terça-feira, 31 de março de 2009

"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aqueles que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol”.
Pablo Picasso

Minha Arquitetura

Minha arquitetura emociona, provoca sensações, provoca os sentidos,
Minha arquitetura é feita para ver, não ver com olhos comuns, mas para ver com os olhos da alma,
Minha arquitetura é feita de curvas, retas, planos, é a pureza da forma, é o jogo de volumes que se transforma sobre a luz,
Minha arquitetura dialoga com a natureza, minha arquitetura respeita o planeta,
Minha arquitetura procura mostrar caminhos, marcar percursos.
Minha arquitetura quer transformar o mundo, emocionar o rico, o pobre, dar abrigo digno a todas as classes,
Minha arquitetura pede para ser tocada, para ser apreciada,
Minha arquitetura é como a música, é sinfonia, é harmonia de forma, cores e sombras.
Minha arquitetura é feita de sonhos, é feita de poesia, a poética do espaço,
Minha arquitetura pede para ser escutada, ser sentida, ser vivida,
Minha arquitetura quer ter vida própria, que ser algo mais que uma simples habitação.
Este texto foi feito num momento de inspiração sobre o sentido da arquitetura, baseado em textos de Oscar Niemeyer.
Eder Santos Carvalho
Encruzilhada do Sul, 29 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Discurso do Método - René Descartes

Estou lendo Discurso do Método, de René Descartes, ainda não finalizei a leitura, mas aí vão algumas observações:
Percebe-se no livro Discurso sobre o método de René Descartes que o mesmo é um filosofo cuja característica é o seu temperamento matemático, sua preocupação era com a ordem, a clareza e a distinção. Percebe-se que Descartes preocupava-se também em manter a sua filosofia positiva e concreta, contudo de modo simples e claro. Descartes propôs fazer uma ciência essencialmente pratica e não especulativa, queria disciplinar a ciência e isso seria possível com um bom método. Esse método seria universal, inspirado no rigor matemático e racionalista
Descartes propôs que sempre devemos duvidar de tudo em todos os momentos. Afirmava que era necessário distinguir o verdadeiro do falso. O método cartesiano põe em dúvida tanto o mundo das coisas sensíveis quanto o das inteligíveis, ou seja, duvidar de tudo, As coisas só podem ser apreendidas por meio das sensações ou do conhecimento intelectual. A evidência da própria existência – o "penso, logo existo" – traz uma primeira certeza. A razão seria a única coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento. Diz Descartes "Eu sou uma coisa que pensa, e só do meu pensamento posso ter certeza ou intuição imediata".
Em breve, mais observações.

terça-feira, 17 de março de 2009

Olá Blog

Olá, meu blog recém criado, estamos nos vendo pela primeira vez.
Espero que goste de mim, sou uma pessoa que gosta muito de escrever.
Vamos nos ver muito, outras pessoas também te verão e vão escrever sobre nós dois, ou melhor,sobre mim, ou sobre o que escrevi e publiquei.
Vamos falar de tudo um pouco, Arquitetura, história, música, filmes, livros, desenhos, pessoas, enfim, da vida, espero que goste dos assuntos.Acho que vamos nos dar muito bem.
Hoje vou escrever algumas coisas sobre poesia, livros, e em outra oportunidade vamos começar a falar de história e arquitetura, razão maior de tua existência.Vamos publicar alguns artigos que escrevi e colocar algumas fotos.
Então, até a próxima visita.

Escutar é importante

ESCUTATÓRIA
Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...

Livros

Aí vão alguns livros que li nas férias:
Erasmo de Rotterdam: O Elogio da Loucura, para quem gosta de Filosofia, uma crítica aos teólogos e a igreja na Idade Média
Sérgio Moacir Marques: Revisão do movimento moderno: um guia da arquitetura feita no Rio Grande do Sul na década de 80
Nery Luiz Auler da Silva: Arquitetura Rural do Planalto Médio: guia das fazendas coloniais do Planalto Rio - Grandense

Arquitetura da Felicidade

Livro
ALAIN DE BOTON - A ARQUITETURA DA FELICIDADE
LIVRO SOBRE E ESTÉTICA E A BELEZA NA ARQUITETURA:ALAIN DE BOTTON QUESTIONA O QUE É UMA CONSTRUÇÃO BELA - PORQUE CONSIDERAMOAS ALGUNS PRÉDIOS BELOS E OUTROS NÃO?QUAIS AS QUALIDADE QUE TORNAN AS OBRAS ARQUITETÔNICAS AGRADÁVEL AOS NOSSO OLHOS?SEM OFERECER RESPOSTAS PRONTAS, O AUTOR RELATIVIZA CONCEPÇÕES NORMALMENTE ACEITAS E PROVOCA IMPORTANTES REFLEXÕES SOBRE ASPECTOS NEM SEMPRE ÓBVIOS DOS AMBIENTES QUE NOS CERCAM.

Livro - Ferreira Gullar

Cultura Posta em Questão
Um livro interessante:
Cultura Posta em Questão - Vanguarda e Subdesenvolvimento - Ferreira Gullar.
um livro muito bom, apesar de ter sido escrito na década de 60, tem questões que ainda hoje são pertinentes na cultura brasileira.Fala sobre poesia, música, arquitetura, artes plásticas, discute a defesa de uma cultura nacional e questiona a até que ponto a cultura de massa influência o fazer artístico.Sem falar no autor, que é um dos maiores nomes da cultura brasileira.

Poesia

Poesia - Fernado Pessoa
Antes que o tempo fosse
De dentro d’alma reinei
Numa vida antiga e doce.
Antes que o tempo fosse
Vivi sem dor e amei.

Não sei a que forma vaga
Prendi esse meu amor
Sei que inda me embriaga
Remota imagem e vaga
Que vive na minha dor.

Recordo um sonho sonhando?
È sonho a recordação?
Não sei; ao meu ser cansado
Que importa o que foi sonhado,
Se o próprio real é ilusão

Fernando Pessoa - 1909

Citação

Citação de Arquitetura
“Nós acreditamos no fecundo ciclo homem – arquitetura – homem e queremos representar seu dramático desenvolvimento: as crises, as poucas, indispensáveis certezas e as muitas dúvidas, ainda mais necessárias; uma vez que pensamos que estarmos vivos significa, sobretudo, aceitar a fadiga da cotidiana renovação, rechaçando as posições adquiridas na ânsia até a angústia, na perpetuação do combate, no aumento do campo da conformidade humana”.
Ernesto Nathan Rogers (1909 – 1969)