terça-feira, 29 de janeiro de 2013

RJ – Governo estadual desiste de demolir, mas não quer índios na Aldeia Maracanã

No mesmo dia em que, prevalecendo o bom senso, o governador Sérgio Cabral decidiu não mais demolir o prédio, construído em 1862, que abrigou o Museu do Índio, a Advocacia Geral da união, em, manifestação junto ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, lavou as mãos e declarou que a União não tem interesse no caso. A manifestação da AGU contraria o que disse, na semana passada, a ministra marta Suplicy.
O prédio que durante muito tempo abrigou o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), depois transformado em Funai e, até 1978, foi a sede do Museu do Índio, pertencia à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura. Ele foi comprado pelo governo do Estado do Rio, por R$ 60 milhões, que pretendia derruba-lo em nome da necessidade de facilitar a mobilidade urbana durante os jogos da Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo (2014).
Em nota pelo Palácio Guanabara no início da tarde desta segunda-feira (28), o governo informa que “O Estado ouviu as considerações da sociedade a respeito do prédio histórico, datado de 1862, analisou estudos de dispersão do estádio e concluiu que é possível manter o prédio no local”. Ou seja, o governo de Cabral, que se mostrava intransigente a favor da derrubada do prédio, mudou de ideia, embora ainda pense em desalojar os indígenas dali.
Já a o advogado da União, Murilo Stratz, ao se manifestar no processo no qual a Procuradoria Regional da República (PRR) da 2ª Região pediu ao TRF que reveja a sua decisão que liberou a demolição do prédio e o despejo dos indígenas, alegou que “que não existe interesse federal que justifique sua intervenção no caso”, segundo informou nota da AGU.
Outra curiosidade é que Stratz, segundo a nota, para concluir pela falta de interesse da União no caso, respaldou-se “nas manifestações da Funai, do Iphan, da Consultoria Jurídica do Ministério do esporte e da Consultoria Jurídica do ministério da Cultura”. Ou seja, os consultores do Minc contrariaram também o próprio posicionamento da ministra da Cultura, marta Suplicy, que na semana passada mostrou-se favorável à permanência do prédio e dos índios.

Índios fora
A nota do Palácio Guanabara, porém, deixa claro que os índios serão despejados do prédio antigo que deverá ser reformado pela empresa que ganhar o direito de administrar o estádio do Maracanã. “O Governo está tomando as devidas providências para que o local seja desocupado dos seus invasores”, diz a nota. O destino do prédio, que muitos defendem que seja um centro de referência indígena, segundo a nota, será decidido futuramente pelos governos estadual e municipal.
Os índios, porém, não pretendem deixar o local sem maiores garantias de que terão ali um centro de referência indígena. Nesta segunda-feira eles se reuniram na sede da defensoria Pública da União com diversos setores que o apoiam e anunciaram que pretendem procurar Cabral.
O prédio, desde 2006, é ponto de referência na cidade do Rio de Janeiro aos indígenas que chegam na cidade e se hospedam na chamada “Aldeia Maracanã”. Os indígenas estão resistindo no prédio desde que o governo do Estado falou em derrubá-lo para construir praças, estacionamentos e possíveis shoppings no entorno do estádio do Maracanã com vistas à Copa do Mundo, em 2014.
Provavelmente, a decisão do governo tenha relação com a decisão do juiz André Felipe Alves da Costa Prednnick, da Vara do Plantão Judicial, que no sábado (26) concedeu um a liminar impedindo a demolição do prédio.
A decisão do juiz Tredinnick, no processo de número 0027898-29.2013.8.19.0001, obriga o Estado a não realizar a demolição do prédio, mesmo tendo entregado uma ordem de despejo aos índios da Aldeia, com prazo máximo até este domingo (27). Além disso, a liminar também determina que caso venha a ser descumprida, poderá ser aplicada uma multa de R$ 60 milhões, “determinando ainda a citação dos réus e sua intimação para cumprimento da liminar”.
Um outro fator que deve ter pesado na decisão do governador foi as manifestações públicas em defesa da permanência da Aldeia no local. A última delas partiu da ministra da Cultura, Marta Suplicy. Mas os índios contaram ainda com a solidariedade de Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Letícia Sabatella, entre outros.

Nota do governo do estado:
“O Governo do Rio de Janeiro decidiu preservar o prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã. O Estado ouviu as considerações da sociedade a respeito do prédio histórico, datado de 1862, analisou estudos de dispersão do estádio e concluiu que é possível manter o prédio no local.
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes vão agora tomar a iniciativa de fazer o tombamento do imóvel.
O Governo está tomando as devidas providências para que o local seja desocupado dos seus invasores. O Governo do Estado comprou em 2012 da Conab o imóvel, composto por esse e outros prédios, pelo preço de RS 60 milhões. O Ministério da Agricultura já está desocupando os demais prédios existentes no local, que serão demolidos para garantir o fluxo de pessoas no entorno do estádio.
O restauro do prédio do antigo Museu do Índio ficará a cargo do concessionário vencedor da licitação do Complexo do Maracanã, cujo edital sairá em fevereiro.
O destino do prédio, após o tombamento, será discutido conjuntamente entre o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro”.

