terça-feira, 26 de junho de 2012

Equipe de restauradores da BN acaba de recuperar arquivo único da Inquisição de Goa

Por Laura Monsores

“Aqui é, literalmente, o CTI do papel”. As palavras do restaurador Fernando Amaro definem bem o trabalho feito no Laboratório de Restauração da Biblioteca Nacional. Como pacientes em estado grave, é para lá que vão obras centenárias danificadas pela ação do tempo. Foi o que aconteceu com os seis códices de aproximadamente 3.000 folhas do Arquivo Inquisição de Goa, sobre a atuação do tribunal inquisitorial na Índia portuguesa, incorporado ao acervo da Real Biblioteca em 1809 e recuperado recentemente pela equipe de restauradores da BN chefiada por Fernando.
Quando o documento chega ao laboratório, o primeiro passo é o diagnóstico. “No caso dos manuscritos de Goa, o papel apresentava muitas corrosões decorrentes da escrita com tinta ferrogálica, composta predominantemente por ferro. É natural que, com o passar do tempo, o processo de enferrujamento cause a fragmentação do papel”, explica o restaurador. Após a identificação dos principais danos, a obra passa por uma série de etapas de restauração que inclui limpezas manuais, banhos, tratamento da fibra e da colagem, encadernamento e acondicionamento, até retornar ao setor de origem. Depois de tratada, é submetida ainda a um processo de digitalização, sendo registrada em fotografia, além de ser microfilmada. Essas operações são feitas para manter a integridade física do acervo, já que um dos maiores problemas de conservação é o manuseio indevido dos documentos. “O objetivo é recuperar forma, conteúdo, e dar longevidade à obra”, diz Fernando.
Os manuscritos da Inquisição de Goa acabaram de passar por todas essas etapas e, depois de um ano, estão novamente disponíveis para o público. Pesquisadora do assunto, Célia Tavares, professora da Faculdade de Formação de Professores da Uerj, destaca o caráter raro desses documentos: “Há um fato que faz este acervo ser único no mundo: boa parte da documentação sobre a Inquisição de Goa foi destruída no século XIX”. Segundo ela, o arquivo sob a guarda da Biblioteca Nacional traz algumas pérolas, como textos de Roberto de Nobili, jesuíta italiano que foi missionário na Índia,  suspeito de heresia pela Inquisição.
Com a conclusão da restauração, Célia afirma que poderá dar seguimento à sua pesquisa: “Estamos desenvolvendo um banco de dados que pretende reunir o máximo de informações retiradas da leitura paleográfica dos documentos deste acervo. É fundamental resguardá-lo pela riqueza de informações, além de sua própria raridade”.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/por-dentro-da-biblioteca/condenado-a-sobreviver





Começa, em São Petersburgo, a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial

Sob a presidência russa, foram dadas as boas-vindas a todos os participantes da 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial (36ª WHC – sigla em inglês), em São Petersburgo, que teve início no último domingo, 24 de junho. A Direção-geral da UNESCO destacou os importantes e inadiáveis desafios, cada vez maiores, para a preservação do patrimônio, o que deverá implicar um maior compromisso de todos os envolvidos, em especial dos Estados-Partes. Foi reforçado também nesses 40 anos da Convenção, a importância e a necessidade de se enfrentar os desafios do século XXI, como o desenvolvimento sustentável e a construção da paz.
Com mais de 190 delegações de países de todo o mundo, já no primeiro dia de trabalho intenso, a UNESCO lançou o Programa de Patrimônio Mundial e Turismo Sustentável (WH+ST), convidando os Estados-Partes a participarem da iniciativa que tem como objetivos ações que visam integrar os princípios do turismo sustentável aos mecanismos da Convenção do Patrimônio Mundial para promover uma gestão turística eficiente, responsável e sustentável, baseada nos contexto e necessidades locais. O WH+ST é resultado de um intenso processo consultivo realizado por um grupo de trabalho sob a presidência da Suíça, envolvendo a Alemanha, Eslovênia, Argentina, China, Tanzânia, Líbano, UNWTO, ICOMOS, IUCN, ICCROM e o Centro do Patrimônio Mundial. Segundo a proposta, a expectativa é que os centros de categoria II da UNESCO, como o Centro Lucio Costa, no Rio de Janeiro – administrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – possam contribuir como parceiros para a sua implementação.
A delegação brasileira já está em São Petersburgo e participa da 36ª WHC como observador. Este ano, o IPHAN defende a inclusão da cidade do Rio de Janeiro na Lista de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana. Caso o título seja aprovado, o Brasil será o primeiro país a ter um bem reconhecido nesta categoria. Além disso, os locais da cidade valorizados na candidatura (o Pão de Açúcar, o Corcovado, a Floresta da Tijuca, o Aterro do Flamengo, o Jardim Botânico e famosa praia de Copacabana, além da entrada da Baía de Guanabara) serão alvo de ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural. A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, vai acompanhar a votação, marcada para o próximo sábado, dia 30 de junho.
Outro tema importante para o Brasil, que também será debatido, é o processo de implementação dos centros de categoria II da UNESCO, entre eles, o Centro Lucio Costa. Na ocasião será apresentado o relatório da II Reunião Anual, ocorrida em Milão, em janeiro deste ano, que apresenta ao Comitê a proposta de realização da IV Reunião Anual dos Centros de categoria II da UNESCO, no Rio de Janeiro, em 2014.

