Restauro do ícone da arquitetura moderna carioca volta e meia vira notícia sem, porém, avançar ou retroceder
Notícia enguiçada é o nome que o cronista Tutty Vasques, do jornal O Estado de S. Paulo,
dá àqueles temas que, por um motivo ou outro, volta e meia retornam à
pauta das publicações sem avançar ou retroceder. Na arquitetura, um
forte candidato a essa categoria seria o restauro e a possível ocupação
com novas funções do Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro,
conjunto que é considerado um marco da arquitetura moderna brasileira.
Um dos mais recentes retornos do edifício à mídia deu-se no final de
novembro, quando a ministra da Cultura, Marta Suplicy, combinou com um
grupo de deputados federais do Rio de Janeiro a apresentação de emenda
legislativa ao Orçamento federal no valor de 50 milhões de reais,
destinados à restauração do prédio, projetado nos anos 1930 por Affonso
Reidy, Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e
Carlos Leão, com a participação de Le Corbusier.
O acordo foi selado quando Marta esteve no Capanema para conhecer seu acervo, verificar suas condições e as necessidades de restauro. Para não fugir à regra, a ministra também conheceu a proposta (apresentada pelo arquiteto Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial) alinhavada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que, após a recuperação, fosse dada ocupação a uma parte da histórica edificação.
O Iphan pretende que os andares inferiores do prédio projetado originalmente para receber o Ministério da Educação e Saúde sejam abertos ao público e tenham uso cultural, com atividades que preservarão a memória dos grandes nomes do modernismo brasileiro na música, teatro, poesia, educação e antropologia. No pavimento mais alto haveria um restaurante.
O acordo foi selado quando Marta esteve no Capanema para conhecer seu acervo, verificar suas condições e as necessidades de restauro. Para não fugir à regra, a ministra também conheceu a proposta (apresentada pelo arquiteto Lauro Cavalcanti, diretor do Paço Imperial) alinhavada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que, após a recuperação, fosse dada ocupação a uma parte da histórica edificação.
O Iphan pretende que os andares inferiores do prédio projetado originalmente para receber o Ministério da Educação e Saúde sejam abertos ao público e tenham uso cultural, com atividades que preservarão a memória dos grandes nomes do modernismo brasileiro na música, teatro, poesia, educação e antropologia. No pavimento mais alto haveria um restaurante.
Um dos primeiros registros do Palácio Capanema em PROJETO DESIGN - e
não se tratava de restauro - deu-se na edição 73, de março de 1985. A
propósito do lançamento do livro Tempos de Capanema, da Editora Paz e
Terra/Edusp, Hugo Segawa resgatava as circunstâncias que levaram à
construção do prédio, depois de cancelado o concurso para a sede do MES:
Arquimedes Memória venceu a competição, recebeu o prêmio, mas, por
decisão do então ministro, que dá nome ao prédio, seu projeto ficou
apenas na memória.
O Capanema voltou às páginas da revista (edição 338, abril de 2008) quando o senador Paulo Duque (PMDB/RJ) defendeu a doação do prédio para o governo do Rio de Janeiro. Retornou em julho de 2008 (edição 341) para dar conhecimento aos leitores de que ele sediaria um centro de estudos do patrimônio, e novamente em abril do ano passado (edição 386) para informar que o conjunto seria revitalizado. É ou não um caso de notícia enguiçada?
O Capanema voltou às páginas da revista (edição 338, abril de 2008) quando o senador Paulo Duque (PMDB/RJ) defendeu a doação do prédio para o governo do Rio de Janeiro. Retornou em julho de 2008 (edição 341) para dar conhecimento aos leitores de que ele sediaria um centro de estudos do patrimônio, e novamente em abril do ano passado (edição 386) para informar que o conjunto seria revitalizado. É ou não um caso de notícia enguiçada?
Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 392 Outubro de 2012
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 392 Outubro de 2012
Esboço de Le Corbusier para o edifício do Ministério da Educação e
Saúde: por intervenção do ministro Gustavo Capanema, projeto substituiu
ganhador de concurso
Uma das novas propostas para o edifício é abrir andares inferiores ao
público e preservar a memória de grandes nomes do modernismo brasileiro
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