Fonte: http://www.defender.org.br/rj-governo-estadual-desiste-de-demolir-mas-nao-quer-indios-na-aldeia-maracana/ 















Foto:Vítor Silva / Jornal do Brasil

Itália – Restauro da Fonte de Trevi vai custar dois milhões de euros


A Fonte de Trevi, um dos monumentos emblemáticos de Roma, vai ser restaurada. Obra estimada em dois milhões de dólares vai ser custeada pela Fendi, casa de alta costura italiana.

As instituições italianas estão sem dinheiro, mas dois dos monumentos mais emblemáticos de Roma, a Fonte de Trevi e o Coliseu, atualmente em más condições de saúde, vão poder voltar ao seu esplendor graças ao mecenato. Depois do Coliseu, cujas obras estão em curso, seguem-se agora as da Fonte.
O restauro da fonte imortalizada por Anita Ekberg  no filme “La dolce vita” de Federico Fellini vai custar dois milhões, e será inteiramente custeada pela Fendi, famosa casa de alta costura italiana, que em 2015 completará 90 anos.
Para avaliar o estado de degradação da fonte mais fotografada do mundo,  o monumento foi esvaziado, os jatos de água bloqueados, e os técnicos examinaram cuidadosamente as condições do precioso conjunto do património artístico da cidade.
No final de agosto do ano passado, o autarca de Roma, Gianni Alemmanno, apresentou um balanço desolador da inspeção. “É necessário um restauro global, que vai custar dois milhões e meio”. Quando os jornalistas perguntaram-lhe se a autarquia ia contar com dinheiro de patrocinadores privados, respondeu que “o precedente do Coliseu devia servir de exemplo”.
Entretanto, levantaram-se andaimes e foram feitas obras de urgência, que custaram 320 mil euros.
O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano ou Flávio, construído no período da Roma Antiga, está a ser restaurado com o apoio financeiro do empresário Diego della Valle. O presidente da Tod’s, empresa italiana de sapatos e outros acessórios de luxo em pele, muito conhecida pelo fabrico de sapatos apropriados para conduzir, vai pagar integralmente as obras, avaliadas em 25 milhões de euros.
O anfiteatro romano recebe entre 5 e 6 milhões de visitantes por ano, mas têm sido crescentes as dificuldades para a sua manutenção com dinheiro público. No ano passado, o empresário italiano da Tod’s anunciou que financiaria as obras do Coliseu, mas o seu início foi várias vezes adiado devido a problemas legais.
Haverá três etapas dos trabalhos de restauração, com três editais distintos de licitação para o Coliseu. A primeira fase começou no início de dezembro e terminará entre junho e julho de 2013. No fim dessa obra, estará aberto à visitação 25%  ou mais.

Fonte: http://www.defender.org.br/itrestauro-da-fonte-de-trevi-vai-custar-dois-milhoes-de-euros/ 

sábado, 26 de janeiro de 2013

I SEMINÁRIO NACIONAL DE MEMÓRIA SOCIAL

Os docentes e discentes do Programa de Pós-graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) convidam toda comunidade a participar do I Seminário Nacional de Memória Social que ocorrerá nos dias 08, 09 e 10 de maio de 2013.

O evento tem como objetivo promover o intercâmbio entre as diferentes áreas e o debate entre os pesquisadores das Ciências Humanas.

Pretende-se promover e aprofundar o debate sobre as mais recentes pesquisas que abordam Memória, Educação, Literatura, Patrimônio, Espaço e Movimentos Sociais das sociedades contemporâneas - memória como parte integrante da vida social. A Memória Social é tida, assim,  como lugar de disputas, incluindo processos múltiplos de produção, articulação e remanejamento das lembranças e esquecimentos dos diferentes sujeitos sociais. As redes de poderes imperam nas sociedades em íntima conexão com a construção das memórias, gerando tensões entre identidade, alteridade e produção da diferença nos grupos sociais e nos diversos espaços e lugares da memória coletiva - o local, o regional, o nacional e o global. Dentro desse universo, abordam-se os monumentos, documentos e representações dos saberes, celebrações e formas de expressão nos diversos domínios da prática social.


Investimento
Alunos da Graduação: R$ 20,00
(*) Alunos da Graduação da UNIRIO R$ 10,00
Alunos de Pós-Graduação: R$ 30,00
Apresentadores de Trabalhos: R$ 20, 00 

 
 

Restauração sem traumas

Academia Brasileira de Letras decide restaurar três manuscritos do século XVIII sobre marquês de Pombal

Mauro de Bias

Três relíquias literárias portuguesas com mais de 200 anos vão voltar tinindo à biblioteca da Academia Brasileira de Letras (ABL). A instituição decidiu restaurar livros manuscritos sobre o marquês de Pombal (1699-1782). Eles estavam em seu acervo e jamais chegaram a ser impressos. Após o processo, as obras serão ainda digitalizadas para facilitar a consulta. Os livros em questão são Vida de Sebastião de Carvalho e Mello; Apresentação do Marquês de Pombale Representações que tive agora, depois das viagens. Eles não estão datados, mas segundo pesquisadores, sabe-se que os dois primeiros foram escritos durante a vida do marquês.

