quarta-feira, 30 de julho de 2014

Império digital

Projeto de digitalização pretende deixar disponível todo o acervo do Museu Imperial

Fernanda Távora
A antiga casa de verão de Dom Pedro II, o Museu Imperial da cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, possui mais de 200 mil documentos, gravuras, mapas e fotografias, além de uma biblioteca com mais de 50 mil volumes. Todo esse acervo histórico será digitalizado e disponibilizado na internet por meio da iniciativa do Projeto Dami, sigla para Digitalização do Acervo do Museu Imperial.
 
O projeto foi iniciado em 2010. Os recursos para o desenvolvimento do Dami são captados pela Sociedade de Amigos do Museu Imperial. “Em 2013, o Dami digitalizou todos os números do Jornal Ilustrado Don Quixote e da Revista Illustrada, com os traços de Angelo Agostini, além de iconografias relacionadas à história de Petrópolis e do Império e objetos, como moedas, medalhas, artesanato, cerâmicas”, diz Jean Coelho, administrador de produção desta iniciativa.
 
Segundo o diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente, o Dami segue uma tendência mundial de disponibilização do acervo de museus e acesso à informação pela internet. “Percebendo essa demanda, o projeto  visa universalizar o acesso aos mais de 300 mil itens das coleções históricas e artísticas da instituição e, ao mesmo tempo, contribuir de forma efetiva para a preservação desses mesmos itens”. 
 
O acervo é dividido em coleções que são selecionadas a cada ano para serem digitalizadas. Em 2014, o projeto está trabalhando com 13 delas. Não são apenas os documentos em papel que passam pelo processo, mas também os artefatos museológicos, como porcelanas europeias doadas ao museu. Nesses casos, os técnicos fotografam de vários ângulos e são feitas descrições detalhadas das peças. “Não é uma imagem em três dimensões do objeto, mas procuramos registrar cada detalhe e dar uma descrição de cada objeto para facilitar a consulta”, explica Coelho.

Além das porcelanas, livros raros do século XIX e as cartas de D. Pedro II para a condessa de Barral de Montferrat fazem parte das coleções que estão sendo digitalizadas ao longo deste ano. Uma edição do “Cozinheiro Imperial”, o primeiro livro de culinária publicado no Brasil, está entre os livros raros que passarão por esse processo. “O conteúdo do livro já foi publicado outras vezes, mas esta é a primeira vez que uma edição antiga será digitalizada e disponibilizada ao público”, afirma o administrador do projeto.
 
Tudo isso para ajudar ao máximo os pesquisadores que fazem uso do acervo do museu. Para Sérgio Abrahão, coordenador geral do Dami, o objetivo principal do projeto é democratizar o acesso à informação. “O museu tem apenas 4% do acervo disponibilizado fisicamente. Os outros 96% estão em reservas técnicas (guardados, mas fora de exposição). Então, há essa impossibilidade de disponibilizar tudo para os 350 mil visitantes que recebemos por ano. O Dami é importante porque facilita esse acesso para qualquer pessoa a qualquer hora”, completa o coordenador. 






terça-feira, 29 de julho de 2014

Passarela renova paisagem do Mont Saint-Michel, na França

NOVA VIA DE ACESSO, PROJETADA POR DIETMAR FEICHTINGER, SUBSTITUIU A ANTIGA PASSARELA QUE CONECTAVA A ILHA AO CONTINENTE, CONSTRUÍDA EM 1879

