quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

domingo, 28 de dezembro de 2014

Benjamin Moser - Cemitério da Esperança

Reportagem publicada no site do Jornal Zero Hora no dia 29/11/2104 - Uma entrevista com o escritor Benjamin Moser, que escreveu o livro Cemitério da Esperanaç, onde faz críticas à arquitetura de Brasília:
Benjamin Moser tornou-se best-seller nos Estados Unidos escrevendo sobre o Brasil – e, na sequência, fez sucesso também por aqui. Autor da biografiaClarice, sobre Clarice Lispector, publicada nos Estados Unidos com o título deWhy this World?, Moser está lançando agora um breve ensaio sobre o quanto o projeto monumental da construção de Brasília tem a dizer a respeito do pensamento nacional. Cemitério da Esperançae-book editado pela Cesárea, é um texto no qual Moser analisa as grandes reformas urbanas brasileiras e encontra nelas um ponto em comum: a ideia de apagar os problemas do Brasil passando uma borracha no espaço público e recomeçando do zero seguindo modelos importados. Nenhum lugar, para Moser, representa tanto essa ideologia quanto Brasília, capital construída no meio do cerrado, joia da arquitetura modernista e que deveria representar o ingresso da nação em um futuro grandioso que o Brasil mereceria por seu infinito potencial. O resultado é uma arquitetura melancólica, feia e desumana, na visão do jornalista. Publicado em e-book e comercializado diretamente no site da editora (cesarea.com.br) por R$ 3, o livro de Moser é também uma ação militante. A renda do livro será revertida para o movimento Ocupe Estelita, que surgiu em oposição a um projeto imobiliário de luxo em Recife. Chamado de “Novo Recife”, o empreendimento pretende levantar 12 torres na região do cais, próximo ao centro histórico da capital pernambucana – o Ocupe Estelita luta por um projeto alternativo para a área que não descaracterize nem elitize o espaço.
Como surgiu seu interesse pela arquitetura brasileira e pela interpretação possível que ela oferece do Brasil?
Para quem sabe olhar uma cidade ou um prédio, é como um psicanalista escutar uma brincadeira ou um sonho. Revela tudo, e sobretudo revela coisas que a pessoa não pretende revelar. E como eu venho muito ao Brasil, há muitos anos, fiquei fascinado pelo que o país, nos seus prédios, fala e não fala. São extremamente eloquentes, como em todos os países.
Em sua opinião, quais as razões para a paixão brasileira pelo progresso desenvolvimentista, algo ainda presente em projetos como a transposição do Rio São Francisco ou as obras da Copa?
Colocaria a palavra “progresso” entre grandes aspas. Mas responderia em uma palavra: vergonha. Vergonha do país. Se você ler as justificativas históricas das remodelações das cidades brasileiras, começando pelo Rio de Janeiro de Pereira Passos e a criação da Avenida Central no início do século 20, você nota um desejo de recomeçar, de fazer com que o país seja diferente, e de desprezar o nacional, o local, o que já existe. Ontem o modelo foi Paris, hoje é Miami, amanhã seria, quem sabe, Dubai. E o que acontece, como se vê hoje, é que há um vínculo direto entre os gastos megalomaníacos em projetos “pra inglês ver” e o declínio econômico. Acho que os protestos dos últimos anos em torno da Copa, por exemplo, mostram que o cidadão entende isso muito bem.
Tirando exemplos pontuais, muito pouco da arquitetura brasileira da época da fundação de Brasília ainda está disponível. Em que essa recorrência da substituição do velho pelo novo é algo diferente, no Brasil, de outros países como os próprios Estados Unidos, por exemplo, também uma nação cativada pela ideia de inovação?A ideia de inovação é diferente. Diria que no Brasil é muito mais ideológico. No campo de urbanismo e arquitetura, há mais de um século, vemos uma ideologia extensamente articulada: mudaremos o país com a destruição de nossas cidades. Por isso começo com a remodelação do Rio de Janeiro nos primeiros anos do século 20. Era um movimento extremamente violento, e embora pareça brincadeira, não é: o “Morro da Favela” foi colonizado por pessoas pobres expulsas para criar o Theatro Municipal, uma coisa pretensiosa, tudo em ouro, no melhor estilo parisiense. Isso não é inovação, é perversão.