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do;jsessionid=CD9CEC5A8B5C29183B28F2BFA0834390?id=16713&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia















São Petersburgo

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Barra Funda/RS – “Brizoletas”: Patrimônio Histórico e cultural do município

Por Bárbara Nicola*
Entre 1959 a 1963 e estado do Rio Grande do Sul, governado por Leonel Brizola, implantou um projeto na tentativa de erradicar o analfabetismo no estado, intitulado: “Nenhuma criança sem escola no Rio Grande do Sul”. Foi então que surgiram as chamadas “Brizoletas”, ou escolhinhas do Brizola, que gerou, além de grande número de contratação de professores, um grande aumento de matrículas escolares. Este processo sobrevive na memória de muitos municípios por todo o estado, como é o caso também do nosso município, Barra Funda.
As escolas tinhas algumas características bem específicas e muitas se situavam no interior dos municípios. Segundo Quadros**, 2002,
[...] Eram feitas em madeira e, no geral, tinham uma ou duas salas de aula. O projeto arquitetônico das Brizoletas era padronizado, podendo variar o número de salas de aula conforme cada plano de construção. No meio rural, com frequência, as condições e as possibilidades de acesso à escola eram, no geral, mais difíceis que no meio urbano. Os poucos prédios escolares, as grandes distancias e a participação das crianças nas atividades agrícolas eram empecilhos concreto à frequência normal à escola [...]
Na região de nosso município, as escolinhas foram implantadas na mesma época, entre 1959 e 1963, no então distrito de Sarandi, a quem pertencíamos, antes de sermos emancipados. Foram duas escolinhas, uma na localidade da Linha Santa Lúcia e outra na localidade de Linha Carijo.
Em 2010, um projeto desenvolvido por alunos da 8ª série do Ensino Fundamental da Escola Municipal Barra Funda, com a ajuda das professoras da disciplina de história da escola, direção, coordenação e da Secretaria de Educação do município, iniciou o resgate histórico da educação do município, baseada nas escolhinhas do interior, e tendo como principal foco a história das “brizoletas”. O trabalho resultou na tentativa de preservação desta história, com a restauração da escola, que apesar de tirada do local original de sua construção, manteve as características arquitetônicas do prédio, projeto padrão de todas elas. Hoje, o prédio se encontra em frente a escola, pronto para receber visitantes.
Ainda assim, prevalece em nossa cultura o pouco conhecimento e valorização do patrimônio histórico de nosso município, muitas vezes sendo ignorado e chamando a atenção muitas vezes de pessoas de fora de nosso município. A identidade de uma sociedade depende essencialmente de como ela se construiu e nisso reside a importância da valorização do patrimônio histórico. De acordo com Quadros, “tais escolas não eram prédios quaisquer; sua presença representou um mundo novo se abriu”.
Pouca gente sabe sobre a história das Brizoletas em nosso município, sendo denominada muitas vezes “aquela casinha” situada em frente à Escola Municipal de Barra Funda. Certamente ela não tem nada de majestosa e nem de exuberante, é um edifício simples e modesto, porém, carrega em si marcas da história da educação rio-grandense, representando hoje a memória viva de nosso município, que precisa ser valorizada como merece: um patrimônio histórico e cultural da cidade.

 *Academica 7º nível do curso de História da Universidade de Passo Fundo
**QUADROS, Cleudemir. As Brizoletas cobrindo o Rio Grande do Sul: a educação pública no Rio Grande do Sul durante o governo de Leonel Brizola (1959-1963) Rio Grande do Sul: Editora UFSM, 2002.

 Fonte: http://www.defender.org.br/barra-fundars-brizoletas-patrimonio-historico-e-cultural-do-municipio/

















Imagem: Jornal de Sarandi - jornalista Dinamara Prynn

Igreja do Santíssimo Sacramento em Itaparica-BA é restaurada

A comunidade de Itaparica recebeu a Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento que foi totalmente restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional na Bahia (IPHAN-BA). A população participou ativamente da inauguração, realizada no último dia 17 de junho, comemorada com uma missa celebrada pelo arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, com a presença do superintendente do IPHAN-BA, Carlos Amorim.
A Igreja do Santíssimo Sacramento de Itaparica foi construída em 1742 e resguarda no forro da capela-mor uma pintura ilusionista de inspiração italiana. 

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do;jsessionid=A9C133F652BFBE8C364FBF4A20E438BB?id=16703&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia 











 

terça-feira, 19 de junho de 2012

A Capela dos Ossos - Évora - Portugal

Évora fica na região do Alentejo, em Portugal. Nesse agradável lugar encontra-se um dos pontos turísticos digamos, intrigante: A Capela dos Ossos.  A capela faz parte da famosa Igreja de São Francisco, na Praça 1º de Maio.
Foi construída no sécurlo XVII por iniciativa de três monges que, dentro do espírito da contra-reforma religiosa, de acordo com as normativas do Concílio de Trento, pretendeu transmitir a mensagem da transitoriedade da vida, tal como se depreende do célebre aviso à entrada: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos". Fala-se que foi calculado por volta de 5000 ossos, provenientes dos cemitérios, situados em igrejas e conventos da cidade.
As suas paredes e os oito pilares estão "decorados" com ossos e caveiras ligados por cimento pardo. As abóbadas são de tijolo rebocado a branco, pintadas com motivos alegóricos à morte. É um monumento de uma arquitectura penitencial de arcarias ornamentadas com filas de caveiras, cornijas e naves brancas. Foi calculado à volta de 5000, provenientes dos cemitérios, situados em igrejas e conventos da cidade. A capela era dedicada ao Senhor dos Passos, imagem conhecida na cidade como Senhor Jesus da Casa dos Ossos, que impressiona pela expressividade com que representa o sofrimento de Cristo, na sua caminhada com a cruz até ao calvário.
 
 
 
 
 













 
 
Imagem: Blog viagemehistoria


















Imagem: Portal Obvious

















Imagem: Portal Obvious




segunda-feira, 18 de junho de 2012

IPHAN lança livro sobre tombamento de templos afro-brasileiros

A valorização das casas de terreiros e de religiões de matriz africana, a partir do processo de tombamento representou um marco para a história da cultura no país e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi quem deu inicio a essa era de reconhecimento a um território antes ignorado. Essas casas perfazem grande parte da origem africana tão presente na Bahia, se tornando monumentos do sagrado, que devem ser preservados. “Eles, os terreiros, carregam, de um lado a outro do oceano, a sacralidade, o testamento das pequenas áfricas – monumentais como o continente negro”, diz o superintendente do Iphan-Ba, Carlos Amorim. Esse universo é descrito na obra O Patrimônio Cultural dos Templos Afro-Brasileiros (ed. Oiti – 238 páginas) que será lançado na próxima quinta-feira, dia 14 de junho, das 17 h às 21h, na Casa Berquó, Barroquinha, sede do Iphan.

