domingo, 9 de dezembro de 2018

Do tamanho da Grã-Bretanha: uma "megalópole" de 200 milhões de montes de cupim no nordeste brasileiro

"É o maior exemplo de bioengenharia do mundo produzido por uma única espécie de inseto", escreveram os cientistas

Stephen J. Martin notou a presença de grandes montes de cerca de 3 metros de altura e 9 de largura ao longo da estrada por onde dirigia em uma parte remota do Nordeste brasileiro

— Após 20 minutos, continuamos vendo esses montes e comecei a questionar o que seriam — conta Martin, entomologista da Universidade de Salford, na Inglaterra, que esteve no Brasil pesquisando o declínio mundial da população de abelhas polinizadoras.

Ele pensou que poderiam ser pilhas de entulho descartado de obras na rodovia, mas seus companheiros de viagem o corrigiram: 

— "São apenas montes de cupim." E eu insisti: "Vocês têm certeza?", e eles disseram que achavam que sim — relembra Martin.

Em uma viagem posterior, Martin encontrou, por acaso, Roy R. Funch, ecologista da Universidade Estadual de Feira de Santana que já estava organizando uma datação radiométrica para determinar a idade dos montes. 

— Eu disse a ele que parecia haver milhares deles, mas ele contestou, dizendo que havia milhões — relata Martin. 

Funch, entretanto, também subestimou os números. Em uma pesquisa publicada na semana passada na revista científica Current Biology, Martin, Funch e seus colegas registraram os achados de anos de investigação. Quantos montes? Aproximadamente 200 milhões, segundo estimativa dos cientistas. 

— Eles estão por toda parte — explica Funch.

O responsável pelos montes de formato cilíndrico é o Syntermes dirus, uma das maiores espécies de cupim, medindo aproximadamente 2,5 cm, que se espalha por uma área correspondente à da Grã-Bretanha, resguardando um espaço de quase 20 metros entre um monte e outro. 

— Como humanos, nunca construímos uma cidade tão grande assim em nenhum lugar — espanta-se Martin.

Os cientistas também se surpreenderam quando receberam os resultados da datação radiométrica de 11 dos montes: o mais novo tinha aproximadamente 690 anos e o mais velho, pelo menos, 3.820 anos, quase a mesma idade das Grandes Pirâmides de Gizé no Egito. 

— Aquilo simplesmente me deixou transtornado — confessa Funch. 

Martin disse que eles usaram a idade mínima sugerida pelos dados, mas o monte mais velho pode ter o dobro da idade. Além disso, os pesquisadores concluíram que, para construir 200 milhões de montes, os cupins precisariam ter escavado 3,84 quilômetros cúbicos de terra – volume que equivale a 4 mil Grandes Pirâmides de Gizé. 

"É o maior exemplo de bioengenharia do mundo produzido por uma única espécie de inseto", escreveram os cientistas.

Outra surpresa é que os montes são apenas montes. Outros cupins constroem montes com redes complexas de túneis que permitem ventilação para ninhos subterrâneos. No entanto, ao seccionar alguns deles, Funch e Martin encontraram apenas um tubo central que levava ao topo, e não depararam com nenhum ninho.

Esses montes não são estruturas de ventilação, apenas pilhas de terra. Ao escavarem redes de túneis subterrâneos, os cupins precisam descartar a terra em algum lugar, por isso a carregam pelo tubo central até o topo do monte, onde a descartam. O que também explica o espaçamento regular entre os montes. A princípio, Funch e Martin pensavam que a razão era a rivalidade de colônias, mas, quando colocaram um cupim de um monte perto de outro vizinho, não houve conflito, indicando serem da mesma família. Eles chegaram à conclusão de que o padrão é simplesmente uma maneira eficiente de separar as pilhas de resíduos.

Montes jovens e ativos podem atingir de 1,2 a 1,5 metro nos primeiros anos, atesta Funch. Já a maioria dos mais antigos está aparentemente inativa. Os cientistas não sabem se isso significa que os cupins abandonaram o local ou se simplesmente não precisam mais cavar após terem concluído a construção dos túneis necessários.

