sobre o chão do altar. “Ninguém sabe
dizer o porquê deste poço. Na minha opinião era o respiradouro do túnel
que foi alagado pelo exército”.Segundo Marcos Juliano Ofenbock, essas
passagens subterrâneas serviam para esconder tesouros, documentos,
restos mortais e até mesmo para que imigrantes pudessem empreender fuga.
“Eles precisavam dessa passagem secreta para uma possível invasão
nazista, caso os alemães ganhassem a guerra na Europa e viessem para a
América do Sul. Acho que a igreja poderia ser um local de reunião de
líderes de uma possível resistência e distribuição de suprimentos”.
Empolgado, Marcos também fala da passagem no Colégio Estadual do Paraná (CEP). "Outro ponto da cidade que todos relatam que existe uma saída subterrânea é o CEP. O interessante é que a planta do colégio é a mesma da academia militar das Agulhas Negras (unidade de treinamento do Exército em Resende, no Rio de Janeiro), e o prédio possui um subterrâneo preparado para servir como abrigo antiaéreo”, explica Ofenbock.
Para o pesquisador, há chances de que tenham outras passagens secretas ainda dentro da estrutura do colégio. “Se essa construção foi baseada em um modelo militar, é bem provável que exista alguma ligação secreta escondida. Até porque atrás do colégio fica o Clube Círculo Militar, e o exército sempre teve essa estratégia subterrânea em toda a sua história”.
Sobre o antigo Clube Concórdia ele afirma que o túnel levava a dois lugares. “Uma conexão iria para as galerias do Largo da Ordem, e, a outra, em direção a Fundição Muller, onde atualmente está instalado o Shopping Muller”, explica.
Empolgado, Marcos também fala da passagem no Colégio Estadual do Paraná (CEP). "Outro ponto da cidade que todos relatam que existe uma saída subterrânea é o CEP. O interessante é que a planta do colégio é a mesma da academia militar das Agulhas Negras (unidade de treinamento do Exército em Resende, no Rio de Janeiro), e o prédio possui um subterrâneo preparado para servir como abrigo antiaéreo”, explica Ofenbock.
Para o pesquisador, há chances de que tenham outras passagens secretas ainda dentro da estrutura do colégio. “Se essa construção foi baseada em um modelo militar, é bem provável que exista alguma ligação secreta escondida. Até porque atrás do colégio fica o Clube Círculo Militar, e o exército sempre teve essa estratégia subterrânea em toda a sua história”.
Sobre o antigo Clube Concórdia ele afirma que o túnel levava a dois lugares. “Uma conexão iria para as galerias do Largo da Ordem, e, a outra, em direção a Fundição Muller, onde atualmente está instalado o Shopping Muller”, explica.
Túnel localizado no fundo do porão o Clube
Curitibano sede Concórdia (Foto: Adriana Justi / G1)
Curitibano sede Concórdia (Foto: Adriana Justi / G1)
Busca sem fim
Na busca por outras passagens subterrâneas, Juliano conta que já entrou em vários lugares da cidade. Entre eles estão os porões da Câmara de Vereadores e casarões antigos. Ele explica que o interesse em estudar os possíveis túneis, é apenas para resgatar a história da cidade. “Resgatar a história é uma coisa legal porque a gente resgata para as gerações futuras e para si próprio”. O G1 foi até a sede do antigo Clube Concórdia citado pelo pesquisador e constatou que existe um porão com uma entrada para um túnel quem tem aproximadamente 97 cm x 1,10 m de diâmetro.
Segundo Claudio Mader, um dos associados do clube, há muitas histórias, mas não é correto afirmar nada com convicção. “Não sei até onde é história ou lenda. Desse porão sai um túnel perto do banheiro e termina num alicerce de uma construção feita entre 1956 e 1957. Dali para frente é suposição, mas não tem registro oficial disso em lugar nenhum”, conta.
Para Mader, os associados acreditam que existe muita chance de não existir túnel nenhum, tendo como base o desenvolvimento da cidade de Curitiba. “Se existisse esse túnel com conexão para outros lugares como a igreja Matriz, por exemplo, com todas as galerias de água e esgoto que se tem em Curitiba, já teria sido descoberto esse túnel”, pondera Claudio.
Segundo a assessoria de imprensa do Curitibano, o prédio foi construído muito antes da primeira Guerra (1914-1918). A data de fundação do clube é 1886. Diante disso, o associado não vê a possibilidade do túnel ter servido de abrigo para refugiados. "Essa construção é muito anterior a primeira guerra mundial, não tem nada a ver e a suposição que o túnel teria sido construído para esconder”.
O porão, que é atualmente é ocupado pelo bar do clube, antigamente era o espaço da cozinha. Os mantimentos eram guardados nesse local porque na época não havia geladeira, e o local era o mais bem ventilado entre os demais.
A assessoria de imprensa confirmou ainda que existem projetos de restauração da sede, recém-incorporada, mas não afirma que serão feitos investimentos para que se investigue a procedência do túnel. "Trata-se de um patrimônio cultural de Curitiba, e por isso, todo cuidado histórico é tomado para que a composição do prédio seja resguardada".
Túnel localizado em uma das sedes do Clube Curitibano tem aproximadamente 97 cm x 1,10 m de diâmetro (Foto: Adriana Justi / G1)
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