Via de acesso entre a costa norte da França e a histórica ilha homônima, a nova ponte de Mont Saint-Michel acaba de ser inaugurada para o uso de pedestres. Com 760 metros de extensão, a estrutura substituiu a antiga passarela existente, construída em 1879.
Desenvolvido pelo arquiteto austríaco Dietmar Feichtinger, o projeto tem como objetivo desencorajar a utilização de automóveis particulares, o que, muitas vezes, causava congestionamentos, além de degradar o patrimônio natural da região.
Agora, vistitantes e turistas podem andar ou pegar um ônibus comunitário para fazer o trajeto entre o continente e a ilha.
Sustentada por 134 pilares submersos, a ponte possui 12 metros de altura; assim, quando o nível do mar aumenta para aproximadamente 14 metros de altura, a superficíe será inundada – apenas em dois períodos a cada ano –, o que funcionará como um processo contra o acumulo de lodo.
“A intenção deste programa foi garantir a continuidade da paisagem até onde os olhos podem ver. O programa definiu como imperativo não perturbar a atmosfera e as maravilhas do local”, afirmam os arquitetos responsáveis.
Publicada originalmente em ARCOweb em 29 de Julho de 2014Fonte: http://arcoweb.com.br/noticias/internacional/passarela-renova-paisagem-mont-saint-michel-franca



segunda-feira, 28 de julho de 2014

Renzo Piano conecta museus em Harvard com cobertura de vidro

Em construção desde meados de 2010, a cobertura de vidro projetada por Renzo Piano para conectar os três museus de arte da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, acaba de entrar em estágio final de acabamento e deve ser inaugurada ainda em novembro deste ano.
Com volumetria triangular, a nova edificação conta com sistemas elaborados de luz e sombra, elementos tectônicos e cortes vitrificados a fim de conferir aspectos de leveza, transparência e reflexividade.
A extensão ampliará o espaço expositivo em mais de mil metros quadrados, além de prever a construção de um auditório com capacidade para 300 pessoas, um centro de restauração de obras de arte e diversas áreas e sala de estudo.
De acordo com o arquiteto italiano, a escolha do vidro como elemento estrutural principal tem o objetivo de preservar as fachada de travertino das edificações originais, erguidas em 1927 e tombadas como patrimônio histórico.


Fonte das Imagens: Site Arcoweb





sábado, 26 de julho de 2014

Em Macapá, casas em madeira podem virar patrimônio histórico

Grupo estuda arquitetura de imóveis construídos entre 1940 e 1980.
Projeto 'Casas de Madeira' integra o grupo Memórias Urbanas.


John Pacheco
Do G1 AP
Casas construídas em madeira no Centro de Macapá estão sendo catalogadas e estudadas por professores, historiadores e arquitetos que buscam o potencial histórico dessas construções noAmapá. A pesquisa integra o projeto 'Casas de Madeira', do grupo de pesquisa Memórias Urbanas, vinculado a Universidade Federal do Amapá (Unifap). A ideia é classificar os imóveis como patrimônio histórico da cidade.
A professora e arquiteta Eloane Cantuária destacou que as casas em madeira erguidas no Centro da capital apresentam características de construções das décadas de 1940 a 1980. “A tipologia dessas casas tem pequenos pátios e também assoalho. O tipo de cerca das residências é baixo e também de madeira. Em alguns locais já levantados, os proprietários construíram o muro em alvenaria, mas preservaram a estrutura original”, observou.
Segundo ela, a finalidade do projeto é criar um inventário com o número de casas da tipologia no Centro urbano, para classificação como patrimônio histórico. “Em conversas iniciais com moradores dessas casas, eles relatam que todas foram herdadas de avós ou parentes mais velhos”, contou.
A construção de casas em madeira em Macapá ainda é comum na periferia. Os pequenos imóveis são erguidos em áreas alagadas. O estudo, porém, não busca esse tipo de construção, mas, sim, casas que estão ameaçadas de desaparecer dos centros urbanos.
“A construção em áreas de ressaca vai continuar por muitos anos, seja por motivos econômicos, estruturais e sociais. Mas as casas que fazem parte do levantamento estão em locais que correm risco de ceder espaço para residenciais e prédios comerciais, por isso a importância em preservá-las”, falou.   
O levantamento já identificou casas em madeira em ruas do comércio, como nas avenidas Mendonça Júnior e Mendonça Furtado, e áreas residenciais, nas ruas General Rondon e Eliezer Levy. Após a realização do inventário, o estudo pretende manter originalmente a estrutura das casas no Centro.







