quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Exposição revela a história de Fordlândia (PA), uma cidade industrial na Amazônia

Fordlândia, sonho e progresso no coração da Amazônia é o nome da exposição que traz imagens e textos inéditos sobre a vida na cidade paraense entre os anos de 1927 e 1939. Construída por Henry Ford às margens do rio Tapajós, no início do século XX, Fordlândia foi criada com o objetivo de fornecer borracha para a indústria automobilística americana.
A mostra fica em cartaz entre 21 e 24 de setembro, durante o VIII Festival de Turismo e Gastronomia do Pará (FITA), no Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA). Além da exposição, acontecem durante o evento uma mesa redonda com o tema Plantation Patrimônio Cultural: perspectivas para a proteção do patrimônio histórico de Fordlândia e Belterra, realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e o lançamento do livro-álbum Fordlândia: resgate de memória afetivas de uma epopeia amazônica, com fotos da mostra. 
O evento é uma realização da Associação PanAmazônia, em parceria com o Iphan e a Secretaria de Turismo do Estado do Pará, e faz parte do esforço dessas instituições no sentido de recuperar a memória regional amazônica, pouco conhecida do grande público. Esta será a primeira de uma série de exposições com esse escopo.
Cultura e memória
No começo do século XX, as linhas de produção de Henry Ford fabricavam carros a uma velocidade jamais vista. Todos aqueles veículos precisavam de pneus, e na época a borracha ainda era derivada das seringueiras do Sudeste Asiático. Para manter a eficiência de sua produção sem depender dos asiáticos, Ford decidiu ter sua própria produção de látex, e para isso construiu uma cidade tipicamente americana em plena Amazônia, batizada de Fordlândia.
Grande parte dessa história está no acervo que deu origem à exposição. Trata-se de conjunto de textos de um diário e fotos inéditas. O material contém registros fotográficos produzidos por Diógenes Tavares dos Santos, funcionário da Ford Company que residiu na cidade entre 1927 e 1939, antes de ir morar em Manaus (AM), onde se tornou empresário. O acervo pertence a Belisário Arce, diretor executivo da Associação PanAmazônia, neto do autor das fotos.
VIII FITA
Com um formato renovado e que promete maior interação com o público consumidor, a Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA) acontece entre os dias 21 e 24 de setembro, de 17h às 22h, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A FITA reunirá a exposição de produtos e serviços de empresas de turismo e gastronomia, a Vitrine Cultural com produtos do arranjo produtivo local do programa Alimentação Fora do Lar e produção associada das rotas turísticas (Belém-Bragança, do Queijo do Marajó, do Cacau e Chocolate, do Vale do Xingu), espaço destinado ao Passaporte Pará para comercialização de destinos, rotas, roteiros e produtos turísticos do Estado, além de apresentações culturais de artistas dos seis polos de turismo paraense: Belém, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins, Marajó, Tapajós e Xingu.
Serviço
Exposição "Fordlândia, sonho e progresso no coração da Amazônia"

Local: Hangar Centro de Convenções
Datas: de 21 a 24 de setembro
Contato: (91) 3224-1825/3224-0699
Acesso: Aberto ao público.
Mesa Redonda
“Plantation Patrimônio Cultural: perspectivas para a proteção do patrimônio histórico de Fordlândia e Belterra”
Horário: 23/09, das 14h às 17h.
Inscrições para a mesa: http://www.fitaamazonia.com.br/programacao


