sexta-feira, 30 de março de 2018

CONPRESP tomba várias obras modernas paulistanas

Com informações do Núcleo Docomomo SP

Fotos Helio Herbst (Residência Oscar Americano, projeto Oswaldo Arthur Bratke)

Na reunião do CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) , em 12/03/2018, foram tombadas várias obras da arquitetura moderna paulistana. Professores/as e pesquisadores/as mobilizaram-em apoio ao tombamento, sendo incluída uma carta elaborada pelo professor José Lira na ata da reunião, reproduzida no final deste texto.

Bem tombados:

Gregori Warchavchik
Edifício Mina Klabin Warchavchik
Conjunto de casas econômicas na Barão de Jaguara
Salão de Festas do Clube Pinheiros

Rino Levi
Laboratório Paulista de Biologia
Conjunto Hospitalar A.C.Camargo
Edifício Porchat
Edifício Trussardi

Convenio Escolar
Escola Estadual Pandiá Calógeras, Mooca
Escola Estadual Brasílio Machado, Vila Mariana
Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Helen Keller
Biblioteca Roberto Santos, Ipiranga
Biblioteca Adelpho Figueiredo, Canindé

Rodrigo Lefèvre 
Casa Pery Campos
Casa Dino Zammataro

Oswaldo Bratke
Fundação Oscar e Maria Luisa Americano
Edificio Lineu Gomes

+ Conjunto de 31 edifícios modernos (no bairro de Perdizes)

Casos muito importantes, como obras de Vilanova Artigas, Hans Broos, Paulo Mendes da Rocha, e conjuntos como o Parque das Fontes do Ipiranga e a Cidade Universitária da USP, tiveram seu exame adiado para outra reunião (a ser realizada em 19/03/2018). Parte do conjunto de edifícios modernos propostos para tombamento não foi incluído.

Segue portanto necessário continuar atuando em prol da efetiva preservação desse patrimônio moderno.

Carta elaborada pelo professor José Lira

Ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP
Ilmo. Sr. Cyro Laurenza
Presidente do CONPRESP

São Paulo, 8 de março de 2018

Prezados(as) Senhores(as),

É com profundo interesse que a comunidade arquitetônica e patrimonial de São Paulo vem acompanhando os processos de tombamento e preservação de bens arquitetônicos modernos construídos na cidade entre os anos 1920 e 1970. Afinal, além da excepcional qualidade artística de um bom número deles, em conjunto evocam um momento crucial de afirmação física, social e cultural da metrópole. A força desta arquitetura na configuração da nova ecologia metropolitana é proporcional a seu peso nos processos contemporâneos de expansão e adensamento da malha urbana, verticalização das áreas mais centrais, ascensão de novos padrões residenciais e instalação em toda parte de espaços modernos de trabalho, consumo, lazer, esportes, cultura, educação e saúde.

É verdade que muitos dos marcos arquitetônicos desse processo se perderam nas últimas décadas, substituídos por uma quarta ou quinta camada de urbanização autofágica, ou abandonados à ação da matéria e aos constrangimentos provocados pela marcha inexorável da urbanização, por obras viárias inflexíveis, projetos imobiliários imediatistas e intervenções no mínimo desastradas. De qualquer modo, como em toda grande cidade que se pretenda um polo de civilidade no planeta, aqui e ali, também em São Paulo, alguns deles resistem. Se bem salvaguardados, haverão de afirmar-se como marcos fundamentais de orientação dos cidadãos no espaço e no tempo, de preservação de uma escala humana na megalópole, de coesão social em torno de um sistema cultural urbano comum, essa espécie de acervo vivo de estruturas e figuras nas palavras de Giulio Carlo Argan, capaz de fornecer balizas seguras ao conhecimento e ao desenvolvimento das cidades.

Com a iniciativa de tombamento, oferece-se assim uma resposta consistente com os esforços historiográficos das duas últimas décadas no sentido do conhecimento, valorização e ampliação do corpus de obras de arquitetura moderna paulista, e ao mesmo tempo uma contribuição para a qualificação do ambiente construído local. Trata-se, portanto, de uma iniciativa fortemente enraizada na mais atualizada pesquisa científica, com benefícios inestimáveis para o público em geral, crescentemente interessado pelo patrimônio edificado – vide o sucesso de exposições, publicações e jornadas a seu respeito – assim como para as futuras gerações de habitantes e visitantes da cidade. Preservar esses bens não só salvaguarda a memória de grupos sociais os mais diversos, como garante a densidade histórica, cultural e ambiental necessária para o futuro de uma cidade do porte de São Paulo.