Casa em madeira na Av. Mendonça Júnior, em Macapá (Foto: John Pacheco/G1)







Casa de madeira com muro em alvenaria no Centro de Macapá (Foto: John Pacheco/G1)







Projeto faz levantamento de casas antigas em Macapá (Foto: John Pacheco/G1)







Estudo pretende manter arquitetura original de construções (Foto: John Pacheco/G1)

Estrada de Ferro comemora centenário em Campos do Jordão

A Estrada de Ferro que corta Campos do Jordãoe faz parte da rotina dos moradores é uma das atrações turísticas mais visitadas pelos turistas que vão à cidade, que fica na Serra da Manriqueira. A estrada completa 100 anos em novembro e como parte da celebração do centenário da estrada, a estação Damas foi tombada como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônico Histórico, Arquitetônico e Cultural (IPHAC) de Campos.

"Uma das principais ações do tombamento é justamente a preservação da arquitetura e das características originais da construção", disse o secretário de Turismo, Benilson Toniolo. A estação mantém as mesmas características de quando foi erguida, em 1914.
Com formato de um pinheiro - árvore comum na cidade, a estação fica em uma posição estratégica na estrada de ferro, entre o bairro do Capivari e o centro de Abernéssia. O nome da estação é uma homenagem ao Sebastião de Oliveira Damas, o empreiteiro português que construiu a estrada de ferro entre Pindamonhangaba e Campos do Jordão.
Segundo o bisneto de Sebastião, José Roberto Damas, durante a obra, a verba do Governo do Estado acabou e o bisavô foi a Portugal vender tudo o que tinha para terminar a estrada de 47 km, em tempo recorde de dois anos.
"Você vê essa corrupção generalizada no país e você vê ainda que existia no passado gestos de patriotismo, mesmo ele não sendo brasileiro, mas a família dele já estava aqui", disse o bisneto.
Com o bondinho que vai do Capivari até o Portal da Cidade, a Maria Fumaça e o trem que faz o trajeto entre Campos e Santo Antonio do Pinhal, a Estrada de Ferro hoje é mais ligada ao turismo. "Achei o passeio muito bom. O barulho do trem, você vai sentindo, vai se envolvendo com a natureza. Muito nostálgico", disse a dona de casa Cristiane Medeiros.
O passeio mais longo, entre a cidade e Pinhamonhangaba está suspenso desde o acidente que aconteceu em 2012. Na época, o bonde saiu dos trilhos e bateu em um barranco, 42 pessoas ficaram feridas e três morreram. Segundo o diretor da estrada, o trecho vai passar por reformas e deve ser liberado no começo de 2015.
 "Desde a inauguração da ferrovia, os trilhos nunca foram trocados. É a primeira vez na história que vamos dar inicio ao processo de troca, colocando trilhos mais fortes e trilhos que aguentam trens com maior peso", afirmou Ayrton Camargo e Silva. De acordo com ele, um registrador de eventos será implantado nos trens que fazem trecho de serra. 
Atualmente, além dos trens de turismo, a ferrovia opera também um trem de subúrbio entre Pindamonhangaba e Piracuama, proporcionando deslocamento aos moradores de regiões ainda com precariedade de acessos rodoviários.
Serviço
Todos os passeios pela estrada de ferro saem do Capivari. 
Passeio Turístico: (Estação Emílio Ribas - Estação São Cristovão) - 8 km
Funciona todos os dias das 10h00 as 17h00, com saídas de hora em hora
Valor: R$ 11,00

Passeio Maria Fumaça: (Estação Emílio Ribas - Abernéssia) - 4km
Funciona aos finais de semana: das 11h00 às15h00 , com saídas de hora em hora
Sai do capivari e vai ao centro comercial
Valor: R$ 17 ,00