“A preservação de templos e locais sagrados da cultura afro-brasileira é coisa recente e se limitou, nos últimos 25 anos, à inscrição nos livros de tombo oficiais, malgrado o imperativo de se mover uma discussão profunda sobre o tema”, destaca Amorim. O significado da preservação começa com o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, primeiro templo afro-brasileiro tombado como patrimônio histórico e etnográfico do Brasil, no ano de 1985. Em seguida mais cinco terreiros da Bahia e um do Maranhão foram inscritos no acervo dos bens culturais do Brasil.
O livro O Patrimônio Cultural dos Templos Afro-Brasileiros traz textos apresentados por um elenco significativo de peritos, professores, técnicos, especialistas em políticas de preservação cultural, africanistas e estudiosos das religiões de matriz africana, tendo a forte participação do povo de santo.
As apreciações foram originadas no Seminário Internacional Políticas de Acautelamento do Iphan para Templos de Cultos Afro-Brasileiros, evento que teve a participação de três universidades nacionais: a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Além disso, contou com a colaboração da Université d’Abomey-Calavi, da República do Benin e dois institutos de pesquisa franceses, o Centre d’Études Africaines, vinculado ao Instituto Recherche pour lê Développement e à École des Hautes Études en Sciences Sociales, e o Centre d’ Études des Mondes Africains, vinculado ao Centre National de la Recherche Scientifique.
A obra trata desde o tombamento dos terreiros no âmbito do Iphan às questões mais específicas no vasto mundo que envolve a temática, a exemplo da especulação imobiliária e a ocupação urbana desordenada, sendo citados como alguns dos problemas que afetam as áreas de uso dos cultos.
A estética do livro chama a atenção pelas fotos dos terreiros tombados e ilustrações de Carybé. A coordenação editorial é de Bete Capinan. A capa é de Humberto Vellame com fotos do Terreiro da Casa Branca, de Orlando Ribeiro. O livro será distribuído pelo Iphan, durante o lançamento.



terça-feira, 12 de junho de 2012

Chega ao Brasil tradução inédita do francês Hugues de Varine sobre patrimônio cultural e ambiental e desenvolvimento sustentável

Com ideias inovadoras sobre os domínios da cultura, o francês Hugues de Varine é um dos mais importantes teóricos e consultores internacionais na área da museologia. Em ‘As raízes do futuro: patrimônio a serviço do desenvolvimento’, lançamento da Editora Medianiz, ele propõe um amplo debate sobre as questões da propriedade cultural pelo viés do desenvolvimento local, a partir de sua ampla experiência com ecomuseus e museus comunitários. Traduzido direto da versão original em língua francesa, a obra conta com o prefácio e tradução da museóloga Maria de Lourdes Parreiras Horta. Varine vem ao Brasil para lançar a obra.
Uma das particularidades do livro é fato único para um clássico: o de ter quatro introduções – a metodológica, a ideológica, a pragmática e a política. Em cada uma delas, o autor revela toda sua experiência e proposições originais. Destacam-se, sobretudo, dois pressupostos básicos. O primeiro é que o desenvolvimento local é um processo voluntário de domínio da mudança cultural, social e econômica, enraizado em um patrimônio vivenciado, nutrindo-se deste e gerando patrimônio. O segundo é que o patrimônio – seja ele natural ou cultural, vivo ou consagrado – é um recurso local que não tem outra razão de ser senão a sua integração nas dinâmicas de desenvolvimento. Herdado, transformado, produzido e transmitido de geração a geração, o patrimônio pertence também ao futuro.
Duas consequências daí advêm. O desenvolvimento só é sustentável, e, portanto, real, se for feito em consonância com o patrimônio, e se contribuir para a vida e para o seu enriquecimento. Além disso, só se pode conceber o desenvolvimento com a participação efetiva, ativa e consciente da comunidade que detém esse patrimônio.
A obra está organizada em nove capítulos que tratam dos meios de organização, prática e desenvolvimento das relações patrimoniais. Como diferencial didático, também possui uma série de fichas práticas, com questionamentos e pontos relevantes dos respectivos assuntos discutidos, além de fichas de casos exemplares, que relatam suscintamente algumas experiências nas diversas situações em que a relação comunidade, patrimônio e desenvolvimento estão em jogo.
Inspirado nas ideias de Paulo Freire, Hugues de Varine se propõe não somente a teorizar sobre os saberes por onde se aventurou, mas também estimular o pensamento individual dos leitores sobre as relações entre patrimônio e desenvolvimento local, aproveitando a sabedoria das comunidades.
Em breve, o livro também será lançado em Portugual, pelo ICOM (The Internacional Council of Museums) daquele país.

