sábado, 31 de dezembro de 2011

Restauro da Fonte Talavera em Porto Alegre

O trabalho de restauro da Fonte Talavera, instalada em frente ao Paço Municipal de Porto Alegre, foi concluído nesta quarta-feira. Conforme o arquiteto responsável pelo serviço, Edegar Bittencourt da Luz, o restauro, iniciado em março deste ano, serviu para a limpeza e reforma do sistema hidráulico e elétrico da obra. "Inicialmente, pensávamos que o problema fosse o entupimento da tubulação de cobre, mas, após algumas verificações, constatamos que a tubulação estava danificada devido à ação de algum produto cálcio, provavelmente do excremento de pombos, que causa a corrosão das estruturas", explicou.

Como havia a necessidade de substituição da canalização, sem que houvesse prejuízos aos azulejos, a alternativa foi abrir um túnel sob a Fonte. "Foi um trabalho demorado e de extremo cuidado, em que houve restauração da louça, que já apresentava sinais de oxidação", informou o coordenador de Memória da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), responsável pela parte técnica da obra, Luiz Custódio. O serviço foi executado por uma equipe de arquitetos e restauradores. O custo aproximado da obra foi de R$ 50 mil. A fonte foi um presente da Colônia Espanhola, em 1935, durante as comemorações do centenário da Revolução Farroupilha.



sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo

“Que o novo ano não seja como o outono da vida, onde as folhas caem deixando apenas lembranças de dias bons e ruins, mas que seja como a primavera da vida, que produz frutos e dos frutos sementes onde podem ser plantadas a cada dia e colhidas a cada amanhecer”
(Jamesson Junior)

Feliz Ano Novo a todos os leitores do blog.E quem em 2012 possamos continuar juntos e fazer nossa parte por um mundo melhor!

Obrigado a todos pelo carinho!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Parque Ecológico e Ambiental de São João Marcos

Cerca de 3.000 pessoas mortas e uma cidade destruída. Este foi o balanço de um erro de cálculo somado a interesses políticos do Estado Novo (1937-1945). Para aliviar uma crise de abastecimento de água no Rio de Janeiro, o governo determinou que se aumentasse o nível da represa do Ribeirão das Lages, a 100 quilômetros da capital. São João Marcos, perto dali, foi abaixo entre 1941 e 1945 para evitar o retorno dos moradores, e a água jamais a encobriu. Nas ruínas foi inaugurado, em junho deste ano, o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, que ganhou o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Iphan.

“Este é o primeiro sítio arqueológico urbano do país. É possível entender todo o formato da cidade. O terreno pertence à Light, mas estava arrendado. Nada foi feito aqui desde que a cidade foi desocupada”, conta o coordenador do projeto, Luís Felipe Younes do Amaral, do Instituto Light. No local há uma exposição com a maquete de São João, depoimentos de antigos moradores e objetos encontrados nas escavações. Um crucifixo de uma das duas igrejas da cidade e a grade da cadeia foram doados pela Casa de Cultura de Rio Claro e também estão expostos.

São João foi fundada no século XVIII e cresceu em torno do mercado de café. Entre suas construções havia uma rica igreja matriz, finalizada em 1801, com o interior todo decorado em ouro. Numa tentativa de salvar o conjunto da destruição, Rodrigo Melo Franco de Andrade, à frente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (antecessor do Iphan), tombou a cidade em 1939. Pouco adiantou. São João foi a primeira cidade a ser tombada no país, mas também a primeira “destombada”, no ano seguinte, por Getulio Vargas.

“Vargas fez um acordo com a Light, na época ainda canadense. Tornaria a empresa praticamente um monopólio caso resolvesse o problema de abastecimento. Os técnicos acreditavam que a solução seria elevar o nível das águas da represa em mais 18 metros, mas acabou não chegando nem perto disso. Não era preciso destruir a cidade”, diz Maria Cristina Fernandes de Mello, pesquisadora e arquiteta aposentada da UFF.

A Light assume parte da história, mas não a culpa. “Na época não se falava em responsabilidade social ou ambiental. A empresa estava inserida naquele contexto. Foi tudo uma decisão do Estado Novo, e agora a Light tem a coragem de mostrar o que aconteceu”, afirma Amaral.