A relevância e a complexidade do acervo em exame é tal que qualquer decisão a respeito de sua preservação deverá se valer das análises qualitativas e dos cuidadosos estudos técnico-patrimoniais que vem notabilizando o Departamento de Patrimônio Histórico desta Secretaria Municipal de Cultura já há mais de três décadas. Neste sentido, é que vimos perante este Conselho Municipal solicitar atenção ao valor patrimonial deste Conjunto de Arquitetura Moderna reunido nos vários processos sob seu zelo, no sentido de sua efetiva preservação pelos meios legais.

Atenciosamente,

Carlos Alberto Cerqueira Lemos (Professor Titular da FAU-USP, Diretor técnico do Condephaat, 1968-1981, Ex-Conselheiro do Condephaat, do Iphan e do Conpresp)

Benedito Lima de Toledo (Professor Titular da FAU-USP, Ex-Conselheiro do Condephaat)

Monica Camargo Junqueira (Professora Associada da FAU-USP, Ex-Conselheira do Conpresp)

Joana Mello de Carvalho e Silva (Professora Doutora da FAU-USP)

José Tavares Correia de Lira (Professor Titular da FAU-USP)

Ana Lúcia Duarte Lanna (Professora Titular da FAU-USP, Ex-Presidente do Condephaat)

Beatriz Mugayar Kuhl (Professora Titular da FAU-USP, Ex-Conselheira do Condephaat)

Cristina Meneguello (Professora Associada IFCH-Unicamp, Conselheira do Condephaat)

Maria Lucia Bressan Pinheiro (Professora Associada FAU-USP, Ex-Conselheira do Condephaat)

Flavia Brito do Nascimento (Professora Doutora da FAU-USP, Conselheira do Condephaat)

Hugo Massaki Segawa (Professor Titular da FAU-USP)

Ruth Verde Zein (Professora Doutora da FAU-Mackenzie)

Luis Recamán Barros (Professor Doutor da FAU-USP)

Silvana Barbosa Rubino (Professora Associada IFCH-Unicamp, Ex-Conselheira do Condephaat)

Guilherme Teixeira Wisnik (Professor Doutor FAU-USP)

Ana Paula Koury (Professora Doutora da FAU-São Judas)

Renato Sobral Anelli (Professor Titular do IAU-USP)

Andrea de Oliveira Tourinho (Professora Doutora da FAU-São Judas)

Fernando Vásquez (Professor Doutor da FAU-São Judas, Coordenador Docomomo-SP)

Helena Ayoub (Professora Doutora da FAU-USP)

Miguel Buzzar (Professor Associado e Diretor do IAU-USP)

Luis Antonio Jorge (Professor Associado da FAU-USP)

Sabrina Fontenele (Professora colaboradora do IFCH-Unicamp)

Paulo Cezar Garcez Marins (Prof. Doutor Museu Paulista da USP, Conselheiro do Condephaat)

Cecília Rodrigues dos Santos (Profa. Doutora da FAU-Mackenzie, Superintendente Iphan-SP)

Carlos Alberto Ferreira Martins (Professor Titular do IAU-USP, Ex-Presidente da ANPARQ)

Ana Lucia Ceravolo (Professora Doutora, Ex-Presidente da Fundação Pró-Memória de São Carlos)

Sarah Feldman (Professora Associada Senior IAU-USP, Conselheira do Condephaat)

Nadia Somekh (Professora Titular da FAU-Mackenzie, Ex-Diretora do DPH-SP)


























Edifício Mina Klabin Warchavchik, 1939 - Foto: Zanella e Moscardi (Acervo Biblioteca FAU-USP).

quinta-feira, 15 de março de 2018

Cobogós e azulejos: designer mapeia afetivamente a arquitetura de Olinda

No Centro Histórico de Olinda (PE), a arquitetura furta formas e cores da natureza: os furos dos cobogós nas varandas lembram folhas leves e frutos redondos; os portões de gradil espiralam com um quê de galho retorcido de flor. Há também cor de terra e de céu no chão: quintais, cozinhas e salas de casas coloniais são ladrilhadas em marrom e azul.
Essa arquitetura habita as veias da designer gráfica Renata Paes. Natural da orla de Olinda, a jovem cresceu de olhos atentos para a memória gráfica que se arvorava nas casas e ruas de sua infância. O pai Antenor, arquiteto preservacionista, costumava levá-la pela mão em longas andanças, apontando os pungentes detalhes arquitetônicos da cidade alta olindense, cujo centro histórico foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1968 e reconhecido como Patrimônio Mundial Cultural pela UNESCO, em 1982.
“Cresci ouvindo histórias do meu pai sobre ladrilhos e gradis, e o quão importante era a preservação da arquitetura local. Quando tive que escolher meu trabalho de conclusão de curso, percebi quanto essa memória gráfica permeava minha infância, então decidi enfrentar esses artefatos danados!”, Renata relata com humor.
Esse “enfrentamento” resultou em um mapa afetivo de suas memórias arquitetônicas entrelaçadas com as da cidade pernambucana. Em 2017, ela concluiu seu curso de Design na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lançando o catálogo Memória Gráfica da Arquitetura de Olinda, registro fotográfico sensível de alguns artefatos componentes da identidade da região.