Passeio Campos do Jordão - Santo Antônio do Pinhal: (Estação Emílio Ribas - Estação Eugênio Lèfreve) - 19 km
Funciona de quinta à segunda:
viagens às 10h00 e ás 14h00 - precisa comprar ingresso com antecedência.
Valor: R$ 45,00



Estrada de Ferro comemora centenário em Campos do Jordão. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Estação Damas foi tombada como patrimônio histórico. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Margs ganha mais espaço

Leonel Mittmann

Há seis décadas, a então Casa das Molduras abrigava a exposição Arte brasileira contemporânea, a primeira mostra que marcou a consolidação do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). No evento, em 1955, o então diretor e fundador da instituição, Ado Malagoli, reuniu obras de 33 pintores. Sessenta anos depois, ocupando um espaço de 5,5 mil metros quadrados e com 850 artistas no acervo, o Margs conquista um velho desejo de várias gestões: um prédio anexo.
Localizado atrás do museu, o antigo edifício da Receita Federal sempre foi alvo de anseio de diretores anteriores, mas uma ideia que nunca se concretizou por razões políticas. O atual estágio das negociações se deve a questões espaciais. O local ainda está ocupado por funcionários da Receita. Apenas essa questão impede a ocupação do edifício pelo Margs. “A Receita Federal se pronunciou inteiramente a favor. Esse imóvel tem vias arquitetônicas que dialogam e demonstram clara vocação para ser uma continuidade do museu”, confirma Angelo Oswaldo, presidente do Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram). 
Oswaldo anunciou ainda que o anexo terá uma coleção dedicada a Carlos Azevedo Moura, conhecido como Carlito Moura, possuidor de um legado de objetos provenientes da imigração europeia no Rio Grande do Sul. Fidelis explica que, “com esse anexo, o Margs dará o salto que precisa. Teríamos a possibilidade de ampliar a reserva técnica, que está chegando no limite do espaço, aumentar ainda a área de restauro e conservação e, essencialmente, a de exposições”. Ele informa também, caso isso não se concretize, o museu pode parar de aprimorar o acervo. Segundo Fidelis, otimista, a ideia é ocupar a área nova até 2015. Entretanto, para Oswaldo, presidente do Ibram, o prazo é curto demais.
A questão de espaço permeia a história dessa instituição museológica, que teve sua criação oficializada em 27 de julho de 1954. Depois da já citada primeira exposição do Margs, em 1955, no tradicional comércio de molduras, na Rua dos Andradas, o museu foi transferido para o foyer do Theatro São Pedro, onde, em 1957, houve a abertura oficial da sala de exposições. No ano de 1973, mudou-se para o Edifício Paraguay, sede do antigo Cotillon Club, localizado na avenida Salgado Filho, no centro de Porto Alegre. Em 26 de outubro de 1978 inaugura-se, na antiga Delegacia Estadual do Ministério da Fazenda, a sede definitiva do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega, com um comodato renovado por mais 30 anos.
Já tendo recebido mostras de relevância, como um grupo de esculturas de Auguste Rodin e a exposição Arte na França, que em 2009 gerou filas na Praça da Alfândega, agora, o museu tem o acervo como centro gravitacional. “Quando as coleções do museu voltam a ser o centro das atenções, isso muda o perfil de toda política institucional e o ajuda a se consolidar como uma instituição forte”, ressalta Fidelis. A atual gestão, que começou em 2011, tem como missão colecionar, preservar e expor. Acrescentou no corpo de funcionários um curador-chefe, cargo atualmente assumido por Ana Zavadil, e se preocupa em produzir suas próprias exposições. “O Margs trouxe muita coisa, mas há uma diferença em sediar e executar um projeto curatorial. Apenas receber mostras rouba do museu algo fundamental: gerar suas próprias exposições e ser protagonista, no sentido de criar conhecimento próprio”, defende o atual diretor. 
Os últimos quatro anos da instituição são marcados também pela aquisição de 620 obras, com a intenção de alcançar o número de 700. Foi ampliado o espaço de restauração, criada literatura específica de artistas, publicado um catálogo geral e exposições marcantes ocorreram no local. A feminista O museu sensível, a natureza morta em A bela morte e a transgressora Cromomuseu, que impactou o público, são exemplos da atual gestão. 
Paulo Gomes, vice-diretor do Instituto de Artes da Ufrgs e ex-assessor artístico do Margs entre 1991 e 1994, lembra que o museu tinha um acervo menor e perfil mais simples naquela época. Considera louvável que a entidade desenvolva exposições próprias e efêmeras, não sendo apenas uma galeria estatal que acolhe obras. Mas vê nisso um problema: para ele, um museu precisa de um espaço com trabalhos de arte estáveis. “O ideal seria ter uma área expositiva com o acervo permanente, para contribuir com projetos didáticos de escolas e cumprir também com esse caráter constante que deve ter um museu”, analisa Gomes. 
Guardando no acervo 3.380 obras de arte de meados do século XIX até a produção contemporânea brasileira e estrangeira, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul atua como referência cultural no Brasil. Nas palavras de Oswaldo: “O Ibram pode conferir ao Margs o título de museu nacional, e reconhece a importância dessa instituição para o País”.



