Museu das Missões (RS) reabre após obra de recuperação

Museu das Missões reabre suas portas ao público no próximo dia 29 de setembro, depois de passar por uma obra emergencial de recuperação, executada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O edifício da década de 1940, projetado por Lucio Costa com objetivo de reunir o rico e marcante acervo sacro da região dos Sete Povos das Missões, foi gravemente danificado em abril de 2016, quando um tornado atingiu a cidade de São Miguel das Missões (RS).
O investimento no Museu das Missões, que é administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), foi de mais de R$1,68 milhão para contratação de obra emergencial de recuperação, que incluiu também a Casa do Zelador, Pavilhão Lucio Costa e Sacristia Velha do Sítio Histórico de São Miguel Arcanjo. Com a força dos ventos, a cobertura do edifício foi fortemente comprometida, com destelhamento, deslocamento e desalinhamento de peças de madeira. Esquadrias de ferro e vidro foram destruídas, danificando também esculturas do acervo, seu mobiliário de sustentação, instalações elétricas, de iluminação e de segurança, além dos aparelhos de desumidificação das salas expositivas. A Sacristia Velha da Igreja de São Miguel Arcanjo teve seu telhado desestruturado e calhas retorcidas, ocasionando a entrada da água da chuva e risco de desabamento da cobertura.
Por causa disso, durante o período das intervenções o Museu e a Sacristia ficaram fechados para visitação e serão agora reabertos. A solenidade de entrega, que será realizada no Dia de São Miguel Arcanjo, terá a participação da presidente do Iphan, Kátia Bogéa, do presidente do Ibram, Marcelo Araújo, do prefeito de São Miguel, Hilário Casarin, da superintendente do Iphan-RS, Juliana Erpen, entre outras autoridades. Na véspera da entrega, no dia 28, os representantes das instituições envolvidas farão uma reunião técnica no local, a fim de avaliar a gestão do Sítio e questões referentes à recuperação e manutenção de seu acervo.
Missões Jesuíticas no Brasil
São Miguel das Missões foi o local de uma das missões jesuíticas que compreendiam os 30 povos indígenas entre Brasil, Argentina e Paraguai durante a colonização portuguesa e espanhola. Em 1937, o arquiteto Lucio Costa foi enviado ao Rio Grande do Sul para analisar os remanescentes dos Sete Povos das Missões e a visita resultou no tombamento, pelo Iphan, em 1938, dos remanescentes das Missões. Em 1983, o sítio arqueológico de São Miguel foi declarado Patrimônio Mundial Cultural pela Unesco e em 2009 foi criado o Parque Histórico Nacional das Missões, que reúne os sítios arqueológicos de São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São Nicolau e o de São João Batista. 
O Iphan também inscreveu, em 2014, o bem imaterial Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani no Livro de Registro de Lugares. A Tava Miri São Miguel Arcanjo é entendida como lugar de importância e referência cultural, pois converge significados e sentidos atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio histórico que abriga os remanescentes da antiga Redução Jesuítico-Guarani de São Miguel Arcanjo. 
As Missões Jesuíticas Guaranis - um sistema de bens culturais transfronteiriços em território do Brasil e da Argentina - compõem-se de um conjunto de remanescentes dos povoados implantados em área originalmente ocupada por indígenas, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da Coroa Espanhola na América, durante os séculos XVII e XVIII. Representam importante testemunho da ocupação do território e das relações culturais que se estabeleceram entre os povos nativos, na maioria da etnia Guarani, e missionários jesuítas europeus.
Serviço:
Entrega das obras de recuperação do Museu das Missões
Data: 29 de setembro de 2017
Horário: 11h
Local: Museu das Missões – São Miguel das Missões/RS

Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan

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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Cientistas anunciam descoberta de tesouro arqueológico em tumba do antigo Egito

Múmias, sarcófagos, joias e mais de 150 estátuas foram encontrados na câmara mortuária de um ourives perto do Vale dos Reis

Uma tumba do antigo Egito com múmias, sarcófagos e joias de mais de 3.500 anos foi encontrada na necrópole de Draa Abul-Naga, uma área onde eram enterrados nobres egípcios na margem esquerda do rio Nilo. A área fica próxima ao Vale dos Reis, famosa necrópole onde há tumbas de diversos faraós.

A descoberta foi anunciada pelo Ministério das Antiguidades do Egito no sábado, 8. A tumba consiste em uma pequena sala no nível do solo e uma câmara mortuária oito metros abaixo, contendo quatro múmias. A tumba também continha esqueletos, artefatos funerários - incluindo 150 estátuas, quatro sarcófagos de madeira, joias e cones funerários.

O ocupante principal da tumba era um ourives chamado Amenemhat, que viveu durante a 18ª Dinastia (de 1.550 a.C. a 1.292 a.C.), a época do faraó Akhenaten, sua esposa Nefertiti e seu filho Tutancâmon, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Segundo o ministro de Antiguidades do Egito, Khaled el-Enany, a entrada da tumba foi descoberta no pátio de uma outra tumba do Médio Império egípcio. Uma passagem leva a uma câmara quadrada com um nicho no fundo, onde há uma estátua de Amenemhat. Ele foi representado sentado em uma cadeira ao lado de sua mulher, Amenhotep, que aparece com um vestido longo e uma peruca. 

De acordo com reportagem da emissora americana CNN, Amenhotep era um típico nome masculino, mas as inscrições na tumba indicam que esse era o nome da matriarca. Outro fato incomum é que uma estátua menor de um dos filhos do casal aparece sentada entre suas pernas, um lugar tipicamente reservado para uma imagem de filha ou nora.

Segundo o ex-ministro de Antiguidades do Egito, Zahi Hawass, a câmara tem dois eixos mortuários. Em um deles, os arqueólogos encontraram sarcófagos deteriorados e restos mortais humanos datados das 21ª e da 22ª dinastias, incluindo os restos de uma mulher e de duas crianças. A mulher apresenta sinais de uma doença óssea bacteriana e cáries.

O outro eixo contém máscaras funerárias e estátuas que representam a família do ourives perto de três múmias deterioradas com os crânios expostos. "Não temos certeza se essas múmias pertencem a Amenemhat e sua família. Outras pessoas claramente reutilizaram essa tumba e remexeram o local na antiguidade. Provavelmente por isso as cabeças estão expostas", disse o líder das escavações Mostafa Waziri ao jornal americano The New York Times.

