quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Restauração de catedral em Salvador revela tesouro que estava escondido

Catedral no Pelourinho foi o quarto templo construído pelos jesuítas em Salvador. Após trabalho de restauração, que custou quase R$ 18 milhões, volta a se mostrar imponente.

O clima de consternação provocado pelo incêndio do Museu Nacional, no Rio, deu visibilidade à segurança precária de edifícios que abrigam tesouros culturais brasileiros. Mas a Catedral Basílica de Salvador mostra que nem tudo é assim.

É história, arte, cultura, um patrimônio cravado entre os casarões do Pelourinho. A catedral foi o quarto templo construído pelos jesuítas em Salvador. Abriu as portas em 1672. Agora, depois de um longo e minucioso trabalho de restauração, que custou quase R$ 18 milhões, volta a se mostrar imponente.

Os 13 altares exibem o brilho das folhas de ouro usadas na restauração. Pinturas originais, que estavam encobertas por camadas de tinta e verniz, revelam como os artistas jesuítas decoraram a catedral entre os séculos 17 e 18.

Entre tantas imagens restauradas, a de Jesus crucificado chama a atenção. Fica no altar-mor, num nicho, a mais de dez metros do chão. É uma imagem que, no tempo dos jesuítas, não podia ser vista sempre. Ficava protegida por portas que estavam escondidas, emperradas, e foram descobertas durante a restauração da catedral.

“Como é uma porta que valoriza momentos do mistério da fé, então vale a pena. Em algum momento vamos fechar, em algum momento vamos abrir, para que as pessoas possam contemplar também a pintura, porque ela é muito bela”, disse o pároco da catedral, Lázaro Muniz.

Ao lado, na capela do Santíssimo, a remoção de tinta revelou mais história: nas paredes, oito pinturas; no altar, folhas de prata, em vez de ouro.

“Geralmente, predominam as folhas de ouro, os altares todos dourados, e o altar do Santíssimo, especificamente, estava todo encoberto por camadas de tinta”, explicou Laura Lima, arquiteta do Iphan.

Outra surpresa apareceu atrás do retábulo do altar de Santo Inácio de Loyola - os pesquisadores encontraram 12 crânios humanos.

“A gente simplesmente protegeu e optou por mantê-los no lugar onde estavam”, disse a arquiteta Laura.

No átrio em frente ao altar-mor, um tablado removido revelou a lápide de Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil, que morreu em 1572. É nosso passado, relembrado em cada detalhe, e que precisa ser preservado.

“O que a gente fez foi refazer todas as instalações elétricas do monumento para garantir essa segurança, implantar um sistema de prevenção e combate a incêndio com 109 sensores espalhados pela igreja, interligados a uma central que pode disparar telefones celulares à distância. O monumento hoje é muito mais seguro”, disse Bruno Tavares, superintendente do Iphan da Bahia.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/24/restauracao-de-catedral-em-salvador-revela-tesouro-que-estava-escondido.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar
















Catedral Basílica de Salvador é entregue depois de restauração

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Arqueólogos encontram desenho mais antigo da história da humanidade

Padrão abstrato pintado em fragmento de rocha foi produzido há cerca de 73 mil anos e é ao menos 30 mil anos mais antigo que desenhos conhecidos até então. Descoberta é apontada como evidência de habilidades cognitivas.

Arqueólogos afirmaram ter encontrado em uma caverna na África do Sul o desenho mais antigo produzido pelo ser humano de que se tem conhecimento. A descoberta seria uma evidência de que o Homo sapiens já possuía habilidades cognitivas modernas dezenas de milhares de anos atrás.

O achado foi revelado em um estudo publicado na revista "Nature" na quarta-feira (12/09). Encontrado na caverna de Blombos, 300 quilômetros a leste da Cidade do Cabo, o desenho decora um pequeno fragmento de pedra e foi pintado com tinta vermelha a partir de pigmentos minerais. Pesquisadores calculam que ele tenha sido produzido há cerca de 73 mil anos, no período conhecido como Idade da Pedra Média.

A descoberta é ao menos 30 mil anos mais antiga que os desenhos humanos conhecidos até o momento, afirma o estudo, e se soma a outros artefatos encontrados na mesma caverna, como contas de conchas, fragmentos gravados de pedra e até mesmo ferramentas feitas a partir de uma versão rudimentar do cimento.

"Todas essas descobertas demonstram que o Homo sapiens antigo no sul da África usou técnicas distintas para produzir símbolos similares em diferentes superfícies", afirmou Christopher Henshilwood, arqueólogo que liderou a pesquisa, da Universidade de Bergen na Noruega e da Universidade de Witwatersrand na África do Sul.

O desenho consiste em um padrão abstrato de seis linhas retas cruzadas por outras três linhas ligeiramente curvadas, lembrando vagamente o símbolo conhecido atualmente como uma hashtag. O fragmento de pedra tem cerca de 38,6 milímetros de altura e 12,8 milímetros de largura.

Embora arqueólogos já tenham encontradas gravações em pedra de datas anteriores, incluindo uma em Java com ao menos meio milhão de anos, a equipe de pesquisadores afirmou que a descoberta da caverna de Blombos se trata do exemplo mais antigo de um desenho.

Henshilwood acrescentou que não hesitaria em chamar o padrão abstrato de arte. "É definitivamente um desenho abstrato e, quase com certeza, tinha algum significado para seu autor. Provavelmente fazia parte de um sistema simbólico comum compreendido por outras pessoas de seu grupo."

Acredita-se que o autor do desenho tenha sido um dos caçadores-coletores que se abrigavam periodicamente na caverna de Blombos, voltada para o Oceano Índico.

