domingo, 11 de setembro de 2016

Fotógrafo documenta os famosos azulejos portugueses no livro "Azulejos Padrão"

O Largo da Graça é um autêntico estúdio para o fotógrafo Fernando Veiras. Mesmo por entre os edifícios, os azulejos padrão nas fachadas destacam-se. Fernando apenas tem de tirar do bolso a lente e encaixá-la na câmera. Depois começa a sessão. Dos pormenores de um azulejo que falta, de um outro que foi substituído por um padrão diferente, ou pelo conjunto da fachada, vão surgindo várias perspectivas. “Em qualquer rua há um azulejo para fotografar”, diz com fascínio. Ainda no largo, já começa a avistar a Vila Berta mesmo ali ao virar na esquina. E tem sido a percorrer as ruas de Lisboa, que Fernando Veiras chegou ao livro Azulejos Padrão.
Foi por paixão que Fernando veio viver em Portugal há 11 anos. Natural da Galiza, já tinha visitado o Porto várias vezes e algumas Lisboa, mas admite que não conhecia bem a cidade. O encanto pela capital portuguesa não tardou e muito se deve aos azulejos. 
Há oito anos que começou a fotografar os azulejos. Há dois anos, percebeu que as fotografias tinham qualidade e podia fazer algo com elas. Motivado pelos amigos, inicia o processo de reunir os azulejos fotografados num livro. Mas a seleção não foi fácil. Ao todo, em dois anos, Fernando tirou mais de duas mil fotografias, destas, conseguiu escolher mil. Deixou a tarefa para três amigos. No final, foram selecionadas 260 fotografias.
Os azulejos fotografados por Fernando não são perfeitos e podem estar acompanhados por uma fita das marchas ou um graffiti. Isso pode ver-se logo pela capa, que é composta por um azulejo partido. Ao ter na mão o livro é quase como se tivéssemos um azulejo. Ligeiramente maior, com 16,5 cm., é quadrado e tem 160 páginas. Faltava uma editora e orçamento para a publicação. Das editoras não teve resposta, por isso optou por “auto-editar” o livro. Para reunir algum dinheiro, seguiu o exemplo de uma amiga que conseguiu publicar uma guia através de financiamento coletivo.
Vivendo em pleno centro de Lisboa, Fernando é dos poucos moradores de seu prédio. Desde que chegou a Lisboa tem sentido a mudança da cidade e do centro histórico e a intensificação do turismo. Assim, aponta este livro como um ponto de viragem na cidade. “Uma fotografia é um momento e estou a preservar esse momento.” Também defende que estes são tempos áureos para os azulejos de padrão. “Hoje têm muita importância como elementos decorativos e arquitetônicos.” 
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Fonte das Imagens: Site Archdaily

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