Segundo o escritor e membro da ABL Alberto da Costa e Silva, as obras são raras. Da primeira, escrita antes de Sebastião de Carvalho e Mello ser nomeado o famoso marquês, só existe uma cópia que se tenha conhecimento, e ela está guardada na Torre do Tombo, em Lisboa.

De acordo com Costa e Silva, ao contrário do que chegou a ser especulado, os livros não foram uma descoberta, tampouco uma surpresa. “Já se sabia onde eles estavam. Mas agora nós decidimos restaurá-los”, afirma o escritor. As obras pertenciam à coleção de Marcos Carneiro de Mendonça (1894-1988), que trabalhou como historiador e goleiro do Fluminense e da seleção brasileira.

O processo de recuperação dos livros históricos é longo e pode levar de seis meses a um ano, segundo o acadêmico. E o trabalho não será nada fácil. “A tinta usada era muito corrosiva”, diz Costa e Silva. “Por isso decidimos restaurar na Biblioteca Nacional, que faz um excelente trabalho nessa área. Depois, os livros serão digitalizados”, conclui o imortal.

Patrícia Giordano, especialista em restauração de livros e obras raras do Instituto Hercule Florence, ressalta as particularidades desse tipo de recuperação. “Com tinta ferrogálica, usa-se fitato de cálcio. É um tratamento complexo, neutraliza a oxidação do documento. Antes, porém, é necessário fazer uma análise, ver se o papel aguenta”. Se não aguentar, o processo pode destruir as folhas, segundo a especialista. “O grau de intervenção vai ser definido pelo próprio documento”, analisa.

O historiador Francisco José Calazans Falcon afirma que os textos escritos durante a vida do marquês de Pombal podem conter imprecisões. “Ele era autoritário, não admitia opiniões contrárias, e foi se livrando dos adversários conforme eles apareciam. Enquanto ele viveu, a maioria ou ficou calada ou teceu elogios. Então, os elogios da época em que ele estava vivo, nós temos de colocar sob suspeita”, afirma o professor.

Depois que o marquês foi dispensado e exilado pela rainha Maria I, em 1777, seus detratores surgiram aos montes. “Aí os ratos saltaram no convés. Todo o mundo botou as unhas de fora”, brinca Falcon. A própria soberana era um desafeto. A “demissão” do nobre foi seu primeiro ato no poder. Hoje, o Brasil dispõe de pouco acervo sobre Pombal. Agora, obras renovadas e digitalizadas vão melhorar o trabalho dos pesquisadores.




Egito encontra estátua da época dos faraós com mais de 3.000 anos

Autoridades egípcias descobriram uma estátua de granito da deusa Sejmet, na cidade de Luxor, a cerca de 700 quilômetros ao sul do Cairo.
O Ministério de Estado para as Antiguidades anunciou que a estátua é da época do faraó Amenhotep 3 (1390-1352 a . C.) e foi encontrada dentro do templo da deusa Mut, ao sul do famoso santuário de Karnak.
A descoberta ocorreu durante os trabalhos de restauração do templo Mut, que ainda não foi aberto ao público.
A estátua, que mede 180 centímetros de altura, representa a deusa Sejmet, que tem corpo humano e um sol e uma cobra em cima da cabeça. Além disso, a figura leva em uma mão uma flor e na outra, a chamada chave da vida, símbolo comum entre os faraós. EFE

Fonte:  http://www.defender.org.br/egito-encontra-estatua-da-epoca-dos-faraos-com-mais-de-3-000-anos/


Casa Godinho agora é patrimônio cultural imaterial de SP

Inaugurada em 1888 no centro de São Paulo, a Casa Godinho foi declarada patrimônio cultural imaterial da cidade. A resolução do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo), publicada na quinta-feira (24) no Diário Oficial da Cidade, leva em conta que o estabelecimento “ainda mantém o sistema de atendimento ao cliente no balcão, direto e pessoal, característico dos antigos empórios de secos e molhados”.
É a primeira decisão do Conpresp que torna patrimônio da cidade um bem imaterial. Na fila para ganhar o mesmo status da Casa Godinho estão o sotaque da Mooca e o Derby Paulistano, cujos pedidos para se tornarem bens imateriais seguem sob análise do órgão municipal.
As prateleiras de imbuia do século 19 e o clima de armazém tornam a Casa Godinho um lugar único. Quem deixa a movimentada calçada da rua Líbero Badaró e entra na mercearia, instalada desde 1924 no térreo do Edifício Sampaio Moreira, parece mudar de época. Tudo ali é retrô. Balconistas acompanham clientes da escolha dos produtos ao pagamento, como no comércio antigo. Balanças de prata são usadas para pesar castanhas e frutas secas.
São essas características de armazém que agora precisam ser preservadas, independentemente de o proprietário do local mudar. O pedido para que o comércio se tornasse bem imaterial foi feito no ano passado pela pesquisadora Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes, da USP (Universidade de São Paulo).
Dono da Casa Godinho há 19 anos, Miguel Romano, de 54 anos, diz nunca ter nem pensado em mudar o atendimento e o visual de empório do século 19.
— Mesmo após a informatização da casa, resolvemos manter as prateleiras antigas, o atendimento direto no balcão. Essa é a graça do lugar. Hoje, em qualquer supermercado dá para comprar os produtos importados que nós temos.

