Apesar de ser lembrado no Brasil como o ano da Semana de Arte Moderna
de São Paulo, 1922 também foi palco de outro grande evento
internacional. A “Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da
Independência” dominou as ruas do Rio de Janeiro e chamou atenção do
resto do mundo. Noventa anos depois, uma exposição revela ao público a
importância e a riqueza desta mostra arquitetônica que, mesmo esquecida
no tempo, ainda possui rastros pela cidade, como os prédios da atual
Academia Brasileira de Letras e do Museu da Imagem e do Som. A mostra
que reúne fotografias da época estreia no dia 8 de maio, no Centro
Cultural Correios.
A chamada ’90 anos da exposição do centenário’ ocupa duas salas do CCC e
pretende mostrar os preparativos da capital fluminense para receber o
evento. Segundo a historiadora da arte e curadora da mostra, Ruth Levy, o
clima de outrora não foi muito diferente da correria que presenciamos
hoje com várias obras feitas às pressas, visando a Copa do Mundo e os
Jogos Olímpicos. Concebida inicialmente como mais uma exposição
nacional, acabou se tornando internacional, com a participação de países
como França, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, México,
Itália e Bélgica.
Mais de 20 pavilhões foram construídos, além de duas portas monumentais
e um parque de diversões. O evento teve início no dia 7 de setembro de
1922 e contou com a primeira transmissão de rádio realizada oficialmente
no Brasil. Nela, um discurso proferido pelo Presidente da República,
Epitácio Pessoa, pôde ser ouvido pelo povo na praça em frente ao Palácio
das Grandes Indústrias e foi transmitido também para outras cidades
como Petrópolis, Niterói e São Paulo.
Segundo Levy, as transformações na malha urbana da cidade foram
significativas à época. “Pode-se dizer que muito do desenvolvimento do
centro do Rio está intimamente relacionado à realização desse evento”. O
conjunto formado pelo Antigo Arsenal de Guerra, a Casa do Trem e o
Forte do Calabouço que abrigou, depois de reformado e adaptado, o
Pavilhão das Grandes Indústrias, por exemplo, é hoje um importante
pedaço do patrimônio arquitetônico-cultural carioca, atual sede do Museu
Histórico Nacional.
Modernismos rivais
Distribuída pelos imensos palácios
construídos em pleno centro da cidade, que incluía o espaço
recém-conquistado com o desmonte do Morro do Castelo, a “Exposição do
Centenário” serviu de vitrine para apresentar os progressos da nação e
os encantos da Cidade Maravilhosa. No entanto, a importância da mostra,
que durou dez meses e mudou a rotina dos cariocas, acabou se perdendo em
meio aos alardeios da Semana de 1922. Prédios foram construídos para
sediar o evento e a intenção era de que fossem demolidos depois. Mas a
maioria permaneceu de pé e hoje servem como ícones da arquitetura do
período.
Continua o texnto no link: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/agenda/o-outro-lado-de-1922
Serviço:
Exposição 1922/2012 - 90 ANOS DA EXPOSIÇÃO DO CENTENÁRIO
Visitação: de 9 de maio a 9 de junho de 2013.
Horário de visitação: de terça a domingo, das 12h às 19h.
Entrada franca
Local: Centro Cultural Correios - Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro - RJ
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