Você comenta, em Cemitério da Esperança, que Brasília é o ápice de um pensamento nacional de construir um futuro escondendo ou apagando os problemas do passado. É um de pensamento que ainda persiste na sociedade contemporânea que discute, com dificuldade, o período da ditadura militar, por exemplo?
Eu passei muitíssimo tempo no Brasil e creio que conheço o país bem. E como estrangeiro sinto-me obrigado a falar coisas que a maioria dos brasileiros não pode. Não porque não saibam ou não queiram. Mas entrei na briga com Caetano Veloso e cia. contra o projeto de censura às biografias (em 2013) justamente porque sei como é difícil para os jornalistas brasileiros, os escritores brasileiros. Como estrangeiro, posso falar, porque não dependo do Brasil, não vivo aqui. Mas quando fiz a biografia de Clarice Lispector, fiquei atônito pela quantidade de coisas que botei no meu livro que as pessoas acharam “corajosas.” Não eram. Como dizer que Mario de Andrade era homossexual. Mas tantas vezes me disseram: “Aqui não se pode falar isso. Se eu falasse isso ou aquilo perderia meu emprego no jornal, na faculdade.” Isso impera em muitas áreas. E o ruim do projeto de censura às biografias é que, como tantas coisas no Brasil, não é uma ameaça direta. Esse não é o estilo brasileiro. Mas é um aviso. Porque quem vai comprar briga com gente poderosa? Então há grandes, imperdoáveis silêncios no Brasil. A ditadura militar é um dos maiores.
Ainda a respeito disso: seu ensaio equipara a própria cidade de Brasília a um tipo de arquitetura monumental própria de regimes ditatoriais. É significativo disso que, logo após sua construção, Brasília foi apropriada pelo governo instalado depois do golpe de 1964?
Claro! Brasília quase não deu certo. Era enorme e caríssima. E há quem tenha dito – e é um assunto que nunca estudei profundamente – mas há quem tenha dito que o próprio golpe militar foi resultado de Brasília. Não foi o único motivo da crise econômica, mas era uma coisa que endividava o país bastante. E a crise econômica era uma grande justificativa para o golpe. Depois, naquele sonho de Ordem e Progresso, os militares sentiam-se perfeitamente à vontade.
A arquitetura brasileira, bem como muitos outros setores da sociedade nacional, sempre parece pensada para dar ou mostras de status ou para edificar uma ideia ideal de nação que dispensa o público, o povo, a escala humana. Que tipo de mudança deveria ocorrer para que o desenvolvimento voltasse a pensar nas pessoas mais do que em números?Escrevi em apoio ao Ocupe Estelita justamente porque não é um movimento revolucionário. É um movimento que diz, simplesmente, que as cidades devem pertencer ao cidadão e não a algum prefeito corrupto amigo de uma construtora que usa trabalho escravo. (Parece exagero: não é.) As pessoas no Brasil inteiro estão muito desmotivadas com o que vem acontecendo em todas as cidades do país, sem nenhuma exceção que conheça, nos últimos vinte anos. O país está cada dia mais feio e todo mundo o sabe. Mas não é verdade que nada se pode fazer. Como não é verdade que não há, no Brasil ou no mundo, pensadores e arquitetos que falam destes problemas, e oferecem soluções maravilhosas, há quase 50 anos. O povo precisa exigir governos que começam pelo que já temos, pelo que já aprendemos. E os intelectuais precisam educar as pessoas para que entendam que um shopping monstruoso não é uma inevitabilidade do destino. É uma escolha política que precisamos rejeitar.