Mas será essa toda a verdade? Segundo Maria Cristina, o acesso a alguns documentos do arquivo histórico da empresa não foi permitido durante a pesquisa: “Nem eu nem uma aluna minha tivemos acesso a parte dos documentos. E não encontrei nada sobre o surto de malária que houve na região por causa do aumento do nível da água. Morreram cerca de 3.000 pessoas”.
Os problemas vão além. A reconstrução de alguns prédios e indenizações prometidas jamais foram adiante. No entanto, embora ainda haja muita coisa a ser investigada nessa história, o parque é um consolo para a população. Trouxe a cidade de volta ao mapa como um local para relembrar bons momentos e não esquecer escolhas duvidosas.

Fonte Original da Notícia: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/em-dia/de-volta-ao-mapa

Site do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos:
http://www.saojoaomarcos.com.br/

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Revitalização Econômica de Jaguarão - RS

“A ‘Ouro Preto’ do Sul” é como o jornalista e historiador Eduardo Souza Soares gosta de definir sua terra natal, Jaguarão, cidade do Rio Grande do Sul que faz fronteira com o Uruguai. Nada, porém, que remeta às formas barrocas da cidade mineira. Em Jaguarão prevalece uma arquitetura tão eclética quanto vasta, com direito a um inventário de mais de 700 construções tombadas como patrimônio nacional, sem contar a Ponte Internacional Barão de Mauá, primeiro monumento binacional tombado. A comparação, no caso, remete à abrangência da preservação e à esperança de revitalização econômica da região a partir do patrimônio histórico, que vem sendo reformado com o aporte de mais de R$ 6 milhões do governo federal. Não à toa, o Iphan pretende instalar por lá um escritório técnico, a fim de cuidar da preservação de Jaguarão e de outras quatro cidades do sul gaúcho.

Para chegar até lá, se avança por 390 quilômetros desde Porto Alegre, atravessando uma paisagem sem fim de pradarias, pampas e bosques. Jaguarão se anuncia como uma cidadezinha ainda no século XIX: casas multicoloridas com no máximo três andares. O único sinal de trânsito das ruas, além de ponto de referência, define a calmaria predominante de uma região de rica história. Lá, o orgulho gaúcho toma proporções ainda maiores, baseado numa história recheada de lembranças heroicas.

Na última semana, o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, e a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, estiveram na região visitando as obras de restauração. A expectativa é de que as reformas sejam concluídas até 2013. A ministra caminhou pela cidade, visitou os principais patrimônios e mostrou-se encantada com o orgulho da população pela história da região.

“A cultura tem a capacidade da transversalidade com outras áreas e também entre fronteiras, pois dialoga com os valores do cidadão, com sua história e memória. Temos de preservar, reconhecer e incentivar a diversidade cultural”, comentou.

O prefeito de Jaguarão, Cláudio Martins, explicou que a valorização do patrimônio é uma aposta na recuperação econômica da cidade.

“Não temos perspectiva de crescimento a não ser no turismo. O último censo mostrou que perdemos mais de 15% da população, justamente porque os jovens aqui não têm qualquer perspectiva. Daí a importância de valorizar a história do pampa, da fronteira, como fortalecimento da nossa identidade e atrativo turístico”, argumenta.

O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, aposta na valorização do patrimônio como resgate econômico da região – além, principalmente, de melhorar a autoestima da população.

“Em Minas Gerais, com a derrocada econômica após o encerramento do ciclo do ouro, várias cidades do interior só se revitalizaram a partir do turismo histórico. E a região do extremo sul gaúcho tem um enorme potencial para ser explorado, que esperamos ajudar com a reforma dos monumentos após décadas de abandono”, lembra.