Sobre o autor

Formado pela Universidade de Paris, com pós-graduação em História e Arqueologia, Hugues de Varine ocupou os cargos de vice-diretor e diretor do Conselho Internacional de Museus (Icom), fundou o Ecomuseu de Le Creusot-Montceau e atuou no Ministério da Cultura da França, na área de desenvolvimento cultural e de avaliação de políticas culturais.
Fundador da Asdic Consultores, entidade especializada em desenvolvimento de comunidades, participa de missões de desenvolvimento cultural, social e econômico de comunidades urbanas e rurais da França e da União Europeia, incentivando práticas culturais e de consolidação do desenvolvimento local. Internacionalmente participou de projetos na Alemanha, Suécia, México, Brasil, Canadá, Portugal, Grécia, Hungria, Irlanda, Reino Unido, entre outros.
É autor de A cultura dos outros (Paris, Seuil, 1976); A iniciativa comunitária (Macon, MNES & W, 1992); Cidade, cultura e desenvolvimento (Paris, Syros, 1995, com Jean Michel Montfort); e As raízes do futuro (Asdic, 2002), além de artigos em periódicos franceses e publicações internacionais sobre museus, patrimônio, ação comunitária e desenvolvimento local.
Sobre a tradutora e prefaciadora
Maria de Lourdes Parreiras Horta é graduada em Museologia pela Universidade do Brasil, atual Escola de Museologia da UNIRIO, com doutorado em Museologia pela Universidade de Leicester e pós-doutorado em Cultura Contemporânea pela UFRJ. Atuou no Museu da Imagem e do Som, no Museu de Artes e Tradições Populares do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes e Museu Imperial de Petrópolis, tendo sido coordenadora geral de acervos museológicos da Fundação Nacional Pró-Memória. Professora adjunta da Universidade Santa Úrsula, é pesquisadora com várias livros e artigos publicados no Brasil e no exterior. Foi curadora de inúmeras exposições em museus e centros culturais e presidente do Comitê Brasileiro do ICOM (Conselho Internacional de Museus).
Ficha técnica do livro
Título: As raízes do futuro: patrimônio a serviço do desenvolvimento local
Autor: Hugues de Varine
Tradução
: Maria de Lourdes Parreiras Horta
Número de páginas
: 256
Formato
: 14 x 23 cm
Preço
: R$ 40,00
ISBN
: 978-85-64713-03-1
Agenda de lançamentos de Hugues de Varine no Brasil
Com eventos programados ao longo de junho em várias cidades do país, Hugues de Varine lança no Brasil a tradução inédita de ‘As raízes do futuro: o patrimônio a serviço do desenvolvimento local’ (Editora Medianiz).
Belém (12 de junho, terça-feira, às 12h)
IV Encontro Internacional de Ecomuseus e Museus Comunitários. Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários (ABREMC) em parceria com: Ecomuseu da Amazônia; Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz; e Prefeitura Municipal de Belém.
Ouro Preto (22 de junho, sexta-feira, às 19h)
Museu da Inconfidência, em parceria com: Departamento de Museologia da Universidade de Ouro Preto (UFOP); Ecomuseu da Serra do Ouro Preto; Museu da Inconfidência (Ibram/MinC); Associação de Amigos do Museu da Inconfidência.
PORTO ALEGRE (25 de junho, segunda-feira, às 17h)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Faculdade de Museologia da UFRGS (no auditório da Fabico), em parceria com: Grupo de Estudos em Memória, Patrimônio e Museus (Gemmus); o Sistema Estadual de Museus do Rio Grande do Sul; Ponto de Memória Lomba do Pinheiro (Porto Alegre); Museu Comunitário de Umbú (Alvorada).
Picada Café (26 de junho, terça-feira, às 20h)
Museu Comunitário de Percurso de Picada Café, na Escola Municipal Ensino Fundamental 25 de Julho, em parceria com: Prefeitura Municipal de Picada Café; Fides Art – Cooperativa de Produção de Artesanato e Manufatura – Picada Café; Associação de Amigos do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Ambiental de Picada Café (AAPHACA); Associação Cultural de Picada Café; Polo Universitário de Picada Café; Associação de Amigos do Patrimônio Histórico e Cultural de Dois Irmãos; Fundação Ernesto Frederico Scheffel (Novo Hamburgo).
Santa Maria (27 de junho, quarta-feira, às 18h30)
Universidade Federal de Santa Maria (no auditório central da Reitoria) em parceria com: Museu Treze de Maio; Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Região dos Campos de Cima da Serra (Condesus); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Sistema Municipal de Museus de Santa Maria; Associação de Amigos do Museu Treze de Maio, Comunidade de Terreiro Ilê Axé Ossanha Agüé; TV OVO; AFRONTA – Coletivo de Estudantes Afro da UFSM.
São Miguel das Missões (28 de junho, quinta-feira, às 18h30)
Câmara de Vereadores, em parceria com: Museu das Missões (Ibram/Minc); Câmara de Vereadores de São Miguel das Missões; Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo (Iphan); Ponto de Memória Missioneiro; Rádio Piratini; Secretaria de Turismo de São Miguel das Missões; Secretaria de Educação de São Miguel das Missões.

Fonte Original da Notícia: http://www.defender.org.br/chega-ao-brasil-traducao-inedita-do-frances-hugues-de-varine-sobre-patrimonio-cultural-e-ambiental-e-desenvolvimento-sustentavel/





















Capa do Livro
















Hugo de Varine - Crédito: CCS/UFPEL

Palácios Marcantes na Arquitetura Mundial - Parte II

Palácio Dolmabahçe – Istambul – Turquia

Entre 1853 e 1922, o Palácio Dolmabahçe serviu como principal centro administrativo do Império Otomano em Istambul. Situado no lado europeu do Bósforo, foi construído por ordem do sultão Abdülmecid I (entre 1842 e 1853) segundo o estilo dos palácios europeus e decorado com várias toneladas de ouro.
Ocupa ao todo uma área de 45.000 m, com 285 quartos, 46 salas e 68 sanitários. Está dividido em três partes: a Humayun Mabeyn-i, composta pelo quartos reservados apenas aos homens; os Muayede Salonu, que são os salões cerimoniais; e os Humayun Harem-i, compostos pelos aposentos da família do Sultão.
O maior lustre de cristal da Boêmia, presenteado pela rainha Vitória do Reino Unido, decora o salão central. O candeeiro tem 750 lâmpadas e pesa 4,5 toneladas. O Dolmabahçe tem a maior coleção de lustres feitos de cristal da Boêmia e Baccarat do mundo.

Fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_Dolmabah%C3%A7e


Palácio de Schonbrunn – Viena – Áustria

Este edifício é conhecido como o palácio de Versailles de Viena. Foi, aliás, mandando construir para rivalizar com o de Paris e servir de residência de verão para a imperatriz Eleonora Gonzaga entre 1638 e 1643. Desde aí e até ao final da II Guerra Mundial foi ocupado pela família imperial austríaca. De grande magnificência e em estilo barroco, o palácio está rodeado por jardins, falsas ruínas romanas, um laranjal (considerado um luxo na época) e um labirinto dentro dos próprios jardins. É um dos principais monumentos históricos do país.
O palácio barroco foi residência de Verão da Família Imperial austríaca desde meados do século XVIII até ao final da Segunda Guerra Mundial. Nesse período, o edifício foi habitado quase continuamente por várias centenas de pessoas da vasta corte, tornando-se num centro cultural e político do império Habsburgo. Aqui viveu até 1817, data de seu casamento com D. Pedro I, a arquiduquesa D. Leopoldina de Habsburgo, que teve tão grande papel na independência do Brasil.
O Schönbrunn tem sido uma das principais atrações turísticas da cidade de Viena desde o século XIX, sendo um dos mais importantes e mais visitados monumentos culturais da Áustria. O palácio e o seu parque de cerca de 160 ha está classificado desde 1996 como parte do Património da Humanidade pela UNESCO. Tem aparecido em postais, documentários e diversas produções cinematográficas. Uma das principais atrações do parque palaciano é o Tiergarten Schönbrunn, o mais antigo jardim zoológico do mundo, com os seus 16 ha.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Sch%C3%B6nbrunn




El Escorial – Madrid – Espanha

Localizado em San Lorenzo de El Escorial, na comunidade autónoma de Madrid, este mosteiro-palácio foi mandado construir pelo rei Filipe II de Espanha, em 1563, para celebrar a vitória sobre os franceses na batalha de San Quintin, em 1557. Diz-se que a sua estrutura foi inspirada nas descrições do Templo de Salomão (pelo historiador Flávio Josefo) e adaptada às necessidades determinadas pelo rei. O complexo onde se encontra inclui: palácio, convento, biblioteca com cerca de 40.000 volumes, basílica, museu de arquitetura e um panteão onde estão sepultados vários casais reais. O El Escorial está ainda rodeado pelos Jardins do Frade, considerados um dos locais ideais para meditar em Madrid.
A planta do edifício, com as suas torres, recorda a forma de uma grelha, pelo que tradicionalmente se diz que se fez assim em honra a São Lourenço, martirizado em Roma no suplício da grelha e cuja festividade se celebra a 10 de Agosto, dia da Batalha de San Quintín. Daí o nome do conjunto e da localidade criada à volta deste.
Na realidade, a origem arquitetônica da planta é muito controversa. Deixando por um lado a feliz casualidade da grelha, que só surgiu quando Herrera eliminou as seis torres interiores das fachadas, a planta parece estar baseada mais nas descrições do Templo de Salomão do historiador judeu-romano Flávio Josefo, modificadas pela necessidade de adaptar essa ideia às necessidades do programa monástico e às múltiplas funções que Filipe II quis que albergasse o edifício: panteão, basílica, convento, colégio, biblioteca, palácio, etc. Tudo isto conduziu à duplicação das dimensões iniciais do edifício.
As estátuas de David e Salomão, reis de Israel, flanqueiam a entrada da igreja como que recordando a sua origem e mostrando o paralelismo com o guerreiro Carlos V de Habsburgo e o prudente Filipe II de Espanha. Do mesmo modo, o fresco de Salomão situa-se no centro da biblioteca, mostrando o seu momento de maior sabedoria: o famoso episódio com a Rainha de Sabá.
A obra iniciou-se com a colocação da primeira pedra em 23 de Abril de 1563, tendo sido entregue ao arquiteto Juan Bautista de Toledo, o qual não pôde finalizá-la uma vez que morreu em 1567. A direção da mesma passou então para Juan de Herrera, discípulo do anterior, que a dirigiu até à conclusão, em 1584, com tanto acerto que a sua obra deu origem à denominada escola herreriana de arquitetura.
Em 2 de Novembro de 1984 a UNESCO declarou El Real Sítio de San Lorenzo de El Escorial como Património da Humanidade.


















Palácio de Neuschwanstein – Baviera – Alemanha

O palácio ou castelo de Neuschwanstein foi edificado na segunda metade do século XIX na região da Baviera, muita próxima da fronteira com a Áustria. Mandado construir por Luis II da Baviera (conhecido como “o Rei louco”), a planta do edifício foi inspirada no compositor alemão Richard Wagner – seu amigo e também protegido. A sua arquitetura neogótica e o estilo fantasioso serviram de cenário ao castelo do filme de animação Disney “Cinderela”. Possui 360 quartos e uma decoração eclética e com muitas peças artesanais. Apesar de não ser permitido tirar qualquer fotografia no interior, o seu exterior é um dos mais registados no mundo.
A primeira pedra do edifício foi colocada no dia 5 de Setembro de 1869. O Neuschwanstein foi desenhado por Christian Jank, um desenhador de cenários teatrais, em vez de um arquiteto, o que mostra muito das intenções de Luís II, e explica grande parte da natureza fantástica do edifício resultante. A perícia arquitetônica, vital para um edifício colocado num lugar tão periclitante, foi providenciada inicialmente pelo arquiteto da Corte de Munique, Eduard Riedel, e mais tarde por Georg Dollman e Leo Von Klenze.
O castelo foi originalmente chamado de "Novo Castelo Hohenschwangau" até à morte do Rei, quando foi renomeado como Neuschwanstein, o Castelo do Cavaleiro Cisne, Lohengrin, da ópera de Wagner do mesmo nome. Originalmente, o castelo havia sido Schwanstein, a sede dos cavaleiros de Schwangau, cujo emblema era o cisne.
O castelo compreende uma portaria, um caramanchão, a Casa dos Cavaleiros com uma torre quadrada e um Palas, ou cidadela, com duas torres no extremo oeste. O efeito do conjunto é altamente teatral, tanto no exterior como no interior. A influência do Rei é evidente por todo o lado, tendo este demonstrado um entusiástico interesse no desenho e decoração. Um exemplo disto pode ser visto nos seus comentários, ou ordens, face a um mural representando Lohengrin no Palas; "Sua Majestade deseja que (...) o navio seja colocado mais distante da costa, que o pescoço de Lohengrin seja menos inclinado, que a corrente do navio ao cisne seja de ouro e não de rosas e, finalmente, que o estilo do castelo seja mantido medieval".
O conjunto de salas no interior do Palas contém a Sala do Trono seguida pela suíte de Luís II, pelo Hall dos Cantores e pela Gruta. Por todo o lado, o desenho presta homenagem às lendas alemãs de Lohengrin, o Cavaleiro Cisne. O Castelo de Hohenschwangau, onde Luís II passou grande parte da sua juventude, tinha decorações destas sagas. Estes temas foram tomados nas óperas de Richard Wagner. No entanto, muitas das salas interiores permanecem sem decoração; apenas catorze delas foram finalizadas antes da morte de Luís II.
