A renda obtida com a venda do ensaio será destinada ao movimento Ocupe Estelita, que luta contra a construção de torres de edifícios  no cais de Recife. Você vê seu texto sobre Brasília como um alerta para que não se repita o sistemático apagamento do passado em benefício de um futuro de progresso?
De novo, “um futuro de progresso” não é o que vejo num projeto tão monstruoso como o do Recife. Vejo uma coisa muito antiga, um desejo de apagar o país, de transformar o cidadão num humilde consumidor, de impor uma visão do futuro que não tem nada a ver com as coisas boas do Brasil. Não posso entender que uma pessoa que queira destruir o Recife, que é uma das pérolas do país, esteja agindo com amor ao Brasil. Pelo contrário.
Você também não poupa críticas a Oscar Niemeyer, a quem define no livro como um homem que “nunca conseguiu dizer não a um tirano”. Brasília é, para você, resultado dessa admiração de Niemeyer pela autoridade totalitária?
Claro. Eu falo isso, mas quem fala da admiração dele pelos tiranos é o próprio Niemeyer. No Brasil, ele passou a ser visto como uma espécie de vovó louco e racista mas querido, excêntrico. Mas só podemos achar fofo se não o levamos a sério. Mas o que o Niemeyer fala de Stálin, de Castro, e de tudo mais, é sério. E não podemos passar por alto do que ele diz, porque era uma pessoa extremamente poderosa e respeitada. É preciso dizer que esse respeito não era merecido de jeito nenhum.
O senhor é um visitante frequente do Brasil, e já esteve aqui em Porto Alegre. Além de Brasília, que está à parte do país, como o senhor menciona no ensaio, qual é o traço distintivo que o senhor enxerga nas capitais do Brasil?Enxergo um país enorme e diverso e belo, mas que está se canibalizando. Pelo trânsito monstruoso, pelos prédios horríveis: bom, isso aqui se chama Manaus, e isso é Recife, e isso é Curitiba, mas está cada vez mais parecido, cada vez mais sem caráter. Logo o Brasil ficar sem caráter é difícil. Mas está conseguindo.
Em muitas cidades brasileiras, há um movimento ainda tímido de tentar apropriar-se das cidades e propor alternativas ao automóvel como meio de transporte. A própria São Paulo, maior cidade do Brasil, tem ensaiado algo do gênero, mesmo com muitas críticas. É possível casar a necessidade de crescimento de um país tão desigual como o Brasil a modelos urbanos adotados por nações em diferentes etapas de desenvolvimento, como França, Holanda ou mesmo os Estados Unidos?
Claro. O importante é entender que na Europa e também nos Estados Unidos, essas cidades bonitas que temos são resultado de uma luta enorme como a do Ocupe Estelita. Aqui na Holanda (onde o autor reside), nos anos 1950, havia um movimento para esvaziar os canais de Amsterdã, cobri-los com cimento e transformá-los em autoestradas. Parece mentira, mas não é. Porque as autoridades queriam ser “modernas”. Graças a Deus não conseguiram, mas em muitos lugares conseguiram destruir cidades históricas. E agora temos modelos maravilhosos, como em Nova York, onde transformaram um lugar fedorento, de indústria, de matadouros, num dos bairros mais bonitos da cidade. É preciso ver como as cidades podem ser revitalizadas, e felizmente para o Brasil há muitos modelos no mundo inteiro que mostram que a feiura não é inevitável.