Texto de Felipe Sáles

Fonte Original da Notícia: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/a-ouro-preto-do-sul

Ponte Mauá - Foto: Fernando Damatti

Prefeitura de Jaguarão


Antiga Enfermaria Militar

Restauro da Casa do Padre Toledo - Tiradentes - MG

A casa do Padre Carlos Toledo da Rua do Sol se destacava das demais da Vila de São José, atual Tiradentes. Ela figura entre os mais importantes exemplares da arquitetura colonial mineira. Outros inconfidentes habitaram casas imponentes e amplas, mas merece destaque a casa de João Rodrigues Macedo, que passou a ser conhecida como Casa dos Contos, em Ouro Preto. Cecília Meireles, no Romanceiro da Inconfidência, no poema Fala a Comarca do Rio das Mortes faz um retrato impressionante da antiga Vila de São José, que ficara decadente por quase cem anos, devido ao abandono e esquecimento. Neste poema Cecília Meireles clama por Padre Toledo, seus sonhos libertários e sua casa:

“...– Que era paulista soberbo, / paulista de grande raça, / mação, conforme o seu tempo, / e a alegoria pintara / das leis os Cinco Sentidos / nos tetos de sua casa ...”

No livro Patrimônio Construído – As 100 mais belas edificações do Brasil, a Casa do Padre Toledo figura em quatro páginas, que mostram sua fachada, o interior e destaca a beleza dos forros pintados. O espaço foi tombado em 1938.

O imóvel setecentista teve usos diversos e sofreu intervenções, algumas muito significativas. No final do século XIX, adaptaram o torreão ao gosto afrancesado de “chalé”, com lambriques. Uma outra intervenção grande foi para adequá-lo para abrigar o cinema e teatro que lá funcionaram; nesse período, Antonio Faustino da Cruz (1919) ainda se lembra que vendia pastéis dentro da casa, antes das sessões de cinema. Foi residência do Juiz Edmundo Lins, no período em que Tiradentes fora comarca. Abrigou o Seminário São Tiago, criado pela Diocese de São João Del Rei e para isso se construíram anexos para os serviços e garagens; construiu-se uma quadra para as atividades esportivas dos seminaristas. Foi a primeira residência das freiras do Sacré Coeur de Marie.

No dia 24 de janeiro de 1971, inaugurou-se o Museu Casa do Padre Toledo, criado pela Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, hoje administrada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Logo após a implantação do museu, a quadra esportiva, que era usada por muitos jovens locais, teve seu piso destruído. Vários buracos foram abertos para o plantio de árvores tanto na quadra quanto em todo o terreno, segundo proposta do paisagista Roberto Burle Marx. As árvores cresceram muito, uma paineira trouxe expressivos danos à conservação do imóvel e, após atingir grande porte, teve que ser retirada.

O imóvel passou por uma grande restauração na década de 1940, realizada pelo IPHAN e coordenada diretamente por Rodrigo Mello Franco de Andrade, na época diretor do SPHAN. No início da década de 1960 teve outra obra e adequação para abrigar o seminário. Em 1982, realizou-se mais uma reforma. Especialmente as intervenções ocorridas nos forros foram bastante danosas. Ao longo da restauração, o forro do terreão desabou e sua reconstituição ficou a desejar. O mais curioso é que esta obra foi realizada pelo órgão de proteção do patrimônio estadual em um bem que tem dupla proteção federal, através do conjunto arquitetônico de Tiradentes e de tombamento isoladamente, ambos pelo IPHAN.

A restauração teve início em 2010, com ampla reforma estrutural e artística que está sendo realizada pela Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, através de projeto incentivado e patrocinado pelo BNDES. A restauração artística está cuidadosamente sendo realizada pelo CECOR – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Escola de Belas Artes, da UFMG. A restauração artística está resgatando o belíssimo colorido e as formas em estilo rococó dos forros pintados.

Paralelamente às obras, pesquisas estão sendo realizadas e coordenadas pelos professores Luiz Carlos Villalta sobre o Padre Toledo e José Newton Coelho Meneses sobre o quintal da casa. O arqueólogo Carlos Magno Guimarães está coordenando as prospecções arqueológicas no porão e no terreno, onde existiam cavalariça, amurados, sistema hidráulico e senzalas. A professora Ivana Parrela é a coordenadora geral do projeto e o Museu Casa do Padre Toledo terá nova proposta museográfica e deverá ser reaberto em de 2012.