Gaudêncio Fidelis, diretor do Margs, celebra aniversário do museu com futura expansão

 


Sede do Margs - Crédito: http://www.guiadasemana.com.br/porto-alegre/turismo/museus/museu-do-margs

terça-feira, 22 de julho de 2014

Ilustrações transformam 23 edifícios icônicos em cartazes de cinema

NA SÉRIE "ARCHIZOOM", FEDERICO BABINA RETRATA ARQUITETOS COMO DIRETORES, E PROJETOS COMO FILMES

Batizada de “Archizoom”, a mais recente série de ilustrações do arquiteto – e cinéfilo – italiano Federico Babina transforma 23 edificações icônicas da arquitetura mundial em cartazes de cinema. Para cada desenho, a proposta consiste em escolher um corte marcante de cada edifício e retratá-lo como um filme, enquanto os arquitetos responsáveis assumem o papel de diretores.

“Como o zoom das câmeras, eu foquei em detalhes ou pequenos elementos de cada trabalho arquitetônico que representassem o todo. O objetivo dos cartazes é atrair a atenção e servir como um estímulo para as pessoas usar a imaginação e desfrutar a arquitetura”, afirma Babina.



Série 'Arquiteturas' terá reprises na SescTV

DOCUMENTÁRIOS SOBRE EDIFÍCIOS NACIONAIS SERÃO REAPRESENTADOS A PARTIR DO DIA 27 DE AGOSTO

A partir do dia 27 de agosto, o canal de televisão Sesc TV reprisará uma série de documentários sobre alguns dos mais importantes projetos arquitetônicos construídos no Brasil.
Batizado de “Arquiteturas”, o programa conta com 13 epsiódios que vão ao ar sempre aos sábados, na faixa das 20h.
Com direção de Paulo Markun e Sérgio Roizenblit, os documentários trazem depoimentos de arquitetos brasileiros renomados como Paulo Mendes da Rocha, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e João Batista Vilanova Artigas.
O primeiro episódio aborda a estética e a relevância arquitetônica do Inhotim, maior centro de arte ao ar livre da América Latina, construído em Brumadinho, Minas Gerais.
Nos demais capítulos são apresentados o Mercado Ver-O-Peso, em Belém, a Igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto, MG, as Superquadras em Brasília, o Copromo em Osasco, SP, e o estádio Serra Dourada, em Goiânia.
O estado de São Paulo marca presença na série com os projetos do Sesc Pompeia, Biblioteca Mario de Andrade, Espaço Natura e o centenário Teatro Municipal (foto), enquanto o Palácio Gustavo Capanema, o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Teatro Municipal carioca representam a arquitetura do Rio de Janeiro.
Confira a programação: www.sesctv.org.br