Apesar de os habitantes locais saberem da existência dos montes de cupim, poucos visitantes os notam. A extensão da construção é escondida pela caatinga. 

— É por isso que permaneceram desconhecidos por tanto tempo. É impossível vê-los encobertos pela vegetação nativa, e são poucos os cientistas que passam por aqui — justifica Funch.

Na maior parte do ano, com temperaturas alcançando 37°C, ou ainda mais quentes, as árvores ficam secas e pálidas. A paisagem retoma o verde após um curto período de chuva, mas então as folhas caem e o cenário torna-se desolador novamente.

Como parte da vegetação foi roçada, os montes tornaram-se visíveis e, há aproximadamente uma década, a resolução das imagens de satélite registradas pelo Google Earth ficou tão boa que Funch pôde identificar montes individuais. Ele visitou alguns dos locais para verificar que os montes estavam lá.

Por Kenneth Chang

Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2018/11/do-tamanho-da-gra-bretanha-uma-megalopole-de-200-milhoes-de-montes-de-cupim-no-nordeste-brasileiro-cjp1g6ta80hac01pi0ekbo5mw.html


















Montes foram interligados por túneis, numa superfície equivalente à da Grã-Bretanha, criando uma paisagem lunar que agora se tornou visível através do desmatamento








Parte de um vasto campo, agora estimados por pesquisadores ecológicos, cupinzeiros somam cerca de 200 milhões

A distribuição de resíduos de cupins "Syntermes dirus" em todo o Nordeste do Brasil e a associação de redes de túneis
Reprodução / Current Biology

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Boi Bumbá do Amazonas agora é Patrimônio Cultural do Brasil

A grande festa do Amazonas terá ainda mais motivos para celebrar! O Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins é o mais novo Patrimônio Cultural do Brasil. A decisão unânime ocorreu na tarde desta quinta-feira, 08 de novembro, durante a 91ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que acontece no  Museu Histórico do Pará, em Belém.
Enredo e drama na grande festa do Boi
O Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins é uma manifestação cultural de caráter festivo, que tem a figura do Boi como seu elemento principal e envolve uma série de danças, músicas, drama e enredo.
Os modos de brincar o Boi são diferentes dependendo da região do país. Em cada contexto há variações e denominações próprias, além de ocorrer em distintas épocas do ano. Seja qual for a vertente, o folguedo se estabeleceu de forma marcante na região amazônica e, a cada apresentação, faz o coração dos brincantes e de quem assiste pulsar mais forte. Nessa região, ele ocorre com mais frequência durante os festejos juninos dos santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, antropologia, arquitetura e urbanismo, sociologia, história e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Ministério da Educação, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), o Ministério do Meio Ambiente, Ministérios das Cidades, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.
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Geoglifo do Acre é tombado pelo Iphan

Denominados tatuagens da terra por grupos indígenas atuais, as estruturas conhecidas como geoglifos, herança cultural dos povos amazônicos, são numerosos na região Norte do país. Uma dessas estruturas, localizada no Sítio Arqueológico Jacó Sá, em Rio Branco (AC), foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na manhã desta sexta-feira, 09 de novembro. A decisão unânime foi tomada durante a 91ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que ocorreu no Museu Histórico do Estado do Pará, em Belém.
Além de sua importância científica, histórica e afetiva, o geoglifo tem fácil acesso e pode ser identificado claramente por visitantes, sendo um potencial atrativo turístico. O geoglifo foi primeiro tombado pelo Instituto.
Tatuagens da terra
As estruturas conhecidas como geoglifos são um tipo de sítio arqueológico, formado por estruturas escavadas no solo, valetas e muretas que representam figuras geométricas de diferentes formas e grandes dimensões. Essenciais para entender o processo de ocupação e povoamento da região amazônica, onde grupos indígenas modificaram o ambiente e imprimiram na terra as características de sua identidade, essas marcas são numerosas na região Norte do país, em especial, no Acre. Em Rio Branco, o Sítio Arqueológico Jacó Sá poderá ter o primeiro geoglifo tombado pelo Iphan, destacado pelo seu fácil acesso e clara identificação pelos visitantes, oferecendo, além de sua já reconhecida importância científica, histórica e afetiva, também um potencial de atrativo turístico. Junto aos demais geoglifos do Estado, ele está inserido na Lista Indicativa a Patrimônio Mundial, destacados por sua excepcionalidade e relevância enquanto exemplares únicos do patrimônio histórico de todo o mundo.
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
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domingo, 21 de outubro de 2018