Fonte da Matéria acima: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/proa/noticia/2014/11/benjamin-moser-o-brasil-esta-se-canibalizando-4653001.html


Na edição de hoje - 28/12/2014 do Jornal Zero Hora, no Caderno PrOA, o professor e arquiteto da UFRGS, Edson Mahfuz, faz uma análise da obra em questão. O professor de projetos da UFRGS destaca a importância do livro para uma análise crítica da obra dos dois grandes mestres da arquitetura brasileira: Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, autores do projeto de Brasília. Foi preciso que surgisse um olhar estrangeiro para criticar o país e sua capital, pois aqui, falar mal de Brasília e de seus dois criadores é um tabu.
Benjamin Moser parece crer que a monumentalidade é sempre negativa em arquitetura e urbanismo, principalmente porque associa à grande escala e as obras construídas por regimes totalitários. Mas essa mesma monumentalidade pode ser vista como algo diferente; a cidade tradicional, já há bastante tempo é constituída por dois elementos essenciais: o tecido urbano composto pelos edifícios dedicados à moradia, ao trabalho, aos serviços, e seus monumentos, aqueles edifícios que possuem importância coletiva por representarem instituições humanas, como escolas, igrejas, prédios administrativos, etc. Esse é um ponto de vista do monumental que não o associa com a opressão e sim com a identidade visual da cidade.
Segundo Mahfuz, o autor parece se incomodar com cidades organizadas de acordo com sistemas formais regulares. A regularidade e unidade do esquema geral é algo comum nos poucos casos em que se criou cidades do zero, porque, é preciso criar uma ordem clara e inteligível sobre a qual a cidade possa ir se desenvolvendo. A dinâmica urbana se encarrega de suavizar a rigidez inicial, coisa que não ocorreu em Brasília, pois sempre foi considerada uma obra-prima intocável, sendo considerada patrimônio cultural da humanidade.
Na análise do professor Mahfuz, o desenho de Brasília é um híbrido de um esquema geométrico de origem clássica com uma disposição de atividades influenciada pelo pior pensamento urbanístico do modernismo, que pregava a separação física de atividades componentes de uma cidade. O pensamento urbanístico atual coincide sobre um certo número de valores que caracterizam os melhores lugares do mundo, muitos deles com séculos de existência: alta densidade, concentração, mistura de atividades, possibilidade de alcançar a pé as necessidades básicas do ser humano e transporte coletivo de qualidade.
Brasília é o oposto de tudo isso. É uma cidade espalhada, onde as principais atividades estão separadas: vive-se aqui, trabalha-se lá, compra-se acolá. Caminhar em Brasília não faz sentido, a não ser para fazer exercício, mas mesmo assim não se tira prazer disso porque o cenário muda pouco e não há quase nada para ver. No texto, Mahfuz nos diz que o problema de Brasília não é o seu tamanho em si, mas sua escala em relação ao ser humano. A escala do pedestre foi ignorada, pois as distâncias entre edifícios são enormes e nada de interessante acontece no nível térreo.
O conjunto das superquadras não constitui um tecido, pela distância entre os edifícios e o fato de que não se comunicam entre si. Para o arquiteto, o autor do livro está correto ao afirmar que a chance de Brasília se tornar uma cidade real estaria na sua densificação, na ocupação dos espaços vazios, mas isso não acontecerá pois a cidade foi congelada como monumento cultural.
No texto do livro, Moser comete um erro muito comum, pois parece acreditar que Oscar Niemeyer é o autor do plano urbanístico de Brasília, sem nunca mencionar seu verdadeiro autor, Lúcio Costa. Niemeyer é autor dos principais edifícios da cidade, mas não se sabe que tenha tido qualquer influência sobre o projeto de Costa.

Para encerrar, o texto acima é um resumo do artigo de Edson Mahfuz na referida edição do Jornal Zero Hora, usando muitas vezes os escritos do arquiteto professor da UFRGS. Na parte final do artigo, ele diz que Moser nos presta um serviço ao atacar Brasília. Se Brasília não pode mais ser salva, que pelo menos sirva de exemplo negativo, impedindo-nos de continuar cometendo os mesmos erros.











Para autor norte-americano, Brasília é símbolo de um país que tenta avançar apagando o passado Foto: Julio Cavalheiro / Agencia RBS












