terça-feira, 11 de junho de 2013

Restauração de patrimônio histórico no Recife está parada há 7 meses

Um patrimônio histórico do Recife está entregue ao descaso. As obras de restauração do convento e da igreja de Santo Antônio, na região central da cidade, estão paradas há sete meses. Azulejos antigos, com mais de 300 anos, estão rachados e descascando. Apenas uma parte do serviço foi concluída.
Os 15 painéis do pátio do Convento de Santo Antônio e os dez da Capela Dourada, uma das mais belas obras do barroco em Pernambuco, foram recuperadas depois de dois anos e três meses de trabalho, um investimento de quase R$ 1,7 milhão. Esta era só a primeira parte de um projeto de restauração de mais de R$ 5 milhões, verba que seria liberada em etapas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outros 12 ambientes deveriam ser restaurados, incluindo a igreja de Santo Antônio, mas a reportagem da TV Globo constatou que não há qualquer sinal de continuidade das obras. Há um ano e sete meses, o trabalho de restauração parou e o patrimônio histórico está se deteriorando dia após dia.
Os azulejos estão virando pó em muitas partes do local: na portaria, sacristia e nos corredores. Boa parte desse material foi destruída pela ação do tempo, pelo excesso de umidade, salinidade do solo e pelo abandono. Os estragos se multiplicam por todo o convento e também pela igreja. Os frades franciscanos responsáveis pelo convento dizem que não podem arcar com a manutenção do patrimônio.
“Financeiramente é muito difícil, porque são manutenções caras, porque exige mão-de-obra especializada, um corpo transdisciplinar que vai de historiadores a geólogos, arquitetos, porque é um conjunto que envolve interesses e conhecimentos múltiplos”, explicou o historiador Frei Marcos Antônio de Almeida.
A pintura da parte restaurada já está descascando e o restante do conjunto arquitetônico tem se degradado aos poucos, enquanto a burocracia emperra a continuidade das obras. A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade) é o órgão responsável pela segunda etapa do projeto de restauração, aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico de Pernambuco (Iphan) e encaminhado ao BNDES.
“A Fade precisa prestar contar dessa primeira fase para que se possa dar continuidade, e isso tem demorado demais. No nosso entendimento, eu acho que a Fade precisaria correr mais para que se possa continuar esse trabalho”, alertou o superintendente do Iphan no estado, Frederico Almeida. “Existe uma promessa do BNDES em dar continuidade, e essa demora da regularização administrativa da Fade em relação a esse projeto pode ter riscos, sim”, concluiu.
A Fade informou que a restauração de dois ambientes foi concluída em outubro de 2011 e explicou que não há pendências no projeto. A entidade ainda analisa a possibilidade de apresentar e desenvolver um novo projeto de restauração dos outros ambientes do convento de Santo Antônio.

Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/05/restauracao-de-patrimonio-historico-no-recife-esta-parada-ha-7-meses.html 















Interior da Capela Dourada















Azulejos do Pátio do Convento

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