quinta-feira, 12 de abril de 2018

Pedras fundamentais de Stonehenge estavam lá antes da Humanidade existir

Segundo arqueólogo, a localização do monumento não foi escolhida ao acaso, mas por um fenômeno naquela posição específica

Feito em algum ponto entre 5 mil e 4 mil anos atrás, Stonehenge é desses lugares com uma aura de mistério. Como pedras de até 50 toneladas foram carregadas para lá, de uma pedreira a 30 km de distância, como foram empilhadas e por quê?
Essas perguntas tem respostas hipotéticas (veja ao final). Mas uma outra acaba de ser respondida a contento: por que foi feito onde foi? E não, digamos, convenientemente perto das pedreiras?
O arqueológo independente Mike Pitts, que fez extensas escavações no local no fim dos anos 70, acaba de publicar um estudo que, acredita, responde a isso. Numa longa matéria no Journal of British Archaeology ("Journal de Arqueologia Britâniica), argumenta  que as partes mais fundamentais de Stonhenge sempre estiveram lá. 
Ao lado das chamadas Pedra do Calcanhar e a Pedra 16, havia indícios de covas naturais. O que, segundo ele, indica o local onde as pedras estavam originalmente, por possivelmente muitos milhões de anos. Elas simplesmente foram escavadas e levantadas numa nova posição. 
As duas pedras projetam uma sombra alinhada ao centro do monumento nos solstícios de verão e inverno. Como essas sombras parecem ter sido absolutamente fundamentais no funcionamento do monumento, a ideia é que as pessoas do neolítico notaram isso, as tornaram um ponto de reverência, e o monumento surgiu em volta delas. A Pedra do Calcanhar, inclusive, não foi trabalhada, mas mantida ao natural.
Na ilustração do arqueólogo, a Pedra do Calcanhar (heelstone) aparece no canto superior direito, a Pedra 16 (Stone 16), no inferior esquerdo. Borrões vermelhos indicam as covas Mike Pitts
Pitts afirma que não tem certeza absoluta de que sejam essas duas pedras as que estavam nas covas — testes químicos serão necessários para provar que elas não vieram da mesma pedreira que as outras, ou que não há outras pedras originais. Mas se mantém firme na teoria de que já havia algo no local de Stonehenge antes de Stonehenge. 
"Nada disso quer dizer que Stonehenge é uma criação mesolítica, de caçadores-coletores, e não povos agrícolas", afirma Pitts em seu blog. "Stonehenge em si continua, pelas evidências atuais, sendo algo que começou por volta do ano 3000 a.C. O que estou sugerindo é que, quando isso aconteceu, o local já estava atraindo as pessoas por provavelmente uma variedade de razões."
Assim como as pirâmides, Stonehenge não é um mistério tão grande assim. Testes práticos confirmaram algumas hipóteses principais, de que era possível, sim, fazê-lo com tecnologia neolítica. O mais aceito é que as pedras foram levadas com trenós ou troncos, empilhadas através de cordas, hastes e rampas, e o local era um templo com significado astronômico ligado ao solstício de inverno — um sentido que, de acordo com uma teoria mais recente, pode ser até sexual.
Fábio Marton
















Stonehenge à noite Foto:Shutterstock


quarta-feira, 11 de abril de 2018

Cientistas descobrem calendários incas no deserto do Atacama

Estruturas eram utilizadas para identificar e prever eventos astronômicos

Um grupo de cientistas descobriu no meio do deserto chileno do Atacama, o mais árido do mundo, várias "saywas" ou calendários de pedra, estruturas que os incas utilizavam para identificar e prever eventos astronômicos.

Entre março e junho do ano passado, quatro saywas - construções de pedra de aproximadamente 1,20 metro de altura - foram descobertas a 4.200 metros de altitude no deserto do Atacama por cientistas do Museu de Arte Pré-Colombiana e astrônomos do ALMA, que puderam constatar que estavam perfeitamente alinhadas com o ponto de saída do sol no equinócio de outono e no solstício de inverno.

"Através da sombra que projetam sobre o solo durante a saída do sol, as saywas permitem identificar e prever equinócios, solstícios e outros eventos astronômicos", indicou nesta segunda-feira um comunicado do observatório ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), situado a 5 mil metros de altitude.

Após um ano de análises, os cientistas confirmaram a hipótese de que estas estruturas são marcadores astronômicos, estão alinhados com datas relevantes do calendário incaico e não se encontravam apenas em grandes cidades dessa civilização, como se acreditava até hoje.

Cusco, capital do império Inca e hoje uma cidade peruana turística, estava rodeada por estas saywas, que além de prever eventos astronômicos, mediam o tempo e eram importantíssimas para determinar as épocas de plantio e colheita.