Fonte: http://www.defender.org.br/casa-godinho-agora-e-patrimonio-cultural-imaterial-de-sp/ 





















Fonte da foto: edutp.com.br

RO – Madeira-Mamoré é candidata ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade

A centenária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho, é candidata ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).  Desde o ano passado, o comitê pró-candidatura realiza uma campanha em todo o estado, a fim de recolher assinaturas a favor do título à ferrovia.
No Brasil, apenas 19 patrimônios foram reconhecidos pela Unesco. “A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é uma das mais fantásticas páginas da história do Brasil, tem um valor universal excepcional, atende aos requisitos da Unesco e tem plenas condições de se tornar uma patrimônio cultural da Humanidade”, afirma o coordenador da comitê pró-candidatura, o procurador Federal Ricardo Leite”.
Segundo Leite, com o título, a ferrovia passará a ser incluída em roteiros turísticos internacionais, passando a ter proteção internacional permanente e recursos para conservação e preservação do patrimônio, além da questão de geração de empregos e visibilidade mundial ao estado.”É uma campanha de todos, e todos podem participar, contribuindo para exaltar o maior símbolo de Rondônia”, finaliza o coordenador.

Fonte: http://www.defender.org.br/ro-madeira-mamore-e-candidata-ao-titulo-de-patrimonio-cultural-da-humanidade/ 

















Pátio da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho. (Foto: Taísa Arruda/G1)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Mercadão de São Paulo comemora 80 anos na sexta-feira e terá programação especial

Com mil sanduíches de mortadela vendidos por dia e o quarto maior ponto turístico da cidade de São Paulo, o Mercado Municipal Paulistano completa, na próxima sexta-feira (25), 80 anos de existência.
As celebrações em comemoração a data já tem início no dia 24 de janeiro, a partir das 21h, no próprio mercado municipal com apresentações musicais e culturais.  Uma grande queima de fogos será realizada à meia noite para marcar além dos 80 anos do mercado, o aniversário de 459 anos da capital paulista.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi convidado para a solenidade e, segundo a organização, deve participar do corte do bolo comemorativo que será distribuído a todos os presentes. O público será recepcionado nas Docas. A festa continua no dia 25 com mais apresentações musicais e uma exposição do fotógrafo Antonio Aguillar sobre a evolução da cidade a partir da década de 50.
Público
Por ano, mais de 10 milhões de pessoas circulam pelas dependências do prédio histórico, são 25 mil visitas diárias. Porém, segundo Antonio Mesquita, diretor da agência Mesquita Associados, agência de negócios que organiza o evento das comemorações, o público esperado para o aniversário supera os 7 mil nos dois dias.
Turistas
Devido as suas tradicionais bancas e o espaço gastronômico, o Mercado Municipal Paulistano recebe anualmente mais de cinco milhões de turistas de diversas partes do Brasil e de outros países.
História
O Mercado Municipal Paulistano foi inaugurado no dia 25 de janeiro de 1933.  Durante três décadas, ele viveu um período áureo de fama e prestígio, se tornando referência na cena cultural e gastronômica da cidade.
Porém no final dos anos 50, sofreu uma série de enchentes por se localizar as margens do rio Tamanduatéi. Em 1966, o prédio sofreu uma grande inundação e as águas chegaram a mais de um metro de altura.  Depois disso, várias reformas pontuais tiveram que ser feitas no local.
Atualmente o prédio é tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

Confira a programação:

24 de janeiro
 
21h30 - Salão de Eventos: show da cantora Daniela Romero
22h30 - Salão de Eventos: show do grupo The Clevers (Jovem Guarda)
0h - Docas: Abertura Oficial do Aniversário de São Paulo com a tradicional queima de fogos e corte do bolo
0h15 - Entrega de presente para o prefeito Fernando Haddad
0h40 às 02h - Salão de Eventos: apresentação da Escola de Samba X9 Paulistana
25 de janeiro
11h a 12h30 - Banda Entreparenteses – apresentação do Projeto Banca do Choro - salão de eventos
12h - Banda Riverboat (jazz) – dentro do Mercado
13h às 14h30 - Banda Johnnie Beat (pop rock) – salão de eventos
15h30 às 18h - X9 – salão de eventos

Fonte: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=21&cid=147826 
























Imagens: Site Arcoweb - http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/pedro-paulo-de-melo-saraiva-revitalizacao-de-17-11-2004.html

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

XXVII Simpósio Nacional de História

A Anpuh Brasil tem a satisfação de convidar a comunidade de pesquisadores para o XXVII Simpósio Nacional de História, evento que ocorrerá de 22 a 26 de julho de 2013 na UFRN, em Natal - RN.

Site do Evento para inscrições e envio de trabalhos: http://www.snh2013.anpuh.org/site/capa 

Fonte da Pesquisa: http://acervosrs.blogspot.com.br/2013/01/convite-gt-acervos.html







Em 2013, Bienal de Arquitetura de SP sai do Ibirapuera e ocupa a cidade

O urbanismo dará o tom à próxima edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que acontece a partir de outubro na capital paulista. Celebrando 40 anos de existência, a mostra traz uma grande novidade: desta vez ela não acontecerá no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, mas em diversos pontos espalhados pela cidade, todos eles próximos a estações de metrô.
"Não será uma exposição de objetos bonitinhos, e sim uma mostra de caráter político, uma pauta que o Brasil deve enfrentar neste momento. Queremos reconstruir a face pública da arquitetura", disse José Armênio de Brito Cruz, diretor do departamento paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), a Silas Martí, em reportagem publicada na Folha de S. Paulo.