O escritor Benjamin Moser Foto: Jan Boeve, Divulgação

sábado, 27 de dezembro de 2014

Livro sobre a criação de Brasília é lançado

O Relatório do Plano Piloto de Brasília, escrito por Lucio Costa em 1956, será publicado no livro Brasília, cidade que inventei – Relatório do Plano Piloto de Brasília, editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com Secretaria de Cultura do Distrito Federal. O lançamento será, hoje, dia 18 de dezembro, na Sede do Iphan na capital federal.
A publicação traz o documento, na íntegra, que explica os conceitos que o arquiteto pensou e utilizou ao projetar a nova capital do país e que foi apresentado ao júri do Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil, em 1956. A seleção foi lançada com o intuito de avaliar diversas propostas que trouxessem uma concepção moderna de cidade.
Das 26 propostas, os jurados, entre eles Oscar Niemeyer, congratularam, em 15 de março de 1957, a de Lucio Costa, que estava afinada às correntes vanguardistas da arquitetura mundial, na época, e que pretendia ser monumental não só no sentido de ostentação, mas no sentido de expressão palpável, por assim dizer, consciente daquilo que vale e significa (Lucio Costa, trecho do relatório).
Nas páginas do livro são reproduzidos desenhos originais do projeto, textos de apresentação, ou seja, importantes documentos históricos sobre a arquitetura moderna no Brasil e a arrancada econômica no País. Brasília refletia esse momento de desenvolvimento e de transformação, tanto, que esse valor foi reconhecido ao ser o primeiro conjunto urbanístico moderno a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco, em 1987.
Ao longo do texto, ainda, nota-se o caráter humanista que o criador de Brasília imprimiu em sua maior obra. Assim, nascia a nova capital do país, tecida entre as memórias e histórias de todos os lugares e, finalmente, inaugurada em 21 de abril de 1960. Uma cidade [...] própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além do centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país (Lucio Costa, trecho do Relatório). 
O projeto valorizava uma caminhada conjunta entre à industrialização/modernidade e a preocupação social. Este ponto é ressaltado na descrição das superquadras, que pretendiam contemplar o bem estar e uma rotina que compreendia o acesso democrático da população às escolas, clubes, bibliotecas, garantindo a interação harmônica do indivíduo com o espaço urbano.
Seja como for, as diferenças de padrão de uma quadra a outra serão neutralizadas pelo próprio agenciamento urbanístico proposto, e não serão de natureza a afetar o conforto social a que todos têm direito (Lucio Costa, trecho do Relatório).
Agora, a história da construção de Brasília poderá ser revisitada a partir desta publicação e estará disponível para acesso, sendo distribuída às escolas, universidades e disponível ao público, a partir de janeiro de 2015.
Confira o convite aqui.
Serviço: 
Lançamento do livro 
Brasília, cidade que inventei – Relatório do Plano Piloto de Brasília
Data: 18 de dezembro de 2014 
Horário: 18h.
Local: Sede do Iphan em Brasília 
SEPS 713/913, Lote D – Edifício Iphan, Asa Sul
Entrada Gratuita 


São João del Rei tem presépio em movimento tombado pelo patrimônio

Tombado pelo patrimônio histórico de São João del Rei, no Campo das Vertentes, o Presépio da Muxinga retrata parte da história do Natal com peças e bonecos em movimento. A obra tem 85 anos. Além de elementos do Natal, como o Papai Noel, há uma igreja com sinos que tocam, pastores, moinhos de vento, pescadores, serradores, mulheres passadeiras e amoladores de tesoura.
O amor pelo Natal motivou a criação da obra, que começou a ser construída em 1929 pelos irmãos Teixeira e só ficou pronta 46 anos depois. Mais de 20 peças que formam uma espécie de cidade. Debaixo da estrutura, está um sistema de roldanas e fios encerados que possibilitam os movimentos.
A primeira peça a ser construída foi a Igreja Matriz do Pilar de São João del Rei. Depois foram criados o menino Jesus, reis magos, o anjo, Maria, José e o restante do presépio.
O Presépio da Muxinga representa o espírito natalino presente na cidade de tradição católica. “Ele me faz lembrar do meu pai, meus tios, que viveram vários anos cuidando do presépio. Para mim é uma satisfação estar aqui e ver a obra como está”, disse Maria Aparecida Teixeira, que revelou ainda que a obra é um orgulho para a família, que faz questão de manter vivo o espírito de Natal.
Há 15 anos, o operador de peças Rogério Andrade é quem cuida da estrutura. “É um grande orgulho. Eu acompanhava meus pais que antigamente me levavam para ver o presépio. Tenho lembranças de criança e, por coincidência, eu agora trabalho com o presépio”, afirmou.
O presépio está exposto na Praça Professor Batista de Souza, 59, no Centro e pode ser visitado aos sábados, domingos e feriados, das 14h30 às 17h.