O ex-governador de Minas Gerais Juceslino Kubitschek criou a Semana da Inconfidência, que tinha abertura oficial em Tiradentes, com o acendimento da Pira da Liberdade dentro da Casa do Padre Toledo e, após a cerimônia, realizava-se a Corrida do Fogo Simbólico, que chegava a Ouro Preto no dia 21 de Abril. Na cerimônia ouropretana, o Governo mineiro entrega, ainda, a maior condecoração do Estado: a Medalha da Inconfidência Mineira. Lamentavelmente, a partir a gestão do governador Aécio Neves, o Estado de Minas Gerais deixou de realizar a Semana da Inconfidência. O Largo do Sol, com a Casa do Padre Toledo ao fundo, é o cenário das cerimônias cívicas da cidade de Tiradentes.

Texto de Luiz Cruz, professor e coordenador das Visitas Guiadas às obras artísticas da Casa do Padre Toledo.

Fonte Original da Notícia: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/padre-toledo-um-lider-inconfidente

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Arquiteto do Islã

Mimar Sinan, conhecido por "Grande Mestre", foi um dos maiores arquitetos da história islâmica.Durante o Século XVI, foi autor de vários projetos, principalmente mesquitas.Suas obras tinham como características esplêndidas cúpulas e minaretes e definiram o estilo arquitetônico do Império Otomano e também a imagem da fé muçulmana conhecida no mundo até hoje. Sua origem é da Anatólia, na atual Turquia.
Ao entrar para o serviço militar, aprendeu carpintaria e matemática, mas devido ao seu talento para o desenho e a construção, logo foi promovido a assitente de arquiteto.Em 1514, quando as campanhas militares de Selim I conquistam a cidade do Cairo, no Egito, foi promovido a arquiteto-chefe do Império. Em 1520, sob o comando do Sultão Solimão, recebeu o comando do Corpo de Cadetes da Infantaria, por ter participado com êxito da Batalha de Mohács (1526).Ao longo desses combates, aprendia os pontos fracos dos edifìcios que atacava.
Sua obra consta de mais de 300 projetos, entre Mesquitas, Universidades, Palácios e Pontes, além de construir navios e artilharia para o exército.Em 1539, era responsável pela inspeção de todas as obras públicas do Império. Seu primeiro projeto de mesquita foi a Mesquita de Sehzade.Em seguida veio a construção da Mesquita de Süleymaniye, situada no bairro histórico de Eminönü - zona de Fatih, em Istambul - ocupando toda a área do antigo palácio da corte Otomana. O plano inicial teve como base a catedral bizantina de Santa Sofia.O projeto desta mesquita é um contraponto arquitetónico da catedral: aplicou linhas mais simétricas e funcionais, incluiu mais de cem janelas para uma luminosidade superior e acrescentou à volta da cúpula central várias outras de menor tamanho, e esbeltos minaretes nos cantos. O interior está decorado com azulejos, paredes de mármore e peças em marfim. Desde 1985 que a mesquita está classificada como Património Mundial pela UNESCO.
Outra obra de destaque é a Mesquita de Selimynie, em Edirne - Turquia - Construída entre 1568 e 1574, a pedido de Selim II, Sinam a considerava seu melhor trabalho. O külliye - área em volta da mesquita - tinha estruturas como escolas, balneários públicos, hospitais e refeitórios para os mais pobres. A grandiosidade das construções provava não só a riqueza do próprio Império Otomano, como a importância da sua religião e dedicação a Alá.


Interior da Mesquita de Sehzade


Mesquita Süleymaniye


Mesquita Selimiye


Ponte projetada por Sinam

Restauro da Igreja N. Senhora do Rosário dos Pretos - São Luís - Maranhão

No próximo dia 21 de dezembro, após restauração, a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Maranhão, será entregue à população de São Luís. Em 2004 o telhado da igreja corria o risco de desabar. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, em cumprimento a sua missão de proteção ao patrimônio cultural, providenciou a elaboração do projeto de restauração e estabeleceu parceria com a Fundação Rio Bacanga para execução da obra, que foi realizada com recursos do Iphan e da Lei de Incentivo a Cultura, via patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As decisões sobre os elementos que seriam restaurados ou reconstituídos procuraram respeitar o valor histórico e arquitetônico do monumento, com o cuidado de serem tomadas conjuntamente pelos técnicos preservacionistas e a comunidade católica, visando compatibilizar os procedimentos técnicos do restauro com as necessidades de uso. O resultado final da intervenção restaurativa promoveu a revelação dos valores estéticos, respeitando, no entanto, as contribuições das diversas épocas.