Responsável pela organização da Bienal de Arquitetura, o IAB/SP é o tema principal da reportagem, que aborda o fracasso da última edição e da troca do corpo diretivo do instituto, além de sua disputa com a Fundação Bienal, que administra o prédio do Ibirapuera.

Entre os endereços confirmados para a exposição estão edifícios de relevância na paisagem paulistana, como o Masp, o Centro Cultural São Paulo, o Museu da Casa Brasileira e até uma plataforma desativada do metrô construída sob a estação Dom Pedro.

De acordo com a reportagem, o orçamento para esta edição da Bienal de Arquitetura é de R$ 18,8 milhões, valor que deve ser captado via leis de incentivo.

"Há a necessidade de fazer uma exposição que dialogue com um público mais amplo", disse Guilherme Wisnik, curador da mostra, para a Folha de S. Paulo. Para Ana Luisa Nobre, cocuradora, a proximidade com o transporte coletivo "dá a experiência da cidade agressiva, violenta e, ao mesmo tempo, fascinante que é São Paulo."

A maior parte dos projetos que estarão expostos tem como tema o urbanismo. A Praça das Artes (foto), projeto do Brasil Arquitetura na capital paulista, é um dos destaques. Outro destaque é a instalação que será montada no Masp, contrapondo projetos residenciais de Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha a obras de artistas como Hélio Oiticica e Cildo Meireles.

Veja o site do IAB/SP: www.iabsp.org.br

Fonte:  http://www.arcoweb.com.br/noticias/2013-bienal-arquitetura-sp-sai-ibirapuera-ocupa-cidade.html


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ampliação do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí - AUM Arquitetos

Matéria do Site Arq!Bacana, sobre o projeto de ampliação do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí - projeto do escritório AUM Arquitetos, que reproduzo abaixo:

Apoiado na valorização do verdadeiro patrimônio histórico e na readequação de seus ambientes, o projeto de ampliação do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, realizado pelo escritório AUM Arquitetos, busca uma harmonia entre a arquitetura contemporânea e o edifício ancestral de forma a exaltar a qualidade do prédio existente.
Localizado no centro de Jundiaí e também conhecido como Solar do Barão, em virtude de ter sido residência do Barão de Jundiaí, o museu é de grande apreço pelos jundiaienses, pois além de oferecer uma construção histórica importante para a cidade, o local possui um amplo jardim, que serve como área de estar aos visitantes do museu.

O projeto prevê a conservação, restauração e readequação do edifício existente, a construção de uma sala multiuso e a adaptação da circulação para atender às necessidades do programa do museu.

Dessa forma, a proposta dos arquitetos do AUM vai criar uma infraestrutura suficiente para expor obras de arte em ambientes seguros, com controle de luminosidade, temperatura e umidade, além de readequar os setores técnicos, áreas administrativas, salas de trabalho e reuniões que são necessários para o funcionamento do museu.

O partido segue forte em realçar o jardim do museu de forma a torná-lo mais atrativo e, também, aumentar sua influência no cotidiano da população. Para tanto, a entrada principal foi deslocada para a lateral esquerda da fachada principal do edifício, o que permite ao visitante seguir dois percursos: entrar no edifício histórico ou seguir para o jardim. A maior virtude da nova entrada é permitir o alcance independente aos diversos ambientes que adquirem autonomia oferecendo-se de maneira singular ao público que usufruirá de cada um sem prejuízo dos demais.

Assim, o passeio, que parte da entrada principal no nível da rua, se torna elevado à medida que avança sobre o interior do terreno. O novo edifício nasce a partir da cota de acesso da rua e entre as árvores existentes, chegando ao ponto de ter um tronco que corta a laje da cobertura, de forma a respeitar a vegetação local.

O passeio superior conduz o visitante a uma praça elevada, que permite a contemplação do espaço a partir de novas perspectivas. Pensando em continuação ao solário, a sala multiuso se abre ao exterior através de grandes portas em vidro, que aliada a aberturas zenitais promove a iluminação natural do recinto.

Duas escadas nas laterais conectam este nível ao inferior – do jardim. Com isto, parte do percurso da entrada se transforma em abrigo para os espaços abaixo. O percurso é contemplado com um café que foi integrado ao foyer da sala multiuso, que com fechamento por vidro permite a integração visual com o entorno.

A edificação nova é ligada a antiga através de uma circulação também envidraçada que delicadamente toca a fachada do anexo da cozinha original da casa.

O quintal do Museu estende-se desde a fachada posterior do Solar até a Rua Rangel Pestana, localizada nos fundos do terreno, onde o acesso e áreas de serviço estão previstos. Esta construção é composta por parte da reserva técnica, vestiário e copa de funcionários, e demais áreas de serviço necessárias ao atendimento do complexo.


