sexta-feira, 15 de maio de 2015

Azulejo português vai ser candidato a Patrimônio da Humanidade na Unesco

Da Redação
Com Lusa

A Direção-Geral do Patrimônio Cultural (DGPC) vai preparar a candidatura do azulejo português a Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO), divulgou a Secretaria de Estado da Cultura.
O anúncio feito em 14 de maio pelo secretário de Estado, Jorge Barreto Xavier, ocorreu no Museu Nacional do Azulejo (MNAZ), durante a cerimônia de inauguração da sala Manuel dos Santos, um dos pintores mais destacados na área da azulejaria em Portugal.
De acordo com a SEC, a candidatura será preparada pela DGPC em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Comissão Nacional da UNESCO/Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O azulejo português surgiu no século XVI, quando entraram em Portugal os azulejos hispano-mouriscos produzidos na Andaluzia, “que, no nosso país, passaram a ser utilizados de uma maneira original, criando uma arquitetura ilusória”, recorda a SEC em comunicado.
A partir daí foram sendo criados vários padrões e estéticas diferentes com utilizações variadas: no século XVIII o azulejo foi utilizado sobretudo no interior de edifícios históricos, enquanto no século XIX passou para as fachadas.
No século XX, o azulejo entrou na arte urbana, por ser utilizado em vários espaços da modernidade, como aeroportos, estações de metro ou de comboio e viadutos rodoviários.
“O azulejo português, ao longo dos últimos anos, tem vindo a ganhar destaque a nível internacional, servindo de inspiração, nomeadamente, a muitos costureiros e designers e está cada vez mais presente um pouco por todo o espaço lusófono”, sustenta a tutela, para justificar a candidatura.
O MNAZ está instalado em Lisboa, no antigo Mosteiro da Madre de Deus, fundado em 1509 pela rainha D. Leonor, cujos espaços arquitetónicos se encontram integrados no circuito de visita do museu
O acervo do museu remonta ao século XV, tendo sido sucessivamente enriquecido com novas peças que estabelecem um percurso entre a azulejaria arcaica, da segunda metade do século XV, e a produção azulejar contemporânea.
Manuel dos Santos, com produção ativa entre 1690-1725, é ainda pouco conhecido do público, ou apenas associável a dois conjuntos de azulejos do primeiro quartel do século XVIII. Segundo o museu, porém, Manuel dos Santos foi um dos pintores de azulejos “mais extraordinários que exerceram atividade em Portugal, não sendo em múltiplos aspectos inferior a António de Oliveira Bernardes, considerado unanimemente como o pintor mais notável do chamado ‘Ciclo dos Mestres’, de cerca de 1690 até próximo de 1725″.
O Ciclo dos Mestres é a designação correspondente ao período áureo da azulejaria portuguesa, da viragem do século XVII para o seguinte, que surgiu sobretudo como reação às importações holandesas.













Museu Nacional do Azulejo, Lisboa © Direção-Geral do Patrimônio Cultural/2011












Exemplar da Arquitetura Colonial em Encruzilhada do Sul, revestido com azulejos trazidos de Portugal no Século XIX

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