Em 2012, com surpresa e admiração, esperava-se com
ansiedade o dia 15 de dezembro, quando o Mestre completaria 105 anos,
ainda em plena atividade produtiva. Sem dúvida ele superou a imaginação
de Gabriel García Marquez, em cuja obra Cem anos de solidão a saga
familiar de Macondo culminava com o centenário de José Arcadio Buendía,
uma trajetória que se pode comparar à vida complexa de Oscar.
Entretanto, pouca semelhança há entre ambos no que se refere à
identificação política e ideológica. Niemeyer é um expoente da
arquitetura brasileira e latino-americana. Seu papel fundamental na
consolidação do movimento moderno em âmbito internacional foi
reconhecido através do grande número de prêmios recebidos: o Pritzker,
nos Estados Unidos; o Imperial, no Japão; a Medalha de Ouro do Riba, na
Inglaterra; e o Príncipe de Astúrias, na Espanha, entre outros. Mas
dificilmente alguém lembra que ele foi o único arquiteto
latino-americano a ganhar o Prêmio Lenin, recebido na União Soviética,
em 1963.
A trajetória política de Niemeyer, tão extensa quanto a sua
frutífera vida de projetista, é marcada pela coerência, persistência e
continuidade de sua militância.
Filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde 1945, manteve uma participação constante e ativa, permitindo que o Comitê Metropolitano do partido, sob a direção de Luís Carlos Prestes, funcionasse em seu ateliê, no Rio de Janeiro.
E cabe assinalar que seu compromisso ideológico não se enfraqueceu com a desintegração da URSS e o fim do sistema socialista mundial, nos anos 1980.
Com mais de um século de existência, manteve com absoluta firmeza seu apoio à causa socialista, à luta dos despossuídos e dos povos explorados no Terceiro Mundo, como o Movimento dos Sem-Terra, no Brasil, e até sua identificação com Cuba e Venezuela.
Filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) desde 1945, manteve uma participação constante e ativa, permitindo que o Comitê Metropolitano do partido, sob a direção de Luís Carlos Prestes, funcionasse em seu ateliê, no Rio de Janeiro.
E cabe assinalar que seu compromisso ideológico não se enfraqueceu com a desintegração da URSS e o fim do sistema socialista mundial, nos anos 1980.
Com mais de um século de existência, manteve com absoluta firmeza seu apoio à causa socialista, à luta dos despossuídos e dos povos explorados no Terceiro Mundo, como o Movimento dos Sem-Terra, no Brasil, e até sua identificação com Cuba e Venezuela.
Com a crise do mundo socialista e o fim da Guerra Fria, os
conteúdos ideológicos da arquitetura, particularmente intensos nos anos
1960, depois do movimento estudantil de maio de 1968 em Paris, perderam
espaço no debate teórico.
Na apresentação da obra de profissionais de prestígio
internacional - Zaha Hadid, Rem Koolhaas, Renzo Piano, Steven Holl,
Santiago Calatrava e David Libeskind, entre outros -, é incomum
estabelecer uma relação entre a expressão formal e o conteúdo
ideológico.
Por que, então, isso ocorria com Niemeyer? Nos ensaios críticos
sobre sua obra, nunca se faz referência a sua posição política, como se a
criatividade artística não tivesse relação com o compromisso filosófico
e ideológico.
Continua o artigo no link: http://www.arcoweb.com.br/artigos/roberto-segre-oscar-niemeyer-politico-29-04-2013.html
Desenhos de Niemeyer relacionados ao monumento da foice e do martelo
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