CONFIRA AQUI A ÍNTEGRA DO MEMORIAL DESCRITIVO!

MUSEU HISTÓRICO E CULTURAL DE JUNDIAÍ – SOLAR DO BARÃO
Arquitetura

AUM ARQUITETOS – André Dias Dantas, Bruno Bonesso Vitorino e Renato Dalla Marta

Colaboradores: Aline Pinheiro, Ana Claudia Shad, Fernanda Miguel, Heitor Savala, Karin Grabner, Maíra Baltrusch, Marco Ferreira, Rafhael Silva, Samara Zukoski, Thais Brandt, Victor Julio Vernaglia

Data 2012 Local Jundiaí, SP

Fonte: http://www.arqbacana.com.br/arq!aqui/AUM+ARQUITETOS+15.01.2013

Imagens: AUM Arquitetos
































terça-feira, 22 de janeiro de 2013

História caindo aos pedaços

Cássio Bruno, Victor Furtado*, Natalia Lucas*, Eduardo Martins* e Efrém Ribeiro* - O Globo
 
RIO, BELÉM, MANAUS, SALVADOR e TERESINA — Além de não estar regulamentada em 15 estados, a Lei de Acesso à Informação, sancionada em novembro de 2011 pela presidente Dilma Rousseff, corre o risco de não ser totalmente implementada por causa do estado precário dos arquivos públicos estaduais no país. Muitos ficam em instalações castigadas por infiltrações e riscos de incêndio, e com sua capacidade de armazenagem saturada.
Em Belém, o Arquivo Público do Pará não recebe mais documentos públicos desde os anos 1980, por não ter onde guardá-los. Em Teresina, o horário de atendimento, que deveria ser das 8h às 18h, encerra-se às 13h, por falta de pessoal: o mais novo dos 21 servidores tem 26 anos de casa. Entre o material sob sua responsabilidade está, por exemplo, o relativo à Revolta da Balaiada, do século XVIII, empacotado e colocado em cima de estantes.
— Daqui a pouco essa turma se aposenta e não temos quem colocar no lugar. Quando eles se aposentarem, o arquivo fecha? — desabafa Luter Gonçalves, diretor do Arquivo Público do Piauí e presidente do Fórum Nacional de Arquivos Públicos.

Rio sem espaço para 72 km de documentos
Gonçalves diz que as piores situações estão no Nordeste, mas há problemas, por exemplo, no Rio, onde ele afirma existirem 72 quilômetros de documentos que não podem ser arquivados por falta de espaço, tema tratado na última reunião do Conselho Nacional de Arquivos Públicos, em dezembro.
O diretor do Arquivo Público do Estado do Rio (Aperj), Paulo Knauss, negou que haja passivo tão grande de material na fila de espera, mas admitiu que não há mais espaço físico. Calcula que haja entre sete e nove quilômetros para serem arquivados.
Problemas de espaço também são enfrentados pelo Arquivo Público do Estado do Pará (Apep) — ele não recebe mais documentos de Legislativo, Executivo e Judiciário desde a década de 80, pois os mil metros do prédio, que completa 112 anos no dia 16 de abril deste ano, desde então não são mais suficientes para os mais de 4 milhões de documentos.
O espaço tem infiltrações e curto-circuitos constantes. Este ano, deverá se mudar. A área do bairro do Comércio, onde fica, é considerada pelo Corpo de Bombeiros e pela Centrais Elétricas do Pará (Celpa) uma “bomba-relógio” pelo excesso de instalações elétricas antigas e ligações clandestinas.
Na fachada do prédio, as paredes estão pichadas, há detalhes em ferro oxidados e plantas crescendo em algumas partes. Do lado de dentro, a arquitetura da Belle Époque é desfigurada por infiltrações, fiações expostas e tocas de cupins, apesar das descupinizações quinzenais.
Ano passado, uma licitação seria feita para escolher uma empresa para restauro e manutenção do patrimônio histórico. O projeto estava no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com o valor de R$ 2 milhões. Porém, a licitação não saiu do papel. O atual diretor do Apep, Agenor Sarraf, afirma que o arquivo precisa se mudar, ter novo organograma; contratar mais pessoal, capacitar mão de obra ou importar profissionais:
— A expectativa é fazer as mudanças este ano. Também precisamos de mais computadores, cadeiras, mesas, estantes, prateleiras, armários.
Com apenas cerca de quatro quilômetros de documentos textuais — além de fotos, mapas, filmes e outros materiais —, o Aperj não tem sequer sede própria. As atuais instalações funcionam em Botafogo, num prédio cedido pela RioTrilhos.
A construção da nova sede do Aperj foi anunciada em 2009. A previsão era que a obra terminasse em 2014, mas até hoje não começou. Enquanto isso, no prédio cedido pela RioTrilhos, há problemas na fachada, no telhado e nas instalações hidráulicas. A restauração está sendo feita pela Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), por R$ 325 mil.
— Estamos na fase de contratação de projetos de execução de obra (da nova sede). Queremos começar ainda este ano — afirma o diretor do Aperj, cujo acervo, em 2011, foi considerado de importância histórica mundial pela Unesco.
Paulo Knauss admite que, nas atuais condições, o acesso dos visitantes é comprometido:
— Prejudica o acesso ao público e também a transparência do Estado.
Além do Aperj, o Rio tem ainda o Arquivo Geral da Cidade do Rio, na Cidade Nova. Administrado pela prefeitura, também tem problemas. No 3º andar, boa parte do teto está destruída. Há infiltrações, e a fiação elétrica fica exposta. A Casa Civil, pasta responsável pelo arquivo, diz que o local passará por reformas de R$ 4,7 milhões, incluindo a parte hidráulica, elétrica e sistema anti-incêndio.
Professor de História do Brasil da UFRJ, Carlos Fico alerta sobre as condições dos arquivos:
— As instalações não são boas. Os prédios são inadequados. Governadores e prefeitos não têm dado a devida atenção. As situações críticas são frequentes, não só no Rio, mas em todo o país. Falta percepção de que não são instalações menos importantes que as de outros órgãos.
Outro exemplo de problemas de infraestrutura é o Arquivo Público da Bahia (APB), criado em 1890 e detentor de documentos desde os tempos da Colônia e do Império, como as cartas régias originais. A construção que abriga sua sede desde 1980 data do século XVII, é tombada pelo Iphan, mas há pelo menos 40 anos não passa por restauração, segundo a diretora do APB, Maria Tereza Mattos.
Ela aponta que o prédio não é adequado: é úmido, com fiação antiga, e precisa passar por ampliação e modernização. É possível ver infiltração nas paredes. Há rachaduras no forro, e parte do telhado foi interditada, por risco de desabamento. O custo de manutenção da instituição é alto, por se tratar de um prédio histórico em que qualquer intervenção tem de atender a exigências do Iphan. E são apenas seis funcionários trabalhando na restauração do acervo de mais de 20 quilômetros.