Pomerode (SC) recebe projeto para preservação de Conjunto Histórico

Conhecida como a cidade mais alemã do Brasil, Pomerode (SC) abriga o maior conjunto de edificações enxaimel fora da Europa. A preservação desse rico acervo arquitetônico será contemplada pelo Projeto Requalificação do Patrimônio Cultural da Imigração em Pomerode. Fruto de uma parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Prefeitura Municipal de Pomerode e a Universidade Regional de Blumenau (FURB), o projeto busca fazer o levantamento do estado de conservação dos imóveis acautelados da cidade, a fim de identificar as necessidades de restauração dos bens culturais.
Pomerode possui 11 imóveis tombados pelo Iphan, além do Conjunto Rural de Testo Alto, e outras 221 edificações protegidas a nível municipal e estadual. A manutenção desse grande acervo será desenvolvida em quatro etapas pelo Projeto Requalificação: o cadastramento fotográfico dos imóveis e o levantamento das atividades tradicionais da cidade (culinária, artesanato, celebrações, etc.); o diagnóstico do estado de conservação dos bens e a identificação da necessidade da execução de obras de restauração; a elaboração do orçamento dos restauros necessários; e, por fim, a criação de mapas temáticos, que elencará prioridades e estabelecerá as estratégias de ações para preservação. 
O desenvolvimento dessas etapas terá o auxílio de alunos da FURB, que, supervisionados por professores do curso de Arquitetura e Urbanismo e técnicos do Iphan, irão elaborar os projetos de restauro e o levantamento das atividades tradicionais da região. Com a conclusão do projeto, será possível uma melhor exploração do conjunto preservado, tanto em relação ao fortalecimento da cultura, quanto ao desenvolvimento da prática do turismo no município.
A cerimônia de lançamento do Projeto Requalificação será nessa sexta-feira, 05 de outubro, às 10h, e contará com a presença da presidente do Iphan, Kátia Bogéa, do diretor do Departamento de Projetos Especiais do Iphan, Robson de Almeida, do diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Queirós, da superintendente do Iphan em Santa Catarina, Liliane Nizzola, o prefeito de Pomerode, Ércio Kriek, o reitor da Universidade Regional de Blumenau, João Natel Pollonio Machado, representante do Ministério do Turismo, entre outras autoridades locais. 
Durante a solenidade, também será assinado o Termo de Cooperação entre as instituições responsáveis pelo projeto, que garante a participação de todos na política de gestão das etapas a serem desenvolvidas, na captação de recursos para execução das obras e no gerenciamento do conjunto histórico. Será firmado também um acordo entre o Iphan, o Ministério do Turismo, a Prefeitura de Pomerode, o Governo do Estado de Santa Catarina, para a promoção de diversas atividades relacionadas à preservação do Patrimônio Cultural da imigração no estado, com assinatura de uma carta de intenções. 
O Coração da Imigração
A paisagem de Pomerode é o retrato vivo da cultura dos imigrantes europeus que se estabeleceram em Santa Catarina a partir do século XIX. Entre elas, as tradições alemãs se destacam e se materializam na arquitetura enxaimel que, fundida à natureza brasileira, dá origem à paisagem rural tão própria de Santa Catarina.
Ainda hoje, as comunidades prezam por suas raízes germânicas na mantendo a paisagem bucólica dos vales e perpetuando tradições e costumes, como a língua, a culinária, o artesanato, as celebrações e as técnicas construtivas. Além de orgulho dos pomerodenses, esta é a base da qualidade de vida da cidade.
Serviço:
Lançamento do Projeto Requalificação do Patrimônio Cultural da Imigração em Pomerode (SC)