Palácio Nacional da Pena – Lisboa – Portugal

O Palácio Nacional da Pena, popularmente referido apenas por Palácio da Pena ou Castelo da Pena, localiza-se na vila de Sintra, freguesia de São Pedro de Penaferrim, concelho de Sintra, no distrito de Lisboa, em Portugal. Representa uma das melhores expressões do Romantismo arquitetônico do século XIX no mundo, constituindo-se no primeiro palácio nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do carismático Castelo de Neuschwanstein, na Baviera. Em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das Sete maravilhas de Portugal.
Quase todo o Palácio assenta em enormes rochedos, e a mistura de estilos que ostenta (neogótico, neomanuelino, neo-islâmico, neo-renascentista, com outras sugestões artísticas como a indiana) é verdadeiramente intencional, na medida em que a mentalidade romântica do século XIX dedicava um fascínio invulgar ao exotismo.
Estruturalmente o Palácio da Pena divide-se em quatro áreas principais:
  • A couraça e muralhas envolventes (que serviram para consolidar a implantação da construção), com duas portas, uma das quais provida de ponte levadiça;
  • O corpo, restaurado na íntegra, do Convento antigo, ligeiramente em ângulo, no topo da colina, completamente ameado e com a Torre do Relógio;
  • O Pátio dos Arcos frente à capela, com a sua parede de arcos mouriscos;
  • A zona palaciana propriamente dita com o seu baluarte cilíndrico de grande porte, com um interior decorado em estilo cathédrale, segundo preceitos em voga e motivando intervenções decorativas importantes ao nível do mobiliário e ornamentação em geral.
Durante a construção, apesar de se manter a estrutura básica, foram feitas alterações em quase todos os vãos, ao mesmo tempo em que a pequena torre cilíndrica que se encostava à maior passou para a retaguarda do edifício. O arco do corpo, ladeado por duas torres, recebeu uma profusa decoração em relevo a imitar corais.
Sobre ela, uma janela, a "bay window", recebeu na sua base, também em relevo, uma figura de um ser híbrido, meio-peixe, meio-homem, saindo de uma concha com a cabeça coberta por cabelos que se transformam num tronco de videira cujos ramos são sustentados pela enigmática personagem, relembrando propositadamente o homem barbado da janela da sala do coro do Convento de Cristo em Tomar, transformado aqui num ser monstruoso de carácter quase demoníaco. Este conjunto, conhecido por "pórtico do Tritão", foi projetado pelo próprio D. Fernando, que o desenhou como um "Pórtico alegórico da criação do mundo", e parece condensar, em termos simbólicos, a "teoria dos quatro elementos". Reforçando esta relação com Tomar, a janela existente no lado oposto deste corpo copia com alguma liberdade o célebre vão manuelino da autoria de Diogo de Arruda, "achatando-a". Nicolau Pires foi a Tomar desenhá-la para o príncipe, que reformulou o conjunto.



















Palácio de Westminster – Londres – Inglaterra

O Palácio de Westminster, também conhecido como Casas do Parlamento, (em inglês Houses of Parliament) é o palácio londrino onde estão instaladas as duas Câmaras do Parlamento do Reino Unido (a Câmara dos Lordes e a Câmara dos Comuns). O palácio fica situado na margem Norte do Rio Tamisa, no Borough da Cidade de Westminster próximo de outros edifícios governamentais ao longo da Whitehall.
O palácio é um dos maiores Parlamentos do mundo, constituindo um dos ex-libris de Londres, o que faz dele um dos edifícios mais célebres do planeta.
O esquema do palácio é intrincado, com os edifícios existentes a conterem mais de 1000 salas, 100 escadarias, e 3 milhas (5 km.) de corredores. Apesar da maior parte da construção datar do século XIX, entre os edifícios originais do Palácio encontra-se o Westminster Hall, usado atualmente para importantes cerimónias públicas, tal como os Funerais de Estado, e a Torre da Jóia (Jewel Tower).
O controle do Palácio de Westminster e do seu recinto foi exercido durante séculos pelo representante da Rainha, o Grande Lord Camareiro (Lord Great Chamberlain). Por acordo com a Coroa, o controle passou para as duas Câmaras em 1965. Certas salas de cerimónia continuam a ser controladas pelo Grande Lord Camareiro.
Depois de um incêndio em 1834, as presentes Casas do Parlamento foram reconstruídas nos 30 anos seguintes, obra do arquiteto Sir Charles Barry (1795-1860) e do seu assistente Augustus Welby Pugin (1812-1852). O desenho incorporou o Westminster Hall e o que restava da capela de St. Stephen.
Todos os cidadãos britânicos têm o direito tradicional de pedir para verem os seus membros do Parlamento, encontrando-se no decoradíssimo Salão Central (Central Lobby). Durante as reuniões do Parlamento é possível assistir aos debates a partir da Galeria dos Estranhos (Strangers' Galleries). Até a Rainha está sujeita a restrições. Durante a Estado de Parlamento Aberto (State Opening of Parliament) a soberana deve sentar-se no trono entre os Lordes enquanto o Primeiro-Ministro e os membros do Gabinete são convidados a entrar pela Câmara dos Comuns - um costume que remonta à intrusão arbitrária de Carlos I para pedir a prisão de cinco membros do Parlamento, tendo, no entanto, falhado no seu propósito.
O desenho de Sir Charles Barry para o Palácio de Westminster usa o Estilo Gótico Perpendicular (a terceira divisão histórica do Gótico inglês), o qual foi popular durante o século XV e voltou a estar na moda com o Neogótico do século XIX. Barry era um arquiteto clássico, mas foi ajudado por Augustus Pugin, um arquiteto do Neogótico. Westminster Hall, o qual foi construído no século XI e resistiu ao incêndio de 1834, foi incorporado no desenho de Barry. Pugin ficou descontente com o resultado do trabalho, especialmente com o esquema simétrico desenhado por Barry, o que o levou a observar numa frase memorável: "Todos Gregos, sir; detalhes Tudor num corpo clássico".
