Ao longo dos últimos dois séculos e meio a Igreja do Rosário sofreu diversas alterações que modificaram a sua feição barroca original. As mudanças mais significativas foram às substituições do piso de campa em madeira da nave e capela mor para ladrilho hidráulico, do altar-mor barroco do século XVIII, em madeira, para outro em massa e mármore no ano de 1940, e a do forro. Essas intervenções variavam em função do gosto da época, transformando os espaços e alterando materiais de acabamento, contribuindo dessa forma para um efeito plástico e técnico por vezes desastroso para a leitura estilística do monumento.

Histórico
A devoção a Nossa Senhora do Rosário, foi, no início do período colonial, muito popular entre todas as classes sociais, entretanto, devido à segregação dos negros, estes acabaram criando Irmandades próprias, separadas das Irmandades de brancos, onde tinham maior liberdade de ação e através delas promoviam a alforria dos irmãos escravos e garantiam a sua sepultura em solo sagrado. O culto à santa foi introduzido na cultura dos escravos africanos pelos jesuítas, na catequese, para legitimar a religião católica, buscando homens e mulheres negros para a prática religiosa. Esta tendência se consolidou nos séculos XVII e XVIII até que, chegado o século XIX, as Irmandades do Rosário, em sua maioria eram formadas por negros.

Em São Luís, no início do século XVIII, estando a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário à procura de um terreno para fundar uma igreja em homenagem ao seu orago, recebeu em maio de 1717 dos frades carmelitas a doação de um terreno que ficava no mesmo local onde havia sido construída, pelos frades franciscanos franceses, em 1612, a segunda mais antiga edificação religiosa de São Luís, a qual foi ocupada, após a expulsão daqueles, por frades carmelitas durante cerca de uma década, ficando assim o lugar conhecido como “Carmo Velho”.

Os confrades da Irmandade, tendo à frente o negro João Luís da Fonseca, denominado Rei (espécie de presidente ou diretor), levaram aproximadamente sessenta anos para construir a sua Igreja, que foi vistoriada em 1772 e benzida em 1776, ocasião em que também foi trasladada a imagem da Virgem do Rosário da Igreja do Carmo para a nova Igreja. Durante o século XIX a Igreja do Rosário parece ter sido bastante utilizada não apenas pelos seus proprietários, mas por outras Irmandades, pela sociedade em geral e pelo bispado. Em 1814 saiu da Igreja do Rosário, pela primeira vez, a procissão da Caridade, que objetivava realizar enterros gratuitos para as pessoas pobres. Em 1821 ali eram ministradas aulas de primeiras letras pelo padre Domingos Cadavile Veloso e, no período de 1852 até 1861, serviu de Igreja Matriz, visto que a Catedral da Sé havia sido atingida por um raio.

No século XX, com a decadência das Irmandades religiosas em geral, a Igreja do Rosário entrou em processo de rápida deterioração. Diante desse fato, em 1947, o Bispo D. Adalberto Sobral decide transferir para lá a Irmandade de São Benedito (que funcionava na Igreja de Santo Antônio), sob pretexto de que não ficava bem realizar em frente ao Seminário de Santo Antônio a grande festa que a Irmandade promovia todos os anos para o Santo. Desde então a Irmandade de São Benedito é a responsável por zelar e manter a integridade da memória histórica da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e continuam realizando com grande devoção a festa de São Benedito todos os anos no mês de agosto.

Fonte Original da Notícia: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do;jsessionid=A7DB0A01EECEDB6D5BFE64AFBC63459E?id=16384&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia

Restauro da Casa das Artes Regina Simonis - Santa Cruz do Sul - RS

Um presente de Natal para Santa Cruz do Sul. Assim foi definido o anúncio da Japan Tobbacco International (JTI) de patrocinar o projeto de engenharia para a restauração da Casa das Artes Regina Simonis. O trabalho ficará pronto em oito meses e custará R$ 160 mil.