Data: 05 de outubro, às 10h
Local: Teatro Municipal de Pomerode (Rua Herman weege, 111, centro)
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Primeiro sítio misto brasileiro avança mais um passo para se tornar Patrimônio Mundial

A riqueza cultural e excepcional beleza natural, faz de Paraty e Ilha Grande em Angra dos Reis um lugar sem igual. É o que defende a candidatura do primeiro sítio misto brasileiro a Patrimônio Mundial. Especialistas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), órgãos assessores da Unesco, estiveram em missão no Brasil de 10 a 16 de setembro, para avaliar o reconhecimento mundial do sítio. 
A candidatura Paraty: Cultura e Biodiversidade trata de um território de 130 mil hectares, em que o centro histórico se cerca de quatro áreas de preservação ambiental. Com áreas cobertas de vegetação primária, ali estão o Parque Nacional da Serra da Bocaina; o Parque Estadual da Ilha Grande; a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; e a Reserva Ecológica Estadual da Juatinga. Se aprovado, esse sítio misto terá o reconhecimento como um patrimônio cultural e natural. 
De 1.092 bens inscritos da Lista do Patrimônio Mundial, apenas 38 são mistos. A expectativa é que este sítio receba o título na próxima reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, que irá ocorrer de 30 de junho a 10 de julho de 2019, em Baku, no Azerbaijão. 
A candidatura é fruto de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Prefeituras Municipais de Paraty e de Angra dos Reis.
Patrimônio Cultural e Natural
Ao longo de uma semana, a missão de avaliação percorreu um extenso percurso. Sobrevoaram o Parque Nacional da Serra da Bocaina, caminharam por um trecho do Caminho do Ouro, onde há vestígios preservados desse patrimônio arqueológico, remanescente dos antigos caminhos criados para o interior do país. No centro histórico de Paraty, conheceram exposições de materiais litúrgicos no Museu de Arte Sacra, a Casa de Cultura, exposição de aves raras no SESC e comidas típicas do município que leva o título de Cidade Criativa da Gastronomia.
Nos parques, realizaram observação de pássaros, logo pela manhã. Na Aldeia de Paraty-Mirim, assistiram ao coral Mbyá Guarani. No Quilombo do Campinho viram uma apresentação de jongo. O turismo de base comunitária da região revelou a interação entre cultura e meio ambiente, com a recuperação da mata atlântica com técnicas de agroflorestamento. Na Fazenda Bananal, conheceram a produção agrícola,  em meio a uma agrofloresta.
Em um passeio na Juatinga tiveram a oportunidade de conhecer o recortado litoral com sua exuberante natureza  onde vivem e resistem cerca de cinquenta comunidades tradicionais caiçaras, indígenas e quilombolas. Após um sobrevoo de helicóptero pela área ambiental da Ilha Grande,  desembarcaram em Angra dos Reis, e realizaram de um percurso por lugares onde a natureza se apresenta caprichosa e exuberante.
“A missão demonstrou como cultura e natureza se integram, no território. Nas comunidades tradicionais, ou no próprio sistema de drenagem de Paraty, que respeita o movimento das marés, temos uma lição de cuidado com o meio ambiente”, declara Marcelo Brito, diretor de Cooperação e Fomento do Iphan. 
Etapas da candidatura
O processo de construção de candidatura começa com a preparação técnica do dossiê, entregue à Unesco em janeiro de 2018. Após a avaliação de especialistas do Icomos e IUCN, esses organismos, por meio de seus especialistas, farão um relatório final que irá subsidiar a análise do Comitê do Patrimônio Mundial. Até dezembro, os órgãos responsáveis pela candidatura, Iphan, Ministério do Meio Ambiente, prefeituras de Paraty, de Angra, e demais municípios envolvidos estão construindo, em parceria, um plano de gestão compartilhada do sítio.
Além de dar visibilidade a esse importante destino brasileiro, o título cria um compromisso internacional na proteção do sítio histórico e natural. Em Minas Gerais, Conjunto Moderno da Pampulha recebeu o reconhecimento da Unesco em 2016. Desde então, o sítio recebe cerca de 50 mil visitantes a mais, por ano. Em 2017, mais de 191,3 mil pessoas foram visitar a Pampulha.
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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Palácio Capanema sediará 27º Congresso Mundial de Arquitetos