Crédito das Imagens: Portal Obvious

Palácios Marcantes na Arquitetura Mundial - Parte I

Os palácios, local habitualmente destinado a sede do poder de um estado, refletem tradições e estilos de vida de épocas distintas, simbolizam reinados e guerras travadas. São vários os palácios mundo afora que se destacam, mas elenquei doze deles para mostrar aqui em duas postagens, seguindo a ordem do Site Obvious, onde encontrei a pesquisa.

Rússia, Índia, França, Turquia - em todo o mundo, e sobretudo onde cresceram civilizações poderosas e com sociedades complexas, os palácios instalaram-se como símbolo na paisagem.
 
Palácio de Inverno – São Petersburgo – Rússia

Localizado na cidade de São Petersburgo, entre o Cais do Palácio e a Praça do Palácio. Foi construído entre 1754 e 1762 para servir de residência de Inverno aos czares russos e suas famílias. Em 1764 foi iniciada a construção do Salão Pequeno do Hermitage, que duraria até 1775.
Desenhado por Bartolomeo Rastrelli, o palácio verde-e-branco em estilo rococó possui 1.786 portas e 1.945 janelas. Catarina, a Grande, foi a primeira czarina a ocupá-lo.
O palácio faz parte, atualmente, de um complexo de edifícios conhecido como Museu Estatal do Hermitage, o qual acolhe uma das maiores coleções de arte no mundo. Como parte do museu, muitas das 1.057 galerias e salas do Palácio de Inverno estão abertas ao público. A Galeria Militar, aberta em 1826, acomoda 332 retratos de líderes militares do exército russo durante a Campanha da Rússia (1812).















Palácio Potala – Lhasa –Tibete

O Palácio Potala é, desde o século VII, o palácio oficial de Inverno do Dalai Lama e, consequentemente, um dos maiores símbolos do budismo tibetano. Situado no centro do vale de Lhasa, sob a Montanha Vermelha e a uma altitude de 3.700m, é aí que o líder desempenha o seu papel tradicional na administração do Tibete. No complexo em que está inserido encontram-se também os palácios Branco e Vermelho, com os seus respectivos edifícios anexos.
O Lugar foi usado para refúgio de meditação pelo Rei Songtsen Gampo, que construiu, em 637, o primeiro palácio como saudação à sua noiva, a Princesa Wen Cheng da Dinastia Tang da China. A construção do atual palácio começou em 1645, durante o reinado do quinto Dalai Lama, Lozang Gyatso. Em 1648, o "Potrang Karpo" (Palácio Branco) foi concluído, e o Palácio de Potala passou a ser usado como palácio de Inverno pelo Dalai Lama a partir dessa época. O "Potrang Marpo" (Palácio Encarnado) foi acrescentado entre 1690 e 1694.

Palácio de Versailles – Versailles - França
 
O Palácio de Versailles foi mandando construir por Luís XIII, em 1624, como local dedicado à caça. No entanto, o seu sucessor, Luís XIV, manda remodelá-lo e aumentá-lo em inícios de 1669, para não só passar aí a residir, mas também usá-lo como esconderijo nos seus furtivos encontros amorosos.
Em 1660, de acordo com os poderes reais dos conselheiros que governaram a França durante a menoridade de Luís XIV, foi procurado um local próximo de Paris mas suficientemente afastado dos tumultos e doenças da cidade apinhada. Paris crescera nas desordens da guerra civil entre as facções rivais de aristocratas, chamada de Fronde. O monarca queria um local onde pudesse organizar e controlar completamente um Governo da França por um governante absoluto. Resolveu assentar no pavilhão de caça de Versalhes, e ao longo das décadas seguintes expandiu-o até torná-lo no maior palácio do mundo. Versalhes é famoso não só pelo edifício, mas como símbolo da Monarquia absoluta, a qual Luís XIV sustentou.

Considerado um dos maiores do mundo, o Palácio de Versalhes possui 2.153 janelas, 67 escadas, 352 chaminés, 700 quartos, 1.250 lareiras e 700 hectares de parque. É um dos pontos turísticos mais visitados de França recebe em média oito milhões de turistas por ano e fica a três quarteirões da estação ferroviária. Construído pelo rei Luís XIV, o "Rei Sol", a partir de 1664 foi por mais de um século modelo de residência real na Europa, e por muitas vezes foi copiado e a sua beleza inspirou outras construções como o Palácio de Herrenchiemsee, na Alemanha, e o Palácio Schönbrunn, na Áustria.
Incumbido da tarefa de transformar o que era o pavilhão de caça de Luís XIII, no mais opulento palácio da Europa, o arquiteto Louis Le Vau reuniu centenas de trabalhadores e começou a construir um novo edifício ao lado do já existente. Foram assim realizadas sucessivas ampliações - apartamentos reais, cozinhas e estábulos - que formaram o Pátio Real.
Le Vau, não conclui as obras. Após sua morte Jules Hardouin-Mansart tornou-se, em 1678, o arquiteto responsável por dar continuidade ao projeto de expansão do palácio. Foi quem construiu o Laranjal, o Grande Trianon, as alas Norte e Sul do Palácio, a Capela e a Galeria de Espelhos (onde foi ratificado, em 1919, o Tratado de Versalhes). A última trata-se de uma sala com 73m de comprimento, 12,30m de altura e iluminada por dezessete janelas que têm a sua frente, espelhos que refletem a vista dos jardins.


