De acordo com Waziri, há indicações de que mais descobertas serão feitas na área adjacente. Segundo o jornal, no interior das câmaras mortuárias os arqueólogos encontraram 50 cones funerários - um tipo de cerâmica estampada utilizada para marcar a entrada de uma tumba. Quarenta desses cones têm os nomes de quatro oficiais cujas tumbas ou sarcófagos ainda não foram localizados. "Esse é um bom sinal. Significa que se continuarmos escavando essa área vamos encontrar mais quatro tumbas", disse Waziri.

A própria tumba do ourives foi descoberta a partir de pistas semelhantes. Em abril, egiptólogos descobriram a tumba de um juiz chamado Userhat, que acabou levando à nova descoberta. Diversas novas descobertas foram feitas no Egito em 2016. Em março, pesquisadores revelaram uma estátua gigante do faraó Psamtek I na cidade do Cairo.

Em abril, os restos de uma pirâmide foram encontrados na necrópole de Dahshur e, em maio, foram achadas 17 múmias que não pertenciam à realeza na província de Minya. "O Egito moderno foi construído sobre o Egito antigo. Às vezes, você cava no seu pátio, em locais como Aswan ou Heliopolis, e encontra monumentos. Até agora, estimamos que encontramos apenas 30% dos monumentos egípcios", disse Waziri.

O ministério da Antiguidade espera que a divulgação dessas novas descobertas comecem a atrair novamente os turistas para o Egito. Turbulências políticas no país tiveram início em 2011 e uma série de bombardeios e ataques terroristas dizimaram a economia do turismo no Egito. Em 2017, no entanto, o país teve um aumento no número de visitantes, uma tendência que o governo espera capitalizar.





















Arqueólogo egípcio restaura um sarcófago de madeira de mais de 3,5 mil anos, que estava em tumba descoberta perto do Vale dos Reis. Foto: Khaled Desouki / AFP


















Três antigas múmias de mais de 3,5 mil anos foram descobertas na tumba de Amenemhat, um ourives, na necrópole de Draa Abul-Naga, perto da cidade egípcia de Luxor. Foto: Ministério de Antiguidades do Egito

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

'Tesouro' é desenterrado em SP e caixa com referência ao RS é achada

"Tesouro arqueológico" foi resgatado por equipes da prefeitura após ação de vândalos. Especialistas dizem que objeto se perdeu no local há décadas.

Equipes suspeitam que o barril de madeira localizado na praia do Tombo em Guarujá, no litoral de São Paulo, seja proveniente do Rio Grande do Sul. A queda de mercadorias de algum navio ou até mesmo um naufrágio podem ter ocasionado o encalhe do objetivo, que ficou enterrado no local por várias décadas.
Na segunda-feira (11), o barril foi desenterrado às pressas depois que a ação de vândalos acabou causando vários danos menos de 24 horas após a descoberta. Ao ser retirado da areia, historiadores da prefeitura encontraram referências à Cooperativa Sul Rio-Grandense de Banha, sediada no Sul do País.
A suspeita é que o material estivesse soterrado ali por várias décadas. De acordo com Marília Oliveira Calazans, professora de História pós-graduada em Arqueologia, ainda não é possível estimar por quanto tempo, mas agora ele será preservado para que possa ser submetido a uma análise completa.
Ao ser retirado, uma caixa vazia também foi localizada. Nela, havia a inscrição fazendo referência a "60 tijolos". Todo o material foi recolhido e levado para a Secretaria de Meio Ambiente, que aguarda parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para iniciar a análise.

Tesouro
O barril foi localizado parcialmente enterrado próximo à beira do mar por um ambulante, no domingo (10). Equipes da prefeitura demarcaram a área com um bambu, por suspeitarem que o objeto tem caráter histórico e que pode ser proveniente de um naufrágio ocorrido na costa da cidade no passado.
A professora de História Marília Oliveira Calazans, que também atua na área de Arqueologia, esteve no local e ficou animada com a rara descoberta, que pode ser derivada de um naufrágio antigo. “Nós sabemos que estamos em uma zona de potencial, de naufrágios, mas esses vestígios são encontrados ao acaso”.
Segundo a especialista, ainda é cedo para determinar a procedência. “Nós não sabemos onde esse naufrágio aconteceu. Talvez exista um registro oficial. Nós só sabemos que é um barril de madeira, com um anel de ferro em volta, que segura a estrutura. Parece bastante antigo, mas a madeira está preservada”, diz.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/tesouro-e-desenterrado-em-sp-e-caixa-com-referencia-ao-rs-e-achada.ghtml




















Material foi retirado da praia após ação de vândalos (Foto: Renan Fiuza/G1)




















Caixa foi localizada junto ao barril e foi retirada pelas equipes (Foto: Renan Fiuza/G1)




















Material foi catalogado para ser analisado após autorização do Iphan (Foto: Renan Fiuza/G1)




















Bambu foi usado para marcar localização de barril (Foto: Solange Freitas/G1)