O EDIFÍCIO QUE CARREGA OS NOMES DE LUCIO COSTA, NIEMEYER E LE CORBUSIER SERVIRÁ, OFICIALMENTE, COMO UMA DAS INSTALAÇÕES DO 27º CONGRESSO MUNDIAL DE ARQUITETOS (UIA2020RIO)

O Palácio Gustavo Capanema - situado no centro do Rio de Janeiro - vai sediar o 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2020RIO). O local será um dos principais pontos de visitação dos cerca de 15 mil congressistas que desembarcarão na cidade em 2020, segundo o presidente do CAU/BR, Luciano Guimarães: “O edifício é reconhecido não só aqui no Brasil, como patrimônio histórico nacional, mas internacionalmente como um dos grandes exemplares da arquitetura moderna”.

A autorização para o uso do edifício foi concedida em setembro, durante evento de entrega da obra de restauração de suas fachadas, com a presença de alguns dos representantes de órgãos como Iphan, IAB, UIA, CAU/BR, CAU/RJ e CAU/SP.

“Ter o Palácio Gustavo Capanema restaurado em 2020, abrigando uma série de atividades vinculadas ao UIA2020RIO, é fundamental. Os arquitetos do mundo inteiro poderão conhecer essa obra prima recém-restaurada e, ao mesmo tempo, será um legado que o governo brasileiro, o IAB e os arquitetos e urbanistas vão deixar para a sociedade carioca”, afirmou o presidente do IAB, Nivaldo de Andrade, no dia da oficialização do documento.

O vice-presidente das Américas da UIA, Roberto Simon, ressaltou a importância de parte das atividades do 27º Congresso Mundial de Arquitetos ser sediada no Palácio: “É muito bom saber que teremos o prédio à disposição. É um estímulo gigantesco para que a gente continue caminhando para realizar no Rio de Janeiro o congresso que essa cidade merece”.

Para Simon, a capital fluminense contribuirá diretamente com o projeto do Congresso da UIA, justamente por representar um espaço de reflexão a céu aberto. Durante seis meses, o Palácio Capanema vai abrigar uma série de atividades abertas a todos os participantes do UIA2020RIO.

Já o presidente do CAU/RJ, Jeferson Salazar, afirmou que o prédio será um espaço representativo para ser o ponto de apoio do UIA2020RIO: “Certamente que a exposição do Palácio vai contribuir bastante para despertar na população o interesse pela arquitetura e urbanismo e pelo patrimônio”.

Recentemente, o edifício contou com a restauração de suas fachadas, a partir de recursos provenientes do PAC Cidades Históricas e do Iphan. Serão realizadas ainda outras fases de restauração, que preveem: restauro, conservação e modernização da parte interna do edifício, englobando infraestrutura; sistema de detecção e combate a incêndio; sistema de ar condicionado; modernização dos auditórios; conservação dos jardins de Burle Marx no térreo; e restauração do mobiliário e dos painéis de azulejos de Portinari.

Fonte: http://www.arcoweb.com.br/noticias/noticias/palacio-capanema-sediara-o-27-congresso-mundial-de-arquitetos





















Foto: reprodução / Iphan 

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Restauração de catedral em Salvador revela tesouro que estava escondido

Catedral no Pelourinho foi o quarto templo construído pelos jesuítas em Salvador. Após trabalho de restauração, que custou quase R$ 18 milhões, volta a se mostrar imponente.

O clima de consternação provocado pelo incêndio do Museu Nacional, no Rio, deu visibilidade à segurança precária de edifícios que abrigam tesouros culturais brasileiros. Mas a Catedral Basílica de Salvador mostra que nem tudo é assim.

É história, arte, cultura, um patrimônio cravado entre os casarões do Pelourinho. A catedral foi o quarto templo construído pelos jesuítas em Salvador. Abriu as portas em 1672. Agora, depois de um longo e minucioso trabalho de restauração, que custou quase R$ 18 milhões, volta a se mostrar imponente.