Palácio Jag Niwas – Udaipur – Índia

O Palácio Jag Niwas fica numa ilha privada no meio do lago Pichoa em Udaipur, Rajastão. Assenta sobre uma base natural de um rochedo de 4 acres (16.000 m²). Foi mandado construir no século XVIII pelo maharana Jagat Singh como palácio de verão e acolhe atualmente um hotel de luxo de renome mundial: o Taj Lake Palace. O edifício possui 83 quartos com paredes de mármore branco e um transporte exclusivo de barco para os hóspedes desde o cais. Além disso, todos os “mordomos reais” que trabalham no hotel são descendentes dos servos do antigo Palácio.
A sala superior do palácio é um círculo perfeito, possuindo cerca de 6,1 metros (21 pés) de diâmetro. O seu pavimento apresenta incrustações de mármores brancos e pretos, as paredes estão ornamentadas com nichos e decoradas com arabescos em pedras de diferentes cores no mesmo estilo do Taj em Agra, embora os padrões sejam hindi, e a forma da cúpula é refinadamente bela. Uma sala construída com 12 enormes blocos de mármore, o trono de Shah Jahan esculpido a partir dum único bloco de serpentina e a pequena mesquita dedicada a Kapuria Baba, um santo muhammediano, são outros motivos de interesse na ilha.


















Palatul Parlamentului – Palácio do Parlamento – Bucareste – Romênia

Localizado na capital romena, o Palácio do Parlamento – com os seus 350.000 m² - é considerado o maior palácio do mundo. Foi mandado construir durante os anos 70 do século XX pelo chefe do regime comunista vigente na época, Nicolae Ceauşescu, e é no seu edifício que estão instaladas as câmaras dos deputados do Parlamento. O palácio tem 1.100 salas, 12 andares e 6 pisos subterrâneos. Para além disso, o seu estilo neoclássico combina a mistura de vários materiais de origem romena como o mármore da Transilvânia, cristais, bronze, madeira, veludo e bordados.
O palácio mede 270 metros de comprimento por 240 de largura, 86 de altura e 92 abaixo do solo. Possui 1.100 salas, duas garagens subterrâneas e 12 pisos de altura, com mais quatro pisos subterrâneos adicionais atualmente disponíveis e em uso, além de outros quatro em diferentes estados de conclusão.
A estrutura combina elementos e motivos com origem em múltiplas fontes, num estilo arquitetônico neoclássico. O edifício foi construído inteiramente com materiais de origem romena. Estimativas dos materiais utilizados incluem um milhão de metros cúbicos de mármore da Transilvânia, principalmente Ruschita; 3.500 toneladas de cristal — foram manufaturados 480 candeeiros, 1.409 luzes de teto e espelhos; 700.000 toneladas de aço e bronze para portas e janelas monumentais, candeeiros e capitéis; 900.000 m³ de madeira (mais de 95% doméstica) para parquet e apainelamentos, incluindo madeira de juglans, carvalho, cerejeira, ulmeiro e sicómoro; 200.000 m² de tapetes de lã de várias dimensões (tiveram que ser instaladas máquinas dentro do edifício para tecer alguns dos tapetes maiores); cortinas de veludo e brocado adornadas com bordados e passamanarias em prata e ouro.
















Palácio de Verão – Pequim – China

O Palácio de Verão de Pequim é o maior e mais bem preservado jardim da era imperial na China. Rodeado pela Colina da Longevidade e pelo Lago Kunming, era usado como residência de verão pelos governantes imperiais quando saiam do palácio oficial, a “Cidade Proibida”, para descansar no campo. O “Yiheynuan”, nome original chinês que significa literalmente “Jardim da harmonia cultivada”, tem 70.000 metros quadrados preenchidos com outros palácios e construções arquitetônicas de estilo clássico e, claro, muitos jardins.
Conhecidos pela sua extensa coleção de jardins, pela arquitetura dos seus edifícios e por outras obras de arte, os Jardins Imperiais foram inteiramente destruídos pelas tropas britânicas e francesas em 1860. Atualmente, a destruição dos Jardins do Perfeito Brilho ainda é vista, na China, como uma agressão estrangeira e uma humilhação.
A construção inicial teve início em 1707, durante o reinado do Imperador Kangxi, e tinha uma escala muito menor. Foi pensado como um presente para o seu quarto filho, mais tarde Imperador Yongzheng. Em 1725, já durante o reinado do Imperador Yongzheng, os Jardins Imperiais foram fortemente expandidos. Yongzheng introduziu os trabalhos de água dos jardins, os quais criaram alguns dos lagos, riachos e tanques que complementaram, em grande medida, as colinas ondulantes e os campos. Yongzheng também deu nome a 28 lugares cénicos dentro do jardim.
Na época do reinado do Imperador Qianlong, a segunda expansão foi bem encaminhada. Qianlong, pessoalmente, teve interesse e dirigiu os trabalhos de ampliação. Este imperador também fez aumentar, para 40, o número de lugares cenográficos nos jardins.
Em meados do século XIX, os Jardins Imperiais tinham sofrido expansões, de uma forma ou de outra, por mais de 150 anos.


  














Crédito das Imagens: Site Obvious