No Amazonas, baldes nos corredores
A sede do Arquivo Público do Amazonas passou pela última reforma há 19 anos. É possível ver os documentos empilhados no corredor principal, em contato direto com o chão úmido. O teto está tomado por goteiras, e baldes foram espalhados pelos corredores na tentativa de impedir que a água chegue aos documentos. Um funcionário contou que, no último temporal que atingiu a cidade, parte do teto da sede desabou.
Data de 1852 o documento mais antigo do acervo. Sem luvas, pinça ou outro instrumento de proteção, é possível ter acesso ao material. Uma única funcionária, sem formação ou especialização em História ou Arquivologia, e que deve se aposentar no fim do ano, cataloga esses documentos. Do acervo histórico, nem 40% chegaram a ser digitalizados.
O historiador Ygor Olinto Guarani critica a administração estadual pelo descaso:
— Cada livro precisava ser cuidadosamente higienizado. O problema é que não há no local um técnico ou profissional para isso.
Os arquivos enfrentam ainda a falta de pessoal. É o caso do Arquivo Público do Piauí, que desde 22 de dezembro está aberto das 8h às 13h, pela falta de funcionários para o funcionamento até as 18h, horário em que encerrava suas atividades. O arquivo atende 60 pessoas por dia e tem 1,3 milhão de documentos. Mas possui só 21 servidores efetivos.
Responsável pela encadernação das coleções de documentos, Rossini Muniz, de 57 anos, tem 40 de serviço formal na instituição. E faz seu trabalho em prensas e guilhotina com cem anos de uso.














Restauradora trabalha no Arquivo Público da Bahia: construção tombada não passa por reforma há pelo menos 40 anos Foto: FOTO: Eduardo Martins / Agência A Tarde

SP – Por que preservar imóveis antigos? Entenda os critérios para salvá-los

O desaparecimento de edificações para o surgimento de outros empreendimentos imobiliários pode ser encarado como o movimento evolutivo da cidade, resultado de seu crescimento e de sua renovação natural. Porém, quando uma construção antiga vem abaixo em meio às mudanças urbanas, questionamentos da sociedade podem surgir: o que precisa ser preservado? Que história arquitetônica deve ser resguardada às futuras gerações?
Para o arquiteto e especialista em projetos de reforma e restauro de imóveis antigos, Samuel Kruchin, a preservação de uma edificação de época pode estar atrelada a sua técnica e qualidade arquitetônica, aos aspectos que remetam a um significado histórico ou cultural ou ainda a um valor ambiental que permita e justifique sua salvaguarda.
O professor de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), João Verde, ratifica que os elementos construtivos e históricos da edificação são fatores que tendem a determinar sua proteção. “Pode ser que esteticamente o imóvel não seja belo na sua arquitetura, porém isso não determina sua importância para a história da cidade ou da comunidade local, o que tende a conferir ênfase a sua preservação”, explica.
Em 2010, o casarão centenário localizado no número 539 da rua Bela Cintra, em São Paulo, que abrigava o bar Geni desde 2005, foi demolido para dar lugar a um edifício comercial. Outro exemplo mais recente na capital paulista é o do casarão na rua Haddock Lobo, 141, onde funcionava o restaurante Pão com Manteiga, que também foi posto abaixo no final de 2012.
“Com relação a estas duas demolições, posso dizer que são perdas,  principalmente por se tratarem de prédios que tinham atividades comerciais importantes e que mantinham relações de reconhecimento e de carinho com seus usuários”, opina Verde.
Por sua vez, Kruchin lamenta a eliminação do casarão da rua Bela Cintra porque “parecia possuir um apuro arquitetônico, certa elegância em suas proporções, certo refinamento em suas linhas a sugerir um rico espaço interno”. Porém o arquiteto ressalta que é preciso tomar cuidado também com a “onda” de imputar valor histórico e arquitetônico a tudo que é antigo pelo simples fato de o ser. “Como se qualquer demolição fosse crime, o que não é”, completa.