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Restauro da Torre Árabe em Riba de Saelices / Ignacio Vila Almazán + Alejandro Vírseda Aizpún + José Ignacio Carnicero

Arquitetos: Ignacio Vila AlmazánAlejandro Vírseda AizpúnJosé Ignacio Carnicero
Localização: 19441 Riba de Saelices, Guadalajara, Espanha
Área: 145.0 m²
Ano Do Projeto: 2007
Fotografias: Montse Zamorano
Colaboradores: Fernando Arenas Prieto, Inés Delgado.
Engenheiro: Manuel Iglesias Velasco.
Construtora: SOPSA S.A.
Cliente: Ministério da Cultura (I.P.H.E.).
Orçamento: 154.875,00 Euros

O projeto consiste no restauro de uma torre árabe do século IX localizada em uma colina na província de Guadalajara. A silhueta externa foi reconstruída buscando-se recuperar a imagem original (descrita em diversos textos de história), de acordo com as normas para este tipo de intervenção. Para isso, utilizou-se pedras retiradas la colina, posteriormente lapidadas segundo as rochas da construção. 
O novo uso público do mirante obriga a construção de uma passarela de acesso externa e alguns elementos verticais de comunicação, instalados no interior e que direcionam os visitantes até o nível mais elevado. Do topo da torre, desfruta-se de privilegiadas vistas para o vale do rio Saelices.
O projeto destes novos elementos é condicionado por duas premissas fundamentais. A primeira é determinada pelo contexto, já a localização particular da torre dificulta o acesso a pé e, consequentemente, o transporte de materiais para a construção. A segunda é de caráter ideológico; toda arquitetura projetada e construída deve ser testemunha e registro do pensamento e dos meios de seu tempo, de nenhum modo ela deve involuir e reproduzir um passado superado e transcendido. 
Portanto, contrariamente à estratégia utilizada na envoltória, a nova arquitetura é projetada em um material leve, de caráter efêmero, e como resultado de novos avanços técnicos realizados pela indústria do alumínio: uma liga de magnésio e alumínio que melhora as propriedades de resistência e leveza do material.
Com o objetivo de reduzir a quantidade de material utilizado, recorre-se, quando possível, a sistemas construtivos em que predominem os esforços de tração. Assim, a espessura dos elementos, em geral, não ultrapassa 20 mm.
Não apenas a materialidade e a construção, mas também as sensações opostas (instabilidade / estabilidade) que sentirão os visitantes, contribuirão para enfatizar a diferença entre as duas épocas tão distantes e distintas presentes no projeto.

Fonte:"Restauro da Torre Árabe em Riba de Saelices / Ignacio Vila Almazán + Alejandro Vírseda Aizpún + José Ignacio Carnicero" [Rehabilitación de Torre Árabe en Riba de Saelices / Ignacio Vila Almazán + Alejandro Vírseda Aizpún + José Ignacio Carnicero] 17 May 2014. ArchDaily. Accessed 21 Jul 2014.

http://www.archdaily.com.br/br/602111/restauro-da-torre-arabe-em-riba-de-saelices-ignacio-vila-almazan-mais-alejandro-virseda-aizpun-mais-jose-ignacio-carnicero

Imagens: © Montse Zamorano



















domingo, 20 de julho de 2014

'Patrimônio História Viva' preserva histórias de cidades em MG

A maior riqueza de uma cidade está em seus habitantes. Acreditando nisso, o jornalista Thiago Morandi criou o projeto “Patrimônio História Viva” para ouvir moradores de São João del Rei e Tiradentes, no Campo das Vertentes. Essas lembranças do modo de vida e a relação com a cidade onde moram são registradas em ensaios fotográficos e documentários. “É um projeto de valorização do patrimônio, através de pessoas que constroem e deixam viva a história das cidades históricas mineiras”, explicou o coordenador. Todo o acesso ao trabalho está disponível em uma rede social.