A empresa, que há poucos dias inaugurou seu Centro Mundial para o Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento em Santa Cruz, promoveu ontem um café da manhã no Quiosque da Praça quando a notícia foi oficializada. O vice-presidente da JTI para a América Latina, Eduardo Renner, confirmou o patrocínio para a realização dos estudos iniciais e do projeto arquitetônico de restauração. “Sabemos da importância deste prédio para a história do município e queremos contribuir para a sua preservação.”

O gerente de Assuntos Corporativos da JTI, Flávio Goulart, explicou que a empresa tem, entre seus objetivos, apoiar projetos comunitários que não estejam vinculados ao seu ramo de negócios. Com sua chegada em Santa Cruz, em 2009, passou a ocorrer a prospecção de iniciativas que poderiam ser auxiliadas. Foram analisadas várias alternativas e a direção optou pela Casa das Artes. Goulart disse que a importância histórica e sociocultural do prédio é incontestável. “Por isso, a JTI vai alavancar este antigo sonho da comunidade e viabilizar o projeto de restauração.” O local será transformado em um verdadeiro centro cultural, inclusive com espaço para palestras, recitais e outros.

O trabalho de engenharia representa a primeira etapa do processo de restauração e reconversão. A partir dele, será feito o projeto arquitetônico. Todos precisarão estar de acordo com as normas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). Com esta aprovação, a Associação Pró-Cultura de Santa Cruz poderá protocolar o projeto para captar recursos da Lei Rouanet e implementar as melhorias, que custarão cerca de R$ 2 milhões.

O prédio histórico se localiza na esquina das ruas Marechal Floriano e Júlio de Castilhos. A construção iniciou no final de 1920 e ficou pronta em 1922, quando passou a abrigar a filial do Banco Pelotense.

Com a falência da instituição, em 1931, o local foi ocupado pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul e, mais tarde, pela Exatoria Estadual. Em 1994, foi tombado pelo governo do Estado e cedido para a Associação Pró-Cultura. É considerado um dos mais expressivos exemplos da arquitetura eclética no Rio Grande do Sul.

Fonte da notícia: http://www.defender.org.br/santa-cruz-do-sulrs-casa-das-artes-ganha-projeto-de-restauracao/

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Jeongok Prehistory Museum - Coréia do Sul

Projetado pelo escritório francês X-tu Architects, o Jeongok Prehistory Museum, na Coréia do Sul, é um projeto futurista, mas em plena harmonia com o parque arqueológico da Era Paleolítica onde foi implantado, na província de Kyounggy. "Ele parece uma imensa gota de mercúrio líquido, cujos reflexos de luz deixam o desenho ainda mais misterioso", diz a arquiteta Anouk Legendre. Vencedor de concurso internacional, o sinuoso tubo (108 x 53 x 8 m) coberto por placas de alumínio funciona como uma máquina do tempo para a Idade da Pedra. Apesar da estética moderna ao extremo, o museu acolhe algumas relíquias de 300 mil anos: artefatos rudimentares, pinturas rupestres e esqueletos fósseis.
Ainda segundo a arquiteta "O alumínio tem a vantagem de refletir muito a luz, o que garante um caráter mutante ao formato do museu, conforme a incidência de sol. O Jeongok parece uma miragem no alto das duas colinas e valoriza ainda mais a geografia do lugar."

Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/um-museu-futurista-com-acervo-pre-historico

Site do Museu: http://www.jgpm.or.kr/







terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ponte Khaju no Irã

A ponte Khaju localiza-se na Província de Isfahan, no Irã.Entre suas várias funções, a mais elementar é a ligação entre as duas margens do rio Zayandeh.Serve também de dique e separa dois trechos do rio com níveis diferentes; por fim, é um excelente local de lazer, com os seus pavilhões e degraus sobre a água, numa região onde o calor se faz sentir com intensidade.
A ponte foi construída no Século XVII com vinte e três arcos ogivais feitos em pedra e tijolo vencendo um vão de 105 metros. No nível superior o tabuleiro possui um corredor central pavimentado, por onde passa o tráfego rodoviário (cavalos e carroças, principalmente), e duas galerias laterais cobertas por abóbadas destinadas aos peões. A concepção funcional e a qualidade do espaço são irrepreensíveis.
As arcadas que suportam o tabuleiro são utilizadas com local de repouso e refresco graças à sua sombra e proximidade com a água. Mais abaixo, alicerces bem delineados sustêm e encaminham as águas do nível superior, a montante, para o nível inferior através de um conjunto de degraus muito elegante que agarra toda a estrutura ao leito do rio.