Os 13 altares exibem o brilho das folhas de ouro usadas na restauração. Pinturas originais, que estavam encobertas por camadas de tinta e verniz, revelam como os artistas jesuítas decoraram a catedral entre os séculos 17 e 18.

Entre tantas imagens restauradas, a de Jesus crucificado chama a atenção. Fica no altar-mor, num nicho, a mais de dez metros do chão. É uma imagem que, no tempo dos jesuítas, não podia ser vista sempre. Ficava protegida por portas que estavam escondidas, emperradas, e foram descobertas durante a restauração da catedral.

“Como é uma porta que valoriza momentos do mistério da fé, então vale a pena. Em algum momento vamos fechar, em algum momento vamos abrir, para que as pessoas possam contemplar também a pintura, porque ela é muito bela”, disse o pároco da catedral, Lázaro Muniz.

Ao lado, na capela do Santíssimo, a remoção de tinta revelou mais história: nas paredes, oito pinturas; no altar, folhas de prata, em vez de ouro.

“Geralmente, predominam as folhas de ouro, os altares todos dourados, e o altar do Santíssimo, especificamente, estava todo encoberto por camadas de tinta”, explicou Laura Lima, arquiteta do Iphan.

Outra surpresa apareceu atrás do retábulo do altar de Santo Inácio de Loyola - os pesquisadores encontraram 12 crânios humanos.

“A gente simplesmente protegeu e optou por mantê-los no lugar onde estavam”, disse a arquiteta Laura.

No átrio em frente ao altar-mor, um tablado removido revelou a lápide de Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil, que morreu em 1572. É nosso passado, relembrado em cada detalhe, e que precisa ser preservado.

“O que a gente fez foi refazer todas as instalações elétricas do monumento para garantir essa segurança, implantar um sistema de prevenção e combate a incêndio com 109 sensores espalhados pela igreja, interligados a uma central que pode disparar telefones celulares à distância. O monumento hoje é muito mais seguro”, disse Bruno Tavares, superintendente do Iphan da Bahia.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/24/restauracao-de-catedral-em-salvador-revela-tesouro-que-estava-escondido.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-smart&utm_campaign=share-bar
















Catedral Basílica de Salvador é entregue depois de restauração

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Arqueólogos encontram desenho mais antigo da história da humanidade

Padrão abstrato pintado em fragmento de rocha foi produzido há cerca de 73 mil anos e é ao menos 30 mil anos mais antigo que desenhos conhecidos até então. Descoberta é apontada como evidência de habilidades cognitivas.

Arqueólogos afirmaram ter encontrado em uma caverna na África do Sul o desenho mais antigo produzido pelo ser humano de que se tem conhecimento. A descoberta seria uma evidência de que o Homo sapiens já possuía habilidades cognitivas modernas dezenas de milhares de anos atrás.

O achado foi revelado em um estudo publicado na revista "Nature" na quarta-feira (12/09). Encontrado na caverna de Blombos, 300 quilômetros a leste da Cidade do Cabo, o desenho decora um pequeno fragmento de pedra e foi pintado com tinta vermelha a partir de pigmentos minerais. Pesquisadores calculam que ele tenha sido produzido há cerca de 73 mil anos, no período conhecido como Idade da Pedra Média.

A descoberta é ao menos 30 mil anos mais antiga que os desenhos humanos conhecidos até o momento, afirma o estudo, e se soma a outros artefatos encontrados na mesma caverna, como contas de conchas, fragmentos gravados de pedra e até mesmo ferramentas feitas a partir de uma versão rudimentar do cimento.

"Todas essas descobertas demonstram que o Homo sapiens antigo no sul da África usou técnicas distintas para produzir símbolos similares em diferentes superfícies", afirmou Christopher Henshilwood, arqueólogo que liderou a pesquisa, da Universidade de Bergen na Noruega e da Universidade de Witwatersrand na África do Sul.

O desenho consiste em um padrão abstrato de seis linhas retas cruzadas por outras três linhas ligeiramente curvadas, lembrando vagamente o símbolo conhecido atualmente como uma hashtag. O fragmento de pedra tem cerca de 38,6 milímetros de altura e 12,8 milímetros de largura.