"O fim abrupto de todas as linhas nos cantos do fragmento indicam que o padrão, originalmente, se estendia sobre uma superfície maior. Ele era provavelmente mais complexo e estruturado em seu todo do que nesse segmento truncado", apontou Henshilwood.

A descoberta reforça a crença de que seres humanos antigos também podiam armazenar informações fora de seus cérebros e de que se comportavam essencialmente como seres humanos modernos antes de deixarem a África em direção à Europa e à Ásia.

Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/09/13/arqueologos-encontram-desenho-mais-antigo-da-historia-da-humanidade.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1&utm_content=post



















Fragmento de pedra traz padrão abstrato composto por série de linhas — Foto: Craig Foster/Handout via REUTERS

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

São Luís (MA) comemora aniversário com a primeira praça da capital totalmente revitalizada

Na véspera do aniversário de 406 anos de São Luís (MA), a comunidade ludovisense terá mais um motivo para celebrar. No dia 07 de setembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura Municipal entregam, totalmente restaurada, a Praça Dom Pedro II, a primeira da cidade. Com investimento de aproximadamente R$ 500 mil do Governo Federal, por meio do Iphan, um dos destaques da obra é restauração da escultura Mãe d’Água Amazônica, que está de volta à praça.
A recuperação dos passeios e canteiros, incluindo reparos na pavimentação em pedra portuguesa; os serviços de poda, remoção e plantio de espécimes vegetais; o refazimento de parte dos pisos cimentados e limpeza dos pisos; o acréscimo e a substituição de bancos e lixeiras; a reforma completa do chafariz, incluindo nova instalação de bombas, tubulações e iluminação são outros pontos relevantes da obra. Com a entrega da Praça Dom Pedro II, a população poderá usufruir novamente de um importante espaço público que é Patrimônio Cultural maranhense e referência em São Luís.
Situada na área escolhida por franceses, em 1612, para repouso, de acordo com o missionário Claude d’Abbevile, a primeira praça da futura cidade de São Luís, a Praça Pedro II começou a ganhar forma em 1821, após intervenções do Marechal Bernardo da Silveira Pinto de Fonseca.  Em 1904, o largo constituiu-se em avenida, com a abertura de canteiros, passeios e alas, denominando-se Avenida Maranhense e, posteriormente, Avenida Pedro II, onde fica a praça homônima. 
É neste espaço que estão as principais instituições administrativas: Palácio dos Leões (sede do Governo Estadual), Palácio La Ravardière (sede do Governo Municipal), Tribunal de Justiça do Estado e a Catedral Metropolitana. É, também, uma área de grande variedade estilística, edificações art nouveau, neoclássica e pombalina. No início da década de 1950, a peça escultórica Mãe d’Água Amazônica foi instalada no local, que passou a ser identificado como Praça da Mãe d’Água. A escultura, premiada com a medalha de prata no Salão Nacional de Belas-Artes em 1940, foi a última obra do escultor maranhense Newton Sá, que faleceu no mesmo ano. Em 2015 a escultura foi retirada da praça e levada para o Museu Histórico e Artístico, onde permaneceu até este ano. 
Serviço:
Entrega da Praça Dom Pedro II

Data: 07 de setembro, 17h30
Local: Praça Dom Pedro II – São Luís (MA)
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Fonte das imagens: do site Iphan

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Nota Oficial: Incêndio no Museu Nacional

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) manifesta sua mais profunda indignação frente à tragédia de repercussão internacional que, em função do terrível incêndio ocorrido neste 2 de setembro, colapsou as instalações do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comprometendo definitivamente seu precioso acervo. A indignação resulta da maneira como a Memória Nacional vem sendo tratada pelo Estado brasileiro ao longo de sucessivos governos, sempre insensíveis a um olhar estratégico e prioritário para com a Cultura. 
A presidente do Iphan, no âmbito das competências institucionais, já está no Rio de Janeiro para, além de acompanhar a situação, atuar na elaboração de estratégias para o processo de resgate e recuperação do que for possível, tanto do imóvel quanto do seu acervo. 
O Iphan, ao longo de 81 anos, vem lutando pela preservação do Patrimônio Cultural e, num momento de tanta dor, se solidariza com a Direção do Museu Nacional e com os servidores da bicentenária Instituição. 
A ação mais recente do Iphan neste sentido foi a realização do Seminário Internacional Gestão de Sítios Culturais do Patrimônio Mundial no Brasil, que aconteceu em agosto desse ano em Goiás (GO), que reuniu gestores de cidades históricas. O encontro resultou no Compromisso de Goiás, um documento que define as diretrizes de uma futura política transversal que trata o Patrimônio Cultural como ativo econômico, que gera renda, empregos e inclusão social. O seminário foi elaborado já em função da preocupação do Iphan de buscar um compromisso com os governantes do país em manter linhas de financiamento voltadas para o Patrimônio Cultural, buscando evitar situações muitas vezes irreversíveis como a tragédia que chocou o mundo.
Cabe lembrar também que, a partir de um amplo debate em julho de 2017, o Iphan, em conjunto com os Corpos de Bombeiros de todo país e o Ministério Público Federal, iniciou a construção conjunta da Normativa de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico em Edificações Protegidas. Esse instrumento busca o consenso para compatibilizar o mínimo impacto sobre os elementos arquitetônicos e artísticos existentes e as melhores soluções para prevenção e combate a incêndio em edificações tombadas.

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Vista aérea da Museu e da Quinta da Boa Vista - Fonte: Dronestagram