Fonte: http://obviousmag.org/archives/2008/03/ponte_khaju.html#ixzz1gR3I3XBK








segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Novos Bens Tombados no Rio Grande do Sul em 2011

Em 2011 foram retomados e finalizados dois processos de tombamento estaduais em Santa Cruz do Sul: A Antiga Estação Férrea e a Prefeitura Municipal. Os dois prédios já possuem proteção em nível municipal e este ano foram incluídos na lista de bens tombados do IPHAE.

Também foi incluído nesta listagem o tombamento do acervo de bens móveis do Instituto de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre, que compreende três grandes telas e será inscrito no Livro Tombo de Belas Artes.

Fonte Original da Notícia: http://www.iphae.rs.gov.br/Main.php?do=noticiasDetalhesAc&item=40811


Prefeitura de Santa Cruz do Sul


Antiga Estação Férrea de Santa Cruz do Sul

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Unesco reconhece Museu da Música, em Mariana - MG

Um dia de festa para Mariana, primeira cidade de Minas, que está em plena comemoração dos 300 anos de elevação a “vila do ouro”. O Museu da Música, instituição vinculada à arquidiocese local, recebe nesta sexta-feira, dia 02 de dezembro de 2011, no Rio de Janeiro (RJ), o Diploma do Registro Regional para a América Latina e o Caribe, em reconhecimento à importância de seu acervo de manuscritos.

O título é concedido pelo Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Este título é de grande importância, pois se trata de uma certificação internacional. Dessa forma, esse patrimônio passa a ser não só de Mariana, mas da humanidade.

O Museu da Música, em funcionamento no antigo Palácio dos Bispos, prédio do século XVIII, abriga um dos mais importantes acervos latinoamericanos de música sacra manuscrita, com mais de 2 mil partituras originais. Ao longo dos anos, com serviço de restauro das obras respeitando a concepção dos seus autores, o conjunto foi salvo da deterioração, pois se encontrava em estado precário.

A cerimônia de entrega do diploma será às 14h, na Ilha Fiscal, no Rio.

A concepção do Programa Memória do Mundo é de que “o patrimônio documental mundial pertence a todos, deveria ser plenamente preservado e protegido e, com o devido respeito aos hábitos e práticas culturais, acessível de maneira permanente e sem obstáculos”. Esse é um trecho de Memória do Mundo: Diretrizes para a Salvaguarda do Patrimônio Documental, de autoria de Ray Edmondson (Paris, 2002).

Em setembro de 2004, o Ministério da Cultura criou o Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco, e, desde a sua instalação oficial, em 2007, foram lançados três editais de nominação ao Registro Memória do Mundo do Brasil, dos quais resultaram 38 acervos documentais certificados.

O Instituto Memória do Mundo valoriza o patrimônio documental dos povos e traça a evolução do pensamento, dos descobrimentos e das conquistas da sociedade humana. Conforme os especialistas, a “memória do mundo” se encontra em bibliotecas, arquivos e museus do planeta, embora grande percentual corra perigo atualmente. A razão é que o patrimônio documental tem se dispersado devido ao deslocamento acidental ou deliberado, em função de “estragos das guerras” e outras circunstâncias históricas. O programa reconhece patrimônios documentais de relevância internacional, regional e nacional, mantém o seu registro e lhes confere um certificado, que os identifica. Além disso, facilita a preservação e o acesso de todos, trabalhando para despertar a consciência coletiva do patrimônio documental da humanidade.