Embora arqueólogos já tenham encontradas gravações em pedra de datas anteriores, incluindo uma em Java com ao menos meio milhão de anos, a equipe de pesquisadores afirmou que a descoberta da caverna de Blombos se trata do exemplo mais antigo de um desenho.

Henshilwood acrescentou que não hesitaria em chamar o padrão abstrato de arte. "É definitivamente um desenho abstrato e, quase com certeza, tinha algum significado para seu autor. Provavelmente fazia parte de um sistema simbólico comum compreendido por outras pessoas de seu grupo."

Acredita-se que o autor do desenho tenha sido um dos caçadores-coletores que se abrigavam periodicamente na caverna de Blombos, voltada para o Oceano Índico.

"O fim abrupto de todas as linhas nos cantos do fragmento indicam que o padrão, originalmente, se estendia sobre uma superfície maior. Ele era provavelmente mais complexo e estruturado em seu todo do que nesse segmento truncado", apontou Henshilwood.

A descoberta reforça a crença de que seres humanos antigos também podiam armazenar informações fora de seus cérebros e de que se comportavam essencialmente como seres humanos modernos antes de deixarem a África em direção à Europa e à Ásia.

Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/09/13/arqueologos-encontram-desenho-mais-antigo-da-historia-da-humanidade.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1&utm_content=post



















Fragmento de pedra traz padrão abstrato composto por série de linhas — Foto: Craig Foster/Handout via REUTERS

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

São Luís (MA) comemora aniversário com a primeira praça da capital totalmente revitalizada

Na véspera do aniversário de 406 anos de São Luís (MA), a comunidade ludovisense terá mais um motivo para celebrar. No dia 07 de setembro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura Municipal entregam, totalmente restaurada, a Praça Dom Pedro II, a primeira da cidade. Com investimento de aproximadamente R$ 500 mil do Governo Federal, por meio do Iphan, um dos destaques da obra é restauração da escultura Mãe d’Água Amazônica, que está de volta à praça.
A recuperação dos passeios e canteiros, incluindo reparos na pavimentação em pedra portuguesa; os serviços de poda, remoção e plantio de espécimes vegetais; o refazimento de parte dos pisos cimentados e limpeza dos pisos; o acréscimo e a substituição de bancos e lixeiras; a reforma completa do chafariz, incluindo nova instalação de bombas, tubulações e iluminação são outros pontos relevantes da obra. Com a entrega da Praça Dom Pedro II, a população poderá usufruir novamente de um importante espaço público que é Patrimônio Cultural maranhense e referência em São Luís.
Situada na área escolhida por franceses, em 1612, para repouso, de acordo com o missionário Claude d’Abbevile, a primeira praça da futura cidade de São Luís, a Praça Pedro II começou a ganhar forma em 1821, após intervenções do Marechal Bernardo da Silveira Pinto de Fonseca.  Em 1904, o largo constituiu-se em avenida, com a abertura de canteiros, passeios e alas, denominando-se Avenida Maranhense e, posteriormente, Avenida Pedro II, onde fica a praça homônima. 
É neste espaço que estão as principais instituições administrativas: Palácio dos Leões (sede do Governo Estadual), Palácio La Ravardière (sede do Governo Municipal), Tribunal de Justiça do Estado e a Catedral Metropolitana. É, também, uma área de grande variedade estilística, edificações art nouveau, neoclássica e pombalina. No início da década de 1950, a peça escultórica Mãe d’Água Amazônica foi instalada no local, que passou a ser identificado como Praça da Mãe d’Água. A escultura, premiada com a medalha de prata no Salão Nacional de Belas-Artes em 1940, foi a última obra do escultor maranhense Newton Sá, que faleceu no mesmo ano. Em 2015 a escultura foi retirada da praça e levada para o Museu Histórico e Artístico, onde permaneceu até este ano. 
Serviço:
Entrega da Praça Dom Pedro II

Data: 07 de setembro, 17h30
Local: Praça Dom Pedro II – São Luís (MA)
Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan

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