Andanças à deriva: Como começa o catálogo

Ao debruçar-se sobre a memória gráfica de Olinda, Renata fez o que seu pai ensinou tão bem: perambulou pela cidade. A primeira parte do mapeamento consistiu na deriva pelas ruas onde foi criança e adolescente, seguindo trajetos não diferentes dos que fazem parte de seu cotidiano habitual: “Repeti vivências, como os caminhos que me levam até a casa de uma amiga, um mercado ou um bar”.
Durante os trajetos, Renata fazia registros fotográficos dos elementos que mais lhe chamavam atenção. Além dos objetos arquitetônicos que estava acostumada a ver, como os azulejos ou cobogós, também fotografou elementos de fachada das casas – que vão desde edifícios coloniais até obras neoclássicas – como também as recentes intervenções de grafites e pichações que colorem a cidade.
Olhando as mais de duzentas fotografias tiradas nas 15 ruas mapeadas, Renata percebeu nelas um denominador comum de design: as expressões gráficas modulares. A designer explica: “Módulos são elementos arquitetônicos que se repetem em painéis, mas também podem funcionar de modo isolado, como os azulejos”.
Ela elegeu então quatro artefatos para mapear: Os cobogós, azulejos, gradis e ladrilhos hidráulicos:
Cobogó
“Elemento genuinamente pernambucano, seu nome é acrônimo de seus três criadores: CO-imbra, BO-eckmann e GO-és. Ele é inspirado no muxarabi, um elemento árabe de madeira. Sua função é trazer ventilação e luz para dentro da casa, preservando sua privacidade. A maioria dos cobogós que documentei estavam nos muros.”
Gradil
“O gradil surge como elemento de proteção bem parecido com o cobogó, permitindo a entrada de vento e luz solar. Tem dois tipos de gradis: o mais orgânico e sinuoso, encontrado principalmente nas construções antigas, e as grades geométricas, visto nas construções mais recentes e afastadas do centro da cidade.”
Azulejo
“Trazido por navios portugueses nas épocas coloniais, os azulejos protegem a fachada e refletem o calor. Os desenhos tem influência portuguesa e francesa, a maioria com temas florais ou orgânicos. O azul e branco são as cores predominantes, logo em seguida o amarelo.”
Ladrilho Hidráulico
“Considerado um piso de baixo impacto ambiental, o ladrilho hidráulico é curado em água, pulando a etapa do fogo. Ele é feito à base de materiais naturais, sendo colocado numa prensa e depois imerso na água durante 24 horas. Ele serve como substituto ao mármore e ao revestimento queimado e ao taco.”

Fofocas boas e portões abertos: conhecendo os moradores de Olinda

Se a primeira parte do mapeamento ficou concentrada nas andanças ao léu e nos registros fotográficos, a segunda se construiu a partir da abertura de portões das casas em que mapeou os quatro elementos modulares. “Começou uma fofoca danada”, conta Renata, recordando o momento. “Eu entrava na casa de uma pessoa, ela me indicava seu vizinho que possuía tal ladrilho, que depois me mandava para outro canto atrás de um cobogó. Fui pulando pela cidade de casa em casa, mostrando as fotos e ouvindo falas como: ‘Ah, minha mãe tinha uma casa assim!’ ou ‘O quintal da minha avó possuía ladrilhos desse jeito!’”.
A pesquisa calcada em afeto, café no sofá e desenvolvimento de relações entre o design e as pessoas gerou uma cartografia maleável, que foge à rigidez acadêmica convencional. “Recorri aos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guatarri para montar uma cartografia afetiva. Nela, o pesquisador e o entorno se relacionam intimamente, e todas as pessoas encontradas, desde a moradora da casa até a vendedora de pipoca no centro, são produtoras de um conhecimento precioso.”