O tombo
Em São Paulo, como em outras cidades antigas, há construções tombadas por algum órgão de preservação – Iphan, Condephaat, entre outros -, que as qualificam como patrimônio cultural. De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 216, “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial tombados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
Conforme informações contidas no site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), qualquer pessoa física ou jurídica pode pedir o tombamento de bens culturais e naturais aos órgãos responsáveis pela preservação. Na cidade de São Paulo, um imóvel pode ser tombado pelas esferas federal (Iphan), estadual (Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) e municipal (Conpresp – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo).
De acordo com o Condephaat (e, portanto, em esfera estadual), o requisito básico para um imóvel ser preservado é possuir valor relevante para todo o estado de São Paulo. Além disso, outros elementos são avaliados no processo de tombamento, entre eles o significado histórico da construção, sua excepcionalidade arquitetônica, se há um acabamento artístico distinto (ou seja, a presença de obras, ornamentos e objetos de arte de qualidade artística) e valores afetivos.
Kruchin ressalta que hoje há um avanço substancial quanto ao desejo comunitário de manter a herança arquitetônica das cidades. Seja em São Paulo, no interior ou em outro estado, segundo ele, os conselhos governamentais reservam um papel importante à execução desta manutenção histórica. “Eu vejo, também, um movimento comunitário que não se via há uns dez anos, é uma consciência de preservação, talvez, mais consistente”. Para Verde, esta mobilização, por menor que ainda seja, pode possibilitar à população o conhecimento “in loco” dos métodos construtivos importantes de uma época.

Resguardado, mas não salvo
Contudo o tombamento de uma edificação por determinada esfera pública não garante sua conservação e restauro, que são de responsabilidade exclusiva do proprietário. Alguns imóveis tombados na cidade de São Paulo estão abandonados e são objetos de disputa judicial que impedem seu uso e sua efetiva preservação.
Para aquelas construções antigas que ainda resistem às iniciativas imobiliárias, além do tombamento, há outras formas de salvaguarda e fuga da demolição. O planejamento urbano de uma cidade, por exemplo, pode inserir em seus planos diretores iniciativas de preservação e ainda criar leis específicas para este fim.

De acordo com a Prefeitura de São Paulo, na atual legislação que rege o Plano Diretor Estratégico do município foram aperfeiçoados instrumentos de proteção, incentivo e fiscalização, relativos ao uso das Zonas Especiais de Preservação Cultural (Zepec) como meio de complementar a proteção ao patrimônio histórico junto ao tombamento.
As Zonas Especiais de Preservação Cultural são porções do território destinadas à preservação, recuperação e manutenção do patrimônio histórico, artístico e arqueológico, podendo se configurar como sítios, edifícios ou conjuntos urbanos. As leis 13.430-2002 e 13.885-2004 reúnem os principais artigos que tratam das Zepecs e podem ser consultadas no site da Prefeitura.

Uma São Paulo Antiga
O projeto São Paulo Antiga (SPa), uma iniciativa do fotógrafo Douglas Nascimento, propõe documentar a transformação da cidade de São Paulo por meio do registro e catalogação de fotos de imóveis antigos, preservados ou não. Idealizado em 2009, o site do projeto reúne atualmente cerca de 600 construções. São casas, sobrados, palacetes, prédios, entre outras edificações que permanecem em pé, ocupadas ou não, muitas vezes deterioradas ou até já demolidas.
Inspirado em experiências semelhantes em países como Argentina e Portugal, o fotógrafo percebeu que sua prática despretensiosa de fotografar edificações durante passeios pela cidade de São Paulo poderia virar um acervo de registro. “Com a catalogação que sempre fazia destas imagens, comecei a perceber mudanças na cidade. Percebi que muitas casas registradas estavam sendo demolidas e por isso precisava tentar perpetuar a imagem desses imóveis que estavam desaparecendo”, explica Nascimento.
Com o objetivo de manter viva, ainda que somente em fotos, a memória arquitetônica paulistana, Nascimento publica no SPa registros e informações próprios e conseguidos pela colaboração dos leitores. “Como São Paulo é muito grande, a participação do internauta é indispensável. Eles avisam, por exemplo, quando algum imóvel já catalogado está sendo demolido”, diz. Por Karine Serezuella

Fonte: http://www.defender.org.br/sp-por-que-preservar-imoveis-antigos-entenda-os-criterios-para-salva-los/












Hoje um hostel, a antiga residência, em São Paulo, mantém suas características originais preservadas. Douglas Nascimento/Divulgação 

















Construído em 1905, o palacete Franco de Mello, em São Paulo, é tombado pelo Condephaat (1992).





















Casarão “Pão com Manteiga” , da década de 1920, foi demolido em 2012.