Fonte Original da Notícia: http://www.defender.org.br/unesco-reconhece-museu-da-musica-em-marianamg/

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Revitalização da Casa de Cultura Mário Quintana em Porto Alegre

A Casa de Cultura Mario Quintana será totalmente revitalizada. Em almoço a ser realizado na sexta-feira, 2 de dezembro, às 12h, no Café Santo de Casa, o governo do Estado anuncia a recuperação e modernização da Casa de Cultura Mario Quintana, por meio do Banrisul. Às 11h30, haverá uma coletiva de Imprensa na Fotogaleria Virgílio Calegari (7° andar da CCMQ, ao lado do Café).

Será assinado um termo de parceria entre o Governo, Banrisul e a Associação de Amigos da CCMQ. Desde o inicio do novo governo os titulares da Secretaria da Cultura e da CCMQ se empenharam em refazer o projeto de restauro, que havia sido inabilitado no ano passado pelo Conselho Estadual de Cultura.

O investimento total será de R$ 8 milhões e inclui restauro da fachada, reforma do telhado, revitalização e ambientação interna e sinalética, modernização dos teatros e acessibilidade física e de conteúdo.

A parceria entre o Banrisul e a Casa de Cultura Mario Quintana existe há mais de 20 anos. Desde então, o Banco vem participando da programação da Casa, por meio de patrocínio e como apoio à atividades e projetos culturais, cursos e seminários, e une arte, educação, cinema, música e tecnologia como ferramentas do conhecimento e da cidadania.

No andar térreo da CCMQ, a instituição mantém o Museu Banrisul, de fácil acesso e boa visibilidade aos visitantes. Oferece à comunidade gaúcha e turistas a história do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e detalhes sobre a sua trajetória desde a sua fundação.

Já os clientes do Banrisul têm a vantagem de desconto promocional de 50% nos valores de ingressos nos espetáculos realizados na CCMQ. A Rede Banricompras também está presente em diversos pontos comerciais da Casa, como o bazar, salas de cinema, restaurantes e livraria, facilitando o pagamento por meio do cartão bancário.

No projeto de restauro e modernização o Banco vai instalar uma agência bancária no local para estar mais próximo da comunidade e dos frequentadores da Casa de Cultura.

No dia 2 de dezembro, além do almoço haverá, a partir das 13h, uma programação artística especial para comemorar essa importante decisão para a cultura gaúcha. A apresentação terá diferentes linguagens artísticas como teatro, dança, música instrumental, popular, rock e circo, em um palco montado para evento, na entrada da Travessa dos Cataventos da Rua 7 de setembro.

Fonte Original da Notícia: http://www.ccmq.com.br/2011/11/banrisul-assume-restauracao-da-ccmq-2/

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Palacinho será transformado em Centro Cultural – Fototeca do Rio Grande do Su

O Palacete Santo Meneghetti, mais conhecido como Palacinho, será transformado em um Centro Cultural. O prédio deve ser a sede da Fototeca do Rio Grande do Sul, um centro cultural voltado para a fotografia, conservação de acervos e fomento à produção fotográfica. O objetivo é dotar o Estado de uma estrutura capaz de organizar a memória visual dos gaúchos, fomentar a produção contemporânea e servir de fonte de conhecimento para as futuras gerações.

Projetado e construído em 1926 pelo engenheiro italiano Armando Boni, para ser residência de Santo Meneghetti, foi desapropriado pelo Estado em 1954 e, a partir de 1971, passou a ser residência oficial dos vice-governadores do Rio Grande do Sul. Em 1966 foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). O último morador foi Vicente Bogo.

Durante todo o ano de 2011, sob a coordenação da primeira-dama Sandra Genro, o governo estadual manteve uma programação cultural destinada a revelar o prédio até então pouco conhecido e abri-lo como espaço efetivamente público. O próximo passo será transformar o Palacete Santo Meneghetti no Centro Cultural. Para tanto, o governador Tarso Genro assinará nesta quinta-feira (1°), em cerimônia no Palacinho ás 18:30, o Decreto n° 9524 que cria o Centro Cultural Palacinho – Fototeca do Rio Grande do Sul.

Fonte original da notícia: http://rsurgente.opsblog.org/2011/11/30/palacinho-sera-transformado-em-centro-cultural-%E2%80%93-fototeca-do-rio-grande-do-sul/