Catalogar para preservar o patrimônio

A aproximação com os moradores donos desses objetos arquitetônicos revelou o afeto que há entre os habitantes e os patrimônios, passíveis de despertar muitas lembranças, inclusive daquilo que já foi perdido. Havia casas, por exemplo, onde os ladrilhos hidráulicos eram encontrados no corredor e nos quartos, mas não mais na cozinha, tomada pela cerâmica. Embora resguardado como sítio histórico, as moradias em Olinda vêm sofrendo com o descaso político quanto à preservação de suas características, como observa a designer.
Mais do que um levantamento imagético da arquitetura tradicional ou um trabalho de conclusão de curso, hoje Renata vê o catálogo como uma ferramenta de sensibilização para que os moradores reconheçam a importância de seu patrimônio cultural. Descobrindo a potência dos objetos que adornam suas casas, eles podem se converter em verdadeiros guardiões da história entalhada em ferro e cerâmica. “Se eu antes pensava que a parte legal do catálogo seria a identificação dos objetos arquitetônicos, hoje o que eu mais tenho vontade de repetir é o contato com os moradores”, sintetiza a designer.
O catálogo – disponível na plataforma Cidades Educadoras – apresenta 52 fotografias dos quatro artefatos estudados, assim como seus vetores disponíveis para uso público. “O meu desejo agora é engordar o catálogo, adicionando fotografias e melhorando o texto. Quero explorar melhor a questão afetiva e voltar a ter contato com a população. E então, finalmente publicá-lo para aproximar mais as pessoas da preservação desse patrimônio arquitetônico e afetivo.”
Artigo escrito por Cecília Garcia e publicado originalmente no Portal Aprendiz em 30 de janeiro de 2018 com o mesmo título. 














© Renata Paes

sexta-feira, 2 de março de 2018

Unesco aceita dossiê de Paraty (RJ), candidato a Patrimônio Mundial

Paraty (RJ), uma das principais cidades coloniais brasileiras do ciclo do ouro, teve sua candidatura a Patrimônio Mundial aceita pelo Centro do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta quinta-feira, 1º de março. Elaborado em parceria entre Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Ministério do Meio Ambiente, o dossiê apresenta Paraty como sítio misto, por seu excepcional valor cultural e natural. Caso seja aprovado, será o primeiro sítio misto brasileiro a ser inscrito na Lista do Patrimônio Mundial.
Os limites do sítio incluem os territórios de áreas protegidas além do centro histórico de Paraty, como o Parque Nacional da Serra da Bocaina e o Parque Estadual da Ilha Grande. Em setembro, a cidade irá receber a Missão de Avaliação de especialistas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítos (Icomos), órgão assessor da Unesco. A expectativa é que Paraty seja reconhecida pelo Comitê do Patrimônio Mundial em 2019. 
A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, destaca o valor excepcional do sítio natural e urbano. Ela destaca que “o trabalho técnico do Iphan resgatou a importância de Paraty e suas paisagens preservadas, na relação histórica com suas rotas singulares para o mar e para a terra, onde comunidades tradicionais seguem em seu ambiente nativo. O projeto expressa uma visão conjunta das políticas de preservação do patrimônio cultural e natural do Brasil”.
Para o ministro da Cultura, Sérgio Leitão, ter o dossiê de candidatura da cidade histórica aceito pela Unesco representa grande expectativa. “Os grandes atrativos da cidade são muito conhecidos, como seu polo gastronômico, seu centro histórico belíssimo e toda sua rica vida cultural. Agora, o mundo está prestes a reconhecer a biodiversidade da região de Paraty que, junto com sua bagagem cultural, transforma a cidade em um exemplar único da harmonia entre suas paisagens naturais e bens arquitetônicos”, ressalta.
Cidade do ciclo do ouro
Um exemplo íntegro da arquitetura colonial portuguesa, Paraty é também uma paisagem espetacular com montanhas cobertas de densa floresta primitiva, em área de reserva da biosfera da Mata Atlântica, que encantou os viajantes cientistas do século XIX por sua biodiversidade. Desde a Baia da Ilha Grande, o sítio abrange 187 ilhas cobertas de vegetação primária. Abriga ainda comunidades tradicionais, como dos Quilombola, Guarani e Caiçara, que mantêm o modo de vida de seus antepassados, além de preservar a maior parte de suas relações, ritos, festivais e religiões. O relacionamento com o meio ambiente está enraizado na própria expressão das pessoas.
O reconhecimento de Paraty e da Baía da Ilha Grande, por seus valores naturais e culturais, como Patrimônio Mundial, pode representar avanços importantes para a região. Paraty deve ganhar visibilidade, como destino. Além de criar um compromisso do país perante a comunidade internacional, na proteção do sítio histórico e natural.
Mais informações para a imprensa
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Fernanda Pereira – fernanda.pereira@iphan.gov.br 
Helena Brandi – helena.brandi@iphan.gov.br
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Fonte das Imagens: do site Iphan