O projeto surgiu há dois anos e só agora Thiago Morandi conseguiu iniciá-lo “Em 2012, ele foi encaminhado para edital da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. No mesmo ano, foi aprovado, porém não executado por falta de captação de recurso financeiro. Amadureci a ideia, fiz algumas adaptações e agora, em 2014, coloquei em ação, mesmo sem recurso e financiamento”, destacou. O projeto conta somente com apoios institucionais, sendo executado com recursos próprios.
Inicialmente serão registrados os depoimentos de dez personagens. “Temos historias que envolvem grupos de personagens. Já tenho três documentários e alguns ensaios fotográficos. Estão sendo editados outros dois documentários que terão exclusivamente um personagem, são eles: Maria Fumaça e o selador da igreja, José Bello”, explicou.
Contando com apoio de amigos, Thiago Morandi recebe indicações para chegar até os personagens adequados ao projeto. Atualmente, a agenda inclui duas entrevistas em andamento e várias outras previstas. “Já tenho algumas historias sobre congado, Maria Fumaça, um selador de Igreja, batismo de um sino, colônia italiana na cidade”, comentou Thiago, destacando que outros personagens ainda estão em fase de pesquisa.

No entanto, Thiago Morandi não descarta ampliar o projeto inicial. “Se a história for boa, ela poderá ser desmembrada, surgindo mais de um documentário e ensaio relacionado ao tema”. Ele percebeu isso no trabalho de registro sobre o congado. “O congado pode ter desdobramentos devido à riqueza que ele tem. Somente em Minas temos sete tipos de congado e, dentro de um tipo de congado encontramos diversos outros estilos. Isso se diferencia de acordo com a região em que se encontra e qual influência tiveram. Assim, o congado pode ser trabalhado em diversas formas, podendo ser realizados muitos documentários e ensaios fotográficos”, detalhou.
De acordo com o coordenador do projeto, a repercussão está positiva. “São poucas as ações que visam valorizar pessoas e suas relações com o patrimônio histórico e cultural. Alguns sites e portais que são referência em fotografia já citaram o trabalho”, comentou.
A expectativa é de levar o "Patrimônio História Viva" para outras cidades históricas. “A intenção é cada vez mais ampliar, levando ele para outras cidades, sempre valorizando as histórias e o patrimônio”, afirmou Thiago Morandi.
Todo conteúdo será disponibilizado gratuitamente na internet, como uma forma de ampliar a possibilidade das pessoas conhecerem essas histórias. “A principal finalidade do projeto é a difusão e valorização do patrimônio e suas histórias. Desta forma, conseguimos alcançar um público maior. Existe a ideia de apresentar o trabalho para escolas da cidade, assim eles poderão utilizar o material produzido em pesquisas e trabalhos escolares”, afirmou Thiago Morandi.
"Hoje tive uma conversa bem descontraída com Sr. José Bello, que cuida desde 1960 da Capela de Santo Antônio de Pádua, localizada na Colônia do Bengo. Se não fosse pela garra, esforço e fé desse homem, provavelmente, hoje a capela não existiria mais."

Relato publicado na página do projeto








Registro de um Encontro de Congados é um dos trabalhos do projeto "Patrimônio História Viva"
(Foto: Thiago Morandi / Arquivo Pessoal)








Na cidade onde sinos são batizados, um retirado de Igreja foi levado para o cemitério da Igreja de N. S. do Carmo. O flagrante está na página do projeto na internet (Foto: Thiago Morandi / Arquivo Pessoal)







José Bello foi um dos entrevistados por Thiago Morandi no projeto (Foto: Thiago Morandi / Arquivo Pessoal)








Projeto também registrou a tradição da montagem dos tapetes para as procissões religiosas em São João del Rei (Foto: Thiago Morandi / Arquivo Pessoal)