Os astrônomos confirmaram, além disso, a incrível precisão com que podiam prever fenômenos naturais há mais de 500 anos.

— As saywas demonstram que os povos pré-colombianos lhe davam tanto ou mais preponderância ao céu que o que podemos apreciar hoje — afirma Juan Cortés, astrônomo do ALMA. 

Estas estruturas foram encontradas graças a imagens de satélite observadas pela historiadora Cecilia Sanhueza, membro da equipe, durante uma pesquisa que realizava sobre o Caminho do Inca.

As saywas foram descritas em documentos do século XVI e XVIII, e esta é a primeira vez que são encontradas perto do Caminho do Inca, o sistema de rotas que uniam as cidades deste império.

— O interessante foi encontrar estas saywas astronômicas no Caminho do Inca, ou seja, fora das grandes cidades, em lugares despovoados sem movimento aparente — declarou Carlos Aldunate, diretor do Museu Pré-Colombiano e um dos arqueólogos da pesquisa.

Os especialistas investigam agora por que motivo os incas instalaram estas estruturas de pedra em um lugar desabitado.

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2018/04/cientistas-descobrem-calendarios-incas-no-deserto-do-atacama-cjftm6ohf08w101phgd8mddy9.html?utm_source=facebook&utm_medium=gzh&utm_content=tecnologia


















Deserto do Atacama, no Chile
Ralph BENNETT / AFP PHOTO / ALMA (ESO/NAOJ/NRAO) AND AFP PHOTO


















Saywas encontradas no deserto do Atacama
Armin SILBER / AFP PHOTO / ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)


















Deserto do Atacama, no Chile
Ralph BENNETT / AFP PHOTO / ALMA (ESO/NAOJ/NRAO) AND AFP PHOTO

sábado, 7 de abril de 2018

Arqueólogos encontram urna funerária indígena que pode ter mais de mil anos

Uma urna funerária que pode ser de mil anos atrás foi encontrada na Serra da Barriga em União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas.
O lugar é considerado um símbolo da resistência negra contra a escravidão. O sítio arqueológico do povo que resistiu por mais de 100 anos aos ataques de holandeses, portugueses e bandeirantes recebeu o título de patrimônio cultural do Mercosul.
Foi através de estudos que arqueólogos descobriram vestígios da presença indígena na área bem antes dos quilombos. E agora, novas descobertas arqueológicas estão sendo feitas no local. Uma equipe de pesquisadores de pernambuco faz escavação na área. O trabalho deve durar três meses.
Segundo o arqueólogo Scott Joseph Allen, milhares de fragmentos já foram encontrados na região ao longo dos anos. E agora, em menos de um mês de trabalho, os arqueólogos encontraram uma urna funerária.
“Nós temos materiais arqueológicos que vai da vida do indígena até a sua morte. Além da urna, nós também estamos cavando um piso de habitação. Ou seja, a oca indígena, o piso, onde eles moravam e viviam no seu cotidiano. Então nós temos da vida das atividades do cotidiano, cozinhando, brincando, e até o aterramento”, explicou o arquólogo.
Uma obra de pavimentação do acesso ao parque arqueológico, começou a ser feita na região e por isso, os arqueólogos foram chamados.
“O resgate arqueológico se faz necessário porque eles vão fazer o acesso ao Parque Memorial. Então nós sabemos que tem um sítio arqueológico no caminho, pelo menos uma parte. Estamos escavando pra resgatar tudo que nós podemos e nada ser destruído”, comentou Scott.
Há nove anos escavações como essa foram feitas na Serra da Barriga. Pela área que está sendo analisada desta vez, arqueólogos acreditam que é a maior escavação já feita no local. Todo material está sendo catalogado.
Alexandro dos Santos é de União dos Palmares e quando era criança, acompanhou uma escavação como essa e se interessou pela pesquisa. Hoje, ele trabalha ajudando os arqueólogos.
“É importante não só pra mim como para os moradores pra que tivesse mais interesse em asber um pouco da história, do que realmente houve aqui”, disse Alexandro.
A assessoria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que, como se trata de uma área tombada, todo trabalho de pesquisa e escavação foi autorizado e está sendo acompanhado pelo Iphan. Ainda segundo a assessoria, a pavimentação na subida da serra só vai ser autorizada quando o instituto fizer uma avaliação no local.

Fonte: https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/arqueologos-encontram-urna-funeraria-indigena-que-pode-ter-mais-de-mil-anos.ghtml



Urna funerária foi encontrada na Serra da Barriga, em União dos Palmares.
(Foto: Reprodução / TV Gazeta)