Presépio da Muxinga existe há 85 anos em São João del Rei (Foto: Reprodução/TV Integração)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

7 cidades históricas do Brasil

No Brasil, as cidades históricas ganham um complemento mais que especial: cenários naturais incrivelmente belos. ​

Viajar por cidades históricas é sempre garantia de experiências incríveis. Quando tais destinos estão cercados por belos cenários, as expectativas e as surpresas só aumentam, o que é capaz de fascinar ainda mais viajantes. No Brasil, há diversas cidades que se enquadram facilmente nesta categoria e 7 delas você conhece com o post de hoje. Confira!
Paraty – RJ











A cidade mais charmosa do litoral fluminense é o melhor título para Paraty. Para apresentá-la como destino, porém, muitas outras características devem ser ressaltadas. Efervescência cultural, muito verde, praias paradisíacas e, claro, diversas construções históricas que tomam conta de ruelas estreitas. Faz parte do roteiro de recém-casados, aventureiros e ainda de viajantes em busca de conhecimento histórico e eventos que transpiram arte e cultura.
Ouro Preto – MG











Uma das cidades que fazem parte do circuito histórico de Minas Gerais, Ouro Preto tem as principais atrações da região. Em meio ao casario secular, diversos cafés, livrarias e outros espaços culturais ganharam vida para proporcionar aos visitantes a melhor experiência possível. Nos arredores, verde, rios e muitas outras maravilhas naturais capazes de agradar os viajantes mais aventureiros criam o cenário perfeito para a prática de diferentes atividades ao ar livre.
Petrópolis – RJ












Rio de Janeiro foi capital do Brasil por aproximadamente 200 anos e, durante o período imperial, a exuberância natural das cidades dos arredores foi aproveitada pela realeza, que mandou erguer ali palácios para passar o verão ou inverno. Deste período histórico, Petrópolis é a maior herança. Seu nome é uma homenagem a Dom Pedro II, responsável por sua fundação, ainda no século 19. Hoje, é um destino turístico agradável para conhecer na região serrana do Rio de Janeiro.
Olinda – PE











A cidade irmã de Recife está entre as mais bonitas e charmosas do país. O conjunto arquitetônico marcado por casinhas coloridas, igrejas e muito verde tem o mar ainda como plano de fundo. A gastronomia e seus eventos culturais se unem ao cenário de Recife para proporcionar momentos inesquecíveis aos viajantes, especialmente durante o carnaval quando uma imensa festa a céu aberto toma conta de suas ruas, deixando a paisagem histórica ainda mais bonita.
Salvador – BA











A primeira capital brasileira não poderia ficar de fora dessa lista. A história toma conta de muitas ruas emSalvador, mas o grande destaque fica por conta do Pelourinho, região que concentra boa parte do passado da cidade, onde é possível viajar no tempo e ter um contato ainda mais íntimo com alguns dos capítulos históricos que fizeram parte do desenvolvimento do país.
Curitiba – PR











Em Curitiba, o passado se une ao futuro, deixando espaço ainda para áreas verdes, evidenciando a preocupação que a cidade tem em relação às causas ambientais. Uma caminhada pelo centro histórico e um passeio entre as ruas da região do Largo da Ordem permitem contato com prédios históricos, onde museus, galerias de arte, bares e cafés receberam morada para garantirem dias animados aos visitantes.
Porto Alegre - RS











Assim como Curitiba, Porto Alegre deu boas vindas à modernidade, mas sem abrir mão de toda a sua riqueza histórica. No Centro Histórico, o Teatro Municipal, as igrejas e todas as demais construções que contam o passado da capital gaúcha recepcionam os visitantes com diversas atrações culturais durante o dia e, à noite, são invadidas pela animação que toma conta de suas ruas graças à presença de bares e restaurantes.
Se na sua próxima viagem, você quiser enriquecer sua bagagem cultural e histórica, não se esqueça de incluir um destes destinos em seu roteiro. Prepara-se para conhecer lugares incríveis, onde o passado e presente se unem para garantir momentos inesquecíveis.